quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SINTRA: TUNA ACADÉMICA DÁ BOAS VINDAS A BASÍLIO HORTA

A Tuna Académica da Universidade da Terceira Idade de Sintra deu esta manhã as boas vindas ao novo Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Dr. Basílio Horta.

Foram oferecidos momentos musicais de muito agrado, a que os presentes retribuíram com muitos e entusiasmados aplausos.

A Tuna na sua actuação
 
No final, o Presidente da Câmara enalteceu a qualidade musical, incentivando a TUNA a continuar o seu trabalho em prol de Sintra.

Troca da lembranças
 
Para melhor apreciação, poderá ver um vídeo (desculpe a qualidade) em:
 


 

SINTRA: O PRESTÍGIO DA PARQUES DE SINTRA-MONTE DA LUA

A notícia chegou normalmente, sem qualquer canal especial, mas pode dizer-se que enche de orgulho Sintra e honra o trabalho desenvolvido ao longo destes anos pela Empresa Parques de Sintra-Monte da Lua, seus Trabalhadores e Administração.
 
A PS-ML é a única representante Europeia nomeada para a 20ª. edição da World Travel Awards na categoria da "Melhor Empresa do Mundo em Conservação".
 
Uma saudação muito sincera para todos os que vivem e fazem a Empresa.
 
Magnífico Pinheiro-da-dâmara
 
O belo palácio de Monserrate
 
Notícia mais completa em:
 
 
 
 
 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

"NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIA"

TENHO A OBRIGAÇÃO DE AGRADECER...

Obrigado pelo seu "clique"

Em poucos dias, mais de 200 cliques no "GOSTO" do Facebook, representaram uma enorme alegria, pela partilha desta página com pessoas com quem nunca me tenha cruzado, e outras que há longos anos conheço e guardo respeitosamente.

A vida é feita de partilhas e sentimentos.

As partilhas levam-nos mais longe, os sentimentos aproximam-nos na distância. A diferença é que nos sentimentos fica sempre a saudade.

Curiosamente, a WEB, tão destrutiva do humanismo, acaba por ser o vínculo de ligação entre pessoas, desconhecidas ou amigas, onde as páginas da vida se sucedem, numa liberdade de pensamentos que nos torna mais sensíveis.

Não existe, entre nós, a cultura de outras sociedades quanto à expressão dos nossos sentimentos com flores. Há pouco tempo, já a noite ia alta e vendiam-se flores pelos passeios de uma cidade. Por ambos os sexos eram compradas e levadas.

Daí que, também aos homens que "aprovaram" esta página do Retalhos de Sintra, lhes envie uma espécie protegida: um azevinho, também do mesmo jardim.

Um abraço pelo seu apoio
 
"NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIA". O livro de Richard Bach oferecido há tantos anos, tinha toda a razão. 
 
Muito grato a todos.
 
Espero as vossas visitas.


 

domingo, 27 de outubro de 2013

"PELES DE COELHO"..."TRAPOS...E...GARRAFAS"...

Coelho em bronze numa via pública - Jackson
 
Um coelho, bem tratado, luzidio e a descansar, fez-me recordar a infância, quando as famílias dos trabalhadores  eram obrigadas, pelo regime e políticos da época, aos maiores sacrifícios e procurar mais qualquer coisa para o sustento.
 
Recorda-se, porque actuais e futuras gerações devem sabê-lo.
 
De tempos...a muitos tempos, por luxo ou festa familiar, lá se comia um coelho, aproveitando-se a pelo do bichinho após o abate. Aproveitavam-na o comprador ou o criador particular. Nos meios rurais e até em zonas urbanas.
 
Com canas finas, cruzadas em armação ao estilo do que era feito para os papagaios de papel, a pele do coelho era esticada, devidamente salpicada com sal e dependurada ao ar e ao sol até ficar seca, pronta a curtir...e a render uns tostões.
 
