quinta-feira, 21 de novembro de 2019

SINTRA: DEPOIS DO PDM FAZ-SE O QUE NÃO FOI FEITO?

"c) Requalificação urbana e patrimonial do Centro Histórico de Sintra como ancora de identidade (população) e de competitividade ("marca Sintra") do Município". Página 45 da Proposta de Plano - Relatório

O excelente e completo trabalho exigido pela Proposta do Plano Director Municipal deixa-nos, mesmo em leitura rápida face à sua extensão, muitas preocupações.

O levantamento feito com dados maioritariamente de 2015 e anteriores, traça um quadro que, em termos gerais, não se afasta muito da realidade dos nossos dias. 

Torna-se, pois, um estudo preocupante, que mostra as grandes assimetrias territoriais e a desconformidade com padrões de evolução local e de programas europeus.

A ênfase no Centro Histórico de Sintra "como âncora de identidade" pode trazer amargos aos aceitantes do abandono actual por Sintra não ser só a Volta do Duche.

Claro que, depois de bem elucidados, não deixarão de aplaudir o novo PDM.

A culpa é do PDM?

Entre fantasias propaladas, realizações por realizar e coisas do arco da velha que servem de propaganda, voltamos ao abandono do Centro Histórico.

Sabemos ser incómodo, mas a nossa vocação não é sermos cómodos ou andarmos pela arreata perante o poder politico que não presta mas se exibe arrogante.

Mostramos a foto do antigo Centro Histórico, onde agora se encontra o Café Paris:

Vê-se a escada de acesso ao edifício, passando sobre a Rua dos Arcos

Em 30 de Outubro de 2013, quase um mês depois da eleição de Basílio Horta ter sido comemorada no Hotel Central, a frente do Café Paris estava assim:

Destacamos a verdejante tília do lado esquerdo, cujo tronco é visível

Mas, há sempre um mas, entrava água para aquele espaço que se foi transformando em cozinha ambulante e era preciso vender uns crepes e mais acepipes. 

Então, sem que Presidente da Câmara visse ao entrar, outros autarcas ou fiscais camarários com responsabilidades se apercebessem, embrulhou-se a árvore. 

"Apóstolos" e "louvadores" da gestão autárquica foram cúmplices deste gesto de carinho...envolvente...que "cortou" a água à árvore

Ontem a árvore lá estava, vergonhosamente seca, um bibelot que faria envergonhar essas figurinhas de retórica a que a Volta do Duche faz dizer disparates sem nexo.

A tília da nossa indignação 

A culpa é do PDM? Não, a culpa é da incapacidade de gestão de um território que tem todas as condições para evoluir de forma sustentada...mas serve de sustento...

PDM não é panaceia contra vontades

O PDM não sendo um documento restritivo, não pode servir para justificar o relaxe de Autarcas que, vinculados a defender a Instituição, procedam à sua vontade. 

Num sentido lato, o PDM estabelece balizas onde depois vão entrando os golos segundo a capacidade real dos intervenientes e interesses colectivos. 

Daí que haja um Enquadramento Regional, Relatório Ambiental e de Execução, Plantas e Mapas, ocupação de Solos, Ruídos, Ponderação e Discussão Pública.

Determinantes no PDM são os Planos de Financiamento para investimentos de bem colectivo e nunca enquadrados em indirectos financiamentos da Banca.

O PDM é uma ferramenta que está bem estruturada para o bem geral mas corre sempre o risco de, com certas habilidades, servir outros gostos e interesses pessoais.

Vamos estar atentos...há sempre tanta coisa por aí...até excepções...


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