quarta-feira, 29 de abril de 2015

SINTRA: SANTA EUFÉMIA, SANTUÁRIO DEVASSADO...

Para contribuir na limpeza de espíritos confusos, reiteramos o respeito pelo grande mérito e entrega de quantos trabalhadores existem nos Parques e Palácios de Sintra.

Sem relações privadas ou familiares, podemos enaltecer, sem disfarces, méritos que respeitem a ética exigível, atitude que não tomaríamos se existissem eventuais laços.

Das administrações, sabe-se que são transitórias, pagas para gerir e com onerosas mordomias. Os trabalhadores é que garantem o prestígio e o futuro da empresa.

Santuário que merece todo o respeito

Quem suba até Santa Eufémia, poderá avaliar a roda viva de viaturas que, a todo o momento, atravessam o Adro do Santuário, para chegarem ao portão da PS-ML.

É a devassidão permanente de um espaço que exige - e deveria merecer - respeito.

Artigo publicado no Jornal CidadeVIVA (21.7.2009) sobre Santa Eufémia

Contemos uma pequena história da devassidão, desconhecendo se outros meandros, ou cumplicidades, possam estar ligados à abertura de um caminho de servidão.

Em 2009, surpreendidos por trabalhos de abertura de uma via para acesso automóvel (é Área Protegida) no que era um velho caminho pedonal para se chegar à Pousada Florestal, demos conhecimento imediato a diversas entidades, convictos de actuação. 

À Junta de S. Pedro  (respondeu que não foi consultada); À CM de Sintra ("registou com o nº. 1931/GAM/2009"...e ficou-se); Ao Patriarcado de Lisboa (dono do terreno, nem acusou a recepção); Ao Instituto de Conservação da Natureza (brilhou pelo silêncio).

Assim, à luz do dia e na obscuridade das regras, dias depois havia uma via betonada, (sem que sapiências invocassem a impermeabilização dos solos...) e placas de sinalização não aprovadas oficialmente, tudo - certamente - ao gosto dos mandantes.

A Parques de Sintra - Monte da Lua, passou a contar com uma via de serventia para acesso ao seu portão no Largo da Pousada, evitando outros portões mais distantes. 


No verso dos sinais não existem números de registo comprovando a aprovação oficial



O Adro do Santuário, que os verdadeiros fiéis não querem devassado, passou a ser atravessado diariamente por dezenas de carros que se dirigem à PS-ML.

É um local de Fé. Quem bate no peito pela fé não pode bater palmas a quem a ofende.

Não havia outra solução? Claro que havia...

No extremo do Adro (junto à entrada) há um portão para serventia da Parques de Sintra - Monte da Lua, que ajudaria de forma mais operativa as entradas nessa empresa.



Também na curva anterior à entrada do Adro (em propriedade da mesma empresa PS-ML), facilmente poderia ter sido construído um acesso directo e rápido.  



A opção tomada, além de agredir uma área protegida e um espaço privado muito respeitado pelos crentes, teria justificado uma prévia avaliação das implicações. 

Não estamos em crer que tenha sido um acto gratuito de poder, mas teria sido mais profícuo um estudo em que se respeitassem os espaços e histórias locais.

No próximo dia 1 de Maio, talvez o Adro do Santuário não seja devassado por carros, falsa solução que ajudará...a deglutir o complementar "pão com uma sardinha"...

Sem a festiva presença de personalidades, a elegância das vénias (alguns beija-mãos?) e utilitárias exibições, no dia seguinte os carros voltarão à devassa do Santuário. 

Retira-se uma moral: "Fraques não mudam a história".



domingo, 26 de abril de 2015

PARQUES DE SINTRA: AS PORTAS QUE ABRIL NÃO ABRIU...

Empresa de capitais públicos zangada com Abril ou com a Juventude? 

Ontem, depois da intervenção do Presidente da Câmara e sua mensagem de confiança no futuro, recordando um conselho que fez a uma jovem assistente, estávamos longe da indignação que nos envolveu ao chegarmos ao Palácio Nacional de Sintra.

