terça-feira, 29 de maio de 2012

SINTRA 2007/2012: DEPLORÁVEL EXEMPLO AUTÁRQUICO

PASSARAM 1697 DIAS E, DO FONTANÁRIO, NADA!

FAZ HOJE UM ANO QUE A CONTAGEM DOS DIAS COMEÇOU...

Quando em 31 de Maio do ano passado iniciei a contagem dos dias posteriores à retirada da cuba e pedestal centenário fontanário da Estefânia, estava muito longe de pensar que o desligamento autárquico fosse tão longe.

Confiava que os mais elevados responsáveis autárquicos - Presidente e Vice-Presidente, este com o Pelouro do Ambiente - tomassem as medidas adequadas para a rápida recuperação da parte superior que tinha sido roubada, seguindo-se a recolocação no local adequado.

Ambos terão de saber - obrigatóriamente - quem ordenou que a parte não roubada fosse retirada do local. Aliás, com rapidez inaudita, o pavimento foi reparado sem deixar o mínimo sinal do fontanário, contrariando a tradicional cultura dos buracos.

Que mistério envolve esta fonte?


Há ódios? Há traumas que fazem deste património sede de alguma vingança?

Na realidade, não pode ser por falta de dinheiro que a parte danificada não tem sido reconstruída, já que se trata de um património histórico a preservar. Se atentarmos nas distribuições feitas para outros fins, os custos desta recuperação seriam irrisórios.
 
Por outro lado, existem no concelho estruturas artísticas de recuperação e escultura que resolveriam, facilmente, a estética do fontanário.

A comunicação camarária convergente

A última informação sobre o fontanário foi dada em 27 de Setembro de 2010, pela Sr.ª Directora do Departamento de Cultura, Turismo, Juventude e Desporto. Dizia que a estrutura tinha sido recolhida pelos serviços camarários, "aguardando-se a concepção da cantaria em falta, após o que será, instalada a fonte no seu local de origem”.

Curiosamente, foi a mesma Sr.ª Directora que, em 23.2.2010, me respondeu sobre os antigos azulejos do Palácio Valenças, informando que os mesmos se encontravam na Reserva dos Museus Municipais para serem cuidadosamente analisados.

Passam os anos e o fatalismo sintrense, em vez de acabar, desenvolve-se.

ATÉ QUANDO?


quarta-feira, 23 de maio de 2012

SINTRA: DIA MUNICIPAL DAS CICLOVIAS VIRTUAIS

MAIO DE 2003/2012 - NOVE ANOS A PEDALAR ILUSÕES

Lembro-me do dia 23 de Maio de 2003 como se fosse hoje.

No Palácio de Seteais, não na Tasca do Manel, com pompa e circunstância. Jornalistas. Convidados. Todos ávidos pela obtenção de um exemplar do CD-R explicativo antes que se esgotasse e perdessem o suporte da promoção.

Uma Senhora Arquitecta, muito respeitada em Sintra, faria a apresentação e, com esse acto, chancelava o Projecto da Rede Municipal de Ciclovias 2002/2009.


Era Maio. Irrelevante que no CD-R estivesse gravado “Janeiro 2003”; que na capa se lesse “FEVEREIRO 2003”; até que na APRESENTAÇÃO a Rede de Ciclovias – não existente – tivesse o efeito retroactivo a 2002.O entusiasmo superava tudo.

Em música de fundo, Maria João Pires tocava Chopin, com excertos de Nocturnos, numa sequência de Larghetto, Andante e Andantino.

“Sintra vai ter a maior rede de ciclovias do País”, noticiava-se uns dias depois.

A “Estratégia de Mobilidade Sustentável”, com 92 quilómetros de Ciclovias, e Corredores Atlântico, de Cintura e Urbano, deixava muitos municípios boquiabertos com tamanha capacidade realizadora. Lisboa talvez escutasse…

Do “Jornal O CORREIO” (edição de 1 a 15 de Junho de 2003) destaca-se, com a devida vénia, uma parte da notícia:

“Ter a maior rede de ciclovias do País é, para Fernando Seara, um motivo de orgulho e “um dos projectos mais relevantes da Câmara neste mandato. É fundamental compatibilizar o lazer e o trabalho que agora terá um nome: sinclas””.

