segunda-feira, 26 de junho de 2023

SINTRA: DO "VERÃO SEGURO" À "RELEVÂNCIA" DO TURISMO

Vamos contar...o quê?

No passado dia 16, a apresentação do programa "Verão Seguro" para a Região de Lisboa serviu para Sua Senhoria passar por cima do que não tem sido feito.

Teceu intervenção de grande riqueza como é seu timbre, admitindo-se que só por limitações no tempo, não conseguiu exibir o "êxito" de que Sintra se envergonhará.

Palavras de rara beleza foram proferidas por Sua Senhoria: "tem particular importância para Sintra, pela relevância que o turismo apresenta na região (...)".

(Retirado do site - página oficial da C.M. de Sintra)

Estamos em crer que, só por um excesso de modéstia política, não referiu a deplorável devassidão e anarquia do destino, bem como falta de autoridades visíveis.

Que Sintra?

Sua Senhoria perdoará este humilde munícipe que, com o arrastar do tempo sem soluções, vai imaginando em cada dia que não falamos da mesma Sintra. 

A Sintra onde vivo há dezenas de anos, pago impostos, sem acesso ao Centro de Saúde, que desisto de visitar se não for a pé, é a mesma de Sua Senhoria?

Será que Sua Senhoria chega a Sintra (diz-se que em carro de luxo) a Mont Fleuri ou ao Valenças, sem sofrer com filas de carro? Será com batedor e pirilampo?

Ora, para quem aqui apareceu em 2013, que currículo amealhou com aquele parque na Cavaleira que disse ter "ruas e alamedas com árvores" e foi um fracasso?

Desculpará Sua Senhoria a seriedade da pergunta: Ter-se-á apercebido dos rostos presentes alterarem a expressão enquanto era feita a intervenção?

Na intervenção Sua Senhoria terá chamado à colação o recurso àquele terreiro sem quaisquer condições de higiene a que os autocarros são obrigados?

Porventura abordou o arrastar de parques de estacionamento periféricos e soluções para que a histórica localidade de Ranholas não seja intensamente incomodada?

Sua Senhoria, que em 2015 falava sobre uma rede de transportes rápidos, terá explicado na Reunião sobre "Verão Seguro" o êxito dos tuk-tuk na solução sintrense?

Aqui chegados, permitimo-nos solicitar a Sua Senhoria, por exemplo numa visita ao Paris, se já visionou como a autoridade local consegue manter a segurança?

E pronto, temos toda esta panóplia de falhanços envernizados, de brilharetes movediços e frases programadas com que somos regularmente brindados.

Tudo isto já cansa, estamos fartos.

Os Sintrenses não mereciam isto...e muito menos Sintra. 



quarta-feira, 21 de junho de 2023

SINTRA: PLACAS "INAUGURATIVAS"...#UM NOVO CAMINHO?

Deontologia

O recente ato, que levou o site camarário a espalhar pelo mundo que a Câmara Municipal "inaugurou a Praça D. Fernando II" não merece o silêncio da cumplicidade.

A peça publicada, facilmente vista como um flash propagandistico de teor restritivo, não destaca a riqueza da objetiva que fixaria o entrosamento dos atores.

Tão solene momento, de transcendente impacto nos sintrenses e mais orgulho dos fregueses por tantas obras levadas a cabo, mereceria vermos o tirar do pano.  

Nem se invoque que a omissão se deva ao virtuosismo dos autarcas envolvidos, que todos sabemos pautados pelos mais modestos contornos dos êxitos alcançados.

Excluída então a modéstia de se arredar da Praça o nome de El-Rei D. Fernando II que bonita seria a lhaneza de se aludir a um lapsus calami lamentável.

Valeu a sorte de D. Fernando II não aparecer por lá a envergonhar a vassalagem de uns tantos  e, com dois escadotes, tirar as placas que ainda o lembram na Praça.

Questão nuclear sintrense

Os munícipes atentos talvez considerem - pela ausência de outros - que um dos problemas mais graves de Sintra se ligará aos transportes e acessibilidades.

Daí que, nos últimos anos, entre publicitadas soluções, todas tenham redundado em #caminhos de falhanço, por vezes atenuados por um salutar humor.

As memórias trazem-nos as peripécias do dia em que as fagulhas de escapes ameaçavam de incêndio a nossa Serra...agora fortemente devassada por eles (*).


Falhou o oneroso Parque da Cavaleira, mas valeu o primeiro "me congratulo com esta Proposta" de um provável opositor, mais tarde Administrador da EMES.