Com efeito, no Dia Histórico comemorativo da data que também libertou os portugueses das restrições Culturais, a Empresa Parques de Sintra - Monte da Lua não abriu as suas portas para a entrada gratuita, pelo menos, aos jovens com menos de 18 anos.

Por exemplo, os preços para entrar no Palácio Nacional de Sintra (que é de todos os portugueses) constavam da seguinte tabela: 


Outras tabelas e preços existiam nos Locais Patrimoniais geridos pela mesma empresa pública (Palácios Nacionais da Pena e Queluz, seus Parques, mais Castelo dos Mouros, Monserrate e Capuchos

No passado dia 6 de Abril, já aqui tínhamos destacado que crianças de Sintra, em dias normais da semana, tinham visitado - gratuitamente - diversos espaços Culturais em França...direito que não conseguem usufruir nos Parques e Palácios de Sintra. 

Ontem, ficaram-nos preocupantes reservas sobre os gestores, porque não há distracções. A entrada livre de crianças não iria comprometer o nosso (deles) dinheirinho, visão tantas vezes louvada que, depois, se aplica em políticas anti-Culturais.

Ontem, a Parques de Sintra - Monte da Lua, empresa na dependência do Ministério do Ambiente e não da Câmara Municipal, mostrou que o 25 de Abril, com a sua colaboração activa, ainda não mereceu o entusiasmo dos gestores responsáveis.

Esperemos que no próximo 25 de Abril, alterado o Quadro Accionista e com a Câmara Municipal a mostrar que só existe uma Autoridade Gestora de Sintra, se faça a Festa.

Ontem foi um dia escuro...num Dia que podia ter sido lindo para as crianças de Abril.


sábado, 25 de abril de 2015

25 DE ABRIL, QUEM AGARRA OS SONHOS?

Do livro do MFA sobre eleições escolhemos uma página, aquela que poderia representar os sonhos mais profundos de quantos trabalham, vivem e mantêm este País de pé.

Os saudosismos morreram há muito tempo. Os sonhos perduram, num limbo de que ninguém procura as respostas adequadas a uma sociedade mais justa.

Hoje Abril, do ontem que foi mais que Hoje, do Abril que tarda mas que brilha tão longe.


Com tristeza Vos digo, mas num abraço fraterno Vos deixo,

Que passem um Bom 25 de Abril e o expliquem às nossas crianças.




sexta-feira, 24 de abril de 2015

SINTRA: HISTÓRIAS DE SINTRA EM BOAS MÃOS...

Foto retirada do Facebook, página de José Manuel Gonçalves 
"SÃO PEDRO DE SINTRA - Quinta do Espingardeiro
DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA"

Sigo-o permanentemente. O Homem sabe de História. coloca com muita regularidade textos do maior interesse sobre Sintra, seus monumentos e sua História. 

Culto, formado em História, sem ares de sapiência ou exibicionismo, antes de forma tão modesta como ele próprio é, dá gosto ler os seus textos. 

É um sintrense exemplar, de boa cepa, que não se insinua como cientista, está-se nas tintas para exibições genealógicas, um Professor com P grande.  

Aprecio pessoas assim, que não abanam a cauda com facilidade, que não se publicitam por interesses quantas vezes estranhos. 

É um Livro Aberto sobre Histórias de Sintra, Professor que dá gosto lê-lo.

Chama-se José Manuel Gonçalves, foi técnico na Câmara Municipal de Sintra.

Tem uma página no facebook: https://www.facebook.com/josemanuel.goncalves.927




quarta-feira, 22 de abril de 2015

SINTRA: PARQUE DA LIBERDADE, EXIGE CUIDADOS...

Um vulgar visitante, munícipe ou não, certamente perguntará a quem compete a manutenção do Parque da Liberdade, a Sala de Recepção de quem visita Sintra.

A curiosidade resultará do facto de, caminhando em tão belo espaço mas fora das vias principais, surgirem abandonos e desleixos inadmissíveis ao prestígio do local.