A Rede iria ligar “escolas e parques urbanos”, “interfaces de transportes e zonas comerciais”. Era pegar numa “sincla” e largá-la no “estacionamento” que se quisesse...

A boa nova, a meio do mandato, catapultava. Em silêncio (alma do negócio), quantos investidores, nomeadamente chineses, terão programado instalar fábricas de bicicletas em Sintra, ajudando a resolver a sustentabilidade imaginativa.

Infelizmente para os sintrenses, a Rede tornou-se numa promessa sem rede, cujas razões para a não execução nunca foram entendidas.

Resta-nos recordar as pedaladas dadas em 23 de Maio de 2003:

Foto de Jorge Alexandre Pereira publicada no Jornal de Sintra

Passados nove anos, as Ciclovias prometidas para 2009 têm um mérito:

- Não contribuíram para o endividamento de Sintra.







sábado, 19 de maio de 2012

PORTUGUESES NOS MARES: DAS CARAVELAS AOS DÓRIS

Há dias, dei por mim a meditar sobre os portugueses que se atreviam a lutar por esses mares fora, sabendo que os perigos eram imensos e o regresso quase sempre problemático, pelos riscos, pela doença, pelos naufrágios.

Deutsches Museum - Munique

Frente a uma réplica de Caravela Portuguesa de 1450, imaginei os homens que partiam para as mais variadas latitudes, ajudando a que Portugal - durante alguns séculos - fosse um dos países mais respeitados na Europa.

Ao lado, um dóri lindo levou-me até aos trabalhadores que correndo todos os riscos, partiam para a pesca do bacalhau na Terra Nova: 

Deutsches Museum - Munique

Depois recordei homens já desta época, de que tantas notícias li, umas vezes porque era a Bênção dos Bacalhoeiros antes da partida para os mares da Terra Nova, outras pela tristeza de mortes na faina da pesca do bacalhau.

Quantos deles morreram porque no meio da faina, em mar forte e neste pequeno barco, um súbito nevoeiro, os impediu de encontrar o barco que os deveria recolher?

Quantos portugueses sentem o que era a vida dos homens do mar naquelas épocas?
Hoje, apesar de vivermos no mundo das tecnologias da informação, das localizações, dos avisos em tempo real para as alterações ambientais, os perigos continuam a espreitar.

O Dia do Homem do Mar, ao celebrar-se no mesmo dia que o da Mãe, não ajuda a que se homenageiem, com o devido destaque, os homens e mulheres que continuam a arriscar a vida entre as sempre traiçoeiras ondas do mar.




quinta-feira, 17 de maio de 2012

SINTRA: ANTIGO PAINEL DO VALENÇAS

QUANDO VOLTAREMOS A VER O BRASÃO DE SINTRA?

Os sintrenses devem lembrar-se. Em 9 de Abril de 1999 ruiu a parte inferior do antigo painel de azulejos do Palácio Valenças. Era este o painel:

 

O Autor, que deveria ter tomado imediato conhecimento, só soube do ocorrido vários dias depois da remoção total do painel. A maior parte dos azulejos ficou na parede e ele poderia ter ajudado à cuidadosa retirada das peças históricas. Cerca de 200 azulejos foram destruídos ou desapareceram.

Durante dois anos, houve quem não se esquecesse e lutasse por um novo painel.

Finalmente, encomendado em Outubro de 2001, um novo painel cerâmico seria colocado em 2003, decorridos 1482 dias sobre a triste “derrocada”. Ei-lo:


 O painel antigo

No primitivo painel (Julho de 1959) os azulejos eram rectangulares e mais espessos. O novo painel tem azulejos quadrados, com medidas normais.

No antigo, as cores eram mais fortes como se pode comparar. Há razões para isso, com reflexo na sua valorização histórica. Em 1959 foi utilizado pela primeira vez em Portugal um forno a gás, encomendado por Mestre Carlos Vizeu, que depois o devolveu devido aos elevados custos do consumo.

Segundo o Mestre, a cozedura a gás, dava mais belos tons e avivava as cores.

Recuperar o antigo painel é uma exigência histórica

Uma parte do antigo painel é totalmente recuperável, nomeadamente o brasão de Sintra, de grandes dimensões e que o Mestre considerava intacto.

