terça-feira, 30 de outubro de 2018

SINTRA: JORGE COELHO BEM POSICIONADO PARA PRESIDENTE

 "É evidente que a iniciativa do Congresso muito deve depois à capacidade e liderança do Dr. Jorge Coelho e da equipa que o concebeu e concretizou" Presidente da República no Congresso "Sintra Economia 20/30 

Urgente haver quem nos salve desta política

Se algum político pensar que é eleito para o Poder em vez de Responsável para gerir, é preciso explicar-lhe - mesmo devagarinho - que isso é totalitarismo.

Claro que o Presidente da Republica, passou habilmente pela vetusta amizade que o liga a Basílio Horta para salientar o mérito de Jorge Coelho no Congresso. 

Se a visão, à distância, era arrumar Jorge Coelho entretendo-o num Conselho pomposo e não ser concorrente à Câmara Municipal, Marcelo não tinha sido avisado.

Jorge Coelho, sintrense e conhecedor do território, como político capaz, reúne todas as condições para, finalmente, termos quem possa governar Sintra devidamente.    

Não esperaríamos ver nele - Jorge Coelho - quaisquer sintomas de apoplexia ou ameaça, ao posicionar-se na defesa justa de causas colocadas por Munícipes.

Político de outra escola e origem, Jorge Coelho não é um catavento de promessas ou ilusões, pois não corre riscos de confronto entre o prometido e o não feito. 

Os munícipes, bombardeados de promessas, têm o direito de escolher. 

E Jorge Coelho está bem posicionado para resolver os problemas sintrenses.

"Actividade" junto à Estação da CP (11,52h de 26.10.2018) 

Quando no Congresso se perorava sobre o "futuro" de Sintra entre os anos 20 e 30, era este o pandemónio junto à estação da CP por incapacidade camarária de hoje. 

Um perfil

O surgimento politico de Jorge Coelho como Autarca, seria a necessária visão de um especialista em marketing e uma mais valia na gestão de dinheiros públicos.

Que interessa o palavreado de investimentos "até"..."até"...agora falando-se em 160 milhões, antes em 130 e tal milhões, se Sintra não é um campeonato?

A quem percorre o território abandonado, a sujeira, os maus transportes, a nódoa que é a gestão do turismo, tanta falta de resposta, o que interessa o dinheiro guardado? 

Estamos fartos de um poder nitidamente de vocação dominante, que não toma em conta as necessidades mais prementes da população débil que é desvalorizada. 

As cada vez mais frequentes situações de vocação caótica, certamente podem ser resolvidas num relacionamento institucional que as repense e corrija.

É aqui que entra Jorge Coelho, longo militante do PS, não carente de se acolher nos braços de ninguém como um náufrago da política em busca do melhor porto.

Político da escola democrática, sabe abrir as portas sem esperar que lhas abram, tal como não vive obcecado em que se ponham de pé à sua passagem.

Ficam as naturais expectativas para bem de Sintra e dos Sintrenses. 



sexta-feira, 26 de outubro de 2018

SINTRA: CREDIBILIDADE OU ILUSIONISMO COMPULSIVO? (1)

O (des)princípio da credibilidade

Há sempre riscos profundos quando se banaliza o conceito de que mentir faz parte das qualidades dos políticos, criando-se o ambiente próprio à sua tácita aceitação.

Os próprios, se de tendência para ilusionistas, sentem-se aprovados - por vezes até aplaudidos - de cada vez que prometem ou mentem, sem que realizem. 

A banalização do mentir político faz com que os infractores se sintam bem, auto-credíveis,  porque uns tantos de nós os "entendemos" à partida.

Esta degradação contínua da classe política banaliza o assacar de responsabilidades, gerando o descrédito que tão bem convive com o ilusionismo compulsivo.

Em que sociedade vivemos? 

. Plano de Pormenor da Abrunheira Norte


A Serra que quase ficava tapada...

Passados 20 anos sobre o início do Plano, vejamos as contradições e falta de coerência política relacionadas com a valorização deste território para Sintra.

Em 2014, ao aprovar-se nova discussão pública, Basílio Horta diria: " o investimento global é da ordem dos mil milhões de euros, com 600 postos de trabalho directos". 

Em 2015, Basílio Horta alteraria: "A Sonae quer fazer ali um grande investimento na ordem dos 100 milhões de euros e com a criação de 2.000 postos de trabalho".

