terça-feira, 22 de março de 2016

SINTRA, PRESIDENTE DAS "CIDADES"? QUE CIDADES?

(...) "Viver em Sintra tem de ser sinónimo de qualidade, eficiência e racionalidade, em prol dos cidadãos e da imagem e funcionalidade das suas cidades". "Contem com uma Câmara amiga dos cidadãos!" - Basílio Horta, Presidente da Câmara Municipal de Sintra

O texto acima, retirado de um prospecto há dias distribuído em Mem Martins, publicitava dois "investimentos": um de 12.375€ e outro de 36.225€, mais IVA. Assim escrito.

Pela certa, foram obras notórias dignas de serem prospectadas, gerando auto-estimas pela "funcionalidade das suas cidades" e orgulho pela "Câmara amiga dos cidadãos".

O texto, quase ao mais alto nível (o Órgão Máximo é a Assembleia Municipal), levanta naturais preocupações por ter sido um político experiente a subscrevê-lo.

"Funcionalidade das suas cidades"

Estamos em crer que o Presidente da Câmara Municipal, mesmo não sendo sintrense, sabe que no Município de Sintra só há duas cidades: Cacém-Agualva e Queluz.

Há sim, no território, muito de rural. Temos Vilas* (Sintra e Mem Martins são duas delas) e Aldeias que são orgulho dos habitantes pela riqueza histórica que guardam.

Poderá retirar-se da escrita Presidencial a ilação de que está mais vocacionado para a "funcionalidade" das "cidades"? Ou terá sido - humanamente - um lapsus calámi?

A inflação de adjectivos em textos políticos às vezes só levanta escusadas dúvidas. 

O texto é estranho, permitindo recear que seja lido inocentemente como divididor dos sintrenses: - Uns "das suas cidades" e outros das Vilas, Aldeias e Localidades. 

É caso para o devido esclarecimento pelo autor do texto.

"Uma Câmara amiga dos cidadãos"

No mesmo texto, parece surgir mais um slogan...quando a vida local não assenta em slogans. O que é "Câmara amiga dos cidadãos"? Não é suposto ser "amiga"?

Ou, no contexto do prospecto, "Câmara amiga" é a das cidades? E a dos outros?

"Construímos um município melhor para si", outro slogan no verso do prospecto. Enquanto áreas periféricas, longe das "cidades",  contradizem o escrito com o feito.

"Onde dê prazer viver"? Que quererá isto dizer?

Alguns exemplos de "prazer" arrastado pela Autarquia, numa Aldeia da Vila de Sintra:


Temos chamado a atenção para este sinal que foi derrubado 

Alguém o pôs de castigo...virado para a parede. Na Sexta-feira...desapareceu!

Ficou o buraco no passeio como se mostra 

Outra passadeira de peões ali perto continua sem pilarete..."ajuda" ao estacionamento

Enquanto isso, o pilarete descansa a 30 metros...até um destes dias desaparecer

Os alertas dos cidadãos têm sido desprezados e fala-se em... "Onde dê prazer viver"!

Campanhas fora de tempo...porquê?

Quando partidos como o PS e o PSD não encontram no universo sintrense - militantes ou simpatizantes - personalidades capazes de gerir Sintra, algo está falhando.

Apesar disso, encontram-nas para candidaturas à Assembleia da República, enaltecendo a presença, vantagens e virtudes de candidatos sintrenses...nas suas listas.

O aparente falhanço dos grandes partidos responsabiliza-os por escolherem forasteiros para gerir Sintra, os quais rapidamente se posicionam para a continuidade.

Disfarçadas campanhas fora do tempo próprio, só podem reflectir a preparação para renovado ou renovados mandatos, consoante as ambições do candidato.

Triste sina a de Sintra, sem fadas que evitem estranhos desvios políticos dificultadores do desenvolvimento harmonioso num território onde os problemas se arrastam.

"UM SINTRENSE NA CÂMARA DE SINTRA", slogan que se justifica pôr em marcha.




* Rio de Mouro, com tantos milhares de habitantes, também é Vila. 


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