quarta-feira, 23 de setembro de 2020

SINTRA: VOCAÇÃO "ABRAÇAL" DO PRESIDENTE DA CÂMARA?

Conversa fiada 

"Um apelo sinceríssimo que vos faço"..."partilhem com a Câmara"..."Caros Amigos, estamos juntos".

A surpreendente "conversa em família" a que o Ocupante do Cargo de Presidente da Câmara de Sintra recorreu há dias, ficará na história do mais doentio ilusionismo.

O que leva o autarca centralizador, por vezes pouco elegante e de costas voltadas, a apelar aos munícipes que "partilhem com a Câmara essa responsabilização".

Aquelas expressões de "meus queridos amigos" e "caros amigos, estamos juntos" não podem ter surgido assim, de ânimo leve, como uma íntima preocupação connosco.

Temos para nós que a "conversa em família" foi recomendada por algum novel conselheiro, especialista nestas coisas de limpar a "imagem" de quem a tem má.

E apareceu, desgarrada, confusa, "sem alarmismos...sem alarmismos".

Do encobrimento ao falhanço


No vídeo acima, apercebemo-nos facilmente do que não se tem feito em Sintra desde o início da pandemia, nomeadamente quando pouco ou nada nos é dito de concreto.

"Da parte sanitária", "Chegámos aqui com um controlo, com um controlo dentro da comunidade da expansão do vírus". Temos vindo a descer sistematicamente os novos casos".

Melhor fora não falar sem dizer toda a verdade. Na véspera da conversa a contagem de infectados aumentara para +139 (tinham sido +102 na contagem anterior). 

Posteriormente foram +207 (em 7/9), +264 (em 14/9) e +352 em 21/9.

Desde o dia da "conversa em família" até anteontem ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo 65 Óbitos, num total acumulado de 731. Quantos devemos lamentar em Sintra? 

Colocar a bandeira municipal a meia haste e à mesma hora, tocarem os sinos em todas as freguesias, seria a homenagem devida às vítimas da pandemia em Sintra. 

Mas não. Têm-nos sido ocultados os Óbitos, tal como é feito sobre os principais surtos activos  e em que freguesias, cuja divulgação ajudaria à protecção colectiva.

"conversa em família" não passou de um cocktail de temas, incluindo o anúncio de uma "tenda específica" só para munícipes de Sintra (desta vez sem citar 400.000).

Aliás, "sem alarmismos...sem alarmismos", alarmou com o "apelo sinceríssimo que vos faço", esquecido do dito na fase triunfante: "temos vindo a descer". 

A "Conversa em família" refletiu o falhanço das políticas de ilusionismo promocional, com um final desastrado, fazendo-nos recordar os velhos tempos do "papão".

E dos papões que aparecem pela nossa vida nunca se devem receber abraços.


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

SINTRA: OBJECTIVO DA "MENSAGEM/CONVERSA EM FAMÍLIA"?

"Nós não devemos esquecer...nós não devemos esquecer", Basílio Horta em mensagem sobre o 25 de Abril de 2020, depois de dizer "participei nesta luta pela liberdade". 

Devemos confessar que, tentando perceber a última "Mensagem" (clonagem das "conversas em Família" de Marcelo Caetano) a escutámos 15 vezes.

Porque insistimos? Por receio de algo nos ter escapado entre "partilhar convosco"  e  "meus queridos amigos" até ao "abraço para cada um de vós" da apoteose.

Por detrás dos traços fisionómicos, da postura dos lábios e olhos, procurámos a discreta sombra do Anjo da Guarda a pairar sobre Sintra e etéreas transformações.

Como responder à partilha fraterna, mostra de transparência? SÓ COM EMOÇÃO!

Viajando em viatura com vidros fumados, de gama alta como o do Presidente da República, será sincero ao usar "queridos amigos" "abraço" para se nos dirigir? 

Técnicas de político-dependentes

Aquando da "Familiar Conversa", na esfera pública não se falava abertamente em alterações governamentais, embora uns zunzuns pudessem criar ambições...

Não sendo Alta Figura do Estado, sem tacões generosos a elevá-lo, difundiu um pretenso paralelismo com o Primeiro-Ministro e o Presidente da República.