A última versão do Plano continha cenouras docesescola primária, centro de saúde, uma AUGI...e...amargas: alguns edifícios, até para "Logística" tapariam a Serra.

Um terreno privilegiado para estruturas turísticas, daria lugar a 24 edifícios: Um com 15 metros de altura, 2 com 12 metros, 16 com 9 metros  e 5 com 7 metros.

A solução adequada para aquele tão vasto terreno (contou com elevado apoio camarário) continua a ser uma miragem típica do ilusionismo político.

.Majoração do IMI em 2017

Na Sessão de Câmara de 27.9.2016, foi notada ao Presidente a décalage de casos com Majoração do IMI em 30% (edifícios degradados ou em ruínas) entre 2013 e 2016 (estes com cobrança em 2017) passando de 170 para 8.300. 

Sua Excelência, subscritor da Proposta, diria sobre 2013 que "Nessa altura não funcionava isso nem o resto. Agora funciona". E a Proposta funcionou...foi aprovada. 

Funcionou de tal forma que elevado número de proprietários se indignaram com os avisos de pagamento, havendo debate na TSF  no dia 13 de Abril de 2017.

Perante a contestação, Sua Excelência logo garantiu: "Vamos levantar um inquérito interno para saber e para explicar quais as razões que levaram a este tipo de erros de aplicação dos critérios de majoração do IMI" (sic).

Sua Excelência disse mais: Decidi anular todos os processos de agravamento do IMI de 2017 e as pessoas receberão aquilo que pagaram a mais pelas Finanças".

Entre os justamente anulados, quantos foram - e de que tipologia -  os beneficiados pela anulação? De quantos milhares de euros as finanças municipais abdicaram?

Do "Inquérito" nunca se souberam resultados. Não sabemos se dos Vereadores algum achou pertinente perguntar por ele ou se chegou a ser feito.

Receamos que tenha sido um acto de magia...apenas para ilusão ocasional. 

.Da falta de...vocação...para o Hotel Netto

A aquisição das ruínas do Hotel Netto pela Câmara foi um romance cultural, com políticos a mostrarem a veia conhecedora da sua história e promessas fantásticas.

Segundo o site camarário (26.11.2013) a compra possibilitaria "a recuperação de um hotel histórico" e "transformação num "hostel" dirigido essencialmente à juventude".

PÚBLICO (27.11.2013) "a obra vai ser financiada com a ajuda de apoios comunitários e será terminada até ao final do mandato de quatro anos agora iniciado".

Cumpriu-se? Não. Em Março de 2016 a Câmara vendeu-o - parece que por não ter vocação para explorar um hostel - sem até hoje ter recebido a totalidade da venda.


"Cronograma financeiro" do pagamento...até quando?

A intoxicação tem sido variada: até o anúncio da inauguração em finais de 2018. Quase três anos depois da venda...nem o pagamento total nem a obra acabada. 

Hoje, as ruínas continuam ruínas...

.À...vocação...para a Pousada da Juventude

"Em princípio no dia 2 de Julho será celebrado Protocolo com a Movijovem", dito por Sua Excelência no Conselho Económico Empresarial de 8.6.2018.

Todavia, na Sessão de 24 de Julho, Sua Excelência disse: "Houve uma mudança estratégica para a Pousada da Juventude porque vai ser explorada pela Câmara.

Isto é, o Hotel Netto foi vendido porque - dizia-se - a Câmara não estava vocacionada para gerir o Hostel da Juventude...e agora, para a Pousada, já tem vocação?

Que se passou entretanto? Que magia justificou esta evolução qualitativa?

Sabe-se, sim, que a Pousada da Juventude não é da Câmara embora nela estejam a ser gastos dinheiros municipais. Além de construir a Câmara ainda paga rendas.


Pousada da Juventude, construção em terreno alheio à Câmara

Os sintrenses devem saber que esta construção (com o dinheiro dos munícipes) reverterá para a proprietária do terreno, à qual a Câmara ainda está pagando renda. 

Uma situação que poderá vir a constar dos anais da magia autárquica.

Estes exemplos permitam que se dê credibilidade aos intervenientes?

Sintra não merece isto. 


terça-feira, 23 de outubro de 2018

SINTRA: ESTADO, ACCIONISTA MAIORITÁRIO NA PS-ML?

