quarta-feira, 27 de março de 2019

SINTRA: AUTARCAS E CUIDADOS COM MAUS CONSELHEIROS

Convenhamos que insinuadas proximidades à vida autárquica, quase criam a ilusão das decisões tomadas responderem a opiniões externas, o que é comprometedor.  

Sua Excelência, não sendo de ferro, um dia terá de fazer a introspecção entre ter decidido por conselho de conselheiro ou sensibilidade a quilómetros de encómios.

Enfim, pelo que se vai lendo, Sua Excelência até os pensamentos deve acautelar, não vá um dia destes surgir no prelo a divulgação antecipada do que pensa fazer.

Claro que, para políticos como Sua Excelência, não sendo de ferro, pode ser confortável ler - sobre a sua gestão - que há "Sinais deveras tranquilizadores!"

Ou que, a pretexto de um Protocolo, alguém se mostre "extremamente bem impressionado com a intervenção do Presidente do executivo autárquico".

O perigo de "fugas" de informação

Como se sentirá um Autarca que se prese, ao surgirem em público partilhas de medidas ditas a tomar, sem que oficialmente se concretizem? Não incomodará?

Há textos envolventes a montante ou a jusante, em que os entretantes não passam de enleios com formas peculiares da prosa que chegará a Sua Excelência.

Sente-se um léxico indutivo de proximidades, quase de pensamentos e partilhas com responsáveis políticos que, depois, não passam de baixa servidão. 

Apenas dois exemplos entre tantos:

Em 27.4.2018 lia-se: "em Sintra, sob a sua responsabilidade, jamais se construirá qualquer novo parque de estacionamento em áreas afectas ao centro histórico".


Rio do Porto, hoje. Quem assumirá a responsabilidade pela mentira propalada?

Na verdade...era mentira, pois 11 meses depois, Rio do Porto já tem um parque e a Gandarinha (por exigência camarária) terá um silo de estacionamento pago;

- Em 31.8.2018 partilhava-se (com os crentes) uma notícia que nos tempos de Tutankamon faria arriscar a cabeça, pelo menos, de inveterados arautos.

Anunciava-se para 22 de Setembro de 2018 o "encerramento à circulação de viaturas particulares na Rampa da Pena" e "Estrada Velha de Colares".


Caminho da Pena, hoje, cheio de carros e caravanas. Quem mentiu?

Que vergonha, o acusador de outros cidadãos recorrerem a "falsidades que enxameiam as redes sociais", a espalhar notícias destas num respeitável Jornal.


Das louvações à "indiferença"...

Haverá cidadãos, provavelmente inebriados com o seu ego brilhante, que pensarão ser os observadores incapazes de distinguir formas encapotadas de subserviência. 

Fez ontem um ano que "medidas civilizadas" (assim louvadas) impostas no trânsito de Sintra, entre montantes jusantes, não passaram de um fiasco...caro.

Daí que em Maio, surgisse a Proposta "Urgente" ("porque vem aí o Verão") para arrendar o terreno na Cavaleira (10.000€/mês) que até hoje quase não serviu.


O parque de estacionamento da Cavaleira...a 10.000 euros por mês

Tal facto não terá merecido destaque do articulista das "medidas civilizadas", talvez apoiante de tão oneroso contrato à custa do dinheiro dos munícipes.

As consequências para Sintra

Era previsível que, a inadiável necessidade de solução para os problemas de acesso a Sintra, teria de ser procurada de forma lógica e de implementação fácil. 

Colocar-se-ia, em primeiro lugar, a fixação de corredores para transportes públicos...e a existência desses mesmos transportes, frequentes e cómodos. 

Com milhares de visitantes a chegarem em autocarros de turismo, o que é isso de os colocar na Cavaleira para outras ligações com estranhos percursos?

Sem soluções (torna-se ridículo que alguém fale - a desproposito - de "medidas civilizadas"), os autocarros passaram a estacionar de forma anárquica...

...Enquanto muitos operadores deixaram de vir a Sintra.

Por outro lado, só por tentativa de manipulação, alguém se permite falar na Volta do Duche e mostrar fotos dela sem carros...quando cada vez há mais lá estacionados. 


A Volta do Duche é assim e pior 
  
Por causa das alterações feitas, desconexas, tudo no Centro Histórico fecha cedo, o comércio está mais débil e os responsáveis continuam a ver o turismo passar. 