"Não é uma análise 100% original, vocês com certeza já a viram ser feitas por altas figuras do Estado, nomeadamente o Sr. Presidente da República e o Sr. Primeiro-Ministro". 

Momento de fino recorte político: quando se posicionava ao mais alto nível

Na realidade, António Costa fez, agora, remodelações, mas não seria prudente se incluísse no seu Governo um antigo quadro da Ditadura derrotada em 1974.

"Nós não devemos esquecer..."

O rosto era alarmista enquanto dizia "sem alarmismos...sem alarmismos" para de seguida deixar aquele pedaço: "estou muito preocupado com os tempos que aí vêm".

Mais: Em termos da parte sanitária nós chegámos aqui com um controlo...um controlo dentro da comunidade da expansão do vírus. Temos vindo a descer, sistematicamente".

Falhou. Quando falou, os indicadores já eram de aumento e não descida, mas continuou a ocultar à população os surtos de contágio como medida preventiva.

"Sem alarmismos" citou "três factores com influência decisiva nos resultados da pandemia": "aulas presenciais", "efeitos da crise social" e "doenças sazonais".

"tentando...tentando" que os efeitos sejam "o mais possível...o mais possível"...

Pode dizer-se que foi uma "Conversa em Família" vocacionada para apresentar serviço e exaltar-se perante António Costa com incidência em soluções para a Saúde.

Omissão imperdoável

Preocupado "com os efeitos de uma crise económica e social como eu nunca vi em 40 anos de vida pública" esqueceu-se de contabilizar a carreira no regime totalitário.

Numa peça como esta "conversa em família" é imperdoável que o Actor se esqueça de incluir na verve os anos em que foi dirigente da União Nacional fascista.

Claro que o relevante cargo desempenhado na estrutura derrotada no 25 de Abril, acabou por ser valorizado pelo PS ao propô-lo para a Câmara Municipal de Sintra.  

Até quando Sintra estará sujeita a estas práticas políticas?



Nota: 

Antes que seja eliminado, aprecie neste endereço:

https://www.facebook.com/watch/?v=829907144502829


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

SINTRA: SEGREDO QUE O PRESIDENTE DESVENDARÁ...

"Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020) 

Recordemos o "alargamento" do Feira Nova

Há muitos anos, o empreendimento que se chamava de Feira Nova foi alvo de alterações relevantes que envolveram aumento significativo de espaço ocupado.  

A Multi Developments era a grande "investidora" local e a contestação feita ao aumento da área coberta acabou por ser derrotada, pese a razão de quem lutava.

Na altura, com o alto patrocínio do Presidente de então (Fernando Seara) foi criada uma bolsa de emprego com inscrições no Palácio Valenças, em Sintra.

Mais tarde, soube-se que a Multi Developments se tornaria mecenas do histórico eléctrico de Sintra, doando 2 milhões e meio de euros para a sua recuperação.

Este mecenato tão relevante permitiu que o eléctrico voltasse aos carris, depois da linha, catenária e material circulante terem sido recuperados para a circulação.

E o Feira Nova passou a chamar-se Fórum Sintra

Agora chama-se Alegro

O espaço de construção tinha ficado bem delimitado, com uma zona pública externa ajardinada, pedonal e que se enquadrava no local para uso de visitantes. 

Sucede que há dias, obras de grande envergadura estarão a decorrer sem os comuns cidadãos saibam para que fim e a que uso futuro se destinará. 

 
Sendo notória a grandeza da obra, pode admitir-se como estranho que os Serviços Camarários responsáveis por detectar a legalidade não a vejam.

Trata-se de um mistério a desvendar por Basílio Adolfo Horta, Ocupante do Cargo de Presidente da Câmara Municipal de Sintra, cuidadoso gestor de alarmismos. 


No tapume da Obra, é verdade, lá está o obrigatório AVISO, mas, ou por dificuldades nossas ou por quaisquer outras razões, está em brando no preenchimento.

Claro que qualquer fiscalização ou autoridade atenta, se se aperceber - de longe - que há OBRA e AVISO, nem precisam de se deslocar ao local. 

Ora é das razões desta brancura que o Ocupante do Cargo de Presidente nos deverá ajudar a saber o que se passa "sem alarmismos...sem alarmismos" .

