quinta-feira, 29 de agosto de 2013

SINTRA: SER "INDEPENDENTE" NÃO BASTA PARECÊ-LO...

INDEPENDENTE = "que não está sujeito", "livre", "autónomo". 
 
Qualquer pessoa, sem intelectualidades alardeadas, facilmente entende o que ser "Independente" pressupõe, pelo menos para evitar riscos de embuste.

Qualquer Auxiliar Escolar, sem precisar de professores, explicará, tim-tim por tim-tim, o que é ser "Independente", explicando as cautelas a ter para que a palavra não seja utilizada em sentidos que desvirtuem a verdade.

E, para que não surjam interpretações malévolas, é justo que se saúdem - por direito - todas as candidaturas que, com pessoas nunca ligadas ou que antes se desligaram dos partidos, fazem o seu caminho sem oportunismos.

Depois há uma certa confusão - para mim, de "mente rígida" difícil de desenlear - quando surgem "independentes" à esquerda, ao centro e à direita, conforme o jogo. É matéria que nem quero interpretar, deixando-a para intelectuais de gabarito.

Notarão que não referi "de" mas sim "à", lembrando-me do presidente de Câmara que dizia frequentemente "Estou de presidente" mas acabou por contestar o de, preferindo o da para lhe abrir outras portas autárquicas.

Como se é "Independente" ao escolher a bancada para o assento?
 
Daí não se entender como uma candidatura autárquica se apresente sob o manto Independente - com sentido e responsabilidades que deveriam estar-lhe associadas - quando o que gira à sua volta se encarrega do desmentido formal.
 
Temos, então, um candidato dito "Independente", "livre", "autónimo", "que não está sujeito", a fazer uma rapidinha camarária...com vínculo partidário registado.

É ou não verdade que ainda no passado dia 5 de Agosto, na Reunião Privada da Câmara Municipal de Sintra, o Sr. Dr. Marco Almeida se continuou a sentar representando a Coligação Mais Sintra - PPD/PSD e CDS/PP? 

Os meses têm passado, as Sessões de Câmara também, até à ultima da hora o candidato dito "Independente", numa postura fora do comum, toma decisões integrado num Partido, para dizer depois aos eleitores o inverso.

Alguns seguidores, corredores para o melhor lugar no pódio, parece que não gostam destas opiniões. Na realidade, a responsabilidade do que se passa cabe ao candidato, que deveria salvaguardar a transparência democrática.

Em busca de um apetecível lugarzinho

Ao menos, que o candidato se lembre de Pompeia, a mulher de César...







 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SINTRA: FERNANDO SEARA E O PAINEL QUE NOS ENGANOU...

Diga-se, sem receio de desmentido, que o Sr. Dr. Fernando Seara, Presidente da Câmara, não pode invocar a orgulhosa satisfação de cumpridor de "promessas".

Para avivar memórias, falemos da promessa do Museu Dorita de Castel-Branco, feita num painel que deslumbrou muita gente antes das eleições de 2005, e não passou de oneroso encargo para a Câmara Municipal de Sintra. Eu acreditei...
 
Este painel teve inequívocos efeitos eleitorais, mas redundou em falsa promessa
 
Certamente ansiosos pela reeleição, Fernando Seara e Marco Almeida, bem unidos, eram na época respectivamente, Presidente e Vice-Presidente.
 
Na realidade, nem o Museu passou de reles promessa, nem as próprias casas pombalinas foram recuperadas pela Câmara, como era desejo de sintrenses.
 
Para maior desilusão, as casas que deveriam ser recuperadas como património municipal, viriam a ser vendidas em hasta pública no dia 13 de Junho de 2013.
 
Perante a ofensa, vozes que se ufanam de forças vivas tornaram-se moribundas e, certamente com outros projectos em carteira, não estiveram na primeira fila, nem na segunda, não falaram, não escreveram nem expressaram desapontamento. 
 
