domingo, 30 de junho de 2013

HOJE, PODIA SER O DIA DO PAVÃO...

 
 
Dizem que não passa de um perú demasiado ambicioso. Mas a principal razão do pavão é mostrar muitos olhos, com eles despistando os que, de boa fé, o gostam de apreciar.
 
Como diria Vasco Santana, "pavões há muitos".
 
Mas que devia celebrar-se o Dia do Pavão, não restam dúvidas...
 
 
 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

SINTRA TEM RESTOLHOS DE VERÃO...

Há dias, já neste Verão, saindo de manhã cedo como em todos os dias, pouco depois da iluminação pública se apagar, fui surpreendido pelo cheiro único, quente e seco, do restolho das searas de trigo, que me envolveu nos sentimentos e memórias.
 
Fechei os olhos e, em poucos minutos, recordei aquele tempo da grande seara de trigo onde de madrugada chegavam os ceifeiros, com gadanhas afiadas, e ao lado uns dos outros, muitas vezes cantando, faziam o corte.
 
A debulhadora - naquele tempo era fixa - retirava os grãos. A enfardadeira, ligada ao tractor, fazia gigantescos paralelepípedos de palha atada por arames.
 
Um ou dois dias depois, enquanto o restolho desenvolvia aquele cheiro tão característico, apareciam os pardais em bandos tão grandes que pareciam nuvens.
 
Era a altura de me munir dos apetrechos de caça e gozar as férias..
 
Há dez anos, um irmão que vive no estrangeiro (único irmão, melhor dizendo...) lembrou-me essa época com a oferta de uma fisga, já sofisticada e pouco parecida com as que eu fazia. Valeu bem a pena porque me fez recuar no tempo...
 
 
Nas minhas fisgas não era qualquer garfo que servia. Os elásticos eram especiais e, garanto, as munições eram sempre as mais redondas pedrinhas do terreno.
 
A fisga andava no bolso até à escola, mas no longínquo regresso a actividade era permanente. Asseguro que nunca comi um pássaro. Eram para a minha mãe.
 
Em certa altura, tive uma crise de elásticos e, expedito, fui a umas botas que a minha mãe me tinha comprado por causa da lama dos caminhos e zás...fiz delas elásticos. A sova veio depois, quando as chuvas chegaram e das botas só havia solas...
 
As botas não eram forradas a pano como agora, o que facilitava o corte
 
Com o cheiro do restolho no meu cérebro, recordei as técnicas de colocar bebedouros na meio do restolho, a que os pardais recorriam. Era lá que depois colocava redes.
 
Tinha um simpático mocho que era um precioso ajudante na minha actividade.
 
Com a seiva leitosa dos cardos rasteiros e pez fazia visco. Depois arranjava um pequeno ramo de oliveira e colocava-lhe umas varinhas com visco, enquanto o mocho - preso obviamente - ficava por perto, num poleiro.
 
Logo um bando de pardais se aproximava para atacar o mocho, pousando nas varinhas com visco onde ficavam agarrados...
 
Depois, num espaço com sombra rodeado de fardos de palha, fazia a sesta, numa época em que não havia alergias ao feno nem ao sol e em que éramos felizes.
 
O cheiro do restolho voltou nestes dias e, com ele, as saudades de tanta coisa...
 
 
 
 

sábado, 22 de junho de 2013

SINTRA: DO PRESSUPOSTO AO SUPOSTO...

Em Sintra tudo tem sido possível nos últimos anos. 

Seguem-se fotos-sugestão desde já disponibilizadas para enriquecer sites, Facebook e campanhas de autarcas que por Sintra têm passado nos últimos 12 anos e,  face à excelente qualidade, nem por sombras querem mudar de profissão.

Seria pressuposto um passeio para peões? O suposto está bem à vista no local.


No entanto, apreciemos antes o trabalho de equipa. Por detrás os mais altos, à frente os mais atarracados. O vermelho "sem saída" dá mais colorido ao espaço...


Seria pressuposto que, uma boca de incêndio, servisse para combater algum caso grave, para socorro ou salvação de bens públicos e particulares.

Alguém exigirá a colocação e manutenção destes equipamentos, não é verdade? Bem o suposto relaciona-se com a imagem que abaixo apresentamos.


Para professorais defensores do ambiente, mostra-se mais intimamente o utensílio que deveria ter água no seu interior para eventual auxílio aos cidadãos.