E, para se evitarem conjecturas dolorosas, se neste caso também estará prevista algum mecenato, uma qualquer faceta de apoio social ou local. 

Os munícipes merecem que desvende o segredo, mesmo em mensagem curta.


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

SINTRA. DA ANTI-DEMOCRACIA À CONVERSA VAZIA

Anti-democrática Quezília desconsidera milhares de sintrenses


Aos poucos, devagarinho, antes, durante ou agora a coberto da pandemia, talvez por opções ideológicas ocultas, há quem resvale para sistemas de antigamente.

Na Sessão de Câmara de 7 de Julho de 2020, o Presidente permitiu-se julgar que uma Moção apresentada por dois Vereadores da Oposição não seria discutida.

Justificou, assim, a atitude anti-democrática de reter sem apreciação no Colectivo: "porque tudo aquilo que vem do Sr. Vereador necessita de cuidado especial".

Uma prova de que ainda há dois Vereadores da Oposição em Sintra, que sentem a responsabilidade assumida perante os eleitores com o seu programa.

Alheado da exigível vivência democrática, o Presidente ofendeu milhares de votantes sintrenses mas, sobretudo, os seus pares partidários que ficaram silenciosos.

No campo do politicamente incorrecto, quiçá inebriado pelo cargo, julgar-se-à liberto de possuir a educação política indispensável para o prestígio institucional.

Oca "Conversa em Família"

reaparecimento de Basílio Horta, enquanto presidente da Câmara de Sintra, é preocupante pela forma de ideologia encoberta, ao estilo do 24 de Abril.

Esperávamos que, finalmente, deixasse condolências às famílias das vítimas mortais da Covid-19, número escondido a pretexto de se evitar o "alarmismo".

Ou, depois da história das máscaras e três Centros de Atendimento falhados, pedir desculpa aos sintrenses e às vítimas entretanto confirmadas. Mas não. 

Surgiu porque a indignação dos munícipes e descrédito político aumentam e fizeram-no lembrar que #é este o caminho perdido para a reeleição sonhada.

O estilo das bafientas Conversas em Família de Marcelo Caetano (estreia em 8.1.74)  redundaria na imagem do afectuoso, subitamente íntimo dos sintrenses.

Vê-se estadista, quase ao nível do Presidente da República e do Primeiro-Ministro, a fazer "esta reflexão convosco", "sem alarmismos...sem alarmismos".

"Sem alarmismos...sem alarmismos" disse-se "preocupado com os efeitos de uma crise económica e social como eu nunca vi em 40 anos de vida pública".

E como era uma "reflexão" connosco, "sem alarmismos"...acrescentaria entre outras preocupações que "não há memória de uma crise destas".

"Sem alarmismos...sem alarmismos", diria estar "muito preocupado com os tempos que aí vêm" e "em termos da expansão da epidemia do Covid-19".

"Sem alarmismos..."  é o "alarmismo" que sobressai  da "conversa".

"Tenda Hospitalar" para "Urgência alargada"

A conversa em Família decorria estranha aguardando-se a qualquer momento que saltasse um qualquer coelho da cartola, algo onde aplicar milhões.

Falou então do "controlo...controlo" sanitário "dentro da comunidade da expansão do vírus"  que "temos vindo a descer sistematicamente os novos casos".

Depois do que temos vivido, só agora se fala em "instalar equipamentos", nomeadamente "uma tenda específica" que custará cerca de 1.160.000€?

Só agora o Presidente da Câmara se apercebeu que para atendimento nas urgência do Amadora-Sintra, "não é raro 7 ou 8 horas"?

"Não abdicamos de uma urgência alargada e de um conjunto de camas que sejam disponibilizadas só para os munícipes de Sintra", disse para os cépticos.

Do prometido Hospital de Proximidade (mesmo sem todas as valências) nem uma palavra depois de recentemente não constar na visão Estratégica 2020-2030?


Finalmente a cerejinha em cima do bolo da ilusão: aquele trato doce e delicado de "Meus queridos amigos", uma verdadeira reciclagem que soa como ALARME. 

Antes que seja tarde, exigir a sua demissão é um acto de dignidade local.

Sintra nunca mereceu disto.