terça-feira, 22 de março de 2011

Um site singular: - O de Sintra

Notarão os leitores a omissão das palavras Câmara Municipal. Precisamente porque não é plural, como os mais elementares princípios democráticos aconselhariam.

Claro que, ao poder constituído, o site serve bem, sendo fácil a qualquer observador atento pensar que um sétimo vereador da maioria, com a pasta da propaganda, não faria melhor. Justificado o investimento, até merece o custo de eventuais horas extra.

Será que o site, na sua génese, não teve por objectivo oferecer uma ampla divulgação da vida autárquica, respeitando as diversas sensibilidades e não apenas as da força política que detenha o poder? Certamente que essa era a intenção.

Conseguem os munícipes, porventura, aceder ao que quer que seja sobre as opções e propostas da oposição? Haverá no site algum espaço reservado ás forças políticas que não estão no poder, garantindo o indispensável pluralismo? Não.

Para se saber algo sobre as propostas da oposição é preciso procurar em jornais ou blogues independentes, só assim ficando com umas luzes do que se passa em Sintra.

Embora referindo Deliberações em sessão de câmara, apenas são divulgadas as Propostas Aprovadas, com omissão das Reprovadas cujo teor fica no desconhecimento público, o mesmo sucedendo quanto a subscritores e reprovadores.

Mesmo das que são aprovadas, tem-se notado nos últimos tempos uma heterogeneidade em matéria identificativa que não ajuda à avaliação das decisões. Umas vezes indicam-se verbas atribuídas, outras ficam omissas. Muitas vezes não se compreende bem o decidido. 

Os procedimentos adoptados acabam por sugerir – pelo menos a quem esteja atento ao que é publicado – um conceito de notícias programado e ajustado, na maior parte das vezes, à linha política que detém a maioria camarária.

Diga-se, em abono da verdade, que os políticos responsáveis até se poderão sentir incomodados, já que frequentemente alardeiam uma postura democrática incompatível com o que quer que seja que possa ser entendido como próximo de manipulação da informação.

Fica a questão.

Fernando Castelo

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