Isto passa-se dentro da matriz urbana da Vila de Sintra, a mesma que, graças à convergência existente entre Fernando Seara e Marco Almeida quando da Lei das Extinções, viu três freguesias muito diferentes converterem-se numa só.

Para a história da "Dedicação a Sintra":

Presidente de Câmara (agora candidato a Lisboa) - Fernando Jorge Roboredo Seara 
Vice-Presidente (agora candidato a Sintra) - Marco Almeida







quinta-feira, 20 de junho de 2013

SINTRA, COM TANTOS "AMIGOS" PERDIDOS...

 
Temporariamente bem instalado
 
É chocante que, um pouco por todo o concelho, se vejam inúmeros canídeos abandonados, ou porque se terão perdido ou porque os seus donos os deixaram.
 
Agora, em tempo de praia, os donos levam-nos e facilmente se desorientam - os donos e os cães, por razões diferentes - perdendo-se o contacto entre eles. No Facebook, todos os dias vejo apelos à localização de cães, talvez infrutíferos.
 
Claro que a colocação do chip identificativo poderá ajudar à localização. Mas como estas coisas ficam sempre pelo meio, nem sempre há leitores adequados. Se o mesmo se passa com o Cartão de Cidadão, cujo chip é quase para vista.
 
Para superar este grave problema, em tempos tive a ousadia de sugerir que a Câmara Municipal de Sintra criasse uma Linha SOS gratuita que, centralizando informações sobre animais desaparecidos e localizados, faria um excelente serviço.
 
Ninguém pegou na sugestão, pela certa porque "cão não vota". Também não seria o custo dessa linha o problema. Foi a falta de vontade ou de sensibilidade.
 
Estamos, assim, em convívio com vários perigos, atenuados por pessoas caridosas que lhes dão alguma comida e água, sem que por parte dos políticos que correm o concelho em busca de votos se notem preocupações.
 
Em certas zonas do concelho o panorama já ultrapassa o que se vê no terceiro mundo, facto que não deve corresponder à imagem orgulhosa dos nossos autarcas, tantas vezes desejosos da sua autopromoção.
 
Logo hoje, que o Governo parece que tem uma jornada por cá.
 
 

sábado, 15 de junho de 2013

SINTRA: HISTÓRIA DO CANDEEIRO TRIPLAMENTE CASTRADO...

O candeeiro que teve a desdita de ser colocado onde não devia...
 
 
Seara, deu ilusão
A uma obra de truz:
- Candeeiro espião,
Que à noite nem dá luz.
 
 - De dia é espião?
Pergunta que fez sentido,
Mas logo dizem que não,
E que foi oferecido.
 
Oferecido por quem,
Se ninguém o recebeu?
Foi lá posto por alguém.
Garanto que não fui eu.
 
Candeeiro apagado,
Sem a função musical
E alerta nos botões.
É espião desligado
Sem poder cumprir funções:
FOI TRIPLAMENTE CASTRADO!
 
««»»
 
A história conta-se rapidamente.
 
Num belo dia de Junho de 2012, com alguns espectadores embevecidos, foi montado um mostruoso candeeiro, com cinco lanternas, num local completamente desadequado ao tamanho da peça, ainda por cima negra...
 
Escondidinha, tinha uma campânula invertida, parecendo indicar que, por dentro, existiria uma ou mais câmaras para varrimento do local e fornecimento de imagens. Quem teria poderes para visionar as imagens não se dizia...
 
O candeeiro, tinha dois botões: um para nos dar música, talvez escolhida por gente erudita, e outro para casos de pânico, talvez alertando as autoridades, sabe-se lá se em caso de manifestações. Ambos foram tapados com uma cinta preta.
 
Uns dias depois, ao TudoSobreSintra, uma "fonte do gabinete de comunicação camarário", disse que "o sistema de videovigilância não está activado, nem irá estar". E que tinha sido oferecido por "uma empresa da especialidade".
 
Quase um ano depois, ainda não me apercebi - pela leitura das Deliberações em Sessão de Câmara - que a oferta tenha sido oficialmente aceite, o que seria indispensável para a posse do bem.
 
Ontem, bem apagado, lá estava o candeeiro.
 
Para que serve então?
 