Nas ruas ou campos, passavam compradores que gritavam: "Peles de coelho" ou "Quem tem peles de coelho que queira vender?" Nas transacções, a cotação de uma pele podia ir dos 50 centavos até 15 tostões, conforme a qualidade e tamanho.
 
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Da mesma forma, andavam comerciantes com carroças que compravam outras coisas. As pessoas guardavam nas suas casas roupas que já não serviam para recuperação familiar, pois as calças iam de pais para filhos e depois não serviam.
 
As garrafas (sempre de vidro) era guardadas em casa para posterior venda.
 
Vinham os compradores: "Quem tem trapos e garrafas que queira vender?". Lá se recebiam mais uns tostões, que davam para comprar 15 tostões de manteiga (tirada com uma colher de pau de um recipiente com água e sal) ou meio litro de feijão (era ao litro que se comprava...)...minimamente roubado com a passagem da rasoura.
 
 
São algumas recordações dos anos 40 e 50, no após guerra, tempos que sempre julguei não voltariam ao meu país. Ao meu desconfortado país, onde os mesmos ideólogos dos regimes que deram origem à Segunda Grande Guerra estão no poder.
 
Coelhos luzidios descansam repimpadamente à custa dos sacrifícios de milhões de trabalhadores e reformados.
 
Depois, um dia, admirar-se-ão se andar por aí quem lhes queira tratar da pele.
 
 
 
 
 
 

sábado, 26 de outubro de 2013

SINTRA: AMANHÃ VÁ A MONSERRATE...

As previsões meteorológicas para amanhã são excelentes. Parece que será um dia de Sol, mas Monserrate é também tão agradável quando chove...

E, se tiver sorte, um pouco de nevoeiro ajudará a sonhos que transportarão para a época em que o Senhor Cook por lá passeou com a família...


Uma vista magnífica
 
O interior do Palácio está cada vez mais belo, recuperado. Tem de ser visitado para saudar - mesmo em silêncio - os artistas que fizeram tão rico e paciente trabalho. O nosso olhar atento é a maior homenagem que podemos fazer aos autores.
 
 
E, descendo a escadaria, chegará à cozinha...que bela cozinha.

 
Não perca o vale até aos lagos, a beleza dos nenúfares e as espécies de outras paragens que nos são oferecidas ver. África do Sul, México, Nova Zelândia e tantas outras partes do mundo..
 

Não fique em casa. Não vá para Centros Comerciais (deviam estar fechados aos Domingos e dias de descanso). Vá respirar ar puro e ver lindas paisagens.
 
Se tem crianças, ajude-as a apreciar a beleza das serras, a cultura dos museus, o caminhar entre vegetação. Faça-as mais felizes. 
 
Passe um bom dia de Domingo, num dos parques da nossa Serra.
 
 

NOTA: Se é munícipe de Sintra não abdique do direito de entrada gratuita da parte da manhã. Leve a família e documentos que provem residir no concelho.







quinta-feira, 24 de outubro de 2013

SINTRA: CERTAMENTE UMA NOVA VISÃO AUTÁRQUICA

Outra forma de se ver Sintra

Uma saudação aos Eleitos Autárquicos que desde ontem são responsáveis  pelo que nos próximos tempos se passar na gestão do território sintrense, o nosso território, que queremos seja acolhedor para os que cá vivem e para os vindouros.
 
Exigível caminho de progresso e desenvolvimento
 
Com a tomada de posse ontem efectivada, Sintra passou a ter uma nova equipa de autarcas para gerir bem os determinantes pelouros que uma Câmara - de grande dimensão como a de Sintra - precisa para retomar a via do progresso.

Sem a intenção de desmerecer os restantes Eleitos, deve salientar-se que um Sintrense será Presidente do Órgão Máximo do Concelho - a Assembleia Municipal - deixando-nos a confiança completa pelas suas capacidades e actuações.  
 
Garantida que esteja, nas grandes linhas, a execução de propostas tendentes ao desenvolvimento económico do território, ficam naturais expectativas sobre quem possuirá os pelouros mais significativos para as levar a efeito.
 
