quinta-feira, 24 de novembro de 2022

PRESIDENTE DA REPÚBLICA E A SUA 105ª VIAGEM



Ao Catar para ver a bola?

Fazendo justiça ao relevante interesse nacional pela 105ª. viagem ao estrangeiro do "Presidente de Todos Nós", sente-se no abstrato as felizes coincidências.

As pias palavras do nosso Presidente induzem que a sua tão rara sabedoria galvanizará a assistência, "Lá dizendo o que se pensa sobre a situação política, lá".

Após isso, estamos certos na cascata de gestos de ternura, beijos e abraços após sélfies, numa simbiose entre explicar "Direitos Humanos" e ver a bola correr. 

Salvaguardando o relacionamento entre países, a pretexto do futebol, o nosso astuto Presidente diz que falará sobre "Educação" e "Direitos Humanos".


Reconhecimento

O Senhor Presidente não tem tempo para ir ao banco de hospitais, maternidades e blocos operatórios para dar palavras de ânimo aos doentes e tirar sélfies.

Quantas vezes os corredores dos hospitais estão atafulhados de pessoas - pessoas que não são como o Senhor Presidente da República - pois muitas nem casa têm.

O agravamento das condições de vida obriga as pessoas a graves restrições nas despesas, quantas vezes impedidos de adquirir medicamentos à falta de dinheiro. 

É comovedor os sacrifícios que faz em viajar pela estranja (esta a 105ª) com acompanhantes à escolha, todos irmanados no bom nome de Portugal.

Com o Senhor Presidente todos nós vamos à bola...perdão...ao debate.

Obrigados somos nós.


terça-feira, 22 de novembro de 2022

SINTRA: SUA SENHORIA E O PROBLEMA DA ORGANIZAÇÃO (2)

  "Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem                     futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020) 

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Sustentabilidade

Tinha acabado de reler a página da Revista "Sábado", edição 751 (Setembro de 2018) onde Basílio Horta constava com Património avaliado em 11.545.102€. 

Da notícia, saltava um fato irrelevante: O erro da falta de três zeros nos rendimentos declarados, aceitável em qualquer ser humano mesmo que letrado.

Nessa altura, lemos no Jornal de Sintra (Edição de 18.11.2022) e "Fonte: CMS", a difusão de Sintra ter uma "sustentabilidade territorial acima da média nacional".

E o número de 67,8% citado, embala-nos numa alegria tão grande, tão orgulhosa, que só podemos dar graças a Sua Senhoria e ao PS por terem-no trazido. 

Como os residentes "sustentam" o acesso às suas habitações

Longe de uma situação de mitomania, somos os maiores em "Água Potável e Saneamento" (Esgotos?), "Industria", "Infraestruturas" e "Proteção da Vida Terrestre".

Exemplo de Infraestruturas adequadas

Antes (Edição de 4.11.2022) já o Jornal de Sintra tinha transmitido, com "Fonte: CMS", página inteira e mais um bocado de milhões em investimentos.

Ainda antes (Edição de 21.10.2022) o mesmo Jornal, em duas páginas inteiras com "Fonte: CMS", deu-nos conta de "Requalificações" e tantos milhões a "investir".

Feliz exemplo de Proteção da Vida Terrestre

Tantos êxitos e entontecedoras realizações, números e fidelização à verdade, só podem assentar num cérebro de elite, com superior organização estrutural.

Em tese, a organização existe e, decorridos estes anos, a vinda de "americanos" que seriam pedidos ao nosso Embaixador, só pode ter sido uma diversão. 

Uma manifestação de tristeza: Como viverão os outros 32,2%?



segunda-feira, 21 de novembro de 2022

PRESIDENTE DE TODOS NÓS..."E TAL"...

 

(...) e tal (...)

Mistérios de Reportagens

A reportagem era de cá e o entrevistador não tinha de estar grato por qualquer viagem, integrado numa das onerosas comitivas acompanhantes do Presidente.

Tudo justificava que, com atenção, se perguntasse ao Senhor Presidente - que dizia ser de todos nós - que ideias e conceitos estavam incluídos no...(...) e tal (...).

Cansa a frequência com que em matéria sensível de interesse público, deita uns fogachos e se cala, o "pode ser assim...ou talvez não" ou "não falar no abstrato" .