Sintra não merece isto...porque há soluções.


terça-feira, 19 de março de 2019

SINTRA: DISLATES AJUDAM A PERCEBER A GANDARINHA

"Quem engraxa nunca tem as mãos limpas", Trump Kremer



Servilismo ilimitado

Quem viva numa sociedade em que a defesa de patrimónios e bens comuns deva ser a ideologia não poderá evitar os doentios críticos que se ligam ao outro lado.

Sucede, quando as opiniões evoluem para a adulação servil aos responsáveis, gratos pelo que lhes dizem "à orelha", traindo a história do local e da seriedade pública.

Escondem objectivos? Sonhos de curadores encartados? Carguitos a exibir em currículos? Há dislates que fazem meditar e que justificam urgentes recompensas.

Abusando de respeitável Jornal Regional... 

Muitos Munícipes - tantos nascidos na Vila - amantes de Sintra e seus defensores sem pavoneios, pagantes de todos os seus impostos no concelho, andam intrigados.

Como é possível que, usando colunas gratuitas de um respeitável Jornal que lhe dá abrigo (talvez sem pagar o exemplar que lê), tais Munícipes sejam enxovalhados?

Munícipes discordantes são acusados de recorrer "às falsidades que enxameiam as redes sociais" e fazer "recomendações apressadas, desconexas e inconsistentes".

Se não forem intelectuais tornam-se "habituais especialistas" que conversam "com os taxistas até às mesas dos cafés", "deitando abaixo sem dó nem piedade".

Da Cadeia Comarcã moteja-se: "acicatação dos ânimos", "jogo da confusão""que mentores e prosélitos""lavram" e "o criticável uso das redes sociais lhes serve".

Tão desfadado escrevinhador poderia brilhar se a proximidade com o edil não lhe "ofuscasse" a página 231 da Acta de Sessão de Câmara de 25 de Setembro.

Ficam só estes flashes, já que um Jornal Regional não pode ser usado para exibicionismos locais ou não locais e para desqualificar leitores e assinantes.

Finalmente...descobriu-se...a lição da Gandarinha 

"Todos os burros comem palha...é preciso saber dá-la" é um provérbio mais útil do que o estafado "Só os burros é que não mudam" para justificar cambalhotas...

Foi no contexto da Gandarinha que o desfadado se envesgou na ofensa aos Munícipes  resistentes, acolhendo - sem reservas - as explicações de Basílio Horta.

Munícipes firmes, sem interesses ou basófias escondidas, tinham denunciado o monstruoso atentado perpetrado na Gandarinha e o aumento da área edificada.

Um ano antes (23.2.2018) induzia ao sossego: "a própria Unesco repudia qualquer solução de estacionamento que induza afluxo de tráfego aos centros históricos".

Mas 11 meses depois, com um silo público por exigência camarária na Gandarinha - Zona Protegida pela Unesco - a melhor saída seria enviesar para a Volta do Duche.

Nada de confusões: Na Volta do Duche é que foi uma luta ao estilo da batalha entre Filisteus e Israel, com os pigmeus "David" contra Golias (talvez Edite Estrela). 

A Volta do Duche (fora da Unesco) teve lutadores de peso: "intelectuais nacionais, destacados académicos, jornalistas, mulheres e homens das Ciências e das Letras".

Daí que na Gandarinha, por terem faltado tão intelectuais personalidades, não tenham havido "indícios de cidadania activa" ou "intervenção cívica exemplar".

Pois. A Gandarinha desmascarou os patrimonialistas de pendor aristocrático, porque os Munícipes defensores do Património não se confortam no colo dos decisores.

Hoje, a luta da Gandarinha é dos sintrenses que se indignam por um silo público para mais de 120 carros em pleno Centro Histórico com o silêncio cúmplice da aristocracia.

Na Gandarinha a melhor prova de cidadania activa e responsabilidade objectiva foi feita por sintrenses respeitáveis e amantes da sua Terra.

Sem o desconforto de ficarem com as mãos sujas.   

Nada de confusões...



Breve nota:

Não deixaria de ser interessante - e útil a Sintra - que as penas dessem a lentes, permitindo que passantes diários na Volta do Duche vissem e avisassem a Câmara.