De museu a museu, pormenores curiosos
 
A recente aprovação de um Protocolo de Gestão do Espólio de Bartolomeu Cid dos Santos, galvanizou entusiasmos - legítimos pela qualidade artística das obras - mas não poderá ser uma esponja a passar sobre o que, de cultura e arte, não foi cumprido.
 
Lembremos Dorita Castel-Branco, escultora distinguida internacionalmente (1º Prémio da II Bienal Internacional Del Deport, em Barcelona e 1º. Prémio Edinfor de Escultura), medalhista, bolseira da Gulbenkian, representada em inúmeros museus.
 
Dorita realizou 25 exposições individuais, do Palácio Foz ao Casino Estoril, Macau, Rio de Janeiro e S. Paulo. Participou em cerca de 100 mostras colectivas em Portugal e estrangeiro, nomeadamente Madrid, Florença, Estocolmo e Estados Unidos.
 
Dorita, tem obra e Obras espalhadas pelo país, em Palácios de Justiça, edifícios e jardins, bem como no estrangeiro, em Brasília, Caracas e Macau.
 
"Que força a dessa escultora, revelada nos monumentos! Artista para a praça pública, para a admiração e o amor do povo - mais além da estima e do louvor elitistas reservados para a invenção dos trabalhos de pequeno porte e grande sensibilidade. As duas Doritas não se opõem: ao contrário, se completam, são uma única e grande artista". Jorge Amado.
 
Foi professora que acumulou com a actividade artística. Um excelente exemplo para que as crianças de hoje a visitassem no seu Museu...lamentavelmente não cumprido.
 
Um conjunto importante das suas obras esteve disponível na Quinta da Regaleira, em Sintra, tendo sido posteriormente devolvido à Câmara Municipal de Sintra.
 
É do maior interesse saber-se, publicamente, o que se passou com o espólio de Dorita Castel-Branco e onde se encontra neste momento.
 
Veja-se que, numa insuspeita página da Câmara de Sintra na Internet, lá se faz referência a Dorita de Castel-Branco e um pouco à sua formação artística.
 
Lamentavelmente, na mesma página camarária, nada lá consta sobre Bartolomeu Cid dos Santos, o "Barto", talvez por descuido de fervorosos amigos.
 
Tudo configura que, na emocionante extrapolação de entusiasmos e dons artísticos, há museus e museus, um pouco ao sabor de gostos, influências e interesses.
 
O Museu de Dorita Castel-Branco, que não exigiria onerosos encargos, passou à história, porque Fernando Seara não cumpriu o visivelmente prometido.
 
Foi mais uma promessa que ficou na Colecção dos Incumprimentos.
 
 
 
Nota: - Dorita Castel-Branco foi professora no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, havendo em Sintra quem, tendo sido sua aluna, a recorde com merecido respeito.
 
 

domingo, 25 de agosto de 2013

"SINTRA - COLECÇÃO BARTOLOMEU DOS SANTOS"

Quem não tenha o benefício de informações “privilegiadas”, muito tem aguardado – por parte de quem as tem – a divulgação de mais pormenores relacionados com o Protocolo de Gestão a celebrar com a Viúva do saudoso artista.
 
Com efeito, depois de "divulgações" menos certas,  só em 5 do corrente, por Proposta (636-P/2013) subscrita pelo Dr. Fernando Seara, Presidente da Câmara, se aprovaram os termos do Protocolo de Gestão do Espólio Bartolomeu Cid dos Santos.
 
Parece que o Protocolo previsto para a “SINTRA – COLECÇÃO BARTOLOMEU DOS SANTOS”, será válido por quatro anos, renovando-se automaticamente por outros quatro, com renovações seguintes de dois anos, desde que não denunciado, e que,
 
findo o Protocolo, todo o acervo deverá ser restituído à Cedente, em local por ela designado, devidamente condicionado e embalado, a expensas da CMS.
 
Não se sabe se foi definido o local da restituição - território nacional ou estrangeiro – disposição relevante para reservar os custos vincendos a suportar pelo Município.
 
