quarta-feira, 30 de março de 2016

SINTRA: SERÁ QUE DÁ PARA SE ENTENDER?

Depois de várias vezes termos mostrado neste blogue algumas situações que justificavam as devidas reparações, hoje - finalmente - foi colocado um pilarete numa passagem de peões que alguns automobilistas menos cívicos acharam por bem destruírem.

Destaca-se, pois, a reparação feita:

Lá está o pilarete, acabado de ser colocado, vamos a ver por quantos dias

Ficou-nos o entusiasmo de que não seria essa apenas a reparação já que, a 30 metros, outro pilarete tinha sido arrancado, bem como o sinal de trânsito proibido. 

Infelizmente, se destacamos a satisfação por uma reparação, que havemos de dizer pela continuação da peça adormecida, que não servirá para pisa papéis?

Pilarete "dormindo" do lado de cá...buraco do sinal, do lado de lá

Não seria possível uma reparação conjunta? Até aliviando custos?

Assim, não se consegue entender...





segunda-feira, 28 de março de 2016

SINTRA: INSUSTENTÁVEL INCAPACIDADE TURÍSTICA...

Isto de se falar de Sintra tem que se diga. De Turismo de Sintra, já pouco há a dizer perante as inacreditáveis contradições com que se iludem os potenciais visitantes. 

Um amigo, há dias, acusava-nos de campanha contra as campanhas: Não é verdade!

A campanha é contra um poder incapaz de resolver pequenas e grandes coisas.

Que Turismo de Sintra é vendido?

A ver se nos entendemos. A promoção da presença de Sintra em diversos fóruns estrangeiros ligados ao turismo, cria obrigações para estruturas adequadas. 

Qualquer destino credível estrutura-se para a posterior capacidade de resposta.

Nesta Páscoa, pelo que vimos, ficaram-nos dúvidas: - Ou anda por aí muita distracção ou a solução turística de Sintra é preterida por panfletadas ou ciclísticas diversões.

Insistimos, até, no ponto de não querermos trazer à colação se os anteriores autarcas fizeram ou não, é dos actuais que esperamos soluções e respostas. Ponto final.

Na verdade, enquanto surgem noticiazinhas baratas (até no Facebook), as questões nucleares do Turismo de Sintra não apresentam quaisquer evoluções positivas.

Temos razões para estar envergonhados

Neste fim de semana, milhares de pessoas vieram de comboio ou demandaram Sintra convictas de que iriam usufruir de belos momentos, nomeadamente culturais.

A chegada da esperança...


Contacto com o Turismo de Sintra...com barulho ensurdecedor

Depois de longas esperas em filas, dezenas de autocarros deixavam passageiros e partiam...para voltar - às vezes menos de uma hora depois - a recolher os visitantes.

O logro da visita ao Centro Histórico...tempo ocupado à espera do autocarro de regresso

Em vez de visitas e cultura, a longa espera. Será esta a oferta turística que se faz lá fora?  

Em automóveis, os visitantes (leram promoções de Sintra) depois do tempo perdido para chegar ao Centro Histórico, apenas o atravessaram desejosos de se livrarem dele.

Visitantes que passaram por Sintra...olharam e não puseram pés em Sintra

Trânsito parado

Como é possível tanta incapacidade?

A frequente exaltação (até no Facebook...) de obras menores, entre elas em quintas e ciclovias, convenceu-nos de terem sido resolvidos os problemas do trânsito na Vila.

É certo que não nos apercebemos de terem sido criados parques periféricos adequados, os quais terão de ser cada vez mais afastados face ao trânsito recorrente.

É nestas condições que autocarros "estacionam"...enquanto esperam

A limitação do trânsito no Centro Histórico, com acesso limitado a carreiras de circulação interna que passem pela Serra, é uma exigência que os autarcas têm de considerar.

Parece ser mais fácil a promoção de ciclovias do que resolver este problema concreto, que é nuclear e coloca em causa todo o prestígio de Sintra como destino turístico. 

No quadro actual, podem vir milhões de visitantes que farão chegar a outras pessoas aquilo por que passam ou passaram numa visita que sonharam ser magnífica.

