quinta-feira, 27 de março de 2014

SINTRA: "QUARTEIRÃO DAS ARTES" E REABILITAÇÃO URBANA

A proposta dos Vereadores do PSD para a criação do "Quarteirão das Artes", em plena Estefânia, merece a devida saudação sendo um valioso complemento ao recente projecto para a Reabilitação Urbana (ARU) já aprovado na Assembleia Municipal.

Há nela pressupostos de dinamização local relevantes, desenvolvimento cultural e actividades de rua planeadas ou espontâneas, vida e partilha por pessoas, num local onde - por ser dos peões - se tornará ridículo contá-los para combater tal direito. 

Regista-se como reconhecimento. Porque há muitos anos, até neste modesto e pouco exuberante  blogue, tem sido preocupação abordar o respeito pelo direito dos peões às sua zonas pedonais, contra as agressões de automobilistas desajustados. 


O desrespeito a toda a hora expresso por automobilistas "espertos" 

Um dos poucos direitos que os peões de Sintra usufruem são aqueles cento e pouco metros da chamada pedonal da Heliodoro Salgado, melhor dita de "A Incómoda", face aos desatinos e frequência com que são inventados pretextos contra ela.

Caro visitante, permita que sugira (com um simples clique) a revisão do que aqui foi escrito em 29.10.2012: A QUEM INCOMODA A (ÚNICA) ZONA PEDONAL?.

Ou a 4.11.2012: PEDONAL DA HELIODORO SALGADO...Carros, aqui , NÃO!

Ainda em 16.11.2012: QUE RESPEITO PELA HELIODORO SALGADO? 

Mais tarde, em 23.8.2013, REVIVER A ESTEFÂNIA?...NEM SEI QUE DIZER...

Em tese, sem cambalhotas ou escorregadelas, a nossa visão sobre a prioridade total das pessoas e seus espaços não configurou olhar para o umbigo, antes é acompanhada por quem tem vistas largas para uma sociedade melhor.


Uma esplanada, com esta bateria de contentores de lixo 

As pessoas, seus espaços e convívios, são direitos que se sobrepõem, indiscutíveis prioridades que não se compadecem com eruditas ou pouco claras teorias adversas, rebuscadas de pretextos que fogem da questão nuclear: - Lugar aos peões!

Será um longo caminho até que se vejam frutos, mas o princípio já conta e - a vida tem disto - talvez até se exibam caras de estranhos apoiantes "desde a primeira hora".

"Quarteirão das Artes", um caminhar com luz ao fundo.

DAR ESPAÇO AOS PEÕES...NÃO AOS CARROS!

terça-feira, 25 de março de 2014

SINTRA: CELEBRAR O DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS 2014...

DIA 18 DE MAIO, SOB O LEMA: "AS COLECÇÕES CRIAM CONEXÕES"

Com razoável antecedência, a Câmara Municipal de Sintra terá todas as condições para que a comemoração do Dia Internacional dos Museus 2014 seja um êxito cultural assinalável, digno da sua valiosa colecção de obras de arte.

Não vivemos um momento qualquer. Aprovaram-se princípios para uma nova dinâmica urbana com alargamento da área de intervenção. A Cultura surge no horizonte. A proposta adicional de "Um Quarteirão das Artes" dinamizará a vida local.

Acresce que o site da Câmara - realmente novo e sugestivo - no bloco SINTRA MUSEU VIRTUAL DE ARTE nos desafia - de graça - à apreciação da arte, expressa em centenas de obras de prestigiados artistas, muitas altamente premiadas.


Talvez a obra mais antiga da colecção. "Caminho de Monserrate", óleo de Hoffmann

A Colecção Municipal de Arte (Sintra) é das mais ricas do País, com autores que fixaram para sempre as imagens, juntando a arte com a vida, as pessoas e os locais mais diversos da nossa terra. Estiveram cá e gravaram a história única de Sintra.