O nome do Parque, só por si, implica cuidados. E os responsáveis, pela certa, amantes do nome e de parques, deviam estar atentos. Porque existirão faltas de cuidado? 

Vamos pela opinião mais suave: - Os responsáveis não conhecem o Parque.

Na semana passada, duas senhoras holandesas perguntavam-nos o que era aquele espaço (jardim no pavilhão do Japão) com plantas tão bonitas mas abandonadas.

Arriscámos "aqui houve um court de ténis". "Da geminação com a cidade de Omura (21.8.1997) passou a Pavilhão e Jardim do Japão". "Está em recuperação"...

Nesse dia (13 de Abril) eram estas as imagens oferecidas a visitantes do parque e que há longos meses assim tem estado, até anteontem:

Na passada segunda-feira o espaço foi limpo da lã de vidro que pendia e do chão (ficou a lanterna)

Também as ervas exteriores foram cortadas


Garantidamente o acordo com Omura ainda vincula as partes, pelo que nada justifica o estado a que chegou no anterior Executivo. 

Os nossos amigos de Omura não são merecedores de tal desconsideração.

Chocantes percursos

Em vésperas do 25 de Abril, quem subir ao alto do Parque ou entrar pelo portão de cima, talvez consiga ver, num local semi-escondido, a escultura de Linda de Sousa para homenagear Carolina Beatriz Ângelo, no Dia da Mulher de 2015.

Será que os responsáveis, perante o destaque que a 1.ª Mulher a votar no nosso País merecia, se sentem realizados com a homenagem naquele quase esconderijo?


Perto, sobre um tanque seco (não se investiga quem terá desviado a água?) a lápide suja impede a leitura de um poema de Nunes Claro. Em frente...um monte de lixo.


Só pelo tacto conseguimos ler o Poema:

"QUEM QUER QUE SEJAS TU QUE NESTE ABRIGO
VIESTE EM HORA MANSA HOJE PARAR
FELIZ VENS ENCONTRAR AQUI CONTIGO
OS TESOUROS QUE ANDASTE A PROCURAR.
VENS ENCONTRAR SOB O SILÊNCIO AMIGO
A PAZ DO OUVIDO E A GLÓRIA DO OLHAR,
E ATÉ QUEM SABE? AQUELE BEIJO ANTIGO
QUE HÁ MUITO TEMPO NÃO SABIAS DAR.
VENS ENCONTRAR (E TARDE NÃO IMPORTA)
UM BEM QUE NÃO PASSOU DA TUA PORTA
UM GRANDE AMOR NEM TU SOUBESTE A QUEM
E VENS (TANTA RIQUEZA EM TODA A PARTE!)
VENS A TI MESMO ATÓNITO ENCONTRAR-TE
ÉS UM POETA E NUNCA O VISTE BEM.

Abril de 1948                          Nunes Claro

Com que tristeza nos deparamos com estas situações, que não obrigam a concursos internacionais, nem elevado dispêndio, apenas competência e responsabilização.

Se há projectos em curso para as recuperações devidas, talvez umas vedações ou avisos ajudariam os visitantes a não se desiludirem com o que lhes é dado ver. 

Sintra, Nunes Claro, Munícipes e outros Visitantes  não mereciam isto...


(*)Nunes Claro, nasceu em Lisboa no dia 20 de Abril de 1878 (passaram 137 anos sobre o seu nascimento) e faleceu em Sintra a 4 de Maio de 1949. Médico Ilustre, participou na I Guerra Mundial, prestando serviço no Hospital Militar de Hendaye.

Nota: Em tempos sugerimos à Câmara Municipal a colocação de uma rede sobre a vedação do lago, onde há diversas aves residentes que precisam de ser alimentadas. 

Acontece que, colocada comida para as aves residentes, logo bandos de pombos descem das árvores (onde estão à espera) atacando as aves e comendo eles.

Ficam as aves sem alimento e a Câmara...alimenta pombos...