Destino Histórico a prevenir

Se não bastassem as dificuldades logísticas, é chocante a indiferença com que se assiste à proliferação de guias turísticos que apenas são acompanhantes de grupos.

É exigível que cada grupo tenha um guia local, devidamente formado e credenciado para que a História de Sintra seja conhecida e não agredida por desconhecedores.

Assistimos a um grupo chinês (RPC): - Depois de breve dissertação, o acompanhante apontou uma conhecida casa de queijadas e para lá se dirigiu todo o grupo.

O grupo viria a espalhar-se pelas lojas e largo do Palácio, partindo uma hora depois.

É isto que os responsáveis pelo Turismo de Sintra pretendem?

Sintra não merece isto...

Nem "é este o caminho"...


quarta-feira, 23 de março de 2016

SINTRA: EDIFÍCIO DA ANTIGA MISERICÓRDIA VENDIDO...

Depois de tantos anos vazio, apesar de recuperado para um possível Hospital ou Centro de Saúde, o edifício da antiga Santa Casa da Misericórdia de Sintra terá sido vendido.

Hoje recolhemos estas imagens que suportam a nossa convicção:



Ficam várias interrogações sobre quem comprou e destino que será dado ao mais bem situado edifício no Centro Histórico de Sintra. 

Ao nosso lado, alguém admitia que a Câmara Municipal - tal como no Hotel Netto - possa ter usado o direito de preferência, para um destino compatível com a sua história.

Face ao silêncio municipal, essa hipótese não se justificará.

Uma "história" que não honra a história

A Santa Casa da Misericórdia de Sintra passou a sentir mais dificuldades financeiras quando uma verba sobre as entradas nos palácios da Vila e Pena foi cortada. 

Foram vários os Ministérios e Serviços que, durante anos, ajudaram ao estrangulamento financeiro da Instituição, ficando o edifício nas mão de uma entidade bancária.

Não sabemos o que para lá irá. 

Sabemos, sim, que foi mais um Dia Triste no nosso imaginário, nas memórias desta Sintra que em cada dia nos vai deixando mais longe daquilo que amamos. 

Ao Dr. João Lacerda Tavares, actual Provedor da Santa Casa da Misericórdia, a solidariedade pelo sofrimento que hoje, mesmo distante, irá sentir.


terça-feira, 22 de março de 2016

SINTRA, PRESIDENTE DAS "CIDADES"? QUE CIDADES?

(...) "Viver em Sintra tem de ser sinónimo de qualidade, eficiência e racionalidade, em prol dos cidadãos e da imagem e funcionalidade das suas cidades". "Contem com uma Câmara amiga dos cidadãos!" - Basílio Horta, Presidente da Câmara Municipal de Sintra

O texto acima, retirado de um prospecto há dias distribuído em Mem Martins, publicitava dois "investimentos": um de 12.375€ e outro de 36.225€, mais IVA. Assim escrito.

Pela certa, foram obras notórias dignas de serem prospectadas, gerando auto-estimas pela "funcionalidade das suas cidades" e orgulho pela "Câmara amiga dos cidadãos".

O texto, quase ao mais alto nível (o Órgão Máximo é a Assembleia Municipal), levanta naturais preocupações por ter sido um político experiente a subscrevê-lo.

"Funcionalidade das suas cidades"

Estamos em crer que o Presidente da Câmara Municipal, mesmo não sendo sintrense, sabe que no Município de Sintra só há duas cidades: Cacém-Agualva e Queluz.

Há sim, no território, muito de rural. Temos Vilas* (Sintra e Mem Martins são duas delas) e Aldeias que são orgulho dos habitantes pela riqueza histórica que guardam.

Poderá retirar-se da escrita Presidencial a ilação de que está mais vocacionado para a "funcionalidade" das "cidades"? Ou terá sido - humanamente - um lapsus calámi?

A inflação de adjectivos em textos políticos às vezes só levanta escusadas dúvidas. 

O texto é estranho, permitindo recear que seja lido inocentemente como divididor dos sintrenses: - Uns "das suas cidades" e outros das Vilas, Aldeias e Localidades. 

É caso para o devido esclarecimento pelo autor do texto.