Julga-se saber que, no previsto Protocolo, por falecimento da Cedente, o acervo será devolvido à Oficina de Gravura de Tavira-Associação Cultural.
 
Em época de crise, com encargos a transferir para Executivos Camarários de que não fará parte, deveria conhecer-se os estudos financeiros que serviram de suporte ao Sr. Dr. Fernando Seara, Presidente da Câmara, para o Protocolo proposto.
 
Estrutura adequada à dimensão da Colecção
 
Consta que, segundo o previsto Protocolo, a Câmara de Sintra se compromete a contratar um curador com a categoria equivalente a Director Delegado, cujo nome será indicado pela Cedente ou na impossibilidade pelo Conselho de Tutela.
 
O Conselho da Tutela será presidido pela Cedente (viúva de Bartolomeu Cid dos Santos) e incluirá mais seis membros efectivos e dois suplentes.
 
A Câmara e a Cedente nomearão, cada uma, três membros efectivos e um suplente.
 
Aparentemente, o Protocolo não contemplará remunerações para os membros do Conselho da Tutela, pelo menos os nomeados pela Câmara Municipal de Sintra.
 
Apoios logísticos e compensação
 
Segundo julgamos saber, a Câmara Municipal de Sintra suportará os custos de instalação, consolidação e funcionamento, bem como do pessoal que venha a ser necessário afectar para o museu.
 
Diz-se, também, que a partir da primeira renovação a Cedente receberá uma compensação monetária mensal correspondente a três salários mínimos nacionais.
 
Por outro lado, tudo indica que a Câmara assumirá o compromisso plurianual de 150.000 euros anuais, para a gestão, conservação, manutenção e divulgação da colecção, a assegurar pela SintraQuorum, E.E.M..
 
No prazo máximo de um ano, a Câmara Municipal de Sintra realizará o Levantamento Completo da Colecção, um inegável enriquecimento cultural e, também, uma significativa mais-valia para a mesma.
 
Razoavelmente, julga-se que, em contrapartida, a Câmara terá como proveito todas as receitas de visitas ao Museu de Arte Moderna, de vendas e serviços de apoio ao Museu e de eventuais concessões.
 
A confirmarem-se os compromissos antes referidos, os sintrenses deveriam saber o que assumem, apesar dos reflexos culturais significativos que a Colecção comporta.
 
Assim se terão concretizado as negociações para determos o riquíssimo acervo, facto que não deixará de ser devidamente reconhecido nos meios artísticos.
 
Com a assinatura do Protocolo, ficam as expectativas sobre a data em que poderemos apreciar as cerca de 3.600 peças do acervo, nelas se incluindo - como é de prever - muitas peças e gravuras ilustrativas e ligadas à história artística de Sintra.
 
Entretanto, aguarda-se com curiosidade a indicação dos nomes propostos para Curador, mais seis membros efectivos do Conselho da Tutela e dois suplentes.
 
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

SINTRA: REVIVER A ESTEFÂNIA?...NEM SEI QUE DIZER...

Quantas vezes penso se valerá a pena andar por ruas, vielas e zonas pedonais, desejando que nelas se realizem eventos que aproximem pessoas diferentes, onde se façam novos conhecimentos, a partilha por outros e livremente para todos.

Há dias, entusiasmei-me com uma faixa, bem alta, convenientemente publicitária: - Com o apoio da Junta de Freguesia de Sintra (Santa Maria e S. Miguel), iria realizar-se, de 19 a 24 de Agosto, a "Semana da Fotografia". Logo na Av. Heliodoro Salgado.

O "alto" patrocínio, bem visível, parece não enganar ninguém 
 
 O folheto assinala alguns estabelecimentos na..."VENIDA"

Imaginei a Heliodoro Salgado ocupada por cavaletes e painéis, numa jornada de promoção da fotografia, tudo incentivando a apreciação lúdica da arte de gravar imagens e pormenores, sentimentos e paisagens.

