sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SINTRA: BASÍLIO HORTA, AUTARCA NÃO FICARÁ NA HISTÓRIA

Foto de Sónia Caetano publicada no Correio de Sintra

A foto desta Terça-Feira podia ser de todos os dias (por favor clique). É a imagem do desespero que afecta utentes de comboios da CP na linha de Sintra.
  
As frequentes eliminações de comboios geram excessos de lotação que se reflectem em horários por cumprir e prejuízos para os utentes além de desconforto.

Hoje em dia, a nenhum passageiro está garantido que chegue ao seu destino a horas e são e salvo, situação que deveria preocupar os autarcas locais.

O que se passa nos comboios da Linha de Sintra ultrapassa o surreal pela falta do respeito devido aos passageiros desse determinante meio de transporte.

Casos como o que mostramos podem repetir-se e assumir proporções de difícil controlo,  que autarcas e governantes deveriam acautelar.

Enquanto Sua Excelência viaja comodamente em viatura de gama alta, com motorista, os munícipes (que suportam esse conforto),  são vítimas dos transportes.

Basílio ligado a piores mobilidades em Sintra

Ver-se Basílio Horta no Metro de Lisboa, em propaganda do PS sobre transportes, é um engano pela sua inabilidade em resolver - como devia - os transportes de Sintra.

Sua Excelência ficaria bem na função para que foi eleito se exigisse a urgente solução deste problema que afecta milhares de Pessoas, Munícipes e Visitantes.  

Com efeito, sem suporte credível, Não deixou de fazer afirmações desajustadas (por favor clique) à degradação dos transportes ferroviário e rodoviário em Sintra. 

Antes do Basilismo ainda tinhamos quatro (quatro) circulações ferroviárias por hora entre Sintra e Rossio...agora, com aumento de residentes e turistas, temos só duas.

Aceitou que a CP, a pretexto de Meleças, reduzisse para três as ligações directas ao Rossio e, a seguir - com nova alteração - passou a duas vezes por hora...

Já este ano (desde 23 de Junho) a CP eliminou mais circulações de Meleças sem que Sua Excelência exigisse a imediata reposição, vitimando mais os passageiros.

É "politica de ocasião" dizer-se que a Câmara "está satisfeita com os transportes" (2016) e depois ter afirmações nitidamente de oportunidade, a que a CP nada liga. 

Sintra com largos milhares de utentes e de turistas, justifica que se comparem as ligações que a CP oferece nas linhas Sintra/Rossio e Cascais/Cais do Sodré:

  • Sintra/Rossio - 39 ligações directas com 40 de regresso;
  • Cascais/Cais do Sodré - 70 ligações directas com 69 de regresso.
      Ligações intermédias nas Linhas de Sintra e de Cascais:
  • Meleças/Rossio - 21 ligações com 22 de regresso
  • Oeiras/Cais do Sodré - 33 ligações com 32 de regresso.

E as Ligações rodoviárias, entre o interior dos concelhos e a Sede do Município:

Dias de semana:
  • Em Cascais cerca de 566 circulações vão ao Centro da Vila.
  • Em Sintra cerca de 393 com ligação à zona da Portela.
(Não incluímos as carreiras 434 e 435 (turísticas) que não servem residentes).

Se Sua Excelência fizer contas certas, notará que em Sintra (área 3 vezes maior que Cascais) a operadora Scotturb só efectua diariamente 41% das suas carreiras.

Só a antítese do Poder Local permitiria o mau gosto de dar sinais de agrado aos (maus) transportadores, alheando-se do agravamento de serviços para os utentes. 

Trânsito e Estacionamento fazem parte da mobilidade

No quadro da mobilidade e transportes públicos é indispensável incluir "Trânsito e Estacionamento", porque tudo se liga em Projectos para soluções integradas.

As respostas da ferrovia, a que os transportes rodoviários devem ajustar-se, terão inegáveis incidências na fluidez do trânsito e recurso ao estacionamento.

Se assim fosse previsto e planificado, não precisariam muitos milhares de munícipes (além dos que por cá trabalham) de recorrer regularmente a viaturas próprias.

Todavia, isso teria um senão: - O porquinho que precisa de Zonas de Estacionamento pago nas Freguesias (está no limbo) não engordaria quem delas quer receitas.

Suporta esta opinião o facto de em 6 anos nem Sua Excelência nem o seu Vice providenciarem melhores transportes...mas impuseram "Estacionamentos" pagos.   

Não têm decidido a bem dos cidadãos como foi o caso das "Alterações" impostas em Março de 2018, em que os utentes de transportes públicos foram sacrificados:

- A carreira 467, deixou de ligar à estação da CP em Sintra e a 433, que era rápida e directa da CP ao Centro Histórico, passou a dar uma volta de quilómetros.