A reconstrução do brasão num lugar nobre, visível do público, homenagearia o grande artista que nasceu em Lisboa e viveu em Sintra cerca de 60 anos.

A andança das peças que se salvaram

Passado um tempo, os azulejos antigos voltaram ao estúdio de Carlos Vizeu, em Almoçageme, onde ficaram vários anos. Depois do novo painel, o Mestre (precisava do espaço) ia pedindo para da Câmara lá irem buscar os azulejos.

Eu próprio insisti junto do antigo Chefe de Gabinete do Senhor Presidente da Câmara, mas o tempo foi passando sem a recolha se efectuar.

Contra o esquecimento, ia escrevendo. Em 16 de Junho de 2008, a Sr.ª Directora do Departamento de Cultura e Turismo deu-me conhecimento do “envio deste assunto para o Departamento de Obras Municipais (…)”.

Em 16 de Dezembro de 2009 (ano e meio depois), insisti por uma resposta, já que pretendia saber se os azulejos estavam “sob controlo e na posse” da “Câmara Municipal”. Voltei a insistir em 4 de Fevereiro de 2010.

Em 23.2.2010 fui informado pela mesma Sr.ª. Directora que os azulejos se encontravam na Reserva dos Museus Municipais desde 3 de Fevereiro de 2010. Seriam cuidadosamente analisados “aferindo-se, não só o seu estado, mas também as possibilidades de recuperação/enquadramento dos mesmos”.

Foram precisos 10 anos para se recolher um espólio histórico. Isto não enriquece o curriculum de algum responsável autárquico…

QUE NOTÍCIAS TEMOS DA RECUPERAÇÃO DO PAINEL?

Hoje, mais de dois anos decorridos sobre a chegada dos azulejos à Reserva dos Museus Municipais, e, talvez, da análise “cuidadosamente” feita no âmbito da “Colecção Municipal de Arte”, é legítimo que queiramos saber o que se passa.

Continuam guardados? Já foram apreciados? Estão montados?

Pergunta-se mais: - Onde os poderemos voltar a ver?




NOTA: Estava este artigo preparado quando tive conhecimento de ter falecido, em 30 de Março, o Mestre Carlos Vizeu. Sintra ficou muito mais pobre.

Carlos Vizeu foi escultor e ceramista (nacional e internacional), deixou riquíssimas obras de que apenas recordarei:

- Estátua do Bombeiro, em bronze, frente ao quartel de Bombeiros de Queluz; 
- Imagem de Cristo com 2,50 metros na Igreja de S. Vicente de Paulo;
- Painel sobre a vida de S. Paulo, na Igreja de S.  Paulo em Tete, Moçambique.



quarta-feira, 16 de maio de 2012

SINTRA: CHEGAR À MATA MUNICIPAL - PARQUE DAS MERENDAS

Satisfazendo um pedido nesse sentido, aqui se deixa a localização exacta da Mata Municipal - Parque das Merendas, cuja visita foi aqui sugerida no passado dia 13.

O percurso a pé começa na Rua das Padarias (junto à Piriquita antiga) até à Fonte da Pipa. Depois sobem-se as Escadinhas da Fonte da Pipa, mais um curto espaço à esquerda e chega-se à Estrada da Pena. Aí está identificado o caminho (na foto assinalado a amarelo).  

De carro, segue-se em frente junto ao Turismo, corta-se à esquerda um pouco à frente da Lawrence's e depois à direita. Procure estacionar antes, porque no local há poucos lugares.



Que passe bons momentos, são os meus votos.


domingo, 13 de maio de 2012

SINTRA: MATA MUNICIPAL - PARQUE DAS MERENDAS

Boa parte dos visitantes de Sintra desconhece que, a 100 metros do Centro Histórico, há um local de puro prazer, no meio da natureza, onde grupos ou famílias em privado podem conviver e merendar, escutando o canto das aves.



Trata-se da Mata Municipal - Parque das Merendas, que depois de ter estado fechado vários anos foi recuperado e colocado à disposição dos visitantes.

Em tempos havia lá um pequeno espaço que servia cafés e outras bebidas, mas que actualmente não funciona. Não é por isso que perdeu interesse.