"A Dra. Sofia Cruz foi finalmente designada como Presidente da Sociedade Parques de Sintra Monte da Lua" ("Sr. Presidente" página 222 da Acta da Sessão de Câmara de 25.9.2018)

A Despedida...

O Arco (Parque da Pena)

Em 14 de Setembro Manuel Baptista, Presidente da Administração da PS-ML, "preparado para enfrentar uma nova etapa" da sua vida profissional, despediu-se "de todos os que (...) me apoiaram com empenho, profissionalismo e amizade".

Despedida curiosa, lembrando "uma longa caminhada, fácil, contudo, de realizar porque todos trabalhámos para o mesmo fim e conseguimos com esta união elevar esta empresa ao patamar de excelência que lhe é presentemente reconhecido".

Manuel Baptista tinha sido nomeado para o cargo por escolha governamental, facto que lhe garantiu - até certo ponto - a indispensável independência institucional.

A Nova Maioria

"Trono da Rainha", onde se sentava a Rainha D. Amélia (Parque da Pena)

A forma tão expressiva como Sua Excelência se manifestou na Sessão de Câmara de 25 de Setembro, de que destacamos o "finalmente" levou-nos a perguntar se o Quadro Accionista se alterou, passando a Câmara a ser maioritária.

Com efeito, pelos dados disponíveis, a Câmara Municipal de Sintra continua a deter a minoria de 15% do capital estando os maioritários 85% repartidos pelo Estado. 

Qual a engenharia política para o Estado só deter um cargo de Administração (abdicando da Presidência) e a Câmara Municipal contar com a Presidência (ex-Chefe de Gabinete na Câmara) e um Administrador (ex-Vereador da mesma)?

Recorde-se que o prestigio da PS-ML se consolidou com a recuperação histórica e ambiental desenvolvida quando o Professor António Lamas - estudioso e conhecedor - foi Presidente da Administração e reconhecido não dependente da Câmara.

Fica a expectativa dos próximos procedimentos numa época em que, frequentemente, se fala em intervenções da PS-ML, nomeadamente na recuperação de parques camarários, o que tem condicionalismos nos Estatutos da Empresa.

De qualquer forma, não nos desligamos do "finalmente" aparentemente vitorioso com que Sua Excelência se manifestou, pese a Câmara não ser accionista maioritária.

É grande a expectativa pelos próximos passos, com os resultados da representante do Estado estar em minoria nas decisões colegiais da Administração. 


domingo, 21 de outubro de 2018

SINTRA...DESTA VEZ VAMOS DIFUNDIR...

Para quantos se vão sentindo cada vez mais descrentes com o trânsito e transportes em Sintra, desta vez estamos adiantados na vertente alvissareira.

De fonte quase segura, alguém nos soprou ao ouvido algo que quero compartilhar convosco, ressalvando que poderá vir a ser mentira ou não se concretizar. 

Mas divulgamos...seja ou não cumprido o que vamos anunciar, correndo o risco de ser mentirosos, mas é um acto de propaganda...e...alguém ficará grato.   


DIzem-nos que em próximo Congresso, serão duros os Autarcas face à experiência calamitosa das soluções de mobilidade, apresentando uma solução inovadora.

Foi um acaso feliz. Um especialista japonês em tecnologia de transportes, ao sofrer para aceder a Sintra, logo fez um estudo que está em curso e que apresentamos.

A solução, que esteve prevista a partir de Setembro nos acessos à Serra (diziam ser eliminado o acesso de carros) talvez chegue ao parque da Cavaleira. 

Foi ou não uma excelente notícia? Merecemos ou não um prémio?

Até vamos passar melhor este Domingo. 





   

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

SINTRA: SR. PRESIDENTE, CASCAIS É MAIS QUE VIZINHO...

"O político, em exibição de cultura, ao dizer que epístolas eram as mulheres dos apóstolos, abriu as portas a que se chamasse casebre às ruínas da Ermida de São Saturnino". Teoria de Azzar Militan 

O valor da nossa história 



Gratuitamente, pois não lutamos para recompensas de Sua Excelência, vamos ajudar no conhecimento das Histórias de Sintra e de Cascais, certamente de utilidade.

Cascais não é território vizinho. É irmão a que estivemos unidos até 7 de Junho de 1364, data em que o Rei D. Pedro I lhe deu Jurisdição Cível e Crime própria.

A 15 de Novembro de 1514, D. Manuel I concedeu o primeiro Foral de Cascais. 