E os media, que noutras situações e pessoas por vezes são suficientemente contundentes, sorriem em conjugação com o sorriso de boca aberta frequente.

Até hoje, nenhum ainda perguntou ao Presidente - que dizia ser de todos nós - porque não dirá quanto custa aos portuguesas as sua viagens com notória comitiva.

E que benefícios palpáveis têm redundado de tanta viagem - ao Catar será a 105ª - pesem os argumentos invocados, já que os portugueses pagantes ficam cá. 

Na verdade insofismável, qualquer cidadão com tendência de globetrotter paga as suas viagens pelo mundo e delas tira benefício. 

No caso do Senhor Presidente - que dizia ser de todos nós - mais correto seria dizer que é viajante, incluindo acompanhantes, pago por todos nós

O que será ...(o tal)...?

Acabamos de saber que o Presidente dos Estados Unidos telefonou e falou com os jogadores da sua seleção incutindo-lhes o maior entusiasmo.

Um simples telefonema, quando poderia também arranjar uma justificação qualquer - até patética - para se meter no Boeing 747 mais uns tantos e rumar ao Catar. 

Mas a opinião pública americana, a desculpa esfarrapada que teria de inventar para o fazer, podia levar até à sua demissão. 

Por cá é diferente, se vai um porque não ir também outro? E mais outro? Porque desta vez não se colocou o problema de fundos, da chegada de mais? 

Presidente de um Estado onde se vive com dificuldades de toda a ordem, médicos que faltam, transportes longe das exigências, deveria refletir seriamente. 

Com sorte, tal...e tal...e tal, tirarão sélfies com outros à porta do estádio, sorrisos rasgados pela 105ª (se não nos enganamos com tal o número) viagem presidencial.

Talvez até tenhamos à nossa frente imagens televisivas de algum destes políticos de bermudas banhando-se no Golfo Pérsico, como é frequente.

É fartar e aproveitar, os intervenientes são conhecidos. 

Temos o que merecemos. 



Nota: começa a ser altura de sugerirmos para onde será a 106ª e a 107ªviagens


domingo, 13 de novembro de 2022

SINTRA: UMA FALHADA AMERICANIZAÇÃO (1)

   "Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem                     futuro" (Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Adolfo Horta, em 25 de Abril de 2020) 

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Então os americanos?

As palavras correram mundo, sem filtros, e a opção de Sua Senhoria querer uma empresa americana para organizar a Câmara embasbacou qualificados técnicos.

Ao fim de 7 anos de êxitos, do Museu do Brinquedo ao inquérito à majoração do IMI, da compra e venda do Netto à Pousada, da Cavaleira, sentiu-se incapaz?    

Não organizara Sintra e, em 8.10.2020, fez um quase lancinante apelo ao nosso Embaixador em Washington convidando-se para "o receber em visita".

Não se desprezando a autocrítica, parece ter dito que em Portugal não há ninguém capaz de resolver a questão da organização da Câmara de Sintra. 

Como terá doído a Sua Senhoria, citador de êxitos alcançados na sua passagem pela AICEP, ter de procurar um intermediário para a "melhor empresa americana".

Ao chegar a Washington, o nosso Embaixador, emocionado com tão humilde pedido, logo lhe entregaria um cardápio de empresas cobradoras de elevados honorários.

A ser verdade que "Vive em Sintra", como munícipe sintrenses não residente em Mont Fleuri mas algures, havia razões para ida a Washington com devida comitiva.   


Mais um flop?

Como ativo facebookiano, Sua Senhoria não levará a mal que lhe fale em flop, pois mais de dois anos passados não conseguimos lobrigar os americanos especialistas.

Será que Sua Senhoria exorbitou a explanação organizativa, ficando-se pela intenção como sendo acção (voluntas pro facto reputatur) para impressionar os assistentes?   

Devemos antes sugerir a Sua Senhoria que seria do maior interesse o esclarecimento completo de várias situações pelas quais foi decisor relevante.

Contas do Hotel Netto

Está assim o Hotel Netto

O Hotel Netto é daquelas situações em que, para nosso sossego (ou não) Sua Excelência nos devia informar, clara e definitivamente, como está o negócio.