Neste quadro, o Dia Internacional dos Museus 2014, a celebrar em 18 de Maio, desafia as obras a libertarem-se dos armazéns para serem apreciadas à luz do dia em toda a sua beleza e dotes dos autores. Devem cativar-nos e fazer sentir o que expressam.

Museu de Arte Moderna um espaço de excepção  

O Museu de Arte Moderna é o espaço mais nobre e capaz de receber a valiosa Colecção de Arte ligada a Sintra, mantendo-a acessível ao desenvolvimento cultural.

Justificando a proposta, apresentam-se algumas peças da Colecção: 


"Telhados de Sintra", aguarela de Paulo Ossião, 1º. Prémio nas Jornadas de Pintura de Sintra

"Rua do Arco", óleo de João Mário

"Alto do Penedo-Serra de Sintra", óleo de Mily Possoz, vencedor do Prémio Columbano em 1951

"Azenhas do Mar", aguarela de José Maior , recebida da Sala-Museu Paula Campos

Neste tão próximo Dia Internacional dos Museus, com que alegria as portas do Museu de Arte Moderna se abririam para que todos pudéssemos - durante longo tempo - apreciar o valioso espólio de que o nosso Município é possuidor.

Que nas filas as crianças possam apontar os "Telhados de Sintra", ou os mais crescidos revivam o romantismo dos seus namoros juntos à "Rua do Arco" do Teixeira.

E será sempre digno lembrar Mily Possoz, que residiu no Centro Histórico de Sintra junto à Fonte da Pipa, sem que exista uma lápide na casa a recordá-la. Ela que foi Medalha de Ouro do Júri Internacional de Gravura, no ano de 1937. 

Depois, rever as falésias de Sintra que José Maior soube reproduzir.

O enorme lote de grandes artistas incluídos na Colecção

Imaginamo-nos na Exposição: Entre outras, as obras de Clément Serneels ("Primavera em Sintra"); José Ribeiro ("Palácio Nacional de Sintra"); Alfredo Keil e Rafael Bordalo; Duarte Saraiva ("Palácio da Pena") e Dias Sanches ("Feira das Mercês").

Fica aqui a sugestão, que - a ser possível de considerar - redundaria (estamos convictos) numa inegável acção de prestigio para o nosso Concelho e para os responsáveis em toda a Estrutura Cultural.

Como tudo funciona mais rápido, talvez estejamos ainda a tempo...

É preciso, isso sim, fazer a "conexão" do virtual ao "real".



Nota: Com a vantagem de ser Património próprio.




segunda-feira, 24 de março de 2014

SINTRA: CÂMARA RESOLVEU...

No último dia 8 de Dezembro, com o título SINTRA: SERÁ CAPAZ DE ADIVINHAR?, este blogue divulgou a imagem de uma cabine degradada, junto à estação da CP de Sintra, que só podia desprestigiar a nossa imagem e incomodava os peões.

Igualmente, chegou aos Serviços Camarários a informação adequada, ficando a aguardar-se a tomada de medidas para a remoção de tal cabine do passeio.

Hoje, apresentamos a nova imagem do local, facto que merece o devido registo:


No entanto, justificar-se-à que os Serviços Camarários tomem em consideração que a caixa, desta forma colocada em plena zona de circulação de peões, e pela altura a que está, pode originar lesões físicas, nomeadamente a pessoas invisuais ou crianças. 


Regista-se a remoção do "monstro", um caso que a Câmara resolveu...

O passeio já tem outra dignidade.




quinta-feira, 20 de março de 2014

SINTRA, NO NOVO DIA DA PRIMAVERA...

A vida é de mudanças. No tempo em que era aluno da primária, quantas vezes o ponteiro bateu na cabeça do que não indicasse 21 de Março como início da Primavera.

