sexta-feira, 30 de março de 2012

SINTRA MUDA : 1637 DIAS SEM FONTANÁRIO

PROCURA-SE FONTANÁRIO...


Como um foragido, o fontanário da Estefânia continua em parte incerta.

Os políticos responsáveis pela autarquia sintrense, incluindo quem tem responsabilidades pela retirada do fontanário do seu último local, mantêm o mais absoluto silêncio. De alto a baixo, todos mudos.

No princípio era o verbo: "recuperar".

Mas que recuperação, quando o presidente da própria Junta de Freguesia, eleito pelos seus fregueses para providenciar a defesa dos seus bens patrimoniais e históricos, baralhando o sucedido, ainda agravou mais a história incrível aqui relatada.?

Mais estranha se torna a autêntica mudez autárquica sobre a recuperação do Fontanário, já que os seus custos estariam longe dos montantes distribuídos (ou investidos?) em subsídios com os mais diversos pretextos. 

...Dão-se alvíssaras...


Nota: Não admirará que, como corolário da insensibilidade dos autarcas com poder em Sintra, sucedam  atentados como o que atingiu o monumento megalítico de Belas ou a destruição do antigo tanque de Seteais.  



terça-feira, 27 de março de 2012

SINTRA, POR VEZES TEM OUTRO "ENCANTO"...

Fala-se por aí na Reforma Administrativa das Freguesias, deixando os partidos a sua visão do presente,  mas raras vezes apontando soluções de futuro.

Não tem ganho adeptos a perspectiva do reajustamento das freguesias adequado aos interesses das populações, em vez da satisfação dos interesses partidários e colocação de seus membros nos lugares de decisão..  

Claro que as populações é que deveriam ter uma palavra, depois de devidamente elucidadas e estudados os objectivos previamente conhecidos.

Que sentimentos surgirão nos fregueses que, pela manhã, desfrutam de um jardim como o que as imagens reproduzem? Local? Freguesia de S. Pedro, Vila de Sintra:
 
Visão alargada da actuação autárquica

Jardim que espelha a dedicação à natureza 

Numa rua com nome de "Vereador"

Quantas imagens como estas, de (nula) dedicação aos fregueses, poderão ser recolhidas um pouco por todo o concelho de Sintra, sem que os autarcas agora aparentemente preocupados tenham actuado para o evitar?

A redução de freguesias justificaria resistências se todas elas – e não só algumas – se comportassem segundo os compromissos eleitorais assumidos.

Será que não existem outros interesses cruzados e pressões não muito visíveis por entidades que, recebedoras de subsídios e apoios financeiros, não quererão ter concorrência numa mesma freguesia? 

Entretanto, para sossegar as hostes, é de bom tom que, em afirmações públicas, possamos assistir a algumas manifestações de aparente discordância com a Reforma, embora os actores venham depois a assumí-la, cumprindo-a a bem da nação.

É preciso mudar é de políticas e de politicos, porque o presente quadro já se esgotou.

Destes actores já estamos fartos.

domingo, 25 de março de 2012

DOMINGO DE PRIMAVERA...ORQUÍDEAS DE SINGAPURA


Primeiro domingo de Primavera, a Estação da força e da vida.

Crescem as crianças. Aumentam a temperatura e a luz do dia. Corações aquecem e palpitam. O belo tem mais poder.

A imensa flor que é a vida, desabrocha no meio dos escolhos.

Fascinantes orquídeas, afrodisíacas, florescem neste tempo que nos consome.

Deixo-lhes o Jardim de Orquídeas de Singapura e votos de muitas primaveras. 










Esta de homenagem à Princesa Diana

quarta-feira, 21 de março de 2012

DIA DA POESIA


NO MEU ALENTEJO...

Nas serras da minh' infância,
Com mato e alecrim,
os cardos de tão azuis,
ficaram dentro de mim.

Nas serras da minh' infância,
as giestas eram belas,
Floridas, tão amarelas,
no meio do rijo capim.

Nas serras da minh' infância,
havi' abelhas zumbindo,
de flor em flor extraindo,
néctar de vida sem fim.

Um mel assim fabuloso,
aromado de cidreira,
vai ficar p'rá vid'inteira,
como ditoso festim.