Um problema fácil de resolver

Na altura foi argumentado com os custos...que a rede implicaria. Que coisa...


domingo, 19 de abril de 2015

SINTRA: UNIÃO DE FREGUESIAS, QUE 1.º DE MAIO?

Primeira Obrigação

A obrigação de uma Junta ou União de Freguesias, por se incluir na Estrutura do Poder, e ser, cumulativamente, entidade empregadora, será respeitar o direito dos Trabalhadores a celebrarem livremente e onde quiserem o seu Dia (1.º de Maio).

Nesse dia, seria impensável a mobilização de trabalhadores para, voluntários ou não, prestarem serviços de apoio a eventos organizados pela entidade patronal.


Claro que, até por ser feriado, nenhum trabalhador poderá ser impedido de participar em comemorações do 1.º de Maio onde e como muito bem entenda.  

O silêncio sobre o 25 de Abril

Para nós, sabedores de que alguns dos actuais autarcas da União de Freguesias de Sintra eram presidentes de Juntas que foram extintas e não estiveram contra isso, não é estranha a ausência - até agora - de Convites para Comemorar o 25 de Abril.

E seria sobre o 25 de Abril que cumpriria ao Poder Local promover celebrações...

O afã de agora sobre o 1.º de Maio, não só permite - para quem o queira - disfarçar a ausência da data de 25 de Abril, como induz a projectos e opções bem diferentes.

A propósito do próximo 1.º de Maio

Por nos terem chegado zunzuns sobre grandes comemorações do 1.º de Maio em Santa Eufémia, justificou-se o artigo aqui publicado no passado dia 14 (p.f. clique para rever).

Dois dias depois, um convite da União de Freguesias de Sintra, anuncia - talvez à cautela - um evento no mesmo local, eliminando quaisquer veleidades concorrentes.

Reproduzimos o convite recolhido do Facebook em 16.4.2015:


Obviamente que, para entendedores da História, até para maus intérpretes do português, melhor seria que em vez de 1.º de Maio tivesse sido escrito 1 de Maio.

Pois 1 de Maio evitaria equívocos com 1.º de Maio, Dia dos Trabalhadores.

Nem acreditamos que na União de Freguesias de Sintra existam resquícios da velha entidade administrativa que vigorou entre 1832 e 1916 chamada Junta de Paróquia.

No entanto, autarcas de um Estado laico devem saber que é pouco brilhante associar-se uma data com a carga do Dia do Trabalhador a uma celebração religiosa.

Que se deve pensar de tais autarcas? Quem filtra ou sugere as decisões?

E longe de nós a pretensão de contestar o normalíssimo acto religioso no Santuário.

Em síntese, qual o propósito da União de Freguesias de Sintra, órgão político, citar o 1.º de Maio num convite em que nada é programado para o seu enaltecimento?

Atente-se no Programa...com "complemento"

Depois da missa, piquenica-se no terreiro com algo "levado pelos próprios". 

Todavia, assaz caridosa, às 12,30 é feita a "distribuição do complemento do piquenique que consiste numa sardinha no pão/bifana no pão e bebidas"! "Uma sardinha no pão/bifana", ração de combate sem casqueiro, conservas ou bolachas capitão!

Certamente o vinho e o que quer que seja de teor alcoólico estarão abolidos. 

Omite-se se há convidados, mas a frequente devassa do Adro do Santuário por viaturas que se dirigem à Parques de Sintra, justificaria a presença da sua Administração.

Então, patrões e empregados, uns sem fome e outros cheios dela, em fraterna convivência, disputariam com vénias uma segunda sardinha/bifana no pão, se houver.

Na falta de cartazes com fotos, surgirão rostos à espera da gratidão futura, não por "uma sardinha no pão", mas pela graça de se "conviver ao ar livre, num local aprazível".

Saberão compreender o que representa o 1.º de Maio?




sexta-feira, 17 de abril de 2015

SINTRA: FONTANÁRIO EM REPARAÇÃO

No passado dia 11 de Março (clique por favor) mostrámos o estado em que se encontrava a taça do Fontanário  junto à paragem dos autocarros de turismo. 