O Executivo Camarário, recheado de sintrenses conhecedores da vida autárquica de Sintra - por terem integrado Executivos anteriores - não correrá o risco de "coxear" na obtenção de conhecimentos que sirvam exclusivamente as populações.

Justificar custos e aproveitar os qualificados Quadros Técnicos

Como foi possível admitir-se, sequer, que externamente se indicasse à Câmara a contratação de alguém com a categoria equivalente a Director Delegado?  

Chegou a altura de se reduzirem custos supérfluos, de se disciplinarem as despesas.

Tudo indica que, na necessária política de redução de custos, se honrem todos os qualificados Quadros Técnicos Municipais, pelo que os pivots externos e "assessores" terão os dias contados. Talvez até alguns Administradores remunerados...
 
Aliás, não faria sentido que, tendo a Câmara Municipal prestigiados Quadros Técnicos em varias frentes sensíveis - entre elas Museus, Património Histórico, Turismo, Urbanismo e Obras Municipais - se recorresse a nomeações externas.

E se, por interesse colectivo, alguém externo se possa tornar útil ao Município, que eventuais convites pressuponham colaborações graciosas. 
 
Primeiras Opções
 
Dados os primeiros passos na reorganização estrutural, tudo indica que a prioridade será para o desenvolvimento empresarial, de onde podem gerar-se postos de trabalho qualificado para as dezenas de milhar de desempregados.
 
Neste campo, nos desempregados inscritos no Centro de Emprego, desde Maio que o número total tem baixado ligeiramente...apenas aumentando nos com Curso Superior (2581 em Setembro), o que dá indicações sobre a qualidade empresarial.  
 
Outra frente prender-se-á com o Turismo, incluído na região de Lisboa, mas que não pode estar fora das mãos sintrenses e na dependência de estruturas externas.
 
É com entusiasmo que se aguardam as primeiras medidas para o futuro.
 
SINTRA MERECE.
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SINTRA: NOVA PÁGINA...COM NOVOS RUMOS

Nas encostas de Sintra a beleza simples e pura dos medronheiros

Passaram quase 1000 dias desde que este Blogue, sem pretensões exageradas, surgiu no espaço da oferta, vivência e partilha colectivas. 

Tal como na vida real, cruzam-se sentimentos cuja extensão não conseguimos lobrigar, leitores anónimos que - tantas vezes ou quase sempre - gostaríamos de abraçar, pela cumplicidade da partilha de hoje sobre muito que foi de ontem.

Este Blogue não foi, nem poderia ser, um mundo fechado sobre Sintra. Foi um pretexto, agradável pretexto diga-se, para me aproximar de Amigos, de Amigos menos amigos, de Amigos que foram Amigos, porque as memórias nunca se apagam.

Ao mesmo tempo, foi pretendido dar-se espaço aos problemas que afectam os sintrenses na sua vida colectiva. Que forças ocultas têm condicionado e manipulado a divulgação da realidade da vida sintrense.

Não nos incumbe promover méritos, antes exigir que os responsáveis cumpram com as suas obrigações de governação. Para isso foram eleitos. Só para isso...

A partir de hoje, este Blogue também terá uma página no Facebook.

Contamos consigo. Contigo. Com as Vossas visitas.

Obrigado.


Nota: O novo endereço é: https://www.facebook.com/retalhosdesintra

Para nos acompanhar, por favor clique GOSTO na página do Facebook. Divulgue pelos seus Amigos.

 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

UDINE, O PATRIMÓNIO COMO MOTOR DE DESENVOLVIMENTO

Exemplar...

A Comuna de UDINE, bela capital da região do Friuli Venezia Giulia, em Itália, considera-se a "Cidade das Crianças", às quais dedica a maior das atenções com serviços educativos, biblioteca cívica, Conselho Comunal, áreas de piquenique e outras.
 