 
 
 
 
 
Artigos anteriores:
 
6 de Julho de 2012 - SINTRA:CANDEEIRO CURIOSO, OU A BOLA DE CRISTAL
19 de Julho de 2012 - SINTRA: PARA A HISTÓRIA DO CANDEEIRO VIGILANTE…
 9 de Agosto de 2012 - SINTRA: “O ESTRANHO CASO DE UM CANDEEIRO”
11 de Outubro de 2012 - SINTRA: CANDEEIRO NEGRO ADENSA MISTÉRIOS…
 
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DIA DE SANTO ANTÓNIO, AINDA HÁ TRADIÇÕES?

"Santo António de Lisboa" em plena Rua Augusta
 
Muitos se lembrarão que, por esta altura, a miudagem tinha um hábito curioso: - Forrava-se uma caixa, muitas vezes de sapatos, que viria a servir de altar para uma imagem de Santo António, feita de barro e comprada nas drogarias.
 
Depois, quem passava pelo local, era abordado com  a tradicional frase: "Dê-me um tostãozinho p'ra Sant'António". Umas vezes "pingava", outras não, mas a juventude fazia disso uma ocupação de tempo, fora das obrigações escolares.
 
Recordo-me de corar naqueles momentos em que Senhores aperaltados me diziam: "Para quê, se Santo António não come?", e logo lhes respondia: - "É para ir comprar-lhe umas linguas de gato"...com um sorriso fraterno e respeitador.
 
Entre sorrisos, havia quem desse. Um tostão tinha valor - dez tostões eram um escudo - pois os ordenados rondavam os 400 escudos mensais (dois euros à moeda actual). Um café custava quize tostões, incluíndo três de gorjeta obrigatória.
 
O dinheiro era, quase sempre, para rebuçados a meio tostão. O preço aumentou com o aparecimento dos cromos da "bola" que requeriam a compra da Caderneta para nos habilitarmos à bola do prémio. Era o marketing a funcionar naquela época...
 
Passadas as festas, Santo António era carinhosamente embrulhado e ficava à espera dos festejos - e peditório - do ano seguinte.

Não guardo nenhuma imagem daquele tempo, mas há dias, passeando na Rua Augusta, em Lisboa, captei Santo António, mesmo sem o menino nos braços...talvez porque ele tenha crescido e já não goste de colo.

Passem todos um bom dia do Santo padroeiro de Lisboa.


 
 
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

SINTRA: QUEM MENTIU AOS SINTRENSES? (*)



A foto fala por mil palavras. Atente-se no que foi anunciado no painel:
 
Futuras Instalações
 
MUSEU DORITA CASTEL-BRANCO
ATELIERS
CASA DE CHÁ
 
CÂMARA MUNICIPAL DE SINTRA
Projecto de Recuperação dos Centros Históricos
Projecto Integrado de Sintra
 
O painel, nesta fase já descaído e em processo de destruição, foi uma peça artística da autoria de Leonel Moura, fazendo parte do envolvimento das casas pombalinas logo abaixo da Volta do Duche.
 
Embrulhadas as casas uns tempos antes das eleições de 2005, quantos sintrenses e crédulos não foram embrulhados pelo desejo de verem as casas recuperadas?
 
Com as casas cada vez mais destruídas, o painel foi para o lixo e, agora, a Câmara Municipal prepara-se para vender as ruínas em Hasta Pública, no dia 13 deste mês.
 
Este ludibrio de que fomos vítimas foi comummente partilhado por todos os responsáveis políticos da época, sem que se conhecesse uma voz discordante.
 
Digam os responsáveis camarários quanto custou o blush das embrulhadas e quem retirou benefícios políticos.
 
Os sintrenses de boa fé foram enganados.
 
SINTRA NÃO MERECIA ISTO!
 
 
(*) A ameaça que paira sobre o Museu do Brinquedo, um património de Sintra, acaba por envolver os mesmos responsáveis que nos prometeram o Museu Dorita Castel-Branco. Bem podem falar em Byron, Alexandre ou Beckford, para ilusão da cultura.
 
 
Para a história de Sintra nos últimos 12 anos:
 
Presidente da Câmara - Dr. Fernando Jorge Roboredo Seara
Vice-Presidente - Dr. Marco Almeida



domingo, 9 de junho de 2013

SINTRA: HOJE HÁ FEIRA EM S. PEDRO...

Hoje é dia de feira em S. Pedro de Sintra. Aproveite e visite esta feira histórica, que nenhum autarca ainda conseguiu destruir.