Defensor da excelência do espaço, acreditei que a pedonal seria um local de encontros, quiçá de debates culturais sobre os temas, objectivo que não se consegue Loja a Loja. Dizia-se "REVIVER A ESTEFÂNIA", isto é, torna-la VIVA. Um pouco assim:
 
Brasov, Roménia, exposição em zona pedonal 
 
Não vendo fotografias, quando levavam cavaletes vazios para a escadaria da Pensão, foi-me dito que "As fotografias estão dentro dos estabelecimentos assinalados" e que, "na zona pedonal não, porque isso era com a Junta e com a Câmara".
 
Teria então de, Loja em Loja e depois da saudação, manter-me em silêncio ou entrar no mundo dos proprietários e colaboradores do estabelecimento, a que se seguiria o "até já", "até logo", ou o "já vi e até à próxima".  
 
É de enaltecer a disponibilidade dos estabelecimentos, mas nada obstaria a que, na via pedonal, se instalasse o núcleo central da "Semana da Fotografia", sem prejuízo do previsto para o último dia (em que não poderei ir). Para isso servem as pedonais... 
 
Fiquei desiludido e abalei. Nestas pequenas coisas se vê a capacidade de quem gere os territórios, tanto mais que estaremos perante súbitos "Independentes"  que são mesmo independentes destas aberturas culturais...
 
O erro deve ser meu, porque - para mim -  dinamização local não é uma questão de palavreado, folhetos ou entradas e saídas em estabelecimentos. É de sensibilidade para envolver as populações em projectos largamente partilhados.
 
Recordei a bela frase que em tempos me atirou o meu amigo João Pequeno: "Quem não sabe saltar à corda, tropeça a mexer os pés". 
 
 
 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

SINTRA: BELA IMAGEM TURÍSTICA...JÁ SEI...A CULPA É DA...!

Passam centenas de turistas pelo local. O passeio, que deveria ser para peões, está ocupado com este monumento ao respeito pelo espaço público:
 
Táxis de Sintra, local onde os turistas e clientes pedem um serviço 
 
Acolhedor, limpo, digno, um autêntico espelho

O ora candidato dito "Independente" Marco Almeida", passa no local todos os dias, na qualidade de Vice-Presidente e Vereador do Ambiente.
 
Não só não contabilizou nos seus "Doze anos a fazer por Sintra" estas valiosas imagens de marca, como se terá esquecido de referir o marco - o verdadeiro marco de correio - que a menos de 10 metros está quase tapado por tudo menos cartas.
 
Pelas minhas previsões, logo que esta manifestação de qualidade pela higiene urbana de vocação eminentemente turística, de obras em calçadas, valetas e afins seja conhecida, logo a credível "esponja mecânica" limpará os últimos 12 anos.
 
Já sei, a culpa...foi da...da...da...da...
 
(Desculpem, tive de desligar a cassete...bolas...a pen...porque bloqueou)

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

SINTRA: O "INDEPENDENTE" DOS 317.391.191 EUROS...

Há dias em que uma pessoa não pode regressar a casa sem ter surpresas. Hoje tive duas...
 
Uma delas, por ser suburbano, fez-me ajudar a descer de um pereiro uma cobra ferradura, com mais de um metro, que de boca aberta parecia querer fazer uma higienização.
 
Depois, num panfleto colocado na caixa do correio, um candidato dito "Independente", dizia-me "Fiz e ajudei a Fazer por Sintra entre 2002 e 2013" qualquer coisa como 317.391.191 euros....
 
Espero que tenha incluído a "comparticipação financeira no montante de 200 €" que subscreveu (Sessão de CMS de 25/6/2008) "para apoio aos familiares da vítima desaparecida na Ribeira do Jamor, em 18 de Fevereiro". 
 
E lá aparecem as "refeições escolares para as crianças", "transportes escolares", "apoio a idosos em situação de isolamento", "transferências para as juntas de freguesia", "espaços verdes" e até valetas"...abençoado "Independente".
 
Seria estultícia minha se referisse que tão extenso distribuidor de 317.391.191 euros nem residente é neste concelho onde o diz ter feito.
 
