quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

SINTRA: DIZEM QUE SUA SENHORIA NOS QUER DEIXAR...

 "Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem                     futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020) 

Dizem que nos quer deixar...

Dizem por aí - a meia boca, pois nem é à boca cheia nem à boca pequena - que Sua Senhoria nos quer deixar, falando-se no mês de Março para a abdicação.

Em abono da verdade, também a meia boca, já nas últimas eleições se falava que só cumpriria dois anos, ajudando a que putativo sucessor mostre qualidades.

Escolher o delfim exigiria esforço hercúleo, ter de ver diplomas não vá haver algum falsete que se diga licenciado, seja para-licenciado ou nem uma coisa nem outra.

É estranho o aparente boato, já que Sua Senhoria, quando em eleições, prometeu tantos projetos que os sintrenses - crédulos - por eles vivem em cada dia ansiosos.

A confirmar-se - o que por nós não é crível - que motivos virão a ser invocados, sendo o mais habitual "por questões de saúde", no caso de difícil confirmação.

Legado e estória

Sua Senhoria virou Sintra para capital dos pilaretes, restringindo, no sentido lato, os acessos de sintrenses à sua (dos sintrenses) Vila Histórica e à Serra.

memória recordará visão empreendedora que, aos poucos, levou os tuk-tuk a serem quase transporte único de turistas, ocupando espaços livres e não tanto.

No Turismo, os visitantes emocionam-se ao chegar a Sintra, pois têm - em todas as saídas - dezenas de rececionistas à espera, tuk-tuks, guias falam da história.

Receamos, mesmo, que as autoridades dantes tão rigorosas, tenham sido sensibilizadas por Sua Senhoria para o que se passa, tal a compreensão por tudo.

Tivemos promessas, coisas do arco da velha em que só os batedores de palmas e os exibicionistas de novidades acreditariam, prontos a louvações de gratidão.  

Até pequenas coisas como a indelével promessa do Hospital de Cascais ser alargado (MAIS UM PISO) e "SE PASSA A DESIGNAR HOSPITAL CASCAIS/SINTRA". 

Sempre curiosos com o que Sua Senhoria foi prometendo, o boato de que nos queria deixar levou-nos a rever tantas e tantas coisas que ficámos acabrunhados. 

Dito na tomada de posse em 27.10.2017

. "criação da frota municipal de transportes capaz de influenciar positivamente o trânsito na Vila Histórica e de servir buscas nas cidades do concelho".
. "Construção da circular poente do Cacém, eventualmente em duas fases de forma a aumentar a fluidez do tráfego no IC19 e na A16.

Dito na tomada de posse em 27.10.2017

. "Será um hospital de proximidade que iniciará o seu funcionamento em 2021"

Ouvem-se palmas e mais palmas mas não vemos as caras, pela certa admiradores que não merecem ficar órfãos das inaugurações prometidas por Sua Senhoria.

Esquecido não poderá estar o resultado do prometido inquérito à majoração do IMI de 2017 que foi anulada, e de que antes foi alertado para as desconformidades. 

Sua Senhoria deixar-nos? Não pode ser, dizendo adeus à Mont Fleuri de que pagámos 2.800.000€ sem a poder visitar mas com sabido bem estar institucional. 

Em tese, quem espalha que Sua Senhoria nos quer deixar, não quer que brilhe no 25 de Abril de 2023, como brilhou em 2020 com a frase à cabeça destacada.


sábado, 21 de janeiro de 2023

SINTRA: UNIÃO DE FREGUESIAS, A LONJURA DA "PROXIMIDADE"

Retomando o exemplo de Paulo Ferreira, eleito em Montelavar

Será só na União de Freguesias de Sintra?

Reproduzimos o artigo de Opinião publicado na Edição do Jornal de Sintra de ontem (20 de Janeiro de 2023) pretendendo ajudar à apreciação dos eleitores locais.

"SINTRA: UNIÃO DE FREGUESIAS, A LONJURA DA "PROXIMIDADE"

"Panos enfunam-se conforme interesses sopram"(Friedrich Starck, um velho Amigo)

Saudação a um defensor da Sua Freguesia

Na edição do Jornal de Sintra de 6 deste mês, é cativante ler-se um Artigo da responsabilidade de Paulo Ferreira, um jovem com 24 anos. 

Não o conhecemos mas, desde já, uma profunda e merecida saudação a este Eleito (com E grande) de Montelavar, exemplo do empenho na defesa da sua terra.

Montelavar está de parabéns por tão digno cidadão se incluir nos verdadeiros defensores do Poder Local de proximidade e não distante, da vida...onde se vive.

