sexta-feira, 20 de outubro de 2023

SINTRA: VOLTEMOS AO PUZZLE DA POUSADA DE JUVENTUDE

 

1.329.200,00 + IVA 

"(...) foi formulada recomendação junto do Presidente da Câmara Municipal de Sintra, no sentido de concluir as diligências encetadas visando a aquisição da propriedade do imóvel, assegurando a efetiva integração de todo o investimento realizado no património autárquico". (Ofício nº. 2023/3569, da IGF, datado de 2023.09.27  16:18:08 + 01' 00'

Da Ata à Des(ata)...

Caro e atento visitante, aqui estamos a cumprir o prometido sobre a dita Pousada de Juventude que agora, dizem-me, se chama de "Jovens".  

A ter seguido o nosso convite, nunca as Atas das Sessões de Câmara foram tão visitadas o que, só por si, é de uma riqueza cultural impagável nos dias de hoje.

Dizemo-lo com parcial satisfação, pois ao migrar-se pelo site camarário a riqueza informativa completa-se com as paredes de vidro de que se orgulha certa Oposição. 

Somos do tempo em que a Oposição fazia críticas numa revista camarária, onde se podiam ler exemplos de firmeza que não a tornavam subserviente.

Voltemos à Ata e à Proposta 274-P/2016

Sobre a Pousada, antes de chegar à página 065 da Ata, espreitou na página 052 e leu a "dificuldade que foi" "fazer ali uma coisa útil investindo 660 mil euros"...

Ainda a Proposta não tinha sido esclarecida pelo Proponente e já um Vereador o esvaziava desse orgulho declarando "Concordo com a proposta apresentada".

A partir da página 65, o leitor terá ficado siderado com as seis (6) páginas que se seguiram, em que só numa um Vereador teve dúvidas sobre Proposta apresentada.

Por certo não deixou de fazer o que se poderá chamar Tour do Orgulho Camarário, cheio de obras do Casal de Cambra à "Ocupa" ou Quinta da Fidalga a Pero Pinheiro.

No Tour, que ocupou tempo em prejuízo de perguntas sobre questões financeiras a ponderar sobre a Pousada, só dois Vereadores da maioria não entraram.

Esses, merecedores da maior confiança e com formação mais consentânea com a Proposta, ao não partilharem o tour ter-se-ão remetido à omissão participativa.

"Patinho feio" da Discussão foi...

Movimento Sintrenses com Marco Almeida, quando o Vereador José Pedro Matias declarou: "Assim,  abster-nos-emos na votação desta proposta"..

É óbvio que os contornos da Proposta 274-P/2016, com os Termos do "Contrato de Subconcessão 23/16/CM/IPP" entre fotos, enriqueceriam com a Unanimidade.

O Longo Tour da discussão acabou num menor esclarecimento do proposto.

Novo apelo ao leitor

É nossa convicção que o paciente leitor, lendo que a Proposta estava nas Fls. 270 a Fls.295 que lhe eram anexas, quis saber o que tinha sido aprovado e...

Num salto para o segredo, lá foi páginas abaixo...só encontrando as Fls. 270 e 271, enquanto as seguintes (que fazem parte do mesmo) estão ocultadas. 

Que raio, o que não se deveria saber publicamente?

Ficou a saber que na Fl. 270 se falava em "Subconcessão e demolição do edificado existente de modo a substituí-lo por um novo e único edifício". 

Suportando o "demolir" estava "o valor dos dois imóveis é inferior a 530.000,00€ (...) "pelo que compete à Câmara Municipal aprovar a sua subconcessão".

Para construir "um novo e único edifício" em terreno alheio, qual o custo?

Relendo a Ata, o estimado leitor não vê que algum dos Vereadores que aprovaram a Proposta tenha cuidado de saber a estimativa do custo do edifício a construir.

Assim se demoliu património alheio e se construiu uma Pousada no mesmo terreno, com rendas a pagar durante 20 anos...

FINALMENTE COMEÇA A SABER-SE...

1

A Proposta 274-P/2016 foi aprovada em 5.4.2016; 

2

Em 11.9.2018 foi feito um pedido de esclarecimento à IGF

3

Sem acusação de receção

Insistimos em 4.12.2018 sem resposta

5

Voltámos a insistir em 1.4.2019 sem resposta

6

Em 29.6.2019 expusemos o assunto ao Senhor Primeiro-Ministro

7

Em 10.7.2019 o Gabinete do Senhor Ministro das Finanças informou "da necessidade de recolher elementos adicionais junto da Câmara Municipal de Sintra, os quais se aguardam para proceder à reapreciação do processo"

8

Sem resposta

9

Em 29.8.2023 (mais de sete (7) anos sobre a decisão tomada em Reunião de Câmara de 5.4.2016 e cinco (5) sobre o pedido de esclarecimento e quatro (4) sobre a "reapreciação" anunciada, , insistimos junto do Senhor Primeiro-Ministro

10 

Em 27.9.2023, recebemos da IGF-Autoridade de Auditoria, um Ofício em que informa - em 7 Pontos e citação de 18 artigos do "arquivamento do processo".

