quinta-feira, 12 de setembro de 2019

SINTRA: DOS MILHÕES NÃO USADOS EM SOLUÇÕES...

Um pouco de História, para entendermos...


O imponente Palácio Real de Nápoles, depois de bombardeado durante a Grande Guerra, foi uma das prioridades de reconstrução

Para meditação sintrense, vamos sintetizar a crise política e social italiana no pós-guerra, com imenso património histórico destruído por bombardeamentos. 

Diremos que a recuperação não foi fácil, pois a seguir ao fim da II Grande Guerra as convulsões sociais agravaram-se devido a governos pouco estáveis. 

Com campo aberto, as organizações à margem da Lei disputaram territórios para controlo de diferentes ramos da economia local concorrendo com o Estado legítimo. 

O estacionamento, o lixo e urbanismo foram negócios controlados,  usando-se figuras de autoridade alternativa que aplicavam justiça aos transgressores.

As organizações ilegais tinham a sua escala de influência e zonas de controlo a que não fugiam objectivos de ascensão ao estatuto de dirigente comunitário.  

A partir dos anos 80, com Governos estáveis, iniciou-se o combate à corrupção e a organizações ilegais, melhorando a vida nas cidades e a segurança dos cidadãos.

Das receitas globais, uma parte destinou-se à recuperação do Património destruído, muito tornado da Humanidade pela UNESCO, agora visitado por milhões de pessoas.

O Poder Político soube reforçar-se, prestigiar-se, tendo a capacidade de tomar medidas rápidas e adequadas aos tempos modernos e ao serviço da sociedade.

A Itália não aferrolhou, não entregou o dinheiro dos cidadãos para Caixa de Bancos: - Investiu e hoje é a 4ª. maior economia da Europa e 11ª. do Mundo.   

A vida floresce, as ruas estão seguras e são dadas respostas aos cidadãos.

Sintra, sem soluções e muitas contradições  

Tenhamos como pressuposto que Sintra, a conseguir manter-se como Património da Unesco, continuará a ser no futuro um destino procurado por milhares de visitantes.

Tal exige soluções adequadas à procura e ao desenvolvimento, sem pacóvias espertezas ou meias-tintas tão próprias de personalidades de antanho.

Sucede que, em vez de aplicados no desenvolvimento municipal, estarão mais de 140 milhões de euros a descansar na banca quiçá à espera das eleições de 2021.

É uma estranha obsessão por amealhar, numa ideologia que ultimamente inventou uns tentáculos para mais receitas de estacionamentos em zonas residenciais.

Sem notórios sintomas ou constatação de desenvolvimento, quais os objectivos - e quem está aproveitando - do nosso dinheiro? Não a sociedade sintrense.      

Exemplos de boas práticas estruturais

Puxamos aqui dois exemplos de soluções em Itália, ambos onde a Unesco encontrou fartos motivos para conceder estatutos de Património da Humanidade.

O Centro Histórico de Nápoles (Património Mundial da Unesco) tem, no alto da Colina Vomero, o Castel Sant'Elmo,  linda fortaleza medieval com mais de 500 anos.


Castel Sant'Elmo

Para se chegar perto, foi construído em pouco mais de dois anos o Funicular Central, com a extensão de 1270 metros, capaz de transportar 420 pessoas.

Funicular Central, incluído na Rede Urbana com custo de 1,10€

O túnel do Funicular Central foi aberto na colina e passa sob grandes edifícios. Rápido e silencioso, transporta anualmente mais de 10.000.000 de passageiros.

Soluções semelhantes serviriam a Pena a partir do Ramalhão e/ou da Vila, protegendo o ambiente e incentivando à maior permanência de visitantes.

Também no estacionamento mostraremos o que é vulgar lá fora mas, em Sintra, parece tornar-se problemático pois os decisores preferem o aluguer de terrenos...

Quando nem houve capacidade (ou empenho?) para a construção de um silo com vários andares no parque do Urbanismo está quase tudo dito...vejamos, 

O Palácio Real de Caserta é uma grandiosa construção só comparável a Versailles e foi distinguido pela UNESCO, em 1997, como Património da Humanidade.


Reggia di Caserta, a grandiosidade da obra na Piazza Carlo III, em que sob a grande área verde que se vê, foram construídos dois pavimentos subterrâneos para estacionamento.  

As colecções interiores e a riqueza das salas são impressionantes.


Teatro no interior do Palácio Real de Caserta

Um dos salões do Palácio Real de Caserta

A visita de milhões de pessoas obrigou a respostas adequadas ao estacionamento de viaturas ligeiras e de autocarros, sem a desorganização que se vê em Sintra.

Como já dissemos antes, sob a Piazza Carlo III (fronteira ao Palácio) um grandioso parque - tornado jardim à superfície - garante lugares a automóveis e autocarros.


Será que em Sintra se vive noutro mundo? Os milhões de euros dos sintrenses que estão disponíveis à Banca não servem para projectos inadiáveis em Sintra?

Fica, mesmo uma dúvida: até que ponto o dinheiro dos sintrenses está garantindo a estabilidade de uma instituição bancária? Que segurança temos?

Será essa a função de uma autarquia? E que risco corremos todos nós?

Uma situação que deve ser aclarada urgentemente.

Sintra precisa de Autarcas (com A grande) vocacionados para o efectivo desenvolvimento sustentado, prestigiando o bom nome de Sintra.







1 comentário:

Joao Diniz disse...

O funicular foi falado qd se diiscutiu o teleférico. Tudo balelas com Cardim Ribeiro a ajudar à festa ao condenar um e outro. Curioso até hoje nada ter dito acerca da Gandarinha