Hoje, bem cedo, uma equipa de trabalhadores estava a proceder à respectiva reparação, como se mostra pela foto abaixo. 

Finalmente os visitantes deixarão de ter aquela velha imagem. 


Segundo foi dito, resolveram-se também problemas na parte inferior.

É disto que todos gostamos...



terça-feira, 14 de abril de 2015

SINTRA: SANTA EUFÉMIA, 1.º DE MAIO...ADULTERADO?

Visão “aristocrática” do 1.º de Maio?

Consta que uma estranha simbiose se prepara para adulterar o velho convívio do 1.º de Maio, em Santa Eufémia, convertendo-o numa organizada jornada de propaganda.

Exibições, por um lado, oportunismos variados, por outro, sem respeito pelas tradições do Dia do Trabalhador em Santa Eufémia, fariam parte - nesse dia - de uma jornada nitidamente promocional...que desvirtuaria as Histórias do local e da celebração.

No anterior regime, a centenária Tuna Operária de Sintra, fundada a 1 de Maio, muitas vezes celebrou o aniversário com convívios em Santa Eufémia, todos subindo a pé e cada um com seu farnel que era levado por uma viatura. Havia bailarico com acordeão.


Um convívio (fora do 1.º de Maio) organizado pela Tuna Operária de Sintra - 1959

Também os Tipógrafos, como o dia 1 de Maio era de São José Operário, seu patrono, não trabalhavam, muitos se reunindo em Santa Eufémia como tradição de luta.

O Amigo que, gentilmente, cedeu a foto, esclareceu: - "não havia poluição, não havia nem carros nem animais no recinto, não havia figuras públicas nem medalhados".

É única a história de Santa Eufémia no 1.º de Maio: - só e sempre dos trabalhadores.

Projecção da leveza elegante da "aristocracia"

Certamente é falso o que se diz sobre convites ao mais alto nível para presenças em Santa Eufémia, a propósito do Dia do Trabalhador a que muitos serão alheios.

Antes, o desfile de viaturas por ali acima, se preciso até ocupando o adro da Igreja.

Seria impensável uma Comissão de Recepção, com aventais coloridos nos cientistas da grelha, dando curvilíneas boas vindas antes da mostra das artes à mistura com petiscos.

Imaginemos a elegância: "Senhor Vereador, que tal um Ramisco com uma fêvera de bácoro?" Ou "Senhora Doutora, deste néctar percebo eu, dá-me licença que recomende este Malvasia para acompanhar a cauda de uma sardinha acabadinha de assar?"

Não pode ser verdade, porque exibições promocionais têm limite nos jogos de oportunismo, usando o campo da concentração que deverá ser de trabalhadores.      

Como interpretar que, no dia e locais em que estratos populares, trabalhadores e suas famílias, comemoram o Dia do Trabalhador, se pretendesse tão complexa mistura?

Tudo muito abrilhantado pelo charme indiscreto da aristocracia. 

Não é possível que se chegue a tanto na perversão do respeito histórico que as comemorações do 1.º de Maio em Santa Eufémia adquiriram com trabalhadores.


Se fosse verdade, para realce de virtudes aristocráticas, bem melhor seria gatinhar.

Deve ser mentira pela certa. Ninguém chegaria a tal ponto.

domingo, 12 de abril de 2015

SINTRA: HORAS PARADAS...À ESPERA DE QUÊ?

Em 15 de Janeiro deste ano (p.f. clique para rever) foi nossa pretensão quebrar a corrente que poderia ligar a distracção com o desleixo, notando que o placard existente no Ramalhão ainda estava na Hora de Verão, enganando quem por ele se guiasse.

Demorou a ser visto. Mas, ao ritmo característico da nossa terra, provavelmente uns quantos técnicos, para-técnicos e um executante, terão iniciado a correcção. 

O tempo tem passado e o placard, de uma forma intuitiva, numa brilhante linguagem local, lá vai apresentando as boas-vindas a quem passa, sem que o tempo passe.