Tem 7 circunscrições (equivalente às nossas freguesias) nelas mantendo intensas actividades diárias, com desporto, arte, cultura e ocupação dos tempos livres.

Ao mesmo tempo, é uma Comuna (Concelho) aberta aos seus representados, incentivando sugestões para a melhoria dos serviços, pedindo até que votem neles, para uma ampla sensibilidade sobre a qualidade e funcionamento dos mesmos.
 
Respeitar o Património desenvolvendo a economia local 
 
UDINE possui um inigualável património que nos domina e encanta, mostrando como é possível conciliar a defesa desse bem da Humanidade com interesses culturais e económicos, numa sociedade onde os comerciantes também ganham.
 
bela Piazza della Libertà, onde a Galeria Lionello no seu estilo gótico veneziano com pedra branca e rosa enche os olhos e a alma, não é um património qualquer: - É considerada a mais bela praça da região veneziana.
 
UDINE, Loggia del Lionello
 
Na mesma praça, temos a famosa Torre do Relógio de San Giovanni, pérola do Renascimento, uma réplica da existente na Praça de S. Marcos, em Veneza.
 
A bela Torre, com os "mouros" que batem as horas
 
Pois nessa zona tão nobre - de praças e ruas - dezenas de bancas ofereciam aos visitantes os mais diversos produtos, comidas, gelados, roupas, até cosméticos.

Via Mercatovecchio, uma banca no Centro Histórico
 
Depois, subindo uma rampa com colunas à direita, chegamos ao Castelo.

Sobe-se esta rampa no caminho para o Castelo

Lá no alto, na praça do Castelo, com a bela e altaneira torre à vista, milhares de pessoas ocupando mesas e cadeiras colocadas na relva, conversavam animadamente enquanto esperavam pela refeição forte dessa tarde.

Já dentro da praça do Castelo

"Toro no espeto" a grande atracção gastronómica no Castelo

O grande momento do convívio era o toro que estava no espeto. Vi, num mostrador electrónico, que 831 senhas de inscrição estavam tiradas, pelo que podemos imaginar as refeições que seriam servidas. Quanto ao petisco, estava em andamento.

"Toro no espeto" o prato forte desse dia, neste monstruoso grelhador com 2 metros e meio
 
Finalmente, para ajudar à apreciação, deve dizer-se que, nessa noite, eram esperadas em UDINE um milhão de pessoas, com reflexos elevadíssimos na economia e desenvolvimento da cidade e da região. Milhares de euros em movimento.
 
Quando pensamos nas dificuldades que, por qualquer coisinha, se levantam em Sintra, compreendemos porque Sintra parou no tempo.
 
Com os momentos de crise que vivemos, cada vez mais se torna necessário acabar com os espíritos bloqueadores da evolução, para darmos passos em frente.
 
Até porque Sintra não tem donos privilegiados.
 
É de todos nós.
 
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

D. ISAURA, TRONCAS E A "MENINA DE VINIL"...

Naquele rés-do-chão da Rua do Ouro, nº. 171, bem ao fundo de um estreito corredor feito com uma divisória de madeira encimada por vidro fosco, estava a D. Isaura, telefonista da "minha empresa", apenas minha porque lá trabalhava.
 
Era obrigatório agradar-se à D. Isaura, dona do PBX instalado junto à Administração, pois uma conversa telefónica mais íntima poderia comprometer o nosso futuro. Um dos truques era fazer festas ao tico-tico, seu gato de estimação, que andava por ali.

Hoje, a D. Isaura seria "técnica especialista" ou "gestora de circuitos" com troca de cavilhas e serviços afins...tal a eficiência com que cumpria as missões confiadas... 

 
Um dos painéis habituais dos PBX
 
Os poucos telefones, para as chefias e uso comum, não tinham teclas, pelo que o levantar do auscultador (ou rodar uma pequena manivela) era como que uma piscadela no PBX, caindo como que uma pálpebra que identificava a extensão.
 
Pelo PBX, com recurso à telefonista, passavam as ligações internas e externas.
 