Ao longo da Volta do Duche há 16 marcos destruídos há anos.




Facilmente se vê que não é recente 

segunda-feira, 11 de março de 2019

SINTRA: APROXIMA-SE A TRISTE EFEMÉRIDE...

Quantas mais dificuldades se criarem aos Sintrenses para visitarem a Sua Vila Histórica, menos conhecerão o abandono em que se encontra. Depois é fácil propagandear ilusões... 

Falhanço nas Alterações do Trânsito

Dentro de poucos dias, comemora-se o 1º. Aniversário de uma das mais inconcebíveis  decisões politicas, desconformes aos interesses da vida sintrense.

Neste tempo, sentimos que as alterações ao trânsito em Sintra só tiveram um louvador oficioso que averbou pontos no cartão para o sorteio de um carguito.

Há quase um ano sem um projecto agregador dos vários segmentos envolvidos,  as ditas "alterações no trânsito" lesaram o comércio, os trabalhadores e os visitantes.

O Ramalhão passou a parque de estacionamento de autocarros (8.3.2019)


Carros vindos do Centro Histórico "ajudam" a entupir a Volta do Duche (8.3.2019)

Tivemos a política da concentração de viaturas em longas filas, mais estacionamento pago e pilaretes, com reflexos negativos no acesso ao Centro Histórico.

Quem - despudoradamente - a propósito de parques de estacionamento, divulgou que "nenhum dispositivo" seria construído no Rio do Porto...voltou a mentir.  


A negação do servilismo como canal divulgador 

Quem, para ficar bem na fotografia, exulte com a falsa retirada de carros da Vila Histórica, face ao resultado pode limpar às paredes a mão que tais dislates escreve.

Principais Vítimas: Pessoas

Decisores políticos que não vistam a pele dos outros, poucos reflexos negativos do decidido sentirão, chegando nas viaturas que os interditados suportam.

Seria expectável alterações significativas nos transportes públicos, garantindo maior cobertura territorial, mais rapidez e efectivo serviço às populações.

Ao invés, os transportes públicos que, nestas coisas, são determinantes, foram os principais pontos negativos, chegando ao ponto de até se restringirem.

A carreira 467, usada por Pessoas que se deslocavam ao seu Centro de Saúde, foi  discriminada e afastada da estação da CP, causando incómodos aos utentes.  

Também a ligação directa entre Estação da CP e o Centro Histórico foi substituída por um inacreditável trajecto que desmobiliza o uso de transportes públicos.

Residentes, trabalhadores locais e turistas (estes julgarão que é turística a volta por Chão de Meninos para descer à parte de cima da Vila) foram desconsiderados.

Fracos "conselheiros"

Se existisse transparência por parte de quem, sob qualquer pretexto, exalta todas e quaisquer medidas sopradas, então fixaria a atenção em matéria prestigiante.

Desde a primeira hora das alterações no trânsito, justificava-se - diria impunha-se - uma circulação rápida entre a Estação da CP e o Largo Dr. Gregório de Almeida.



A Volta do Duche, um mealheiro sem silo que agora não incomodará conselheiros, garantiria circulações rápidas entre a Estação e o Largo Dr. Gregório de Almeida.

Essa deveria ter sido a primeira medida cautelar, garantindo o acesso à zona central da Vila em vez da fantasmagórica paragem no Largo Ferreira de Castro.

Comércio Local com resultado negativo

Podem os políticos extasiar-se com a beleza da obra feita, como se em cada umbigo acendesse um led a assinalar a passagem por Sintra, mas nada brilha.

Falando com comerciantes, a maior parte alude ao abaixamento das suas vendas, uma vez que os visitantes são cada vez mais desviados do Centro Histórico.

Por outro lado, face aos problemas nos acessos e longas perdas de tempo, muitos operadores passaram a recorrer a outros destinos sem considerar Sintra.

Consequentemente, o Comércio Local está encerrando cada vez mais cedo devido a um conjunto de medidas que não fomentam a permanência dos visitantes.

A alternativa do parque na Cavaleira, não ajudando em nada a não ser os senhorios que há vários meses recebem elevada renda, tornou-se um dos flops tradicionais. 

E vivemos nisto, sem que a capacidade de gerir o território surja das cabeças. 

Sintra não merece isto.