   
Dirão alguns, mais afectos, que é uma pequena coisa...que chatice...pegam em tudo...

Outros, mais razoáveis, que se não era para funcionar para que se gastou dinheiro? 

Não seria muito mais útil, em Fins-de Semana e Feriados, recomendar a direcção do parques de estacionamento do Urbanismo? Quantos milhares de visitantes não aproveitariam essa indicação para poderem desfrutar de Sintra? 

Se ninguém se tivesse esforçado, hoje estaria na Hora Certa...

Quem é responsável por isto? Não é desprestigiante para Sintra?

Sempre há cada uma...


sexta-feira, 10 de abril de 2015

"MARCAS" QUE NINGUÉM COMPRA...

Quando hoje os jovens despicam sobre marcas de ténis ou Jeans, e o convívio familiar passou para marcas de smartphones, iPads ou Tablets, lembremos outras marcas...

Marcas da vida, numa aldeia longe de Lisboa, 1945.

Os efeitos da II Grande Guerra, embora Portugal oficialmente nela não tenha entrado, faziam-se sentir nas dificuldades com que a população vivia. 

Francisca residia numa casa térrea, dois altos degraus de pedra para nela se entrar. Sentidas as dores de parto, foi chamada uma mulher da aldeia que fazia de parteira. Disse: - "Está na hora, arranjem uma banheira com água morna. Umas toalhas."

Francisca tinha outro filho, na altura com 6 anos e alguém o mandou ir passear para o campo, ver passarinhos ou "correr" com um arco e gancheta porque fazia bem.

Quando depois da "corrida" chegou a casa, o outro filho tinha um irmão chorando!!!

Dois dias depois, num tanque cinzento e de frio cimento, Francisca já lavava e, do outro lado da rua, punha a corar ao Sol as fraldas do novo rebento.

O neófito nascera de 7 meses e tinha um problema grave nos olhos. Precisava de ser urgentemente assistido e só em Lisboa havia uma instituição vocacionada para esses casos: O Instituto Gama Pinto.

Numa quase madrugada, a que se sucederam outras tantas, Francisca com o novo filho nos braços e o mais velhinho ao lado, seguia a pé ao longo de vários quilómetros até apanhar a "carreira" que, com outras mudanças, a faria chegar ao Instituto.

Regressavam de noite. Filho ao colo alimentado pelo seu peito, dela que pouco tinha comido do farnel que levara e não repartira consigo, para dar tudo ao filho mais velho, que ela dizia "precisar mais, por estar a crescer".

Enquanto Francisca preparava o jantar, o filho mais velho brincava na rua. Jogava ao toca-e-foge ou com uma bola de trapo. Às vezes havia umas pereiras ou nespereiras que o chamavam para comer um dos seus frutos...a que se seguia uma rápida corrida.

Antes de se deitar, à luz de uma lamparina, Francisca ainda tinha forças para obrigar o filho mais velho, às vezes com um puxão de orelhas, a cumprir os "deveres escolares", num caderno de duas linhas azuis...escrito a tinta com um aparo.

E vinham manhãs sobre manhãs, dias sobre dias, os anos. Os calções, ajustados das calças do pai, a precisar de fundilhos. Loiça e roupa lavadas à mão. Corar a roupa ao Sol quente. Passar a ferro de carvão os bibes azuis com quadradinhos. 

Francisca fazia anos a 10 de Abril. 

Marcas de vida...que ninguém compra nem das quais há contrafacção.



quinta-feira, 9 de abril de 2015

SINTRA: SEMPRE SURPREENDENTE...

Numa galeria de situações quase inexplicáveis, hoje temos o gosto de apresentar:


Bem cedo, esta autocarro, autêntica carruagem com 69 lugares, conseguiu chegar ao Centro Histórico de Sintra, descendo a Visconde de Monserrate...como conseguiu passar na Rua de Bernardim Ribeiro não se consegue perceber...