Apesar de já o ter sugerido há vários anos, os "orelhões" camarários não assimilaram que tal espaço, riquíssmo em vários aspectos botânicos e culturais, deveria ter indicações de acesso na Vila e não apenas à entrada da rampa que leva ao local.

De qualquer forma a minha obrigação é sugerir. 

Reúnam os familiares, arranjem um lanche e partam até à Mata Municipal. Merendem por lá, escutem a água a correr dentro da mina, encham o peito de ar fresco e puro.



Estou certo que irão ficar satisfeitos com este meu alvitre.

O espaço merece...se merece!

Apesar de tudo, Sintra também merece...



 

terça-feira, 8 de maio de 2012

8 DE MAIO DE 1945, FIM DA SEGUNDA GRANDE GUERRA

Faz hoje 67 anos que o Alto Comando Alemão assinou, em Berlin, a capitulação perante os Comandos do Exército Soviético. 

A Grande Guerra, que durou cinco anos e alguns meses, causou mais de 55 milhões de vítimas, das quais cerca de metade (27 milhões) eram cidadãos soviéticos.

Terá nesse dia começado a libertação do povo alemão? Pode dizer-se que sim, mas também de outros povos que estavam dominados pelo poder nacional-socialista.

Hoje, na Platz Der Opfer des Nazionalsocialismus, em Munique, deve meditar-se junto ao monumento com a chama eterna que recorda as vítimas:


O povo alemão retomou o seu caminho, depois de ter sido vítima das ambições imperialistas dos seus governantes da época e do grande capital alemão.

Nós, por cá, também sentimos os efeitos dramáticos da Grande Guerra.

É um dia para meditarmos nas convulsões que, um pouco aqui e ali, se verificam na Europa, causadas por politicas - novamente erradas - que favorecem os grandes grupos económicos.

A repressão económica das famílias, os incentivos governamentais ao desemprego com a destruição dos direitos laborais que estavam consignados,  as restrições criadas aos cidadãos para uma vida digna, a eliminação dos direitos à vida digna e assistência, transportam-nos para um quadro que, em nome da democracia, espelha a vocação opressiva do regime.

Recordar o 8 de Maio de 1945, leva-nos, obrigatoriamente, a apontar os culpados dessa guerra injusta e contra a humanidade, culpados que se encontram hoje entre os beneficiados pelos seguidores das mesmas ideologias.

Para que não mais aconteça, em nome da Paz e do Direito à Vida.


domingo, 6 de maio de 2012

CURIOSIDADES...DO BUTCHART GARDENS


Técnicos, devidamente habilitados, tratam e podam árvores no Butchart Gardens...

Victória - Canadá

Talvez ajude quem trata das árvores de Sintra... 



quarta-feira, 2 de maio de 2012

SINTRA: ÁRVORES e PESSOAS...

Ao longo dos anos, tenho sido um grande amigo de árvores.

Muitas tenho plantado, chegando a ter dissabores por fazê-lo, mas gosto delas e dedico-lhes os cuidados devidos.

Sou daquelas pessoas que, à acusação feita a certas árvores como "invasoras", respondo que noutras zona deste nosso pequena planeta as mesmas árvores são consideradas como sagradas.

Posto isto, apesar da minha filosofia de vida sobre as árvores, na balança da vida as pessoas ficam-me em primeiro lugar.

Na Rua Alfredo Costa, na Vila de Sintra, há árvores que podem fazer perigar pessoas exigindo que os responsáveis autáquicos dediquem ao assunto a mais responsável atenção, para que não venhamos a lamentar danos pessoais complicados. As fotos que seguem dão para avaliar os perigos:

O alargamento da árvore não deixa espaço para as pessoas

Não são precisas muitas palavras

Quem vai de costas corre riscos acrescidos, pela pancada de um espelho na cabeça

Esta situação, que em cada dia se agrava, exige rápida solução, antes que um destes dias estejamos perante alguma desgraça que cause danos irreversíveis.

Como estas coisas não são para depois se sacudir a água do capote, pergunta-se:

- SE UM ACIDENTE  OCORRER, COM DANOS A PESSOAS E BENS, COMO SERÃO ATRIBUÍDAS OU  REPARTIDAS AS RESPONSABILIDADES?

Talvez nessa situação não seja fácil dizer para bater na porta ao lado...