SINTRA: SR. PRESIDENTE, DO COVID-19 AOS TRAÇOS AZUIS...

"Nós não devemos esquecer...nós não devemos esquecer" Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio horta, em 25 de Abril de 2020)

O esquecimento de Sua Excelência

Por vezes - evitamos dizer com frequência - Sua Excelência poderia interiorizar o que vai decidir, se se ajusta com a realidade da vida e com as regras vigentes.

De qualquer forma, pelo cargo que conseguiu atingir graças a estranhas graças que alguém lhe encontrou nas tristezas da política, as cautelas são providenciais.

Atentos que somos às coisas que Sua Excelência diz, o manancial de contradições é tão rico que, se a vida nos permitir, temos matéria até que um dia caia da cadeira. 

Estranhos tracejados a azul

O Covid-19, vírus terrível que faz perigar vidas, obrigando os cidadãos a ficar em casa, sem abraços Amigos ou um beijo para os netos, deixou ruas e praças desertas.

Nesse contexto, milhares de sintrenses (quando serve fala em 400.000) receosos do perigo, esperavam a entrega total na protecção e higienização públicas.

Depois dos atrasados "vamos", "temos olhado", "nossa câmara está atenta" e outros ditos promitentes, com dados por freguesia esperar-se-ia a eliminação de focos.

Tendo Sua Excelência anunciado três (3) Centros de Rastreio do COVID19 e só Um (1) ter sido aberto, imaginávamos o esforço musculado...para os nunca abertos.   

Pensávamos isso, fechados em casa sem vermos ruas e praças e esse afastamento também foi aproveitado pela Câmara para tracejar a azul algumas estradas.    

Com efeito, graças ao COVID-19, sem que munícipes e outros cidadãos logo os pudessem apreciar, brilharam estranhos traços azuis e outros símbolos nas vias. 

Quilómetros sobre quilómetros, da Alameda Combatentes da Grande Guerra ou do Ramalhão à Cavaleira, como um LÁPIS AZUL lá estão traços e sinais.

De tal forma que, além de confundirem a segurança de automobilistas, até sugerem infracções ao Código da Estrada no que concerne à circulação em Rotundas.

Perante a situação, foi colocado o assunto à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a qual acabaria por prestar os devidos esclarecimentos: 

• "Na sinalização das vias públicas devem ser utilizados, exclusivamente, os sinais fixados no Regulamento de Sinalização de Trânsito, sob pena de desconformidade".
• "Do que se pode verificar das imagens juntas por V. Exa. é que tais linhas pintadas no pavimento não se encontram em conformidade com p Regulamento de Sinalização de Trânsito, na medida em que não cumprem as características da sinalização ali previstas.
• Assim, vai esta Autoridade diligenciar, ao abrigo do estatuído no n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º44/2005, de 23 de fevereiro, no sentido de recomendar à entidade gestora da via que proceda às correções consideradas necessárias, bem como à colocação da sinalização considerada conveniente". 

Será que na Câmara, apesar do "não nos devemos esquecer", foram esquecidas as regras a que está obrigada a cumprir, ou tratou-se de uma decisão absolutista? 

Quanto custou aos Munícipes a inopinada e estranha marcação no pavimento? Que pressa, numa altura em que o turismo em Sintra está tão comprometido. 

Depois das fantásticas "operação pilarete" e "parques de estacionamento", os mais de 2 milhões de euros que a Cavaleira custará não terão máscara que se ajuste.     

Sintra, o segundo maior concelho do país em termos populacionais, gerida ao sabor de impulsos conforme plano de promoções em vez da defesa dos munícipes. 

Agora, quanto nos irá custar as "correções consideradas necessárias" pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária?  

SINTRA NÃO MERECE ISTO.