Pelo contrário, nada foi feito para acabar com o acesso em duplicado de autocarros de turismo ao Centro Histórico, aumentando a poluição...que dizem combater. 


Aspecto da Volta do Duche a qualquer hora do dia

O Projecto de Trânsito e Estacionamento que esteve em discussão mostrou a visão de aumento de receitas à custa da retirada do direito de parqueamento livre.

Aliás, seria estultice acreditar-se que Sua Excelência e seu Vice abdicariam de parques pagos nas freguesias, que suspenderam até uma nova oportunidade...

Claro que Sua Excelência não quererá ficar na história de Sintra, basta-lhe o conforto da cadeira autárquica que lhe abre portas...e prepara renovação de votos. 

Não é de políticos assim que os sintrenses querem e precisam, que criam "condições de acolhimento amáveis" para "investidores" esquecendo as populações.  

SINTRA E OS SINTRENSES MERECEM MAIS. 


3 comentários:

Anónimo disse...

Mas há uma coisa que reparo, as ligações de Sintra ao oriente não existem nesta comparação porquê, pois neste texto compara todas as circulações da linha de Cascais com 1/3 das ligações da linha de sintra, mas também não vê que uma pessoa que vá do Estoril a Carcavelos fora da hora de ponta chega esperar 20 minutos, também se esquece neste texto da existência do concelho da Amadora pois se o concelho de Sintra tem de ter responsabilidades na linha, o concelho da Amadora também tem de as ter.

Fernando Castelo disse...

Estimado (a) Anónimo (a),

Antes de mais grato pela sua visita e, estamos certos, nos acompanhar atento (a) ao que vamos escrevendo, porque é sempre motivador, apesar de, nos tempos que correm, darmos a cara seja sempre uma figura mais agradável, nomeadamente pela correcção como apresenta.

De qualquer forma, permita que saliente um facto muito importante que cita: "do Estoril a Carcavelos fora da hora de ponta chega esperar 20 minutos"...veja bem, "fora da hora de ponta"...entre Rossio e Sintra chega a ser de 40 minutos...o que, pelo escrito, não o (a) incomodará.

Também os comboios das famílias Oriente e Azambuja pelo número nalguns casos reduzidos não os citámos tendo em conta que a ligação básica é Sintra-Rossio e essas circulações funcionaram durante muito tempo em conjunto com as outras que aproveitam a quadruplicação a partir do Cacém.

Em termos normais e é assim que se passa em países onde os comboios fazem relevante serviço, os comboios Sintra-Rossio seriam mais frequentes e fariam a ligação (a partir do Cacém) aos das outras famílias, que não precisavam de chegar a Sintra.

Agora, quem precisa de ir de Sintra para o Rossio (ou vice versa) está sujeita a transbordo para a família de Meleças, que têm sido reduzidos com reflexos negativos na vida de quem usa esse meio de transporte e, também, a recurso de milhares de turistas que se acumulam no Rossio.

Posso dar-lhe um exemplo, inadmissível nos dias de hoje: Uma pessoa que viva na União de Freguesias de Sintra e trabalho no centro de Lisboa (p. exemplo Chiado, Cais do Sodré, etc) pode levar 2 horas para chegar ao emprego ou no regresso a casa. Isto q 25 quilómetros de distância.

Tem razão, a Amadora também é servida pela CP...só que tem 4 linhas a funcionar e que seguem sempre directamente para os destinos escolhidos, sem transbordos...claro que é diferente a
situação.

É para defender os interesses territoriais que se elegem autarcas...não para fazerem figura atrás de candidatos a primeiro-ministro e fingirem que são utentes de transportes públicos.

Os meus cumprimentos

Fernando Castelo disse...

Caro (a) Anónimo (a)

Permita-me que acrescente algo à sua mensagem anterior.

A abordagem que fez sobre o concelho da Amadora também se pode considerar desajustada e explicarei porquê: - Nem Sintra nem Amadora têm responsabilidades na linha, porque essas são da CP.

No entanto, às Autarquias compete - e estará de acordo comigo - prevenir a prestação adequada às necessidades de transportes de residentes e outros utentes, em condições ajustadas à vida das colectividades e tempos ocupados para uso desses transportes.

É aqui que Basílio Horta (admito que muito mal aconselhado, porque saber não saberá...e deveria intervir firmemente, porque a linha de Sintra não é uma linha qualquer. O que fala é para passar o tempo e não para resolver.

Também a Amadora é diferente, já que os problemas de mobilidade estão praticamente resolvidos: as carreiras rodoviárias dão uma forte cobertura ao concelho. Até Casal de Cambra (que pertence a Sintra) está bem servido, tal como o Casal da Mira e Casal de S. Brás. Depois, além de comboio tem ainda o metro...veja bem...é muito diferente de Sintra.

Cumprimentos