Fernando Seara e Marco Almeida alhearam-se da história de S. Pedro (e outras freguesias), aceitando e não contestando Relvas e a Lei que extinguiu a freguesia de S. Pedro, mas a nossa história não se apagará.
 
Um dia, os mesmos autarcas que apoiaram a extinção da freguesia de S. Pedro, irão aparecer por aqui para caçar mais uns votos.
 
São de hoje, manhã cedo, as fotos que se seguem:
 
Excelentes árvores e boas cerejas
 
Ainda há gaiolas disponíveis...
 
Quase depenados...
 
Aos segundos e quartos domingos de cada mês, não perca esta tão antiga e tradional feira.
 
Os Sampedrinos recebem bem...
 
 
 
 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

SINTRA: PARQUE DE CAMPISMO DA PRAIA GRANDE FECHADO HÁ 8 ANOS...


QUEM RESPONDE PELO ABANDONO E PREJUÍZOS À ECONOMIA LOCAL?
 

Quase 8 (oito) anos passaram sobre a data do encerramento do Parque de Campismo da Praia Grande, dito temporario e alegadamente por questões sanitárias.

Face ao arrastar do encerramento, a Comissão de Utentes viria a marcar uma reunião com o Presidente da Câmara - Dr. Fernando Seara - em 27 de Fevereiro de 2006.

Entretanto, falava-se de especulações imobiliárias na zona, pelo que Bloco de Esquerda, Partido Ecologista Os Verdes e PCP pediram a audição dos representantes do Parque Natural Sintra Cascais e Instituto de Conservação da Natureza.

Na audição (11.7.2006 - na Comissão Parlamentar respectiva), Carlos Albuquerque, na altura Director do PNSC, garantiu que no terreno do antigo parque de campismo da Praia Grande apenas pode ser construída uma estrutura idêntica de quatro estrelas.

Tratando-se de uma relevante infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento turístico e económico local e de Sintra, diversas entidades apoiaram a Comissão de Utentes, tendo sido apresentadas sugestões à Câmara Municipal de Sintra.

Em Fevereiro de 2007, o PCP perguntava: "Para quando é que a Câmara assume aquele espaço como uma mais valência para o turismo no concelho de Sintra (...)".

Quando se esperava uma solução conjunta, em Junho de 2007 Carlos Albuquerque deixou de ser Director no Parque Natural Sintra Cascais, passando a sê-lo no Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Sintra.

E nada mais se soube...melhor, nada veio a saber-se.

No Blogue Notícias de Colares (que saúdo) em 21.11.2011 escrevia-se: "Após a visita (...) do Dr. Marco Almeida vice-presidente da C.M. Sintra e do Presidente da Junta F.Colares, Rui Santos, ao parque de campismo da Praia Grande, criou-se uma leve esperança desta freguesia voltar a ser dotada de um empreendimento daquela natureza.

Até hoje, tanta gente decisora, até de auto-gabarito eleitoral, que custa rios de dinheiro ao erário público, tem reflectido a imagem da incapacidade decisória sobre a reabertura do Parque de Campismo da Praia Grande.

As imagens agora oferecidas pelas instalações são estas:

Eucaliptos vão tomando conta do espaço e aumenta a oferta de massa combustível

O mato "prestigia" os responsáveis pelo ambiente
 
Más imagens da dedicação prometida a Sintra.
 
Claro que, com um PEC (Processo Eleitoral em Curso), não causaria muita admiração que algum dos responsáveis pelo estado das coisas apareça no Parque, manifestando toda a vontade e empenho para solucionar este crime ambiental...
 
Não acharão que oito anos é demasiado tempo para se tomarem as decisões ajustadas a um Parque de Campismo moderno, com comodidades, segurança e facilidades adequadas à qualidade exigível pelos utilizadores?
 
Sintra não merecia isto!
 
 
 
Para a história dos últimos 12 anos em Sintra:
 
Presidente da Câmara: Dr. Fernando Roboredo Seara
Vice-Presidente e Vereador do Ambiente: Dr. Marco Almeida
 
 
 
 

terça-feira, 4 de junho de 2013

SINTRA: NÃO SOU APOIANTE DE MARCO ALMEIDA

UMA FOTO MINHA QUE PERMITE CONFUSÕES

Pessoa amiga deu-me conhecimento de que uma foto minha, identificando-me, constava da página de "Sintrenses com Marco Almeida" no Facebook.
 