As ligações externas (e casas que tinham telefone) eram através dos serviços da APT (Anglo Portuguese Telephone): "Troncas...para onde deseja ligar"? Pedia-se, por exemplo, "o 115 de Albergaria" ou "António Caramelo, em Cinfães". "Aguarde"...
 
Na maior parte das vezes, desligava e só depois era feita a ligação pretendida.
 
Muitas vezes, mais nas residências, as Senhoras da APT já conheciam os Assinantes, o que levava ao relacionamento quase institucional entre as partes.

Elas diziam e contavam quantas moedas caíam nas cabines, mas davam umas borlas se as chamadas se perdiam e o dinheiro tinha sido introduzido.
 
Muitas dessas milhares de profissionais ainda serão vivas, pelo que daqui envio uma singela homenagem de apreço pela forma atenta como nos ouviam e nos falavam. Estavam atentas e partilhavam a vida com os Assinantes.
 
A menina de vinil dos nossos dias

Pessoa amiga, de há dezenas de anos, viu-se de súbito com uma grave doença, de doloroso tratamento, pelo que procurei falar-lhe para lhe dar alento, saber pormenores, no fundo afastá-la durante um ou dois minutos das dores.

Acabando de ligar, logo uma voz feminina (porque não usam a masculina?) disse: "Não é possível estabelecer a ligação. Tente mais tarde" e desligou. Voltei a ligar e a mesma voz, repetindo a mensagem, sem apelo nem agravo. Desumanamente.

Fiquei a meditar no sucedido. Não podia falar com o vinil. Havia uma voz, nem fria nem quente, sem sexo, sem alma, sem sentido de vida. Não estava nas "Troncas", talvez num paraíso fiscal ou satélite a rodar em SP, sem bites nem bytes. Horrível.

Aquele malvado vinil, culpado do envio para casa de  milhares de mulheres válidas que trabalhavam nas Centrais - e quantas conheci na da Trindade - permitiu aumentar o lucro das empresas, sacrificando a vida e a felicidade de seres humanos.

Abaixo a "menina de vinil", que nem os bons dias me dá...e depois admiramo-nos da vida numa sociedade triturante, com fins e sem princípios.

Boa tarde para as pessoas de bem.


  
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

SINTRA: BASÍLIO HORTA, NOVO CICLO NOS GASTOS PÚBLICOS?

Com a tomada de posse prevista para 23 deste mês, os novos Autarcas - Assembleia e Câmara Municipal - que irão tomar nas sua mãos a gestão deste nosso imenso território sintrense não terão tarefas fáceis.

Agora, seria irrelevante o árduo trabalho de estudar os 59,58% de abstenções, ou se ganharam os brancos ou os nulos, já que não devemos esquecer os milhares de sintrenses sem trabalho que abalaram pelo mundo fora.

Por outro lado, seria estultice abordar ou tentar confundir e misturar a opção de "Independente" do Presidente eleito, legitimamente incluído numa lista Partidária, situação que frequentemente se verifica em Coligações e forças Partidárias.
 
Dinheiros públicos e sua aplicação

Causa estranheza que, ao longo da crise, o Governo Central tome medidas restritivas sobre gastos (muitas vezes ofensivas), mas ao nível autárquico essa preocupação ande à solta, por vezes ajudando na captação de votos...com incidência nos passivos.

Não admirará que o Dr. Basílio Horta procure saber, prioritariamente, da situação financeira do município de Sintra, seu Passivo Exigível e encargos assumidos para os próximos anos, já que serão os munícipes a ter de os pagar.

Ao mesmo tempo, ao que se admite, outra das medidas rigorosas a tomar prender-se-à com a nomeação de assessores, sempre e devidamente justificadas por funções que não possam ser desempenhadas por técnicos camarários qualificados.

Aliás, em nome da transparência e conhecimento público, seria do mais alto interesse a divulgação de quanto custaram - nos últimos quatro anos - os assessores nomeados e quais as funções que inequivocamente desempenharam.