In "Em pedaços, vos digo"


Nota: Perante a beleza deste pedaço do Alentejo, não tive coragem para escrever o meu nome como autor.

segunda-feira, 19 de março de 2012

LISBOA, 8 DE MARÇO DE 2012, 11,04 HORAS...


PRAÇA DA FIGUEIRA,

O Dia era de celebração e exaltação da Mulher.

À mesma hora, por este país fora, quantos políticos palradores não teriam já subido a palanques  que lhes garantissem uma melhor visibilidade.

Outros, agitados e na mira de recolherem frutos, desdobravam-se em correrias para aqui e para ali, quase tropeçando na ânsia de se mostrarem.

No Dia Internacional da Mulher, muitas vezes só nesse, quantos besuntados homens se preocupam com a igualdade de direitos…

Na Praça da Figueira, coração de Lisboa, antiga capital do império, a negação do direito à vida era o desmentir dos discursos.


Não foi o local. Foi o simbolismo.

Para uma mulher e um homem, abandonados por um terceiro ser humano que – no meio deles -  arrumou os seus haveres, ninguém olhava ou discursava. A indiferença era total.

Apenas a câmara, na frieza do seu disparo, os manteve vivos.

Para eles, foi o Dia Internacional da Indiferença.


sábado, 17 de março de 2012

LISBOA E OUTROS TEMPOS COM HISTÓRIA


Há uns dias, resolvi voltar à outra Lisboa, à que fez parte da vida de uma criança com 14 anos e nela começou a trabalhar. Quis recordar um pouco a história da minha vida.

Naquele tempo, descíamos a escadaria da estação do Rossio de quatro em quatro degraus, um perigoso feito de que só mais tarde nos apercebemos.

Como as carruagens do comboio tinham varandas, outra habilidade era saltarmos entre elas, ficando todos sujos quando a máquina fazia descargas dentro do túnel.

Conheci Lisboa tão bem como as minhas mãos. Muitas vezes agarrado a um livro (guardava-o no bolso das calças), caminhava e desviava-me de árvores e candeeiros.

Calcorreei Lisboa em todas as direcções. Baixa, Lumiar, Carnide, Benfica, Braço de Prata, Algés. A Feira Popular era onde agora é a Gulbenkian e na Praça da Figueira (ao estilo da Ribeira) as carroças descarregavam os produtos que vinham dos saloios.

A água de Caneças era fornecida em bilhas de barro devidamente seladas.

Para reviver um pouco esse tempo, meti-me no comboio e abalei até Lisboa.

Agora já usei a escada rolante, encaminhando-me para a Casa Chineza, à entrada da Rua do Ouro, onde a D. Arminda, com simpatia, me pergunta sempre: - “quantos pastéis de bacalhau quer hoje?”. Recomendo-os, porque são uma delícia.

Desci a Rua do Ouro, à direita na Rua da Assunção até à do Crucifixo. No recanto que unia os Armazéns do Chiado com o Grandella, a enorme pedra que encimava a entrada da “Vacaria Áurea”, deve ter sido surripiada depois do incêndio. Na esquina em frente, devoluta, era a loja dos Morgados onde se comia a melhor sandes de leitão.

Subi ao Chiado. A Pastelaria Marques continua fechada, mas mesmo assim trouxe-me recordações que mexeram com os sentimentos.

Poucos metros abaixo, a histórica Leitaria Garrett está tão abandonada que me deu a visão desoladora que abaixo reproduzo.


Quem é responsável por este desprezo que envergonha a magnífica cidade de Lisboa?

Desci, onde foi uma das mais famosas perfumarias, agora comercializa-se café encapsulado. Ao menos a bela fachada está preservada.

Uma bela loja na Rua do Carmo

Desolado, decidi regressar, mas saltou-me o desejo de rever um dos mais belos e antigos fontanários de Lisboa. Encontrei-o vedado com vidros e gradeamento, pelo que, quem passa no local, qusse não se apercebe da sua existência. Tive de pedir autorização para lá entrar e ver um património público. Hoje não digo onde é…

Sabe onde é este fontanário?

De seguida, deparei-me com algo que envergonha qualquer cidade do mundo. A todos nós por sermos responsáveis colectivamente. Não fui capaz de seguir o meu roteiro.