Este ano, a estação Astronómica da Primavera chegou mais cedo, facto de que andava desconfiando, não só pelas flores que brotam no meu jardim, como pelas paixões esvoaçantes de pardais e cantos de estorninhos e melros que me acordam.

Nestes dias, olhando para árvores, arbustos e flores que plantei e vejo floridas numa riqueza cromática que se associa à luminosidade do dia, sinto a felicidade por tê-las plantado e revivo parte da infância nos caminhos rurais do Alentejo.

Uma bela ameixeira 

A beleza desta leptospermum scoparium nativa da Nova Zelândia 




Muito cedo, ao sair de casa, a primeira saudação - belo assobio - é do chefe estorninho que, passando o Inverno fora, regressou ao ninho familiar para aumentar a prole.

Antes, ainda de noite, os melros acordam-me com seus cantares e devaneios.

Não admira que tenha sempre ansiedade pela chegada da Primavera, rodeado de coisas pequenas mas belas, de cânticos e flores, de plantas que crescem em cada dia e deixam um colorido forte no meu coração. É a vida que palpita em meu redor.

Este ano, que bom, a Primavera chegou (ainda) mais cedo.

Aproveitem-na. Bom dia.

segunda-feira, 17 de março de 2014

SINTRA: FINALMENTE, UM SITE DIGNO DA CÂMARA MUNICIPAL

Ainda em fase de construção, o site da Câmara Municipal de Sintra (www.cm-sintra.pt) apresenta-se com a dignidade institucional exigida, enquadrando-se no figurino moderno de informação e relacionamento público de que andava muito arredio.


O novo espaço, que em poucos meses mudou a imagem cibernética de Sintra e a espalhou pelo mundo, confronta-nos com o que foi uma triste realidade nos últimos 12 anos em matéria informativa e objectivos pretendidos.

Como munícipe pouco dado a bajulices, não posso - apesar desse princípio - omitir parte da mensagem do Sr. Presidente da Câmara: "Esta entrada de Sintra no século XXI, dá a conhecer a vida autárquica em todas as suas vertentes".

O que se pode esperar

A seu tempo, pela certa, a transparência da vida autárquica em todas as suas vertentes (havia quem falasse em patamares...) será a realidade. No entanto, para uma maior confiança, alguns pormenores poderão ser prioritários.

Urge que sejam de novo disponibilizadas informações sobre as Reuniões de Câmara, teor mais completo das propostas apresentadas, proponentes e resultado das votações, indicando quem as aprovou ou recusou.

Por outro lado, no conceito participativo da vida autárquica, certamente que todas as forças com representatividade terão o seu espaço para apresentação dos seus projectos e análises, ajudando à formação cívica dos leitores e munícipes.

E, sendo a Assembleia Municipal o mais elevado órgão autárquico, em matéria informativa sejam seguidos os mesmos princípios utilizados para a Câmara Municipal.

Finalmente, apesar de outras sugestões que possam surgir, seria interessante que todos os 11 autarcas eleitos disponibilizassem - para mais directo relacionamento - os seus endereços electrónicos institucionais, mesmo que geridos por equipas de apoio.

Embora com atraso de 14 anos sobre o início do século XXI, tudo indica que Sintra vai dar saltos de gigante em variados campos, sendo o da informação determinante para a confiança dos munícipes.

Que o novo site permita positivos horizontes aos sintrenses. 


domingo, 16 de março de 2014

VISITAR CASCAIS E O MUSEU DA MÚSICA PORTUGUESA...

ACESSO GRATUITO À CULTURA

Quando noutras paragens se acaba o acesso gratuito à cultura para dar lugar a mais uns euros na bilheteira, a Câmara de Cascais não só abre as portas do Museu da Música Portuguesa como até ofereceu o Recital Bartók - Lopes Graça.

Foi uma delícia escutar Solistas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (Lilia Donkova, Gergana Bencheva, Jeanne Antoniuk e Viktória Chichkova) em obras de Fernando Lopes-Graça e Béla Bartók.