"Uma Câmara amiga dos cidadãos"

No mesmo texto, parece surgir mais um slogan...quando a vida local não assenta em slogans. O que é "Câmara amiga dos cidadãos"? Não é suposto ser "amiga"?

Ou, no contexto do prospecto, "Câmara amiga" é a das cidades? E a dos outros?

"Construímos um município melhor para si", outro slogan no verso do prospecto. Enquanto áreas periféricas, longe das "cidades",  contradizem o escrito com o feito.

"Onde dê prazer viver"? Que quererá isto dizer?

Alguns exemplos de "prazer" arrastado pela Autarquia, numa Aldeia da Vila de Sintra:


Temos chamado a atenção para este sinal que foi derrubado 

Alguém o pôs de castigo...virado para a parede. Na Sexta-feira...desapareceu!

Ficou o buraco no passeio como se mostra 

Outra passadeira de peões ali perto continua sem pilarete..."ajuda" ao estacionamento

Enquanto isso, o pilarete descansa a 30 metros...até um destes dias desaparecer

Os alertas dos cidadãos têm sido desprezados e fala-se em... "Onde dê prazer viver"!

Campanhas fora de tempo...porquê?

Quando partidos como o PS e o PSD não encontram no universo sintrense - militantes ou simpatizantes - personalidades capazes de gerir Sintra, algo está falhando.

Apesar disso, encontram-nas para candidaturas à Assembleia da República, enaltecendo a presença, vantagens e virtudes de candidatos sintrenses...nas suas listas.

O aparente falhanço dos grandes partidos responsabiliza-os por escolherem forasteiros para gerir Sintra, os quais rapidamente se posicionam para a continuidade.

Disfarçadas campanhas fora do tempo próprio, só podem reflectir a preparação para renovado ou renovados mandatos, consoante as ambições do candidato.

Triste sina a de Sintra, sem fadas que evitem estranhos desvios políticos dificultadores do desenvolvimento harmonioso num território onde os problemas se arrastam.

"UM SINTRENSE NA CÂMARA DE SINTRA", slogan que se justifica pôr em marcha.




* Rio de Mouro, com tantos milhares de habitantes, também é Vila. 


domingo, 20 de março de 2016

SINTRA: PORQUE HOJE É DOMINGO...RECORDEMOS

HAMMERFEST - TURISMO NUMA "KOMUNNA" MARAVILHOSA

No condado de Finnmark encontra-se o município de Hammerfest, o mais Setentrional da Europa, onde a natureza nos deixa sem palavras ao apreciarmos o Cabo Norte.

A visão turística do Cabo Norte já aqui referimos, sugerindo até uma geminação (por favor clique), por ter em comum com o Cabo da Roca estarem em extremos da Europa.

Também, ligando a uma sugestão de geminação, aqui escrevemos em 2011.

Hammerfest é uma bela cidade, de gente próxima e afável, uma porta para o Mar de Barents. Dali partem ferries para localidades só acessíveis pelo mar.




A cidade, pela sua posição estratégica, viria a ser ocupada pelos nazis alemães, acabando por ser praticamente destruída pelas forças soviéticas.

Galhardete de Sintra na Sala das Visitas

Em 2001, um galhardete de Sintra, por nós levado nessa altura, passou a estar na Sala de Visitas da Komunna de Hammerfest, como pode ser visto. 




Nessa altura - já lá vão 15 anos - tornei-me, com muita alegria, membro da Royal and Ancient Polar Bear Society, uma organização para a defesa da vida no Árctico.


Fica a sugestão de uma bela viagem, num país limpo e calmo, onde os Autarcas são quase sempre cidadãos locais prestigiados, que habitualmente só fazem um mandato.

Em muitas sociedades do Norte da Europa, os Autarcas assumem os lugares por obrigação perante os seus concidadãos e...apenas por um mandato. 

Que exemplos...



Uma nota: Por essa altura, convivemos com uma profissional de grande valor - e elegante Senhora Sueca - Ulla, de seu nome. Anos depois, encontrá-mo-la em Sintra acompanhando um grupo de seus compatriotas, o que faz regularmente. Um abraço de grande estima para a Ulla. 

terça-feira, 15 de março de 2016

SINTRA: AUTARCAS E PERIGOS DAS DESILUSÕES

Julga-se que Autarcas são membros de órgãos administrativos locais,  eleitos para o cargo pelos munícipes, devendo ter esse facto em conta nas suas obrigações.