Dívidas camarárias e de empresas municipais

No site da CMS - que deveria ser objectivamente esclarecedor - notam-se omissões relevantes, nomeadamente em "Dívidas a Fornecedores". As últimas informações da Câmara reportam-se a 31.12.2012 e da EDUCA e HPEM a 30 de Junho de 2011...

Nessas datas, Câmara apresentava as dívidas a ZERO (entre 90 e mais de 360 dias) sem indicar as inferiores a 90 dias. Por seu turno, na EDUCA e na HPEM - entre 60 e >360 dias - as dívidas ascendiam a 6.648.310 € e 8.267.820 €, respectivamente.

Projectos de desenvolvimento estratégico

Em campanha, o candidato Basílio Horta manifestou sempre as maiores preocupações com o desemprego e necessidade da criação de mais postos de trabalho, pela influência na vida das populações e ambiente social.

Tudo indica que as prioridades da gestão do Presidente eleito se destinarão ao incentivo a novas empresas em Sintra, geradoras de mais riqueza, entre elas "industrias limpas" e vocacionadas para o turismo, com efeito na economia local.

As limitações financeiras que se julgam existir, não permitirão largos voos nas despesas ou em compromissos não prioritários, pesem pontuais casos de interesse ou pressões que, naturalmente, possam surgir, aliás como muitas vezes sucede.

Não será de excluir que, quase de supetão, lhe sejam colocados sobre a mesa as mais variadas "urgências", decisões sobre "prestigiantes" propostas para Sintra, quantas delas merecedoras de reanálise cuidadosa e definição de prioridades.

Os primeiros serão os mais difíceis tempos da governação - facilmente superáveis - antes de se retomar o normal funcionamento da pesada máquina municipal.

Aparentemente é uma vantagem para o nosso futuro colectivo que o Dr. Basílio Horta não tenha surgido em Sintra para consolidar a sua carreira política, aliás suficientemente conhecida, facto que o tornará, por certo, muito mais "Independente".

Esperam-se, por isso, por parte do Presidente eleito, as maiores cautelas na aplicação dos dinheiros públicos, gerindo cuidadosamente as "fantasias" onerosas que lhe sejam apresentadas sob os mais variados títulos.

Tudo indica que os próximos tempos tragam uma grande clarificação sobre até onde podem ir as despesas que prioritariamente sirvam os interesses mais amplos das populações. E só essas...

Em tese, será do maior interesse que os munícipes conheçam, logo que possível, a situação financeira da sua Autarquia, para compreenderem o exigível planeamento de todos os actos de gestão do território.


 

domingo, 6 de outubro de 2013

LISBOA: CONHECÊ-LA, DE CALÇÕES, ENTRE 1953 E 1956...

Naquela época, não havia psicólogos para apoiar as crianças que, filhos da Grande Guerra, começavam a trabalhar para ajudar a família a sobreviver.

Lembro-o para que na história se inscrevam os trabalhadores de calções, que depois de uma vida árdua e trabalho hoje estão sendo espoliados das sua pensões.

Primeira desilusão aos 14 anos. Sem posses, deixei o Liceu para trabalhar (estudaria à noite). Um anúncio, pedindo "Rapaz para paquete", criou-me o "sonho de viajar pelo mar", rapidamente desfeito ao saber que a função era mais para recados...

Nessa tenra idade, em que pouco conhecia de Lisboa a não ser do caminho para o Liceu de Camões ou uma espreitadela às miúdas do Filipa (a polícia vedava aproximações...) comecei a percorrer Lisboa de lés-a-lés, quase sempre a pé.

Se calhava ir para Alfama, não podia perder o Chafariz de Dentro, ou a Rua de S. João da Praça, a Rua do Terreiro do Trigo e as docas, com fragatas, mesmo em frente.