Danças Romenas de Bartók

O Museu - de entrada livre para portugueses e estrangeiros - apenas encerra às segundas-feiras. Está aberto das 10 às 17 e aos sábados e domingos está encerrado entre as 13 e 14 horas. Tem visitas temáticas às sextas-feiras.



Antes de vermos o valioso espólio cultural e artístico da colecção de instrumentos musicais portugueses que foram de Michel Giacometti e bens doados por Fernando Lopes-Graça, apreciemos o traçado romântico da casa projectada por Raúl Lino.

Um belíssimo instrumento

Outra belíssima peça

Finalmente, do espólio doado por Fernando Lopes-Graça, apreciemos o documento abaixo reproduzido, do qual se retira o conceito de liberdade dos cidadãos que o antigo regime tinha, autorizando Fernando Lopes Graça a regressar à sua terra.


Há pois fortes motivos de interesse em visitar o Museu da Música Portuguesa, no Monte Estoril, de portas abertas aos domingos e todos os outros dias, numa perspectiva cultural a todos os títulos de enaltecer.

Um bom Domingo para todos.












sexta-feira, 14 de março de 2014

SINTRA: ARU E OS VERDADEIROS CICERONES...

Ontem foi um dia grande em Sintra, porque passados quatro meses sobre a posse do novo Executivo Camarário, foi apresentada e aprovada a "delimitação da ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DO CENTRO HISTÓRICO DE SINTRA.



Pelo documento aprovado, a Área de Reabilitação Urbana alargou-se para lá do conhecido Centro Histórico, com inegável influência em zonas periféricas, disso beneficiando a imagem digna de Sintra que todos desejamos.

Ao longo de 98 páginas, um novo conceito de vida local surge para alegria do cidadão comum, daquele que quer o melhor para este nosso tempo de vivência, sem petulâncias desajustadas ou busca de protagonismos. 

Sempre aqui defendemos a existência - nos serviços camarários - de Quadros e Técnicos qualificados, capazes de estudar e fundamentar soluções de futuro.

Bastaram quatro meses...depois de tantos anos a sentirmos adiamentos sem nexo.

HISTORIADORES, os verdadeiros cicerones...

Ao ler-se o documento Aprovado, temos uma verdadeira e apaixonante história de Sintra, desde "tempos imemoriais", do Neolítico à Idade do Ferro 6.

Depois, lá constam o Património natural e cultural, a paisagem, os Palácios, as Quintas, as Casas e os Chafarizes, os Caminhos e tudo o que nos envolve, que não precisa de ser inventado porque está devidamente inventariado para se proteger.

Os Técnicos e Historiadores do Quadro da Câmara Municipal de Sintra que participaram na elaboração deste Documento, foram - eles sim - verdadeiros cicerones desta nossa terra, sem alardes pessoais ou exibicionismos.

O Documento, tão rico sobre a História e o Património mereceria uma Edição para escolas e professores, sugerindo-se mesmo uma ampla distribuição pelas crianças e outros presentes nas comemorações do 25 de Abril em Sintra.

Os intervenientes no estudo e os técnicos justificam uma especial saudação.

Fundamentos e articulação com o Plano de Urbanização de Sintra

Segundo o documento ontem aprovado, serão múltiplas as acções a desenvolver para a respectiva realização, considerando factores tão determinantes como o clima, a exposição das colinas ao sol e a protecção das populações.

A mistura de tráfego de ligeiros, pesados e peões num mesmo espaço terá de merecer uma resposta organizada e ajustada à realidade de Sintra. 

Com muita satisfação vemos conceitos para a pedonização de vias de trânsito automóvel, tendo em vista a reabilitação de espaços existentes: "a) Espaço público para as pessoas: Acessibilidade, mobilidade, fluidez, transparência e normalização".