No convencimento de que os residentes é que aqui pagaram os seus impostos, que em muito o Estado comparticipou, fiquei siderado pelos feitos.
 
Receio que, mais dia menos dia, a menos que a unidade após eleições já esteja a ser negociada (porque não vejo quem desmonte o embuste), algum outro candidato venha a reclamar, para a sua força, os mesmos valores agora exibidos.

Mais "Dedicação" aos sintrenses seria impossível


 

domingo, 18 de agosto de 2013

SINTRA: LIVROS COM DIREITO À LIBERDADE…

Quando jovem, com o primeiro emprego aos 14 anos, habituei-me a ter sempre comigo um livro, que guardava no bolso traseiro das calças.
 
Eram pequenos, livros mesmo de bolso, baratos, que puxava para a vida logo que, incumbido de um recado, me apanhava na rua.
 
Subindo a Rua da Prata ou descendo a do Ouro, quase não via pessoas pela forma como ia absorto nas leituras. Cheguei a pedir desculpas a candeeiros, julgando-os pessoas a quem tivesse dado um encontrão.
 
Depois de lidos e se eram meus, quantas vezes – discretamente – os deixei “esquecidos” num banco de jardim ou no carro eléctrico, libertando-os para que outras pessoas os acarinhassem com novas leituras.
 
Lviv - Centro Histórico - Muito cedo se começam a ler os livros expostos
 
Livros, direito à partilha, à troca, à leitura
 
Há dias, na bela cidade de Lviv, tão sofrida na I Grande Guerra e outras que se seguiram, fiquei maravilhado pelo número de pessoas que colocavam os seus livros em exposição, libertando-os para a luz do dia.
 
E que mais belo espaço que uma praça no Centro Histórico que é Património Cultural da Humanidade desde 1998. Perto do majestoso edifício da Municipalidade.
 
Livros livres, olhando para quem deles se aproximava, ou os pegava com o carinho devido à idade, lhes soletrava frases, os discutia e, de súbito, os levava para junto do coração, reservando-lhe a honra de os recolher (lendo) num sofá em suas casas.
 
Naquela língua eslava que há muitos anos não escutava, pareceu-me que um desses livros me disse: - “Em Sintra não podem haver livros escondidos, como se estando presos, porque só abertos e lidos espalham cultura”. Escutei e lembrei-me… 

Lviv - Centro Histórico - Os visitantes vão aumentando
 
 
O choro dos livros encarcerados
 
Há uns anos – recordo – quando em Sintra se lutava pela recuperação da antiga garagem da Estefânia, antes que desabasse sobre a via-férrea, tive o “desplante” de sugerir que o espaço fosse aproveitado para eventos ou lojas, com uma boa livraria.
 
Logo houve quem se mostrasse contra a ideia, não sei se por medo de concorrência, porque em Sintra “não valia a pena”. Parece que já havia uma…meio aberta ou mais fechada, conforme o gosto. Em Sintra - para alguns - "nada vale a pena". Só se...
 
Não admira, pois, que passando devagarinho, em dias de silêncio se escute muitas vezes um choro baixo, lamurio de sofrimentos pelas letras acorrentadas, pela dor que os livros sentem por não ver gente.
 
Compreende-se, assim, como os povos evoluem, bastando que pensemos na tragédia social e cultural que são os livros fechados.
 
Soltem os livros. Em cada título vive uma pessoa.
 
EM NOME DA CULTURA, SOLTEM OS LIVROS!
 
LIVROS NÃO PODEM ESTAR ACORRENTADOS.
 
 
 
 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

SINTRA, FERNANDO SEARA 12 ANOS SEM RESOLVER...

TURISMO SEM PÉS...CENTRO HISTÓRICO VISITADO POR...AUTOMÓVEIS

Horas e horas a fio, carros parados, autocarros turísticos em tempo "morto", poluição a rodos
 
Considerando a média de três passageiros, por cada 5.000 carros que passam sem conseguir estacionar em Sintra são menos 30.000 pés que não tocam no chão de Sintra, não passeiam nas nossas ruas típicas nem fazem compras em lojas.

