sábado, 12 de março de 2011

LUTA QUE UNE GERAÇÕES

À hora a que escrevo estas palavras estão a decorrer, em locais diferentes, significativas reuniões de professores e de jovens, estes em nome de uma “Geração à rasca”. Ambas estão a decorrer pacificamente pelo que se pode acompanhar.

Parecendo nada ter em comum, na realidade são muitas as pontes que as unem, já que os professores sentem aproximar-se o perigo de mais desemprego, enquanto que os jovens consomem a sua vida à procura do trabalho que tarda e são vítimas das mais variadas formas de instabilidade.

Professores e jovens (muitos deles alunos) procedem de harmonia com os seus direitos e, embora longe, estão mais unidos do que se pode pensar.

Quem veja isto de outra forma, especialmente criticando os jovens, corre o risco de, em nome de qualquer coisa que publicamente não digam, se desenquadrar da visão progressista que ambas as lutas encerram.

Escutava há pouco um “velho” professor que se ia reunir no Campo Pequeno e dizia, com orgulho notório, que um seu filho, com elevado grau académico, iria estar presente na manifestação que envolvia a juventude.

Ficou para mim a clara convicção de que, perante os problemas sociais de que todos somos vítimas, não podem existir barreiras entre explorados.

Compreensivelmente, quem tenha filhos bem na vida, nem sempre compreenderá os filhos dos outros (ainda por cima manifestantes), por muito democrata que seja ou se manifeste.

Ou será que os jovens não devem usar esse direito constitucional?

Na vida, a melhor forma de avaliarmos estas coisas é vestirmos a pele dos outros, em vez de nos considerarmos donos de um umbigo mais valioso.

Para que não existam conflitos de gerações, a melhor forma é estarmos ao lado uns dos outros, porque eu quero os jovens ao meu lado.

Fernando Castelo

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