Efectivamente, na participação de António Gouveia, um escrito "No Caminho para Monserrate" lá consta a foto que publiquei em 29 de Abril de 2012, como se pode confirmar neste endereço (por favor clique) .
 
A foto, cujo original é em imagem analógica, é minha:
 
Foto tirada em 3 de Outubro de 2003
 
Acresce o facto de, e apenas para a utilização da foto, nunca ninguém me ter manifestado a intenção da sua utilização e muito menos com o mesmo título que utilizei no meu blogue.
 
Estou certo que, em política, nem tudo vale tudo, pelo que considero o Dr. Marco Almeida desconhecedor deste procedimento.
 
A forma de publicação permite confusões que repudio, já que não me incluo nesse movimento de "sintrenses com Marco Almeida", independentemente da consideração pessoal que possa ter ou não pela pessoa.
 
Em tese, sabendo que nos últimos 12 anos o Dr. Marco Almeida tem sido, com total confiança Presidencial, o seu Vice-Presidente, comungando dos mesmos ideais e decisões, apoiá-lo eleitoralmente configuraria uma redundância.
 
 
Fernando Castelo 
 
 

sábado, 1 de junho de 2013

SINTRA: MUSEU DO BRINQUEDO, PATRIMÓNIO CULTURAL


Aguardo há três dias que um porta-voz camarário ou afim, aborde a postura da Câmara Municipal de Sintra relacionada com o Museu do Brinquedo, já que para uma   reportagem da RTP1 "ninguém se mostrou disponível" para o fazer.

No site camarário, sabe-se que o "Departamento de Cultura" (não da...) é do âmbito do Senhor Presidente da Câmara, pelo que a indisponibilidade foi ao mais alto nível.

Foi uma ingratidão "ninguém" se mostrar "disponível" para a RTP, tão dedicada a directos com alguns políticos de Sintra, recordando-se - entre outros - aquele passeio de trem em que o Eléctrico de Sintra foi convertido em "comboiozinho"...

O Museu do Brinquedo de Sintra não é uma questão de indisponibilidade. É um património mundialmente conhecido que honra Sintra e deve ser salvaguardado.


Compreende-se o imenso sofrimento da Senhora Directora do Museu, cujo marido contruiu o sonho de deixar em Sintra um Museu para as futuras gerações.

Elegantemente, entre o temor da perda e a esperança por uma solução, a Sra. D. Ana Arbués Moreira enfatiza as responsabilidades do Governo, torneando as camarárias.

Na carta recebida do Presidente de Câmara - Sr. Dr. Fernando Seara - considera-se que "as instalações, espaços e equipamentos não são necessários para o Município".

Na mesma carta, que o Município não tem forma de providenciar "uma utilização e gestão similar à agora assegurada pela Fundação", "seja pela ausência de qualquer programação, seja, principalmente, pela falta de um acervo material equiparável".

Alude o Presidente da Câmara à "indisponibilidade dos meios financeiros, técnicos e humanos a alocar a uma tal realidade", deixando uma riqueza textual relevante:

"A par da inexistência da cultura procedimental e dos conhecimentos específicos habilitantes". (destacado nosso).

Mas o que é isto? Que falta de sensibilidade e enquadramento cultural permitem que um Museu (público ou privado) passe por momentos de incerteza como este, admitindo-se a sua deslocalização para outro município?

Já este ano a Câmara fez cedências de utilização de imóveis, suportou milhares de euros em apoios financeiros a entidades privadas, a danças, com protocolos de cedência e contratos-programa, e o Museu do Brinquedo é que está na corda bamba?

A realidade é outra: - O  Museu do Brinquedo não dá votos. É das crianças e dos adultos que gostam dele. Se desse votos, logo surgiria um qualquer Road Runner em viatura camarária, empenhado na "defesa desse património cultural de Sintra".

Ao fim de 12 anos do Sr. Dr. Fernando Seara como estando de presidente e do Dr. Marco Almeida estar como Vice-Presidente, só nos faltava mais uma preocupação, desta vez sobre a existência do Museu do Brinquedo.

Hoje, o Museu do Brinquedo é das crianças e do seu Dia Mundial. Amanhã será de nós todos, sintrenses e visitantes, homens e mulheres que nele se recordam, que por algumas das suas peças deixam cair umas lágrimas.

O Museu do Brinquedo não fechará porque os sintrenses NÃO DEIXARÃO.