O facto da Câmara Municipal, e muito bem, ter programado - mesmo com limitações - um programa festivo de Natal, incluindo um Reino de Natal, pode ter sido um caso sério.
Vieram pessoas, muitas pessoas, crianças saltitando felizes, o desassossego, como que ameaça, pode ter chegado a quem entende que o Centro Histórico é seu.
Será possível que assim seja quando há muitos visitantes? Estamos em crer que apenas uma minoria, auto impregnada de espírito zelador, se assusta com tanto visitante.
Pela lógica, como seria bom que zeladores e botadores de regras, não sendo ao que tudo indica vesgos, se exprimissem na recusa ao convívio com incómodos maiores.
Não incomodará (ou finge-se não ver?) aquela esplanada, no coração do Centro Histórico, com madeira ou coisa parecida a desfazer-se? Protegendo espécies, dá abrigo a uns bichitos que um dia destes se esconderam quando os ia fotografar...
Falta uma Postura Municipal sobre Lixos Volumosos
Até que surja alternativas sobre a Recolha de Lixos, acabando de vez com exposições que até no terceiro mundo estão sendo eliminadas, talvez se justificassem medidas temporárias que prevenissem a defesa da boa imagem e salubridade de Sintra.
Uma delas, em Postura Municipal, fixar-se a partir de que horas deverão ser colocados lixos volumosos que não caibam nos grandes recipientes (por exemplo 18 horas).
Ainda na passada Segunda-feira, pelas 10 horas e ao abrir de uma loja próxima, diligente menina depositava algumas grades de madeira, como cartão de boas vindas aos turistas que saem dos autocarros desejosos de apreciar a beleza de Sintra.
Uma das primeiras imagens oferecidos a visitantes...bastavam aqueles monstros...
Acautelar as más imagens
Um Centro Histórico, ainda por cima Património da Unesco, pelo seu melindre, exige redobradas cautelas na sua imagem e conservação, a que todos estamos obrigados.
Mas será que ninguém olha para este taipal que há anos quase se liga com a Torre do Relógio? Não incomoda o aspecto? Não tem relevância para quem vive por perto?
Tem umas mensagens escritas...à direita uma porta...morará lá alguém?
Que dizer do horário do Posto dos CTT?
Até o posto dos CTT se adaptou a algo misterioso. Há algum tempo, pairou a ameaça do seu encerramento. Não fechou, mas veja-se o Horário do seu Funcionamento.
Horário ajustado a quê? Aos residentes ou aos visitantes?
Pormenor delicioso: Os CTT da Vila de Sintra indicam que a "Loja CTT mais próxima é em Sintra"...contribuindo para um gozo alargado da confusão. Uma turista italiana perguntava-me há pouco tempo onde era Sintra postale.
Vila Histórica, com milhares de visitantes diariamente, uns desejando enviar postais de Sintra a amigos, outros para telefonar. Um Posto de Correios que também vende outros produtos, fechado duas horas...precisamente naquelas com mais movimento...
Mas o que é isto? Será que ainda julgamos estar a viver na época das diligências?
Será a isto que apelidamos de qualidade turística? É assim que as nossas estruturas respondem à necessidades da vida moderna? Que aberrante economia...
A chamada União de Freguesias, cuja área de intervenção - devemos lembrar - abrange o Centro Histórico, que papel desempenha para que o comércio e outras estruturas ligadas e que vivem do turismo se desenvolvam e lhe tragam vida depois das 18?
O que está por detrás do entorpecimento? Conservadorismo ou interesses próprios?
Estes são alguns exemplos de mistérios que vivem entre paredes. Que acabam por corresponder a interesses que funcionam em circulo fechado.
Noutras partes, com o elevado número de visitantes que chegam a Sintra, a economia seria florescente e muita gente teria vida e futuro risonhos. Em Sintra quantos têm?
Em Sintra, o futuro é de quem? Que mãos mexem na economia sintrense?
Sintra não é um gato que brinca com o novelo, enrolando-o.
Sintra precisa de esticar as pontas do novelo.
Talvez hajam em Sintra uns mistérios mais a descobrir...