Tinha um prazer imenso em passar pelo Beco do Carneiro e olhar os dois prédios que, na altura, se encostavam e imaginava os vizinhos a passarem coisas de uma janela para outra, bastando esticar os braços. Agora estão mais afastados.

Beco do Carneiro como está hoje. As obras afastaram os telhados

Às vezes, tinha a companhia do Florindo, linotipista no Bairro Alto, que apanhava o comboio em Santa Apolónia. Entrava numa tasca na Rua do Terreiro do Trigo e pedia: "Dois pastéis de bacalhau e um de dois branco...também vais no branco"?
 
Ao refazer estes caminhos, sinto como que uma solitária homenagem àquele amigo, na casa dos 50 anos, apaixonado pela cidade de Lisboa, sempre com um livro na mão para ler "nos tempos livres" ou no comboio a caminho dos Olivais, onde morava.
  
Quem imaginará imagens destas dentro da cidade de Lisboa?
 
Há dias, nesta zona e junto ao Beco da Lapa, descobri esta frondosa bananeira que, um residente, me garantiu dar boas bananas. Uma estranha imagem de Lisboa. 
 
Regressava pela Rua da Alfândega ou por Santa Clara, até à estação do Rossio, de onde partiam os comboios para Sintra e Azambuja, mais os Expressos Lusitânia e julgo que o Sud Expresso, estes últimos puxados por máquinas potentíssimas.  
 
Outras histórias ficarão para um dia...talvez próximo.
 
 
 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

LISBOA: DE CANTOS, (RE)CANTOS E PATRIOTAS...

Nos meus percursos solitários por Lisboa, sou tantas vezes surpreendido por encantos que me deslumbram, fazendo desejos de que - muitas vezes - tudo seja recuperado para bem da riqueza patrimonial lisboeta e da nossa história.

Porque há dias aqui lembrei a Fonte do Poeta que existe no Largo da Judiaria, não poderia esquecer as belas e antigas janelas que na sua frente se nos mostram.
 
 
 
Caminhando mas um pouco, na Direcção do Chafariz de Dentro, por uma rua estreitinha chegamos ao Largo das Alcaçarias, onde um calmo gatito nos olha enquanto apreciamos dois painéis de azulejos antigos e fortemente agredidos.
 

 
Hoje, recordarei a história que eu próprio observei. 
 
Neste Largo das Alcaçarias, na esquina onde se entra pela Travessa do Terreiro do Trigo (voltaremos a falar do Terreiro do Trigo), existia uma fonte.
 
Era conhecida por Fonte das Ratas.
 
Por volta de 1959, constou que a água de tal fonte (certamente a mesma dos banhos) era milagrosa e, espalhada a boa nova através dos Diário de Notícias, Século , Diário Popular e Diário de Lisboa, a população a ela acorreu para encher garrafões.
 
Era um pandemónio. A polícia tinha de manter a ordem, milhares de pessoas de Lisboa e arredores, com vários garrafões, esperavam horas a fio para conseguir levar para casa o precioso líquido, poupando até na compra de outras águas ou bilhas.
 
Nessa altura, já os grandes empresários tinham o poder de influenciar e dar ordens ao governo, pelo que uma grande marca vendedora de águas reclamou invocando a qualidade da que brotava da fonte...claro porque estava a perder clientes.
 
Solícitos, governantes de então ou a câmara municipal (tudo da mesma gente) proibiram a recolha de agua no local com fundamentos de "defesa" da saúde pública. Como mesmo assim continuasse a recolha, um dia a fonte foi destruída e soterrada.
 
A Fonte das Ratas acabou, arrasada, para que os pobres não a utilizassem.
 
Pelo que julgo saber, como ao lado havia a zona de banhos, a edificação ainda hoje existe.
 