Tratando-se de um documento com 98 páginas, em que nenhuma delas é dispensável, esta modesta intervenção apenas pretende realçar que, depois de 12 anos à espera, temos boas perspectivas de projectos para a nossa vida futura.

Para que imagens como esta desapareçam:

Celeiro da Jugada  em pleno Centro Histórico

Hoje, embora muito se tenha de esperar, pode dizer-se que a aprovação por UNANIMIDADE da Área de Reabilitação Urbana, marcará o futuro de Sintra ligando-o ao actual Presidente, Dr. Basílio Horta. 

Excelentes quatro meses...




terça-feira, 11 de março de 2014

SINTRA: 25 DE ABRIL, ABRIR PARQUES E PALÁCIOS AO POVO

Aproximando-se a data festiva - hoje mais de luta - do 25 de Abril, enquanto se aguarda a todo o momento que a Câmara Municipal de Sintra divulgue o programa das comemorações, algo poderá sugerir-se para brilho das mesmas.



Que nunca mais uma Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril em Sintra justifique o título de um artigo publicado em 2008 no Jornal de Sintra: 

SINTRA: 5 minutos, 14 segundos e 66/100
"Foi o tempo que durou a Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril nos Paços do Concelho de Sintra. O que dizem ser o segundo maior concelho do País,fez jus a entrar para o livro do Guiness World Records".
O texto completo do artigo poderá ser apreciado no final desta página.

A Câmara Municipal como entidade dinamizadora

Aproximando-se a data que celebra os 40 anos de Abril, a mudança democrática é significativa no território sintrense, pelo que se justifica um apelo à participação Popular, daqueles a que a vida e a bolsa não permitem o usufruto cultural.

Neste dia, o abraço é do Povo, com o Povo e pelo Povo. 

Como gostaria de ver a envolvente dos Paços do Concelho cheia de crianças, escutando o Hino Nacional e a fanfarra, agitadas e alegres, dançando com adultos e num longo e fraterno convívio em espaço aberto, livres nos seus direitos.

E, como Sintra não se restringe à Vila e seu Centro Histórico, nem é palco para passageiras elites, todas as Freguesias - em articulação com a Câmara Municipal - utilizariam os seus autocarros para levar crianças como suas embaixadoras.

Os Povos fazem-se na rua, sem invocações de castas, sem a árvore genealógica a deitar folhas caducas sobre os passeantes. Foi por isso que Abril se fez.

Abrir Sintra ao Povo e fomentar o convívio 

Para incentivar os portugueses a viverem o que é deles, no 25 de Abril todos os Palácios, Parques e Castelo de Sintra deveriam estar-lhe abertos, sem a moedinha tilintante que selecciona os que a têm e as fecha aos desfavorecidos.

Estará nas mãos da Câmara Municipal de Sintra, em primeiro lugar, desenvolver os esforços necessários para que todos possam - livremente - circular nos diversos espaços do nosso território, numa grande jornada de fraternidade.

Confiamos que a Câmara Municipal dará, neste Abril, uma outra dinâmica às Comemorações, tornando-as mais dignas e sentidas pela população.

Abril precisa muito disso. 




A cinzento, porque assim foram as cerimónias, segue o texto publicado no Jornal de Sintra:

SINTRA: 5 minutos, 14 segundos e 66/100

Foi o tempo que durou a Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril nos Paços do Concelho de Sintra. O que dizem ser o segundo maior concelho do País, fez jus a entrar para o livro do Guiness World Records.

O atraso verificado sobre a hora prevista para a Celebração, deu aquele toque sui generis de que Sintra tanto precisa, pelo exemplo de rigor com que estas coisas se devem fazer, permitindo que algum arrastado pudesse assistir ao solene momento. Mas, caramba, o esforço foi grande e na medida adequada aos celebrantes da histórica data que alterou o panorama político e social do País.

