domingo, 27 de março de 2011

DESAVENÇAS ENTRE CONFRADES?

O passado dia 23, pelo ocorrido, não poderá passar sem alusão aos políticos que, provando o desamor às suas capacidades profissionais, se dedicam ao sofrimento da vida política, impregnados de dedicação às populações e alheios a mordomias.

De tal forma que, para se ter uma dimensão mais alargada de como estamos bem servidos, se recordem alguns factos do dia em que Sócrates pediu a demissão.

Com a devida antecedência, pelo Edital 02/11, de 04 de Março, o Presidente do mais elevado órgão autárquico – Assembleia Municipal – convocou-a para uma Sessão Extraordinária sobre o tema “Problemas da Saúde no Concelho de Sintra”.

A data de 23 de Março e a “Ordem do Dia” foram, de certeza, objecto de acordo entre os Presidentes da Assembleia e da Câmara, constando até que “O Sr. Presidente da Câmara Municipal, Professor Doutor Fernando Seara, encerrará a Sessão”.

No sítio da Câmara, a publicitação foi feita com a reprodução quase total do Edital e uma ligeira alteração no título académico do Presidente da Câmara. Hoje, por motivos que desconheço, essa página já não consta.

Sucede que o Sr. Presidente da Câmara, destacado como encerrador da Sessão, não esteve presente por razões que terá justificado, daí resultando, talvez, o vazio insuperável que levou o Presidente da Assembleia a encerrá-la.

Não foram pois escutadas as cerca de 310 palavras (mais ou menos 1981 caracteres com espaços) que o Vice-Presidente da Câmara teria dito a propósito do tema se lhe tivesse sido dada a palavra (*).

Estamos perante um erro grave do Presidente da AM? Bem, fica a ansiedade pela fase seguinte do folhetim, pois acabo de ler que “ele terá de esclarecer” (**).

A situação, aparentemente anómala, acaba por dar razão a quantos acharam que esta Assembleia era um pouco a despropósito, já que, há pouco tempo, em Sessão de Câmara, o Sr. Dr. Artur Morais Vaz fez uma exaustiva explanação da situação.

Até que ponto a demissão, nesse dia 23, de José Sócrates influenciou o funcionamento desta Assembleia Municipal é de difícil avaliação.

Os sintrenses que aguardem melhores dias, que se ajustem a ter Centro de Saúde a 15 ou 20 quilómetros da sua casa e, muitas vezes, ao chegar lá, não terem consulta. 

Onde são assistidos os políticos de Sintra? Também vão em transportes públicos para o Hospital Fernando Fonseca utilizando transportes rodoviários e comboio? Também têm médico de família num dos Centros de Saúde de Sintra e esperam pelas consultas?

Na área da Saúde, como noutras, temos sido vítimas da alternância do palavreado, isto é, promessas em campanhas eleitorais e culpas de outros pela não realização.

É a Sintra das desilusões. 

Fernando Castelo

(*) - Projecção a partir de dados do blogue pessoal do Dr. Marco Almeida
(**) - Segundo o que é dito no mesmo blogue.   

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