Aproveitando andar por lá, bastando atravessar a Rua, podemos deliciar-nos com a frontaria do Edifício das Alfândegas, encimado por uma gravação histórica, que reflecte a época em que o nosso país era governado por patriotas preocupados com o seu povo:
 
 

"JOSÉPH: I, AUGUSTO INVICTO PIO
REY E PAY CLEMENTISSIMO
DOS SEUS VASSALLOS
PARA SEGURAR A ABUNDANCIA DE PAÓ
AOS MORADORES DA SUA NOBRE E LEAL CIDADE DE LISBOA
E DESTERRAR DELA A IMPIEDADE DOS MONOPOLIOS
DEBAIXO DA INSPECÇAÓ DO SENADO DA CAMARA
SENDO PRESIDENTE DELLE PAULO DE CARVALHO DE MENDONÇA
MANDOU EDIFICAR DESDE OS FUNDAMENTOS ESTE CELLEIRO PÚBLICO
 
ANNO  M DCCLXVI"
 
 
Esta a nossa história de hoje...feita ontem...para amanhã.
 
 
 

GORONGOSA...PRECISA DO APOIO DE TODOS...

Recordemos outras épocas da história, não com a cicatriz dura do colonialismo mas de momentos da nossa vida. Pela memória passam cenas da vida na Gorongosa e da presença dos portugueses naquelas paragens. Rodam os Povos...
 
Guardo com todo o respeito esta pequena tarjeta do período colonial
 
A memória histórica não se apaga, apesar dos danos, dos sofrimentos, das derrotas e vitórias, de tudo o que foi vida e morte e de novo a vida. Um novo povo se libertou.
 
Durante as guerras todo o património vivo foi praticamente destruído. Morreram pessoas, quase se extinguiram as diversas espécies animais e vegetais naquelas riquíssimas paragens.
 
Fui um privilegiado ao conhecer a Gorongosa quando as destruições eram poucas. Hoje gostaria de lá voltar, certificar-me de que tudo está bem, que retomou a antiga e rude beleza, que podemos ter confiança e esperança.
 
A Gorongosa segue o caminho da recuperação, de novas vidas, de um novo património de nós todos. O vídeo que segue dá-nos confiança e mais sossego.
 
 
 
Para um melhor futuro dos povos.
 
 
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

DERROTA DOS POLITICOS "CANGURUS"...

Há quem, servilmente, os alcunhe de "dinossauros", quando na realidade não passam de ambiciosos salta-pocinhas, ansiosos por saltarem de Câmara em Câmara, com projectos e ambições que pouco têm a ver com os eleitores.
 
A contestação de tal forma desesperada à Lei de Limitação dos Mandatos, objectivamente para a perpectuação no poder, acabaria por lhes ser nefasta face aos resultados eleitorais obtidos. O eleitorado passou a conhecê-los melhor.
 
O resultado está aí, visível quanto baste, mostrando que representam pouco mais que nada, coelhitos que se julgavam cangurus, sem pernas para os ambicionados saltos.
 
Para cúmulo, ainda os há a queixarem-se de que não contaram com os órgão de informação para passarem a mensagem. Que despudor. Talvez pretendessem antes o quase monopólio das antenas, aproveitando desigualdades no tratamento...

Fartos de ser conhecidos estavam eles. Ou pela camisola denunciadora do seu clube, como se as eleições fossem num imenso relvado. Ou pelos gestos humanitários exibidos. Mais tempos de antena não passariam de exclusivos publicitários.
 
Fica para a história, como aviso, que o povo eleitor não gosta muito de quem se julgue no direito de não largar o poder...em nome da democracia.

Claro está que deixaram uma grande orfandade: pequenas figuras à espera de grandes lugares, coligações contranatura e quantas nomeações na forja. Sabe-se lá a extensão dos projectos de unidade na acção inviamente previstos.

Se não tivessem a pretensão de dar saltos de canguru, ainda hoje o futuro politico se lhes abriria - aguardando a ocasião propícia - enquanto que agora todas as veleidades e ambições ficaram por terra.

Ganharam na secretaria...mas perderam no terreno do eleitorado.

Foi uma grande vitória do sistema democrático.

Quanto a "Dinossauros", sabe-se que já desapareceram há milhares de anos.