Ao merecerem a confiança dos eleitores para uma correcta gestão - e proximidade - não estão desobrigados de corresponder - e responder - com lhaneza aos representados.

Será essa a atitude? Muitas vezes não. As sugestões ou informações e alertas de interesse público na maior parte das vezes não merecem que acusem a sua recepção.

Será que alguns Autarcas se consideram acima dos munícipes que os elegem? Ou que, por estranhos perfis, se auto-instilam de uma superioridade dissonante do cargo?

Essa atitude - pouco ortodoxa - desobrigará os remetentes da natural reserva, libertando-os para a divulgação pública das matérias expostas cujo seguimento ignoram.

O prestigio do Autarca faz-se na forma como aprecia sugestões ou propostas apresentadas pelos munícipes e que sejam, inequivocamente, para o bem comum.  

Neste campo, José Alfredo da Costa Azevedo, primeiro Presidente após o 25 de Abril, foi um sintrense de que nos orgulhamos, não por notícias que espalhasse mas pelas obras realizadas, cuidados e afabilidade aos mais diversos níveis de intervenção.

José Alfredo tinha, entre outras, duas qualidades: - Conhecia Sintra de lés-a-lés e era particularmente estimado pelos trabalhadores camarários, cujos problemas vivia. 


 
Busto de José Alfredo da Costa Azevedo, Ilustre Sintrense

Existirá Colectivo personalizado?

Depois de ter lido "único e diferente", quantas dúvidas nos assaltam. 

Certamente será uma forma de expressão dizer-se que nos últimos 12 anos nada foi feito e que agora sim. Foi uma mistura de coisas boas, de propaganda e promessas.

Clubes e Associações diversas, alfobres de votos, receberam muitos milhões, à custa das carências que se mantiveram para a esmagadora maioria dos munícipes.

"Hospital", "SATU", "Casa das Selecções", "Aeródromo", "Projectos", "Protocolos" e "Medalhagens" toldaram de orgulho muitos munícipes confiantes...tiveram desilusões.

Ao longo de 12 anos, tivemos Vereadores com mérito nos seus pelouros mas sem destaque, ficando na gaveta da História quando os munícipes escolheram outro futuro.

O sentido do "Colectivo" tinha falhado, era um Município quase de uma pessoa só.

Agora, como funciona o novo "Colectivo"?

Dois anos e pouco desde a tomada de posse do actual Executivo, os sintomas e pormenores visíveis fazem recear que a primeira pessoa tenha chegado mais cedo.

Felizmente, temos conhecimento do empenho Autárquico de Vereadores Sintrenses, apesar de serem pouco visíveis nos seus méritos. 

Do que se observa, facilmente qualquer incauto julgaria que é na primeira pessoa que está o êxito, as obras, as acções, as respostas às ansiedades locais. Isso é preocupante.

O exemplo da primeira pessoa, falhou no tal período de 12 anos.

Disfarçada pré-campanha em curso. Um folheto...

Quem acompanhe as páginas da web aperceber-se-à das mais variadas obras em curso, nomeadamente em zonas onde o eleitorado é mais numeroso. 

Mem Martins, o maior núcleo de votos, tem estado na primeira linha: - Entre uma amostra de ciclovia e um Projecto para a Chaby Pinheiro, publicitam-se pavimentações:
Cerca de 150 metros de pavimentação em duas ruas mereceram um panfleto
Para apreciarmos devidamente, esta foto...só para embelezar...é do tempo da palmeira

A foto acima nem corresponde à verdade do local, que ainda ontem estava assim: 

Se o Presidente da Câmara conhecesse o local, certamente veria as diferenças

Ao menos mostremos onde foram os Investimentos tão profusamente espalhados:

Rua dos Bombeiros Voluntários (troço) - 12.375€ + IVA

Rua Ribeiro Reis - 36.225€

Foram estas obras a justificar um Panfleto do Presidente da Câmara? Deveríamos (pela transparência) saber os custos associados à impressão do mesmo e sua distribuição.