11

E, fora dos 7 Pontos da sustentação,  que,

"Mais se informa que, em consonância com o ponto 6., Foi formulada recomendação junto do Presidente da Câmara Municipal de Sintra, no sentido de concluir as diligências encetadas visando a aquisição da propriedade do imóvel, assegurando a efetiva integração de todo o investimento realizado no património autárquico". 

12

Como o Ofício não indica a data da "recomendação junto do Presidente da Câmara Municipal de Sintra" fica-nos a dúvida de quando será cumprida.

13

Quem irá suportar os eventuais" custos da aquisição da Pousada pela Câmara, cuja construção suportou? E das rendas negociadas por 20 anos?

Por último, do Contrato de Subconcessão estabelecido:

"Cláusula Quinta - 5.

"Todas as Obras ou Benfeitorias efetuadas pelo SUBCONCESSIONÁRIO no local subconcessionado poderão ingressar gratuitamente no domínio público ferroviário à medida da sua execução não tendo o SUBCONCESSIONÁRIO direito a qualquer indemnização nem podendo exercer direito de retenção". 


sábado, 7 de outubro de 2023

SINTRA: FAÇAMOS O PUZZLE DA POUSADA DE JUVENTUDE (1)

O desafio...

Pois meus Amigos leitores (que aos outros também interessa) desta vez não vamos fazer críticas ao que quer que seja, vamos entretê-los até que consigam descobrir.


 Este é o Título da que será famosa Proposta relacionada com a Pousada da Juventude de Sintra, a que poderão aceder através do site camarário, ata 7 de 2016. 

Busque a página 65 da Ata e notará que a Proposta, subscrita pelo "Sr. Presidente", está "anexa à presente Ata (de fls. 270 a 295") e dela faz parte integrante".

Boa! Então...

Qualquer cidadão menos informado não deixaria de respeitar a ética das regras, aguardando que o Proponente apresentasse o objetivo de tal proposta.

Que pode ler? Antes do Presidente defender (ou ajudar ao seu enquadramento) logo um Vereador mostrou a veia colaboracionista com um estridente "Concordo".

Previamente combinado? De forma alguma tal tenha ocorrido, tão pouco a ambição de, adiantando-se ao pelotão (no caso a toda a Vereação) ganhar o amarelo.  

(Recorde-se que o mesmo "concordante" repetiria essa ética mais tarde na discussão sobre o Parque da Cavaleira, que teve desastrosos resultados financeiros).

Aqui chegados, por certo já se deliciou com a riqueza da discussão da Proposta subscrita por Sua Senhoria e apreciado a superior qualidade das intervenções.

Destaque - com o devido respeito - para o Senhor Vereador José Pedro Matias, eleito num Movimento Eleitoral, que colocou questões importantes...logo diluídas.

Tergiversou-se sobre o tema, até se falou no Neto (!!!) e Casal de S. Domingos, parecendo que o fundamental da Proposta não carecia de análise aprofundada.

Da leitura da Ata, quantos leitores recolherão ensinamentos e avaliarão o exercício do Poder Local Democrático., consignado na Constituição de Abril.

Entusiasmo...frustrado

Com grande clareza, na ATA podem ler que a Proposta se anexa à Ata "de fls.270 a fls. 295", ficando os leitores ansiosos por saber do que tinha sido aprovado.

O visitante, sentirá um vazio frustrante: As Fls.270 e 271 lá estão com a Proposta de Subconcessão (pela IP-Património) de dois edifícios habitacionais.

A desilusão prende-o (não é para prender ninguém...) ao facto das Fls. 272 a FLS. 295, NÃO CONSTAREM, ficando um buraco que impede a sua leitura.   

Por hoje, interrompemos esta análise, devendo referir-se que a IP-Património tinha a CONCESSÃO de exploração, daí a CM de Sintra ser Subconcessionária. 

PARA A HISTÓRIA

Não deveremos ocultar quem aprovou o negócio:


Até breve...não perca a segunda parte deste emocionante puzzle!