Nestes dias, o que se passa no Centro Histórico de Sintra é irreal, inacreditável, inconcebível, indigno do respeito que deve merecer um Centro Histórico reconhecido internacionalmente e que, quando há interesses, logo correm a lembrá-lo.
 
Uma fila que, na altura, ultrapassava S. Pedro
 
Doze anos depois da chegada à Câmara Municipal de Sintra do Dr. Fernando Seara e do seu Vice-Presidente Dr. Marco Almeida, o gravíssimo problema da concentração de viaturas automóveis no Centro Histórico de Sintra, continua por resolver.
 
Como é possível isto? Como foi possível que passassem 12 anos sem que fossem criadas as bolsas de estacionamento ou parques periféricos dissuasores que permitissem as restrições de acesso, mas oferecendo alternativas de ligação?
 
A Volta do Duche desrespeitada até pela prática de Auto caravanismo selvagem 
 
O Centro Histórico de Sintra é o único que conheço - e prezo-me de visitar e conhecer muitos por este mundo fora - onde estas coisas se passam, onde os responsáveis autárquicos passam ao lado, como indiferentes a tão humilhante ofensa.
 
O Centro Histórico de Sintra não é uma coisa qualquer para oportunismos eleitorais. É a riquíssima herança que nos deixaram e que hoje tão mal respeitada é.
 
O Centro Histórico de Sintra é para ser respeitado, mantido à disposição de visitantes, é a mais honrosa sala de visitas deste concelho, não é UM LOCAL DE PASSE, para onde milhares de viaturas são empurradas, sem sentido e sem honra.
 
São milhares de viaturas que, pelos acessos possíveis, sem avisos na periferia para acautelar os condutores, demandam o Centro Histórico, sem lá poderem parar a não ser em filas intermináveis, a caminho de uma engarrafada escapatória.
 
É TUDO PREJUÍZO. AMBIENTAL PELA ELEVADA POLUIÇÃO. COMERCIAL PORQUE NÃO VISITAM LOJAS NEM RESTAURANTES. PARA OS MEIOS DE TRANSPORTE TURÍSTICOS, cujos passageiros ficam limitados no tempo da visita.

Onde está a cabeça responsável por este turismo, pelo menos sem pés? 
 
Bem pode o Senhor Dr. Fernando Seara dizer, como o fez no anúncio da sua candidatura à Câmara de Lisboa, que foram "12 anos a cumprir escrupulosamente as obrigações que assumiu com os munícipes de Sintra". Está aqui um exemplo. 

SINTRA NÃO MERECIA ISTO!


 
 
 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

VISITE SINTRA com a CitySightSeeing Sintra

 
Desde a passada sexta-feira é possível uma nova, mais completa e interessante forma de conhecer Sintra e os seus monumentos, bem como a Área Classificada de Património Mundial.
 
Moderno autocarro, aberto, com pessoal atento
 
Esta oferta, que finalmente surgiu através de uma empresa do Norte do país, permite aos visitantes conhecer, confortavelmente, os nossos caminhos entre arvoredos, a beleza das paisagens, o ar fresco à beira mar.
 
As partidas são junto ao edifício da Estação da CP em Sintra.
 
Os bilhetes têm a validade de 24 horas a partir da primeira validação, podendo::
 
- Ser Simples, apenas para o circuito em Shuttle, permitindo saídas e entradas nas diversas paragens previstas para o circuito, que poderão ser nos diversos Palácios (Vila e Serra), Capuchos, Colares e Cabo da Roca;
 
- Incluir a visita ao Palácio da Pena;
 
- Incluir visitas ao Palácio Nacional de Sintra e Palácio da Pena;
 
- Completo, visitando Monserrate, Capuchos, Pena, Sintra e Castelo dos Mouros;
 
Claro que, com uma programação correcta de tempos (que estou certo a empresa ajudará), todas estas nossas preciosidades históricas poderão ser vistas e apreciadas.
 