Também foi possível saber-se hoje que a Junta de Freguesia de S. Pedro de Penaferrim ainda existe...facto que pode até ser uma mea culpa do anterior presidente da mesma, que esteve do lado que levou à sua extinção...

É tudo uma questão de organização...num Executivo com mais de 1 ano. 

Abençoada terra que nos reserva disto a cada passo.



segunda-feira, 6 de abril de 2015

SINTRA: CRIANÇAS, DIREITOS CULTURAIS E PARTICIPATIVOS

É hora de se dizer: BASTA!

"Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como esta trata as suas crianças". 

A frase acima, de Nelson Mandela, foi há dias citada no mural de uma respeitável figura sintrense, cujos esforços - certamente - não conseguem demover os responsáveis.

A feliz citação faz-nos meditar sobre a marginalização feita às crianças em Sintra, onde a intelectualidade é cúmplice ao silenciar as portas fechadas ao seu acesso cultural.

É verdade que a Câmara Municipal abre as suas portas à Cultura, mas o mesmo não sucede em Palácios e Parques geridos por outra entidade de capitais públicos.  

Crianças de Sintra: direitos no estrangeiros, negados na sua terra

Há dias, dezenas de crianças de uma Escola Secundária de Sintra fizeram uma viagem de estudo a França. No Museu do Louvre, no Palácio de Versalhes, no Castelo de Chambord, não só foram recebidos de forma amiga como entraram gratuitamente...

Veja-se, tiveram de ir àquelas jóias da Cultura para usufruírem do direito de entrada gratuita que nos Palácios e Parques da Serra de Sintra lhes é negado.

Com efeito, até aos grupos escolares, em Visitas Livres, são impostos por uma empresa de capitais públicos - a Parques de Sintra Monte da Lua - bilhetes que oscilam entre os 1,50€ (Jardins de Queluz) e 4€ (Parque e Palácio Nacional da Pena).

Como é isto possível? O que é isto de restringir o aceso à Cultura por parte das futuras gerações? Autarcas de Sintra não poderão ser indiferentes a esta situação. 

Espalha-se por aí que há um Conselho Científico, supostamente de cientistas, sendo estranho que diplomadas Autoridades não aconselhem a Administração a seguir o que se faz em quase toda a Europa: - Entradas gratuitas ao jovens até aos 17 anos.

O silêncio de aristocratas é a cumplicidade dos falsos defensores culturais.

Uma falsidade cultural

Para nós, esta realidade configura uma forma de censura à Cultura que, para além de Sintra, proíbe a entrada a todos os portugueses que não tenham capacidade de pagar.

Desta forma, o ferrete financeiro condiciona as camadas mais débeis de portugueses e sintrenses a darem aos filhos bases culturais que se garantem a elites privilegiadas.  

Bem podem fazer-se umas justificações gratuitas, de agrado dos que impõem as restrições mas não as justificam, tarefa que merecerá umas provas de gratidão.

As medidas inibitivas, sem suporte social, levam-nos a lembrar a triste época em que muitas crianças também eram proibidas de entrar em parques e frequentar escolas. 

Crianças nas Comemorações de Abril

Aproximam-se as Comemorações do 25 de Abril e, como já escrevemos o ano passado, continuamos na expectativa de crianças de todas as freguesias do Concelho de Sintra assistirem à cerimónia do Içar da Bandeira nos Paços do Concelho.

No Largo Dr. Vergílio Horta, dezenas de crianças com cartazes das suas freguesias e frases alusivas ao 25 de Abril traria uma alegria esfuziante ao local e constituiria a indispensável partilha de vida entre várias gerações.

Depois, as crianças - livres - encherem os Monumentos Históricos de Sintra.

Porque é nosso convencimento que milhares de crianças das escolas do concelho de Sintra nunca por ela passearam, muito menos visitaram os seus Palácios e Parques. 

É disso que precisamos...com as mãos, abrir portas às crianças do nosso futuro.


Crianças numa festa medieval



sábado, 4 de abril de 2015

SINTRA: PRIMEIRO DE ABRIL E MEIAS MENTIRAS...

