"Se o tigre não te ligar, caminha à sua volta e lambe-lhe as patas", palavras de Shian Tsé
A actividade "O Curador Ensandeceu" inserida na "Noite nos Museus" e dinamizada pelo MU.SA neste sábado (15.9) pelas 21,30 horas, faz lembrar outra história.
🔃
Arrastar de asas...
Passaram cinco (5) anos sobre o artigo aqui publicado a propósito da Colecção Bartolomeu dos Santos" a cujo texto se pode aceder clicando neste espaço.
O teor do Protocolo era vago, não fixava limites aos custos a suportar pelo Município de Sintra, tinha compromissos sem tecto e obrigações quase incalculáveis.
Na altura conheciam-se eruditas pressões, arrastavam-se asas, surgiria um Protocolo como resposta, porque o dinheiro a investir, esse, seria dos cofres camarários.
Tal Protocolo, a ser celebrado, constituiria um compromisso municipal por quatro anos prorrogáveis, com cargos, remunerações e despesas diversas.
Haveria lugar para um Curador com remuneração equivalente a Director-Delegado e um Conselho da Tutela, com uma Presidente e seis Conselheiros (...um Conselho...).
A não celebração do Protocolo, decidida no 1º. Executivo de Basílio Horta, recusou compromissos municipais indeterminados e defendeu o dinheiro dos munícipes.
Ressaltava - para quem estava atento ao móbil das exaltações - que alguém tinha ensandecido, roçando as asas de contente, na miragem de uma escolha.
Peru que sonhe ser pavão, exagera sempre no abrir das asas.
Supositícias ambições a um poleiro ficaram por terra, mas ficou latente a espera por melhores dias em que tudo abrisse a um novo arrastar de asas...
"O Curador Ensandeceu" deu-nos este reviver...sem sabermos porquê!
Colecção valiosa em condições normais
Sendo a Colecção Bartolomeu dos Santos culturalmente valiosa, foi uma pena não ter repetido os moldes de outras Exposições Individuais e Colectivas que teve.
Com efeito, esteve presente em vários municípios entre eles Olhão, Amadora, Seixal, Cascais, Vila Franca de Xira, Azambuja e Lisboa além de múltiplas no estrangeiro.
Pode dizer-se que a Exposição de obras do prestigiado Artista se comprometeu por empurrões não claramente visíveis que transcenderiam a normal contratação.
Foi uma pena não termos tido acesso cultural à Colecção, apesar de - ao que tudo indica e por não termos conseguido confirmar - não existirem peças sobre Sintra.
O surgimento do MU.SA
Surgiu, então, a excelente alternativa Cultural feita com património Sintrense. Em Maio de 2014 é então anunciado o MU.SA (por favor clique para rever).
O anúncio do MU.SA, inserido no Dia Internacional dos Museus e o lema: "As colecções criam conexões", abriu portas a valiosas peças que estavam armazenadas.
A deliciosa obra de Dorita Castel-Branco
Ainda de Maria Almira Medina, Dorita Castel-Branco, Milly Possoz, Hoffmann, Alfredo Keil e José D'Ávila; Almada Negreiros e tantos outros de extensa lista.
Tudo isto com os custos normais da instalação, sem outras complexas e onerosas cláusulas, sem nomeação de cargos de destaque, sem vaidades satisfeitas.
Reviravoltas...ou cambalhotas
Nestes cinco anos não esquecemos as entusiasmadas pressões que levariam a cargos e um leque de compromissos bem pagos com dinheiro público.
Afigura-se-nos que a difusão contínua de novidades com figurino de primus inter pares, ainda redundará num bico-de-obra para os destinatários.
Tudo uma questão de grugulejar...
Sem comentários:
Enviar um comentário