Estamos, pois, tão intimamente ligados àquela Vila piscatória (por favor clique) que não há politiquice bastante que nos faça andar de costas voltadas. 

Contra "de costas voltadas"

O recente incêndio, que tanto preocupou as gentes sintrenses receosas pela Serra comum, não nos dividiu por municípios mas uniu-nos nas preocupações da salvação.

Provavelmente o actual Presidente da Câmara de Sintra não morrerá de amores por Carlos Carreiras, sentimento que pessoalmente pode ter...mas não como Autarca.

Agora - que não sabemos se no recente incêndio na Serra de Sintra foi o Presidente da República a aparecer por cá ou de cá a puxarem por Ele - sentimos o mesmo.

As palavras conhecidas de Basílio Horta foram pouco precisas e, das várias peças disponíveis, não se retiram grandes ilações sobre a bondade do relacionamento.

Enquanto Carlos Carreiras se sujava no meio do fumo, Basílio Horta e Marcelo  Rebelo de Sousa sentavam-se em sofás imaculados, quiçá sob ar condicionado.

Num momento tão grave, com pessoas - munícipes de Cascais - e bens ameaçados, a serem evacuados, faltou a grandeza de ajuda ao Edil vizinho. 

Com a devida ênfase, nem se sentiram solidariedades com o Edil da Câmara vizinha nem com as populações que viviam momentos de pânico e grande ansiedade.

Já antes essa imagem tinha passado quando em Março de 2016 se dessolidarizou do Presidente da Câmara de Cascais face a problemas comuns em transportes.

Não são posições muito bonitas, muito menos solidárias. 

A boa política de vizinhança

Talvez por isso, o que se passa em Sintra em matéria de soluções de trânsito, também não abone a qualidade vizinhal que políticos de Sintra deveriam ponderar.

A menos que algum outro factor nos escape ou contornos pouco conhecidos estejam a ser colocados por debaixo da mesa, a visão sintrense da solução é estreita.

Tenhamos em conta um dado, para nós relevantes, e que parece ter sido postergado pelos decisores (pelo menos esses) embora devesse fazer parte das decisões. 

É histórica a ligação Sintra e Cascais em termos turísticos, sabendo-se que um elevado número de visitantes de um dos concelhos estende as visitas ao vizinho.

Todavia, essa boa política de vizinhança parece andar arredada de alguns políticos sintrenses, o que dificulta a logística de bem receber os visitantes da região. 

A opção do terreiro na Cavaleira para estacionamento de viaturas apresenta, para quem nos demanda vindo de Cascais, incómodos e perdas de tempo razoáveis.

O mesmo se passará com quantos, começando em Sintra o sofrimento para a visitar, depois desejem visitar o concelho vizinho que tanto tem de apelativo.

Não ficaria, por isso, nada mal que os políticos de Sintra na complexa solução dos problemas de trânsito em Sintra os debatessem em conjunto com Cascais.

Pela certa surgiriam melhores propostas ao serviço das duas Edilidades.

Políticas de costas voltadas só quando o regime é pelo Poder. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

SINTRA: SENHOR PRESIDENTE...O LIXO...UM TEMA SUJO...

Questão prévia...relevante

Na Acta nº 1/2018, do Conselho Estratégico Ambiental, de 28 de Fevereiro, ocorrido na Quinta Mont Fleuri, Sua Excelência teve uma intervenção pouco interessante. 

"Pediu ao representante do Ministro do Ambiente que transmitisse ao Sr. Ministro que Sintra se encontra ao lado do Governo num diálogo útil e construtivo, esperando directrizes que possam avaliar, discutir e aplicar na realidade local".

Tal intervenção, mais do que desinteressante é estranha, até se pode interpretar como a incapacidade local na gestão de um território, carecendo de "directrizes"...

...a menos que o objectivo fosse estender um tapete ao Governo para que a Administração de uma Empresa de Capitais Públicos fosse de vocação camarária. 

Lixo: O negócio do século



Sua Excelência, político com vasto curriculum Além Sintra, conhecedor, fantástico nos relacionamentos, com Conselheiros em "Conselhos" tem de saber o que se passa.  

O que será que milhares de munícipes ainda não perceberam sobre os objectivos e porquês do lixo se acumular no concelho de Sintra, com graves consequências?

Torna-se até estranho que Sua Excelência, capaz de rotular decisões urgentes, não tenha apresentado uma solução de emergência para o pandemónio do lixo.