Tão elaborado e estudado foi o Projeto Cavaleira que até um longilíneo traço azul (como noutros tempos) surgiu para indicar o "#caminho do estacionamento.

Nesse tempo, o "êxito" das medidas, levou para a Portela os transportes públicos entre a Zona Sul do Concelho e a Estação da CP (onde era o Centro de Saúde).

Concomitantemente, a pilaretagem engradeceu a EMES com aumento de receitas, acabando os sintrenses, ingratos, obrigados a não desfrutarem da sua Vila.

Tudo longe do dito pelo Candidato Basílio Horta em 2013, que admitia criar uma empresa municipal para garantir que "mobilidade dentro do concelho". 

Fuga com atos "Inaugurativos"

Que não se fale da Cavaleira, da dita Pousada de Jovens, da Gandarinha, do antigo Hotel Netto e do Hospital da Misericórdia...até do tal Novo Hospital sem camas...

Para isso, há atos flash, de fácil publicitação para explorar imagens de inaugurações que possam esvaziar - ou evitar que se pense - nas questões nucleares. 

Não será de excluir que, nos próximos tempos, algumas placas "inaugurativas" surgirão para alegria de uns tantos mas sem valor prático para a vida da maioria. 

Vamos aguardar. 


(*) Eles...os ditos causadores de fagulhas.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

SINTRA: "ESPAÇO" "DEVOLVIDO" NA PRAÇA D. FERNANDO II...

"Pode enganar-se toda a gente uma vez, 
 Pode enganar-se sempre uma pessoa, 
Mas não se pode enganar sempre toda a gente" (in O Marketing Político- Michel Bongrand)

 Lendo o site da "Câmara"...

Qualquer sintrense que não se atenha ao muito que se propaga de bom para todos nós, confrontar-se-á, quantas vezes, com uma realidade bem diferente.

Autores e difusores contam, por um lado, com a indiferença dos que deveriam estar atentos e, por outro, com contornos envesgados de gratos, veneradores e obrigados.

Não haverá alheamento dos eleitores se um candidato eleitoralmente opositor se juntar à força política adversa, recebendo por isso qualquer tipo de contrapartidas?

A peça do site camarário, omitindo o descerramento de uma placa e os dois nomes nela constantes, acabou por não se ajustar à grandeza da inauguração.

Acresce que, a não citação da partilha íntima e profícua entre políticos julgados opostos, pode comprometer o sucesso de novas inaugurações com placas alusivas.

Porquê a foto (abaixo republicada) em que outra figura se adianta a Sua Senhoria, quando a ênfase seria mostrar com destaque o momento partilhado na inauguração?


Coisas da Paridade...

"O Marketing Político apoia-se nas técnicas de comunicação, hoje mais visuais, para impressionar quem vê" (in O Marketing Político- Michel Bongrand)

Embora não saibamos se por obras valerosas de um ou de ambos foi descerrada a placa com o nome dos dois autarcas, salientamos o profícuo convívio partidário.

Entre outros pares também a alegria foi contagiante, sem bandeiras de orgulho mas com fotos quase de família, ou unidos de facto na celebração vitoriosa.

Diga-se que - sem ofender D. Fernando II - se tratou de uma festa republicana de truz, convívios da fina flor da política local, sem qualquer nobre que a estragasse.

E viram-se fotos nas redes sociais com críticos de ontem, apaziguados hoje e que serão crentes amanhã, quando se escolherem listas partidárias e lugares. 

O Dito e o feito

Sua Senhoria terá dito que "A Praça D. Fernando II era anteriormente um espaço ocupado por carros", logo originando nos presentes um coletivo e orgulhoso frisson.

Nunca, até esse dia, os presentes terão tido visões da Praça com passarinhos voando, pessoas em grupos cavaqueando, crianças em jogos culturais.

Foram bonitas as quatro sílabas de descompressão, de olhos fechados se ansiava pelo estranho desejo de desfrutar esse "espaço icónico" em boa hora descoberto.

Sem abrir os olhos, tantos terão pensado que, finalmente, #era esse o caminho para resolver os parques e silos na periferia, acabando com a anarquia reinante.  

Aos poucos as pessoas foram despertando e, num olhar, depararam-se com a vitória dos pilaretes, mau augúrio de espaço poder tornar-se de estacionamento pago. 

Inequívocas imagens "icónicas" de pilaretes. Seria assim?