Escreve: "a freguesia é uma circunscrição administrativa com um carácter de "vizinhança" e um "elo de ligação" entre cidadãos e outras esferas públicas". 

Que lição dá este jovem político, lembrando que nas zonas mais rurais se "preservam valores, tradições e legado histórico dessas gentes". 

Escreve ainda: "No caso de Montelavar falamos de mais de 500 anos de existência enquanto unidade administrativa que não pode ser apagada (...).

A história "não pode ser apagada por um qualquer decreto imposto à marretada".

Permito-me sugerir que leiam o artigo completo pois torna-nos mais ricos, respeitosos da ideologia, mais conscientes enquanto munícipes.

Paulo Ferreira um exemplo da riqueza do Poder Local de Proximidade.

E na União de Freguesias de Sintra?

Não importará, agora, apontar quantos foram responsáveis e aprovaram a aberrante concentração das antigas três freguesias de Sintra numa ilusória União.

Talvez tivessem a melhor das intenções, talvez entendessem que, naquela onde se instalavam é que seria melhor para o aumento de fregueses e carreiras. 

Talvez, por isso mesmo, descurassem a indispensável sensibilidade para divergências tão profundas entre a vida que decorria e a lonjura que agora decorre.

Talvez a força política à época dominante na freguesia se julgasse maior pela grandeza do território e respetivas compensações no brilho da intervenção política.

Talvez até...talvez...a verdade é que nunca soubemos bem o suporte.

Principal via da Aldeia de Abrunheira, atravessada por camiões todo o dia
Via abatida há vários anos e por reparar. Espera-se pelo abatimento total? 

A profunda diversidade entre as velhas freguesias que depois constituíram a União de Freguesias exigiria, a eleitos atentos, meditação sobre a sua continuação.

Custa-nos a crer que tão relevante medida na defesa das populações não tenha sido ponderada, ficando - pela prática - a proximidade apenas numa delas...

Não interessa colarmo-nos às ilusões, deslumbrarmo-nos por decisões camarárias - até agradecê-las - como se levadas a cabo pela estrutura mais próxima.

A proximidade é outra coisa, outra realidade, o sentimento de responder diretamente aos anseios legítimos depois de avaliadas as carências de cada local..

Se dissermos que a autoridade administrativa de proximidade nunca poderá ser caixa de correio da edilidade, damos a ênfase à profundidade dessa estrutura.

Mas como se sente? Com acções que não façam sugerir estarmos errados, em que as mínguas financeiras geram limitações impossíveis de aceitar localmente.

Sente-se na ausência de paridades nas acções da União de freguesias de Sintra, agora com 62,27 km2, incluindo os 26,46 km2 da antiga freguesia de S. Pedro. 

Também relevante a população da antiga freguesia de S. Pedro que andará muito próxima de metade dos 29.896 habitantes recenseados em 2021 na União.

Que equilíbrio pode existir quando foi na mais pequena em área e  em população, que se manteve a Sede da União, o Centro de Saúde e Quartel da Autoridade?

Quantos terão meditado que Santa Maria é bem diferente de S. Martinho? E que S. Pedro de Penaferrim, a postergada, nada tem a ver com as suas duas irmãs?

Que políticos envolvidos e estudiosos empenhados reviram a história das três Ex-freguesias como forma de responder às diferentes realidades?

A situação atual, de exaltar obras e outros feitos municipais, por sinal não atribuídos à área da Ex-freguesia maior e mais populosa, reflete a nossa apreciação negativa.

A escola primária, onde esforçados professores, auxiliares e alunos se sacrificam, não responde ao conforto e capacidade exigidos por elevada população.

A tantos licenciamentos habitacionais não foram, previamente, previstas novas vias, deixando toda a circulação rodoviária num caos que obriga a recursos diversos 

Via de recurso...quando não chove

Quando no território da antiga freguesia de S. Pedro de Penaferrim existem os maiores núcleos habitacionais - e empresariais - como é possível tanto abandono?

Se tivessem existido eleitos à altura das responsabilidades que assumiram a faculdade de decidir pela desanexação não poderia ser recusada com motivos fúteis.

Com o alheamento dos eleitos na União de Freguesias de Sintra fracassou a perspetiva democrática de ter sido feita uma natural reconversão.

Em vez da natural "Proximidade" ficámos pela terrível "lonjura".


Fernando Castelo"


quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

SINTRA: DE QUEM SÃO OS BURACOS NA ABRUNHEIRA?

O gosto de se saber...

Antes de saudar quem teve o bonito gesto de plantar uma árvore no meio da via (Rua Humberto Delgado, Abrunheira) esperemos o brilho de diferentes autarcas.