Diga-se que, com auriculares, os visitantes poderão aceder às línguas portuguesa, inglesa, francesa, alemã, italiana, espanhola, holandesa, japonesa, polaca, russa e chinesa.
 

Com votos de boas viagens, saúda-se a nova empresa ao serviço de Sintra..

SINTRA MERECE.


 
 
 
 
 
 

sábado, 10 de agosto de 2013

A PROMOÇÃO DO ZÉ CORNETEIRO...


Recordo uma canção que em 1953 teve imenso êxito, cantada por Virgínia Lane a partir de uma marchinha de Lálá Araújo.

Tinha eu 14 anos, já trabalhava, e cantarolava-a a caminho do emprego.

A letra é esta:

Zé Corneteiro, casado com um peixão,
levou sua mulher pra mostrar o batalhão.
No outro dia, por ordem do major,
o Zé foi promovido a corneteiro-mor
Paparááá… Paparááá… Paparááá..
Lá vai o Zé dar o serviço de corneta
Paparááá… Paparááá… Paparááá..
É o corneteiro mais feliz deste planeta
Quando ele passa,
o mundo inteiro aponta o Zé:
Lá vai ele o Corneteiro…
 
Sessenta anos depois, a técnica com que Zé Corneteiro conseguiu ser promovido, continua a ser utilizada, como de vez em quando se vê ou sabe.
 
Deixo-vos, pois, como um dos recursos do falso marketing político, esta marchinha, que muitos ainda recordarão.
 
Boa audição e acautelem-se com Zés Corneteiros que por aí apareçam.
 
 
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

LEI CANGURU, PARA “SALTINHOS” COM DOIS PÉS…

Aviso à navegação

Num país de oportunistas recheado, os ditos falam cheios de razão, são fontes de virtude, de qualidades, de realizações, obreiros da felicidade das populações.
 
Um político, na cadeia graças a uma juíza corajosa, logo encontrou seguidores que o repescassem - talvez pela idoneidade - para candidato a uma Assembleia Municipal.
 
Um médico, que deveria voltar aos seus doentes e cumprir o Juramento de Hipócrates, não pensa noutra coisa que não seja ser autarca de um território que aglutine a sua antiga autarquia com a nova a que quer concorrer.
 
Outro, em litígio sobre a legalidade da sua candidatura, não tinha melhor representante para defender os seus interesses que um membro da Comissão Nacional de Eleições.
 
Também há quem, para aparentar desinteresse, meta no meio da conversa a secretária pessoal que tem à sua espera e de que limpará o pó de tempos a tempos, mas faça possíveis e quase impossíveis para se perpectuar no pedestal autárquico.
 
São os candidatos a passe-vitalício autárquico, numa panóplia de enjeitadores das suas profissões, que da política - por artes nem sempre visíveis - são dependentes.
 
Jogando com palavras e conversas serôdias, fogem ao que os eleitores inequivocamente desejam: - dignificação da ética e transparência na política.
 
Colados ao poder, lembram Salazar que, depois da queda e já não sendo Presidente do Conselho, ainda pedia decretos e despachos para assinar.
 
Lei Canguru a solução para os políticos salta-pocinhas
 
Tem de ser bom, apetecível, o cargo de presidente em certas Câmaras (devidamente escolhidas), face à forma como os figurões as querem, vestidos de salta-pocinhas.
 
Não há sofisma que baste, recurso que não valha, vírgulas ou preposições que não sejam usados no triste espectáculo do espertalhão que quer tirar vantagens ou influenciar decisões. Gente com aquele olho muito aberto...ao seu serviço.
 
É o Tachismo na política, o reflexo de ambições e vaidades desmedidas, a ansiedade por cargos com visibilidade suficiente para alimentar o ego.
 
Querem lá saber se o tachismo é oponível à sã vida democrática, ou restritivo à maior participação dos cidadãos na vida colectiva. Tachismo é ideologia.
 
