segunda-feira, 12 de setembro de 2016

SINTRA: O DIREITO DEMOCRÁTICO DE OPOSIÇÃO...

Preocupações com a "casa do vizinho"

Como questão prévia, devemos dizer que será abusivo retirar das nossas palavras quaisquer insinuações de apoio à única Oposição existente em Sintra.

Nada nos move a favor da candidatura do Movimento Sintrenses com Marco Almeida, mas acabamos por apreciá-la face a agressões pouco democráticas que vemos por aí.   

Temos defendido um projecto alternativo ligado aos munícipes e que os oiçam, onde o futuro Presidente do Executivo seja uma figura identificada com a realidade sintrense.

Personalidade que tenha mangas de camisa arregaçadas, que avalie prioridades, escute e saiba abrir portas em vez de esperar que lhas abram...

Nesta perspectiva, que desejaríamos fosse comungada pelas forças potencialmente concorrentes, há lugar para Movimentos Independentes sempre úteis no Poder Local.

Parece, no entanto, que em vez de arrumarem as suas casas e cuidarem de estudar projectos amplos a favor das populações, há quem prefira "a casa do vizinho".

Neste quadro, compreende-se que alguns emissários desanquem regularmente no citado Movimento, falando no passado e no presente, em confusos posicionamentos.

Quer gostem, quer não gostem, o Movimento Sintrenses com Marco Almeida surgiu como uma independência séria, tendo o direito de quaisquer apoios partidários. 

Há algum perfil fixado para ser Independente? 

Vejamos. 

Basílio Horta, fundador do CDS, que com Portas teria ambições políticas limitadas, saiu do partido e passou a "Independente", parece que mantendo-se democrata-cristão.

A sua inclusão - votou contra a Constituição que aprovou o Poder Local - em listas do Partido Socialista para Presidente de uma Câmara  foi uma surpresa.

Por seu turno, Marco Almeida, saindo do PSD também por ambições politicas não alterou as suas raízes ideológicas nem abandonou a vida de todo o território de Sintra. . 

A eventualidade de vir a ter apoios do PSD ou de outras formações, decorre de projectos antigos que ficaram pelo caminho e de que o próprio MA foi vítima na altura. 

Quando surgem os desancadores, bom seria que estabelecessem estes paralelos antes de colocarem na estampa visões politicamente nebulosas.

Ou uns "Independentes" (os nossos) são mais Independentes que os outros?

A questão determinante: Perder ou Ganhar 

Lendo o Jornal de Sintra (9.9.2016) sobre as Autárquicas 2017, sorrimos face às palavras de Basílio Horta: Sobre isso...não se tem preocupado...falta um ano...é natural que se candidate...há investimentos a decorrer mas não os vai ver no final do mandato. 

Isto é, há investimentos de quatro anos...que só verá com a graça de novo mandato...

Nós que fomos lendo com frequência o slogan "é este o caminho"...sabemos agora que nada tinha de eleitoralismo...porque o caminho fica visível após a reeleição.

Para já, parece que a candidatura serão favas contadas, pelo que devem ser criadas condições para que o único candidato da Oposição não ganhe as futuras eleições.

Para o PS - com Basílio Horta - ganhar, o Movimento Sintrense com Marco Almeida terá de se confinar ao seu espaço, sem contar com o eleitorado que vota no PSD.

Então será necessário muito trabalho extra, de influências, de pé-de-orelha, fazer chegar às estruturas a opinião de que Marco Almeida não serve. 

Se necessário, indiquemos ao PSD nomes de putativos candidatos, com o perfil adequado à batalha eleitoral, por exemplo Braga de Macedo ou um ou outro amigo. 
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Reclamar-se "Um Sintrense para Sintra" é que se torna incómodo e criticável...

Exemplo de democracia militante 

Parece-nos - as dúvidas que nos assaltam são terríveis - que o site da Câmara Municipal de Sintra é de todos os munícipes. Julgamos nós...nesta infinita ingenuidade.

Salvo qualquer deficiência nossa, o site da Câmara não contempla um espaço destinado à Oposição, o que - a confirmar-se - retira aos Munícipes importantes informações.

Desse facto, dessa omissão, por estar banida a voz municipal da Oposição, não vemos o mesmo frenesim democrático dos críticos do Movimento.

Enquanto isso, Sintra continua a ver os problemas arrastarem-se no tempo. 

Este o Poder Local de excelência...que nada tem a ver com os mais legítimos interesses das populações, com o seu bem-estar, com a vida feliz dos seus membros. 

Queremos, sim, que falem do futuro, que queiram moldar o futuro, para que as gerações não sintam sempre as mesmas frustrações, os desencantos. 

Será que depois de Independentes mais independentes que outros também temos democratas mais democratas? 

E Oposição é Oposição. Deve ser respeitada por isso. 


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