E logo na primeira pessoa, levando a que muitos munícipes não soubessem o local exacto, pois a imagem publicada no panfleto há muito está desactualizada.  

Ninguém nos tira do pensamento que o Presidente Camarário foi enganado.

Como ambos os Presidentes - Câmara e Junta - parecem partilhar dos mesmos entusiasmos, juntamos imagens que poderão ser melhoradas para um futuro panfleto:

Linha de água que passa junto à primeira foto 

Passeio junto à Rua Ribeiro Reis

Em tese, por estas amostras, ainda será cedo para pré-campanhas eleitorais...

O território sintrense é vasto e exigirá, certamente, muitos cuidados com os recorrentes de cariz panfletário, porque cada um destapa uma série de problemas a resolver. 

É por isso que, mais uma vez, defendemos que o território sintrense tem de ser conhecido dos seus Autarcas, justificando-se "Um Sintrense para Sintra".




Nota: De súbito, o slogan que parecia ter pernas "É este o caminho", perdeu embalagem, parecendo que "virou" outro: "Construímos um Município Melhor para si". É um novo sinal "espacial", olhamos e vemos uma só "estrela".


sexta-feira, 11 de março de 2016

SINTRA: DA FÁBULA FINANCEIRA À VENDA DO PATRIMÓNIO

Estávamos meditando sobre "A fábula financeira", deliciosa história aos quadradinhos escrita por Carl Barks no ano de 1950, quando chegou a emocionada mensagem: - "Hotel Netto vendido. Única proposta. Um milhão de euros para o cofre"...

Saltou-nos à memória a parte da história em que Tio Patinhas explicava ao sobrinho Donald as leis da oferta e da procura para se fazer dinheiro...muito dinheiro.

À falta de um martelo que nos despertasse, fomos levados a rever a história da aquisição do Hotel Netto pela Câmara Municipal, que apoiámos, tanto mais que era prometida a reconstrução para pousada ou algo semelhante.

Do que foi dito na altura - tudo tão bonito...- ficou-se pelo caminho. 

Valeu a Restelo Azul estar atenta...nem mais, nem menos. 

Vender em vez de reconstruir

A Câmara Municipal, aos poucos, parece estar tentada a tornar-se não em investidora da recuperação do seu património mas em deixá-lo degradar-se para posterior venda. 

Foi assim no exercício anterior com uma casa no Rio do Porto e agora, além do Netto, parece que outras casas no Rio do Porto e Escadinhas do Hospital.

Esperemos que não se converta em vendedora imobiliária...já que o seu imenso património é digno e exige a devida e atempada conservação, para não se tornar ruínas. 

Casal de S. Domingos que futuro?

Há mais de cinco (5) anos que alertamos (p.f. clique)  para a degradação que se verifica no Casal de S. Domingos, alí às portas da Câmara, sem que alguém ligue.

É um património camarário a respeitar, desde os tempos de Amélia Morais e seus Irmãos, com histórias da vida sintrense naquele época. 

É lamentável que, além da Estufa totalmente degradada e jardim anexo, até as entradas para a antiga garagem sejam espelho dos vários responsáveis autárquicos. 

Ao Presidente da Câmara, que passará no local todos os dias - é certo que talvez só de carro - bastará dar instruções para a viatura parar...e ver estas imagens:






Será que esta degradação - em bens municipais a 100 metros dos Paços do Concelho - é para se manter até à derrocada, com posterior venda em hasta pública?

Ou será que, na visão do Presidente da Câmara, este património é irrelevante?

Sintra não merece disto.


quarta-feira, 9 de março de 2016

RETALHOS DA VIDA: D. EUFRESINDA E AS FARÓFIAS...

Ainda bem. No Vocabulário Ortográfico, Eufresinda não tem definição ou significado, pelo que mais valoriza o nome, por ser único e, dessa forma, privado. 

Foi o nome que lhe dei. Um belo nome de recurso, daqueles nomes que não esquecem e somos capazes de lembrar sem o risco de escorregadela na dicção.