Uma Lei-Canguru, os ajudaria. Legalizaria os saltos de 12 em 12 anos, de Câmara em Câmara, sempre com dois pés, até à passagem à reforma.
 
Os filhos-da-política - ao menos - adquiriam o direito no berço, para orgulho da casta.
 
TACHISTAS COM AMBIÇÃO…NA LEI CANGURU A SOLUÇÃO.
 
 


sábado, 3 de agosto de 2013

FAUSTINO I ou DELFIM E A SÍNDROME DA BANANA...

A leitura de "A VIDA de PI", recomendada para depois de se ver o filme, dá outra visão sobre os animais selvagens em cativeiro: - Alimentados a horas certas, bem assistidos, jaulas limpas e boa vida à custa do erário público ou privado.
 
Não admirará, pois, que nas jaulas dos primatas, as hierarquias e ambições sejam mais visíveis, por vezes escandalosamente visíveis. É a história que hoje vos conto. 

Delfim nem por sonhos quer largar a banana...
 
Durante anos, Faustino I foi o macho Alfa da reserva primata, onde viviam felizes macacos aranha e fuscatas japoneses, estes de conhecida coloração vermelhusca.
 
Faustino I, da dinastia dos Cacajaos (espécie em vias de extinção) contou em todo esse tempo com Delfim, seu ajudante-de-reserva, ao qual permitia, sob direitos comuns à imagem, que distribuísse algumas rações pelas várias castas famintas.
 
Era tal a empatia entre Alfa e Delfim, "olhos dos meus olhos", "boca dos meus ouvidos", que quando o tratador decidiu extinguir algumas divisões da reserva, ambos se uniram de mandíbulas fechadas, sem que um urro contestatário tenham soltado.
 
O tratador, grato pelas artes e cambalhotas de Faustino I, satisfez-lhe um semi-escondido sonho, abrindo-lhe uma jaula maior, mais visível, onde os ruidosos fuscatas pudessem continuar silenciados a troco de mais rações para a espécie.  
 
Faustino I faz uma pausa depois da "árdua" missão de gerir a reserva 
 
Julgando a reserva sua, Delfim logo quis ser o novo Alfa  e, para tanto, saltaria de árvore em árvore, arranhar-se-ia em galhos, mas nenhum outro poderia ficar com a frondosa bananeira que tão boa fruta tinha dado a Faustino I.
 
Para ser Delfim I, começou a calcorrear a reserva, a distribuir côdeas e suplementos a macaquitos ambiciosos, a sorrir a sub-famílias hominoideas que antes castigara. Logo se lhe colaram alguns trastes, com parasitas que nem o DDT eliminava.
 
De súbito, apareceu novo macaco antropomorfo à porta da reserva, deixando Faustino I num trilema terrível: - Como estar de sim ao novo, fazer que sim a Delfim e reservar para si o indispensável espectáculo circense  da despedida promocional?
 
O mais recente "antropomorfo", já com metade da banana  comida
 
Faustino I, o "Habilidoso",  sugeriu ao novel antropomorfo que, com asas, pareceria um morcego gigante e nada mais precisava para dar nas vistas junto dos habitantes da reserva, ávidos de não dormirem com o estrondo do bater de tão grandes asas.
 
A Delfim, deu-lhe uma bola, intermediando para que um craque entusiasmasse os residentes a entrarem no jogo, forma de ser o camisola amarela da reserva.
 
Para si, Faustino I reservou os direitos televisivos, mostrando caminhos que nunca pisou, recantos de diversão nocturna para macacos mais afoitos, beijos e abraços entre as várias espécies e, até, condecorações.
 
Hoje, embora Delfim exiba e defenda a banana a todo o custo, alguns babuínos seus seguidores, saltadores especializados de jaula em jaula, começam a pensar que não irão saborear tão escorregadia fruta.
 
Em tese, o que a reserva precisa é de outra fruta, nem mole nem bichosa, porque de espécies exógenas já os primatas estão fartos.