Regressei a Sintra. Um destes dias, farei outros percursos.



segunda-feira, 12 de março de 2012

NA MESMA SINTRA...O JOGO DAS FANTASIAS

Sendo bonito falar-se de qualidade turística em Sintra, aqui apresentamos algumas imagens de hoje, para as quais, políticos distraídos ou sem tempo para meditação, se deveriam debruçar. Falar por falar é que não.

Na Volta do Duche, uma magnólia desafiava quantas pessoas passavam no local, como que a centralizar na sua beleza a atenção dos passeantes.


Em baixo, cada vez mais degradadas, as casas que, em vésperas de eleições, foram "embrulhadas" por painéis encomendados a um prestigiado artista plástico. Também fomos bem embrulhados.


Mais acima, em S. Pedro, a Quinta de Santa Theresa (que já deveria ter dado lugar a um Hotel de Charme) exibe, quase sobre ruínas, um pinheiro que, talvez pelo acesso difícil, não serviu para decoração nos últimos Natais.


Três exemplos da dedicação a Sintra e respeito pela imagem turística.


domingo, 11 de março de 2012

RETALHOS DE UM PAÍS...11 DE MARÇO DE 1975


Faz hoje 37 anos que todos acordámos em sobressalto.

O general Spínola, aliado à direita mais retrógrada, tentou um golpe de estado que poderia ter mergulhado o país num banho de sangue. A ter êxito, teríamos assistido ao reforço da oligarquia económica que o antigo regime  protegia.

Com a derrota, assistimos às nacionalizações dos sectores mais determinantes, acabando com a sabotagem económica que estava em curso.

Hoje, os filhos mais dilectos dos antigos inimigos do povo alcandoraram-se aos mais altos cargos da administração e sobrecarregam-nos com com impostos e sacrifícios, ávidos de recuperarem os antigos privilégios.

Para se ajuizar melhor sobre o posicionamento dos partidos, diga-se que em 11 de Março de 75  o PPD condenou a tentativa de golpe e apoiou as acções militares para deterem Spínola, entretanto fugido para Espanha.

Agora que os portugueses voltam a abandonar o país, lamentavelmente por sugestão de um primeiro-ministro e alguns seus serviçais, a canção de Manuel Freire é dramaticamente actual:


Escutemo-la, com saudade.

quarta-feira, 7 de março de 2012

DIAS INTERNACIONAIS…O DA MULHER

Comemora-se amanhã o Dia Internacional da Mulher.

Adoptado pela ONU,  está longe de corresponder à efectiva igualdade de direitos entre os sexos e a melhores condições de vida das mulheres em todo o mundo.

Na maior parte dos países, a igualdade é apenas um discurso de circunstância, reflectindo a hipocrisia de homens políticos que, sem pudor, chegam a utilizar a imagem da mulher para alcançarem os seus objectivos carreiristas.

No nosso país, não faltarão discursos “dedicados” à causa das mulheres, flores e meios sorrisos, empolamentos de preocupações por parte dos responsáveis por mais de 310 mil mulheres desempregadas (52% do total).

O Dia da Mulher será, mais uma vez, um dia de luta contra a marginalização nos locais de trabalho, ordenados mais baixos, carreiras com mais difícil acesso.

Pelo mundo fora, as dificuldades sentidas pela ONU para a salvaguarda dos direitos da mulher, e dos seres humanos, na saúde, cultura e habitação, são imensas.

Deixo uma saudação muito especial para três mulheres que nem saberão que um Dia Internacional lhes é dedicado.

Na verdade, nada mais posso fazer por elas do que dá-las a conhecer ao mundo.

Nos arrozais, perto de Hanói, Vietnam
 
Viver e banhar-se nas mesmas águas, com pocilgas flutuantes e jaulas de crocodilos, Siem Reap, Cambodia

Nas florestas da Malaysia

Com o meu maior respeito. Lá já é dia 8 de Março...


domingo, 4 de março de 2012

Retalhos-do-mundo...Edimburgo, homenagem ao Boby

Na bela cidade de Edimburgo encontramos uma estátua ao Boby, um pequeno cão que justificou esta homenagem. Tendo o dono morrido, ele nunca deixou de estar ao pé dele, acompanhando-o até ao cemitério. 
Nunca abandonou o cemitério e junto ao dono ficou, acabando por morrer.