Eufresinda, assim a imaginei numa daquelas situações em que não conhecemos tudo o que vai dentro das pessoas. Baptizei-a para poder contar esta pequena história.

Mulher bonita, de olhar doce, nos seus quarenta e poucos, almoçava acompanhada, mantendo com ele um diálogo certamente interessante porque sorriam com gosto.

- "Que vão comer, D. Eufresinda?", pareceu-me ter dito a empregada do restaurante. "Leitão se estiver bom, da outra vez..."...disse mais qualquer coisa com um sorriso. 

À espera, falavam baixinho, palavras abafadas que dificultavam a audição da conversa que devia ser curiosa, porque sorriam e a felicidade devia estar a encher-lhes as almas.

Assim foi a conversa, talvez de desabafos, de curiosidades respondidas, numa refeição que estava longe de desencontros, de desconversas ou de problemas a resolver. 

- "Desejam sobremesa?" a pergunta que sucedeu ao retirar dos pratos. Imaginei que teria de ser um doce e, de forma audível, D. Eufresinda pediu "duas farófias".



Que bonitas farófias, de fazer crescer água na boca, tão encostadas que pareciam uma só, talvez como eles ali na mesa ao lado. Provocadoramente apetitosas.

A vida tem retalhos de inveja. Gritei: "Por favor, também uma farófia para mim". D. Eufresinda corou, talvez pensando que lhes tinha escutado a conversa. Mas não.

Saíram, não dando tempo para pedir desculpa pela minha indelicadeza, enquanto saboreava um daqueles doces que há muito tempo não apreciava.

Ontem - Dia Internacional da Mulher - devia ter agradecido à D. Eufresinda.









segunda-feira, 7 de março de 2016

SINTRA: FOTOS DA SEMANA? OU O ARRASTAR DO...DESLEIXO?

Para quem ande pouco a pé, os slogans indiciadores de uma campanha eleitoral em curso talvez sejam aceitáveis,  pois os caminhos de Sintra devem ser percorridos.

Por isso, os slogans podem ser traiçoeiros além de gratuitos quando se caminha pelas ruas de Sintra e passamos por ruas como hoje citamos a Gago Coutinho.

O andar a pé, mais mobilizador que qualquer outro, acaba por nos levar a imagens desadequadas e que os autarcas, se optarem pelo repimpe em viaturas, não verão.

Todos sabemos que o imóvel onde se instalavam os serviços do Parque Natural de Sintra-Cascais se degradara, obrigando a uma transferência provisória. No entanto, o espaço à sua volta está aberto e lá temos visto pessoas com o mesmo vinculadas.


Nova forma de "desenvolvimento" proliferação arbórea ou espécies protegidas?

Portões abertos e viaturas no interior comprovam o frequente acesso ao local


Aqui chegados, qualquer inocente visitante de Sintra, daqueles que foram atingidos pela propaganda turística, ficarão admirados pelos poucos cuidados da imagem real.

Ainda por cima, lendo à entrada "Parque Natural de Sintra-Cascais", uma entidade com responsabilidades mais do que acrescidas face às funções que deve exercer.

Depois, fugindo daquilo que os Autarcas também fugiriam se as viaturas parassem quando por ali passam (é à beirinha da Estrada de Chão de Meninos), sobem a Rua.

Do outro lado, somos surpreendidos por novas imagens de abandono que nos chocam, que nos envergonham, que nenhum responsável providencia para que acabem.

Um exemplo de ironia: "Bem-vindo" ! Lixo "natural

Portão do Parque Natural de Sintra-Cascais / ICN (ao cimo da R. Gago Coutinho)

Salve-se o melro!

Como procederia tal entidade, perante imagens semelhantes na Serra?

Será que isto é natural? Que não há um qualquer responsável decidido a acabar com este estado de coisas? Hoje aqui, amanhã no Vale da Raposa. Outro dia, outro local?

Será "este o caminho" ajustado a mostrarmos a quem nos visita?

É certo que não é património municipal, que não é de responsabilidade directa da Câmara  Municipal, mas esta não deveria estar atenta e exigir a remoção de lixos?

São fotos tristes, símbolo de indiferenças e criticáveis desleixos.

Sintra não merece isto.