Antes de mais, para ajudar eventuais retardamentos na compreensão, recordaremos que a aquisição do Netto para uma estrutura da juventude virou ilusionismo.

Entre as páginas 230 e 236 da Ata da Sessão de Câmara de 23.11.2013, podemos ver, em feliz suporte, qual o destina a dar às ruínas do antigo Hotel Netto (*)

- "Um hotel de Juventude que possa ter jovens de todo o mundo para animar o centro de Sintra" e, noutra parte, "é qualquer coisa que tem muito a ver com a Câmara Municipal".

Tornou-se estranho que em 22.9.2015, a Proposta 773-P/15, subscrita por Sua Senhoria, fosse para alienação do Hotel Netto...e não para o Hotel da Juventude.

Alguém disse que "A Câmara Municipal não tem habilidade para gerir uma Unidade Hoteleira", desmentida pela vocação em explorar a Pousada de Jovens. 

Pela Ata 7/16, da Sessão de Câmara de 5.4.2016, ficamos a saber da proposta de  adjudicação do Netto por 1.000.000€ e Aprovação do Contrato da Pousada.

(se isto não é organização, que devemos pensar?)

Voltando à venda do Netto, o valor de 1.000.000€ tinha o plano de pagamento:

- Adjudicação Provisória ...........................................20% do valor de arrematação na hasta pública 
- Abertura da Unidade Hoteleira ...............................30%  "      "     "          "              "      "         "
- Seis meses após abertura da unidade hoteleira...25%  "      "     "          "              "      "         "
- Um ano após abertura da unidade hoteleira..........25%  "      "     "           "             "      "         "

Os 30 meses previstos para a reconstrução do Hotel esgotaram-se em 30 de Outubro de 2018 e, passados quatro (4) anos está como a foto acima mostra. 

Seis anos decorridos sobre o Contrato da Venda, como se encontra o pagamento, tendo em conta não sabermos se o Contrato fixava prazos e penalizações? 

Seria para deslindar esta situação que precisávamos de americanos?

Só Sua Senhoria saberá se este é um problema de Organização. 


(*) - Recomendamos vivamente a leitura da Ata 24/13 das Sessões de Câmara.


domingo, 6 de novembro de 2022

O SR. PRESIDENTE E AS HORAS FELIZES E INFELIZES

 

Dias bons e dias maus

De vez em quando é bom que este Blogue, criado para Retalhos de vida em Sintra, pese a dolorosa carteira de (de)feitos locais, se dedique a grandiosas figuras.

Não é das viagens ao estrangeiro que o Presidente (de todos os portugueses) faz com tal frequência que será invejado pelo mundo fora, de Pequim à Patagónia.

É da dureza das palavras ditas à tão diligente Ministra da Coesão Territorial a propósito da distribuição das verbas do PPR, dizem que para todos os portugueses.

Dias felizes e dias infelizes

Foi de grande riqueza que o Senhor Presidente (de todos nós) cite empenhadamente os dias felizes e os infelizes, ainda por cima com tabela de proporção.

Ficámos a saber, para nossa psicológica orientação, que no cardápio da felicidade há "dois dias felizes por dez dias infelizes" ou seja 8 em que não o escutamos.

Se tanto não bastasse, ainda nos disse que "há dias super infelizes", sem sabermos bem se são retirados dos dois em que felizes devíamos estar.

Aviso sem perdão

Qualquer coisa de dramático passou pela distinta assistência, ouvindo do Presidente (que conta com as nossas boas graças) as duras palavras de não perdoar.

Duas vezes disse: "Não lhe perdoo, não lhe perdoo", o que terá deixado a Senhora Ministra altamente preocupada com tais termos, certamente até desgostosa.

Final com perdão?

Descendo a escadaria, com a mão no braço da Senhora Ministra, era visível a partilha de momentos felizes entre várias personalidades, 

Pensámos que tudo já estava perdoado, a Senhora estava totalmente enquadrada nos conceitos do PRR e não corria riscos do Senhor Presidente a sancionar. 

Por seu turno a Senhora Ministra mostrava um ar tão convivente que denotava estar naquilo a que anteriormente se dizia na tabela dos dias felizes.

Se assim estava, esgotou a tabela da felicidade em dois dias...

A nossa sorte...