Quantos empreendedores, sabe-se lá se até algum dos empresários que se sentarão no próximo Congresso Sintra Economia 20/30, ambicionarão ter tal negócio?

Panorama do Lixo Sintrense

As consequências sanitárias decorrentes da falta de higiene pública deveriam estar na primeira linhas das preocupações de Sua Excelência e a bem dos munícipes.

Não se trata de opinião pessoal mas sim que decorre do funcionamento das sociedades desenvolvidas e do respeito pelos cidadãos e defesa da saúde pública. 

Percebe-se - pela forma como se arrasta o problema - que Sua Excelência viverá, ou partilhará a vida noutro contexto, não tendo a sensibilidade devida. 

Todavia, para descrédito de qualquer fiel louvador da gestão e eficiência de Sua Excelência, não surgem neste campo notícias privilegiadas.

Graças ao lixo acumulado, aumentam as ratazanas - para pessoas cultas Rattus norvegicus - cuja praga deve ser controlada para protecção da saúde pública.

Sua Excelência desculpará o abordar deste tema nojento, cuja proliferação ajuda à acumulação de uns milhares de euros no pecúlio camarária que preserva...

Sua Excelência - por enquanto - não se confrontará com a elegância dos Rattus norvegicus saltando à luz do dia como coelhos, como sucede a muitos munícipes.

Tal quadro, cuja grandiosidade justificaria intervenção Ambiental, tão pouco deveria ser ocultado ao Senhor Presidente da República, frequente visitante de Sintra.

Depois se veria se #é este o caminho" que prometeu aos sintrenses.



quinta-feira, 11 de outubro de 2018

SINTRA: TRÂNSITO, 8 MESES DEPOIS..."CONTRIBUTOS"?

"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores 
da vida pública mais querem"  pensamento de Bertolt Brecht

Discreto - e confuso - Aviso...

Um discreto AVISO assinado pelo Presidente da Câmara e data aposta de 12 de Setembro, ligar-se-à às Alterações de Trânsito impostas em 26 de Março deste ano?

Lê-se que Sua Excelência decidiu "que se proceda aos trabalhos de Revisão do Regulamento de Trânsito e Estacionamento do Município de Sintra".

O AVISO confunde, não se percebendo se para dar cobertura às medidas impostas em 26 de Março e que tanta confusão criaram à vida local e ao prestígio de Sintra.

A ser essa a intenção, reflectindo dúvidas de Sua Excelência, porque não suspendeu antes o processo para decidir que a solução tivesse cabeça, tronco e membros?  

(Lembre-se que em 13.4.2017, na contestação à majoração do IMI, Sua Excelência logo anunciou um "inquérito" (nunca se soube o resultado...) e anulou cobranças).

Sua Excelência, mesmo através dos vidros negros da viatura em que é transportado, teve de ver a desconformidade do feito, desprestigiante para a imagem de Sintra.



Deixou prosseguir o que nunca deveria ter sido feito, numa visão de "solidariedade inter pares", quando antes se recomendaria a suspensão até melhores soluções.

Seis meses passaram com problemas na mobilidade urbana e na imagem turística de Sintra e Sua Excelência só agora - mantendo tudo - esperará "contributos"?

Dificilmente nos convencerá de que não se tratou de uma PROVA de PODER

1.Das Pessoas

Na sã política não têm lugar sintomas de esotropia por se tratar de uma patologia que, mal tratada, leva ao umbiguismo pouco recomendável para a vida colectiva.

Por seu turno, na visão política, o umbiguismo não é uma enfermidade vã, devendo estar-se atentos aos sintomas que possam levar a casos do foro estrábico

Das alterações de trânsito impostas em 26 de Março, logo medidas visionadas foram contra pessoas, obrigando os utentes da carreira 467 a transbordos na Portela. 

Tal carreira (467) era a única que garantia a centenas de pessoas (idosas e de poucas posses) o acesso directo e mais confortável ao seu Centro de Saúde.

Outras carreiras (434 e 435) ligavam a Estação da CP à Vila em 2-3 minutos. Agora, com voltinhas por S. Pedro, ajudamentupir o trânsito...e levam mais de 10 minutos. 

As pessoas foram vítimas, vendo-se agora calcorreando distâncias consideráveis pela prática impossibilidade de utilização dos transportes públicos que precisam. 