Pouco nos importa se a União se descarta com a Câmara, ou se a Câmara sacode para os SMAS, o que vale é o notório desrespeito dos vários eleitos locais. 

Há muito mais que 15 dias o pavimento foi esventrado para qualquer coisa.

Foi-se degradando, uns carros desviam-se, outros menos cautelosos balançam-se no progressivo aumento de tamanho dos buracos.

Hoje, num buraco profundo, um cidadão, provavelmente sem ambições de qualquer cargo autárquico de proximidade, deixou o aviso de danos profundos. 

Mais acima, na Rua do Forno, na Abrunheira, o pavimento um destes dias abate, podendo causar danos graves em carros e pessoas.

Sua Senhoria, que no acesso ao Mont Fleuri não poderá brilhar com buracos destes, tal como o presidente da União de Freguesias (da proximidade) não passa ali.


É assim que o Poder Local, alguém disse que democrático e de "proximidade", causa desilusões aos residentes, munícipes, Câmara Municipal e dita União.

E com um grande lenço para enxugar as lágrimas de alegria, com esforço e devoção, escutem as palavras ditas nas tomadas de posse de 2017 e 2021. 

Depois meditemos de como se constituíram maiorias, e onde param e que posições tomam quantos traindo a vontade dos eleitores se colocaram no regaço.

Que vergonha devemos sentir. 

Fica a pergunta: de quem são os buracos? 




terça-feira, 3 de janeiro de 2023

SINTRA: SUA SENHORIA E UM PROBLEMA DE ORGANIZAÇÃO (4)

 "Se não mudares aproximas-te da extinção" (Spencer Johnson no livro "Quem mexeu no meu queijo?")


Teoria da Modernidade Envelhecida

Chegados a 2023, somos obrigados a recordar aquele lapso de Modernidade com que o senhor presidente da Câmara terá assustado técnicos de entreparedes.

Só um lapso de Modernidade, numa versão envelhecida, se encaixará no pragmatismo de um desabafo que envolveria o nosso Embaixador em Washington.

Outra interpretação não pode ser dada à reconhecida verve, adquirida com muito afinco, desde os bancos de escola até chegar aos bancos de Sintra.

A verdade é que os americanos não chegaram, de tão práticos não vieram satisfazer Sua Senhoria e ajudá-lo a resolver algo que - pelo dito - não será capaz.

Neste canto da Europa, ficámos órfãos dos cérebros de que Sintra carece. 

Temos de culpá-los...

Os americanos não vieram e serviriam para afagar, talvez com um manto, tanta coisa dita e esquecida, destacando-se o Plano de Pormenor de Abrunheira-Norte.

A Modernidade foi anunciada por Sua Senhoria quando disse, com solenidade, o transcrito na Ata 24/14 de 21.1.2014 das Sessões de Câmara:

"O investimento global previsto é na ordem dos mil milhões de euros e cria 600 postos de trabalho".

Passados mais de 8 anos com Sua Senhoria no Poder, ficou envelhecida.

Recordemos o Plano...

Em 18.1.2001(ano de eleições) a Câmara, pela Vereadora Dra. Paula Alves (agora Presidente de uma União de Freguesias) anunciava o PPAbrunheira-Norte:

  • Adequação da mobilidade e acessibilidades aos sectores territoriais e de actividades múltiplas da Abrunheira;
  • Integrar intenções de investimento (...)";
  • Assegurar adequada estruturação das redes urbanas (...)";
  • Garantir o enquadramento de áreas de génese ilegal (...);
  • Assegurar direito à utência de equipamentos coletivos (:::);
  • Obter extensão da qualidade paisagística e cenarização da Serra de Sintra.
Na altura - em 25 de Janeiro de 2001 - dois munícipes entregaram na Câmara Municipal o documento abaixo reproduzido, num gesto de cidadania. 



Até agora, de visível, só a placa toponímica de Abrunheira, que vai mudando de um local para outro, estando agora fora da Área do Plano. 

1ª. mudança - Esta Placa colocava o Plano dentro da Abrunheira

Última mudança - Esta Placa coloca o Plano fora da Abrunheira

Segundo o Plano de Urbanização de Sintra, elaborado em 27 de Julho de 1949 por Étienne De Gröer, a Abrunheira faz parte da Zona Rural de Proteção de Sintra. 

Daí que, na Abrunheira, as edificações não pudessem ter altura superior a dois andares acima do solo, defendendo a panorâmica da Serra de Sintra.


Será por falta de "americanos" que Sua Senhoria, decisor de ciclovias e pilaretes, não avança com o tal "investimento de mil milhões de euros"?

Sintra não merece isto. 



NOTA: Está assim...