Habituados ao arrastar de processos, ao adiamento de soluções, aos meses e por vezes anos de espera pela resposta a uma qualquer reclamação, aos banho-maria com que frequentemente nos confrontamos, só alguém de má formação intelectual ou cívica poderá criticar a forma rápida como o 25 de Abril foi despachado.

Merece, até, que se inventarie como a Festa decorreu: A banda chegou às 10 horas e 6 minutos, fez mais uma intervenção a que se seguiu o Hino Nacional com simultâneo içar de bandeiras nos mastros do edifício. Depois, palmas dos poucos cidadãos presentes, cumprimentos ao maestro e lá foi a Banda de abalada. Tudo isto em 5 minutos, 14 segundos e 66 centésimas do segundo. Sem qualquer aumento de tempo!

Ficámos com uma das mais elevadas taxas de rentabilidade, mesmo de execução, permitindo-me não classificar de quê.

Neste dia, meios que são usados para o transporte de futebolistas, não se justificaram para levar crianças a assistir às comemorações de uma data com que se deveriam habituar a viver e a honrar. E como seria bonito o Largo cheio de crianças em festa.

É assim a vida, com constrangimentos compreensíveis se admitirmos que, a ter-se mantido o anterior regime, quantos dos nossos políticos teriam agora uma brilhante carreira, talvez até em Ministérios.

Na realidade, Abril foi tão magnânimo que a cada hora permite que se digam umas coisas e se façam outras. Por isso estamos tão pobres, quando nos prometem riqueza. Por causa disso, o 25 de Abril se foi transformando num dia que “dá sempre jeito” quando há pelo meio uma qualquer “ponte”, generosamente concedida.

As comemorações de Abril reflectem, antes de mais, a falência dos modelos de Cultura, tão referidos mas sem a devida implantação a partir dos primeiros bancos da escola.

Assistente de comemorações similares noutras partes do mundo, estes 5 minutos, 14 segundos e 66 centésimas de segundo, foram dos momentos mais dolorosos da minha vida, porque representam a ausência de verdadeiras intenções na realização Abril.

sábado, 8 de março de 2014

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 157 ANOS DE LUTA...

ESTA FLOR, UMA MODESTA SAUDAÇÃO

Das florestas da Malaysia, esta flor representa a ascensão

Foi em 8 de Março de 1857 que centenas de operárias têxteis de Nova Iorque se manifestaram a reclamar melhores salários e condições de trabalho dignas, nomeadamente menos horas de trabalho e mais segurança.

Também em 1917 milhares de mulheres russas fizeram idênticas reivindicações. 

Pelas Leis do Canadá, só em 18 de Outubro de 1929, depois de muitos anos de luta por um grupo de activistas, as mulheres foram declaradas como "pessoas".

Hoje, um pouco por todo o mundo, com a cumplicidade dos governos, os direitos das mulheres não são respeitados das mais variadas formas, nalguns casos com nítidos contornos de escravatura, excesso de horas de trabalho e baixas remunerações. 

Mulheres algures na Ásia

São elas, em condições difíceis, o sustento da casa...onde pouco tempo conseguem estar

Em Portugal, registadas nos Centros de Emprego, havia em Janeiro 344145 mulheres, correspondendo a 51,39% dos desempregados. Preocupadas com os filhos e a família, quantas vezes aceitam trabalhos sem horários e mal remuneradas.   

O Dia Internacional da Mulher é, ainda hoje, desconhecido em muitos países ou transforma-se num Dia de Luta pelos Direitos da Mulher. 

Nesta homenagem, os votos de que alcancem a igualdade de direitos e que o futuro lhes traga as condições para partilharem a vida com os seus familiares, acessos sociais, culturais e de bem-estar que hoje não passam de miragem.  



quarta-feira, 5 de março de 2014

QUANDO MENOS SE ESPERA, REVIVE-SE O PASSADO...

Há dias, uma antiga colega, não ela antiga mas colega, colocou no seu espaço do Facebook uma frase de Pablo Neruda: "Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo".