O recurso a helipontos em Sintra, aqui referidos e a cumprir a tradição do dia 1 de Abril ser Dia das Mentiras, não será tão descabido como à partida se julgaria.

Das várias alternativas à circulação e acessos em Sintra, só esta não foi contestada, certamente porque especialistas e novéis cientistas não tinham pensado nisso.

O problema das acessibilidades, com transportes públicos cada vez piores e que fazem o que lhes apetece, exige intervenção oficial e a tomada de medidas de choque.

Consequentemente, temos engarrafamentos automóveis, a Serra anarquizada sem que os idolatras enxerguem os atentados ambientais que lá ocorrem e têm de acabar.

Falava-se há pouco tempo num projecto aberrante que, para chamariz, prometia uma Sintra dos Pequeninos, mas das crianças sintrenses poucas acedem a Sintra.

Por tudo isto, e mais não dizemos, entendemos que a mentira deveria ser de choque, porque de meias mentiras vivemos todos os dias.

Isto é um parque de estacionamento? Ou é uma mentira permanente? Quem encobre? Quem cala?

Campo fértil para o Primeiro de Abril

Ao longo dos tempos, a propósito ou despropósito, é sempre fácil guardar para memória futura algumas historietas do burgo, repartíveis entre o ridículo e Primeiro de Abril.

A decrépita visão - mesmo muito confinada - das duas Sintras, a dos iluminados e a dos que vivem nos restantes 90% do território, busca permanentemente a notoriedade.

É neste quadro que o poder político não pode acolher o pretensioso muro da divisão de uma comunidade, sob risco de todos os dias serem Primeiro de Abril.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

SINTRA: PARA QUÊ 5 (CINCO) HELIPONTOS?

SINTRA: PARA QUÊ 5 (CINCO) HELIPONTOS?

Sem podermos exibir a figura de informações privilegiadas, ao menos damos conhecimento delas com as devidas reservas sobre a forma como chegam ao nosso poder.

Foi-nos confidenciado por alguém com ligações ao processo em curso, que as opções sobre acesso à Serra e Centro Histórico vão dar brado e envolver montes de gente.

Fala-se num investimento privado, provavelmente chinês, para garantir rápidos e mais fáceis acessos aos monumentos mais visitados, ligando-os entre si.

Técnicos especializados, terão recomendado helicópteros com características muito especiais, nomeadamente quase silenciosos e capacidade para 20 passageiros.

Bell 525, muito confortável e de grande operacionalidade

Dizem-nos que 5 helipontos estão previstos no Terreiro da Rainha D. Amélia (em vez da construção de um coreto), no parque do Urbanismo, no Ramalhão, naquele estacionamento selvagem em frente ao portão da Pena e em Monserrate.

Os H assinalam os locais falados para os helipontos

Ainda segundo a fonte, a situação mais complexa será em Monserrate por exigir uma plataforma especial a apresentar em breve a um grupo de cientistas locais.

Se o projecto seguir em frente, os investimentos aproximar-se-ão dos 10 milhões de euros (4 aparelhos) garantindo-se 8 postos de trabalho (pilotos) e 10 em serviços de apoio.

Pelos estudos efectuados, de 10 em 10 minutos haveria uma ligação entre locais.´

Finalmente a solução adequada?

Embora não esteja sujeita a aprovação papal, consta que alguns cardeais já estarão a preparar escritos em desacordo, retomando a visão de outras alternativas.

De qualquer forma, esta nova visão, curiosamente conhecida após uma presidência aberta, pode ter apanhado de surpresa alguns sectores mais ligados a ditos de orelha. 

Mas serão os locais adequados aos helipontos? Porquê junto ao Palácio da Vila? Não seria mais razoável no estacionamento do Rio do Porto? 

Obviamente que, sendo uma solução do século XXI, arrasa todas as conjecturas sobre funiculares e teleféricos, mas seria isso que Byron aprovaria? 

Vamos a ver como evolui, desejando que não suceda o mesmo que nas Ciclovias.