Daí que não tenhamos resistido a reapreciar a foto publicada no site camarário, parecendo-nos estar aí a razão do Presidente da EMES se adiantar a Sua Senhoria. 

Quatro dias depois...

Praça D. Fernando II

Quatro dias depois da cerimónia, no "convidativo" espaço da Placa, onde se dizia ter deixado de ser um espaço "ocupado por carros", nem o sinal era respeitado.    

Mais abaixo, fora do espaço que os pilaretes limitam, foi este o recurso de quem na Praça D. Fernando II continua a estacionar. 

A "descompressão" transferida para a Rua Marquês Viana

Falta de Segurança

Ainda a Praça D. Fernando II não tinha sido "inaugurada" e já alertávamos para os perigos decorrentes da falta de proteção da principal escadaria.


No acesso pela Rua Serpa Pinto, a escadaria (maior da Praça) é muito desnivelada, a que acresce os degraus estarem desencontrados e de tamanhos diferentes.

Sendo a escadaria monocromática, é suscetível de ilusões óticas, com desequilíbrio e quedas que, pela altura dos degraus, podem ser muito graves.

Vimos uma criança de tenra idade a correr pelo degrau superior tal o entusiasmo por ir abraçar o avô que a aguardava em baixo. E se tivesse caído em falso?

Pelo contrário - e muito bem - na pequena escadaria junto à Rua Tude de Sousa, foi colocado um corrimão com que as pessoas se poderão apoiar. 


Espera-se que, urgentemente, a situação possa ser devidamente corrigida.

Fica o medo das placas nominais se tornarem tão vulgares como os pilaretes.


quinta-feira, 1 de junho de 2023

SINTRA: D. FERNANDO II E SUA ADMIRÁVEL TOLERÂNCIA

Na sua simplicidade, só nas placas toponímicas consta o nome de D. Fernando II  

Ingratidão

Não é fácil dirigir-me a Sua Majestade Fidelíssima, dobrado pela vergonha que sinto e, não fosse a Vossa condescendência, mereceria as chibatadas que não autorizará.

Sua Majestade criou empatias com o Povo, defendeu património, incentivou a uma sociedade erudita e inovadora, foi tolerante com a baixeza de tantos políticos. 

Por tais dotes, Sua Majestade deixou a tão bela Coburgo rumando a Portugal onde, mais tarde, recusaria convites para se tornar Rei da Grécia e depois de Espanha.

Amou as Artes e a Música, mandou construir o Palácio da Pena, justificando-se que Sintrenses de Bem o quisessem perpetuar na Praça D. Fernando II.

Tornou-se então a Praça D. Fernando II na expressão respeitosa de um Povo, um espaço único em que deveria lá constar apenas o nome do Soberano.

Todavia...

Há algum tempo surgiram no espaço sintrense alusões a "alterações", "projetos" e "estudos" que, à partida, não auguravam muito de bom à histórica Praça.

Na sua simplicidade, o povo simples criou expectativas dos melhoramentos que engrandeceriam a Praça D. Fernando II e prestigiariam o Monarca.

Sentia-se que existindo na Praça apenas com duas singelas placas toponímicas referindo Vosso nome era altura dos passos devidos para maior Honra do Local.

Uns sugeriam uma estátua Vossa, outros que a Escola do Património de Sintra fizesse um painel de azulejos com a Imagem, outros um coreto para festas musicais.

Houve até quem, justamente, se falhassem os desejos anteriores, sugerisse que a antiga Fonte das Rãs - em má hora desmontada - fosse reconstruída no local.

Mas...

No tempo de Sua Majestade também haveria quem preferisse a manipulação como parte de suas vidas (deles) pelo que não espantam hoje divergências da verdade.


Com a data 30 Maio 2023, dizia a notícia: "Foi em ambiente de festa que a Câmara Municipal de Sintra inaugurou a Praça D. Fernando II". 

A peça em si, divulgadora do ato, nem destacou que o Honrado nome de Sua Majestade não foi citado nas intervenções...salvo "Praça D. Fernando II".

Foi uma cerimónia exemplificativa dos valorosos políticos de agora, mostrando-se ou posando em fotos para a posteridade com exuberantes alegrias. 

Ainda nos disseram que, para a posteridade, se descerrou na Praça uma placa com o nome de dois políticos, honra que Sua Majestade - que mereceu o nome - não tem.

Em tese, este Ato criou-nos medo pela incerteza: Se futuramente qualquer remodelação de redes, até de esgotos, justificarão memoriais...