2. Dos Transportes Públicos

Nas sociedades desenvolvidas toda a prioridade é dada à cobertura dos territórios com transportes públicos cómodos, rápidos, frequentes e preços competitivos. 

Algum destes parâmetros se anunciou para Sintra? Algum responsável previu algo nesse sentido? Algum autarca se vê por aí a testar os transportes rodoviários?

Há, pelo menos, conceitos de comodidade para quem suba a Serra, proibindo lugares de pé para que pessoas não sigam aos tombos umas contra outras? 

Alvitrar-se que andem a pé seria falta de respeito por quem tem dificuldades de locomoção,  limitações financeiras, ou se queira defender de intempéries.

Será descabido dizer-se que se desvalorizaram os utentes de transportes públicos?

3. Qual solução da Cavaleira? 



Quando se fizer o balanço real de anúncios e muitas palavras de Sua Excelência e respectivos cumprimentos, iremos comparar com o que são saídas de ocasião.

Na Sessão de 15 de Maio, Sua Excelência justificava a urgência do Arrendamento da Cavaleira  "porque vem aí o Verão e temos de ter estacionamento".

Estamos em Outubro e o estacionamento no Verão foi um...flop. Não houve estacionamentos...mas as rendas pagas foram dezenas de milhar de euros.

Diga-se, até, que Sua Excelência se deve estar debatendo com o trajecto a usar após Cavaleira, se por cima do Urbanismo, se Chão de Meninos acima e abaixo (*)

Contando Sua Excelência com bons conselheiros, certamente terá já um projecto grandioso que deve reservar, não vá algum alvissareiro encarregar-se de espalhar. 

4. É agora que Sua Excelência precisa de contributos?

Quando Sua Excelência, na Sessão de Câmara de 11 de Setembro se viu obrigado a retirar duas Propostas sobre acessos à Pena e Centro Histórico foi por não saber. 

No entanto, esse falhanço já vinha de Março, sem que impedisse - esse sim o Poder de Sua Excelência - toda uma caterva de danos pessoais e a Sintra e seu Turismo.

Milhares de carros desandaram e estão a abalar, sem que visitem Sintra. 

Muitos Guias turisticos deixaram de incluir Sintra nos seus roteiros. 

É agora que coloca um AVISO (permita Sua Excelência que o diga: Pouco Apelativo) para contributos? Mas será que Sua Excelência precisa deles?

5.A Encruzilhada

Convictos de que esta mensagem chegará a Sua Excelência, devemos manifestar que começamos a sentir medo. Não de Sua Excelência, mas do que se perspectiva.

Não amedronta que Sua Excelência - cristão-democrata convicto - fosse trazido para Sintra por um partido fundado em 1973 e cuja inspiração teórica era o marxismo.

O que receamos é até onde se desvia o partido que em 19 de Abril de 1973 defendia o socialismo em liberdade e a sociedade sem classes..agora com Sua Excelência.

Porque nunca poderá ser este o caminho de Sintra.



(*) Seria impensável que, da Cavaleira, se tomasse o caminho para a entrada por Ranholas...sabe-se lá...

terça-feira, 2 de outubro de 2018

SINTRA: TRÂNSITO, DOIS FALHANÇOS SEM SAÍDA AIROSA

Arranque  desprogramado

As alterações do trânsito, mal estudadas e planificadas que a Câmara Municipal de Sintra tem tentado impor aos sintrenses e visitantes já contam dois falhanços.

Tudo indica que um terceiro falhanço venha a caminho e algumas teimosias e visões anacrónicas acabem por redundar na não solução do grave problema.

Da primeira vez, com efeito a 26 de Março, a imposição de alterações, sentidas como poder, redundou em pequenez pelas confusões criadas e danos locais.

A quem devemos "felicitar" por tamanho feito?

Um exemplo do caos que "encaminha" visitantes para bem longe de Sintra

Até a alusão à primazia para transportes públicos foi desmentida com a carreira 467 (única que do Sul dava acesso directo ao Centro de Saúde) a ficar na Portela.

Sobre a carreira 467 (única a passar o términus para a Portela) digam o que disserem, não nos retiram a visão persecutória e de desconsideração pelos utentes.

O repúdio generalizado justificou o arrendamento do terreiro na Cavaleira, cujo contrato, a cumprir-se, transferirá para os senhorios 2.600.000€ dos munícipes.

Foi um arranque desprogramado, descoordenado e desconexo. 