É um ensinamento de vida que, para ser abordado, me leva - em primeiro lugar - ao segundo mandamento, pois a quase única alternativa que dou aos meus é oferecerem livros, listando um conjunto de títulos cuja surpresa está na escolha.

Da última vez, mas a primeira pela certa, um livro teve a condão de - chegado apenas à página 22 - me obrigar a revisitar o passado, enleando-me em múltiplas recordações.

Falo de um dos últimos livros de Domingos Amaral.

De chofre, uma frase para mim quase mágica: "Por vezes, antes de nos aparecer em pessoa, é nas palavras dos outros que alguém regressa à nossa vida".

Do nascimento à vida

Ditou a sorte que, nascido uns dias antes do início da II Grande Guerra, tivesse sobrevivido quase por selecção natural, pois muitos putos dessa época não o conseguiram. Havia poucos médicos, falta de medicamentos e má alimentação.

Apesar disso, ao tempo em que um jovem chegava a homem sem ser criança, cedo surgiram sonhos, entre eles o de viajar, tão expressamente manifestado à minha mãe, quando aos 14 anos respondi ao anúncio que pedia "rapaz para paquete".

Viajar é um estado de alma. A primeira viagem é de cautelas. Depois mais longe, a curiosidade por outras paragens, os desafios por culturas diferentes, as pessoas. As pessoas. Como vivem e se movem, como se alimentam, vectores culturais.

Recordo férias e o mês de Julho. Quando ao dia 1 partia sozinho no meu carro a caminho da Europa, falando - só - com os botões e entregue aos pensamentos.



As margens do Rio Isar ligam-se ao que restou de Hiroshima na trágica manhã de 8 de Agosto de 1945.



Falhei ao não ter conseguido agradecer a muitos colegas pelo que eles influenciaram as minhas viagens. Com os livros que me ofereceram, incentivaram-me a querer conhecer os mais diversos locais à volta deste planeta onde vivemos. 

Hoje, acarinho o livro "Art Treasures in Russia" que me ofereceram em 1972. Abraço fortemente três volumes da "Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial", com que esses colegas me brindaram em 1973 e me fizeram viajar de Munique a Hiroshima.


1972 - inigualável incentivo cultural

1973 - o simbolismo de abraçar o mundo. Hiroshima é no Volume III

Viajando, tenho assistido a excelentes espectáculos musicais e artísticos nas diversas partes do mundo, mas de todos o expoente máximo foi um inolvidável "Lago dos Cisnes", no Teatro Bolshoi de Moscovo, no longínquo ano de 1972.

O quarto, será talvez o mais difícil mandamento de Pablo Neruda, pois no desgraçado tempo que vivemos só posso rir de mim próprio, porque não fui capaz de melhor.

Rebobinar para tornar a ver

A boa colega que lembrou Neruda mais as primeiras páginas do livro de Domingos Amaral, impulsionaram a reprise de uma vida com momentos felizes e dolorosos, sonhos e desilusões, alegrias e tristezas, mas onde todos os retalhos se colam.  

Tal como a figura central do livro, durante horas estive na "Luzboa" que calcorreei na juventude, revivi a marginal de "Cascais" e terminei o dia na "bela Sintra", deitado em  recantos cujos encantos a vida ainda não me impediu de desfrutar.

Pablo Neruda tinha razão...não nos deixemos morrer lentamente.


domingo, 2 de março de 2014

SINTRA, CARNAVAL NOS JARDINS DO PALÁCIO DE QUELUZ

1990 - UM PASSEIO DE CARNAVAL NOS JARDINS DO PALÁCIO

É verdade, já passaram 24 anos sobre estas fotos.

Na altura, os cidadãos nacionais entravam gratuitamente aos Domingos, passeando com todo o charme pelos Jardins. Direito que não usufruem hoje.

Uma bela recordação...