Segundo falhanço em boa hora retirado

Sua Excelência, constrangido a retirar as Propostas 669 e 670-P/2018 (acessos condicionados à Pena e trânsito no centro histórico) sofreu uma derrota política.

Passou-se na Sessão de Câmara de 11 de Setembro e devemos recordar Sua Excelência que em 15 de Maio justificava a Cavaleira..."porque vem aí o Verão".

O Verão passou e o terreiro da Cavaleira não funcionou...e as rendas pagámos?

Na verdade, tudo de mau se manteve durante o período de maior actividade turística e Sua Excelência apercebendo-se do ambiente confuso e desprestigiante. 

Em busca de uma saída airosa

Claro que, em situações destas, por vezes há expedientes que temporariamente iludem, embora os resultados continuem a ficar comprometidos pela ignorância.

Um pouco como sucedeu com a "Discussão Pública" do PDM em período de férias dos sintrenses, também no trânsito foi decidida uma "Revisão do Regulamento".

De forma até pouco entendível (invocando uma Proposta de 2013 e uma Deliberação de Outubro de 2017, é anunciada a "Revisão do Regulamento de Trânsito...(...)". 

Com a generosidade de Sua Excelência, "a apresentação de eventuais contributos pode ocorrer no prazo de 30 dias contados a partir da data do presente aviso". 

Saliente-se que "Em todas as comunicações, dirigidas ao Presidente da Câmara, deve ser indicado o procedimento a que as mesmas se reportam, sob pena de rejeição liminar".

Isto é, a Câmara, sem escutar ninguém, alterou carreiras, cortou acessos, empanturrou a Serra de carros, enviou visitantes de volta e agora quer contributos.

Mas que contributos? Que interessa aos decisores os contributos dos sintrenses? É realmente uma saída airosa...então espere pelos louvores habituais

Aquilo que Sua Excelência agora manifesta, a vontade de escutar, o desejo do contributo participativo dos munícipes é um figurino de sugestões apenas airosa. 

Pois Sua Excelência, a prosseguir na forma como se chegou a este ponto, não irá ter condições para muito mais êxitos na terra que é dos sintrenses e para eles.

Soluções de trânsito terão de ser globais e planificadas

A gestão de um território e solução dos seus grandes problemas não se resolve com invenções avulsas, uns foguetes para o ar, anúncios verdadeiros ou não.

Têm de ser equacionados todos os objectivos, inventariar as respostas a dar, escolher as melhores opções segundo localizações, formas mais fáceis de acessos.

Depois ter o tableu de bord com uma equipa multidisciplinar, avaliando os pontos nevrálgicos, fazerem-se testes e ter sensibilidade para situações específicas.

No caso de Sintra, independentemente das opções internas, é preciso determinar nas periferias os pontos com mais exigência de respostas rápidas.

Obviamente que a Cavaleira é um disparate nos acessos e depois na migração para os vários pontos a servir, além dos destinos a oferecer aos viajantes. 

Ter em conta que a circulação de residentes, com destinos diferentes na malha territorial, tem de ser incluída na resposta a apresentar. 

Com milhões de visitantes, serão necessários mais de um Parque em Silo, com um ou dois subterrâneos, um piso exclusivo para autocarros e dois acima do solo.

As ligações não podem ser como hoje em que a comodidade dos passageiros é uma ofensa à prestação de serviços e desprestigiante do ponto de vista turístico.  

Depois a bilhética. As circulações para residentes terão de fomentar as viagens. 

Há, pelo menos, dois polos a considerar: A zona do Ramalhão (já conhecida) e, por exemplo, as antigas instalações da Samsung (hoje abandonadas).

Ora, as antigas instalações da Samsung estão a 100 metros do IC19 e 50 metros do IC16. apresentando a vantagem de Ranholas deixar de ser tão atravessada.

Claro que as instalações teriam de ser demolidas (na Pousada da Juventude que não será da Câmara assim sucedeu) e o silo seria de rápida construção. 

Obviamente, soluções de grande impacto custam dinheiro, mas isso é fácil pela forma como  Sua Excelência, frequentemente, cita os mais de 100 milhões disponíveis.

Outras soluções, de vida curta, serão apenas consumidoras do nosso dinheiro.

Finalmente, tal como noutros Centros Históricos, só veículos rodoviários de passageiros específicos para Sintra devem circular por dentro do Centro Histórico. 

SINTRA NÃO PODE FALHAR TERCEIRA VEZ.