CORRIDAS NO TABULEIRO
A grave crise que o nosso país atravessa aconselha redobrada atenção diária para quem vai aparecendo nos píncaros, já que há especialistas na corrida ao jogo das ambições.
É preciso estar-se atento às aparições insistentes, ainda mais frequentes, embora não se vislumbrem santos que nos valham. É relevante que se enxergue como funcionam os truques e habilidades a que os maus actores recorrem, convictos de que ajudarão à magia da ascensão que – disfarçadamente – desejam.
Os tentáculos mexem-se a partir do momento em que, nas suas análises sobre quem julgam vir a tomar o poder, os desejos inconscientes ultrapassam os sonhos ocultos. Até onde o subterfúgio está metido nisto é difícil apurar.
Recordo, face à imprudência de certos políticos, aquele homem ébrio que, exagerando no desejo de se pôr em pé, foi pedindo ajuda aos mais influentes santos, sem que a obtivesse. Ao dar mais um forte tombo, acabaria por exclamar de forma peremptória: "Todos ao mesmo tempo é que não".
Isto para dizer que, apesar de se recorrer a várias tácticas, especializando-se na troca de reis e rainhas ou baralhando bispos, nem sempre se consegue dar o salto de cavalo adequado ao jogo em disputa. Há outros jogadores melhores.
De qualquer forma, como os peões não se metem nestes jogos descabelados – mas devam estar atentos – são sempre a principal frente contra os malabarismos dos políticos que, em vez de servirem a sociedade, se preocupam mais em expandir imagens próprias que julgam encobrir ambições pessoais ilimitadas.
Não nos admiremos se, nos próximos tempos, sabe-se lá se com ritmos quase diários, apareçam políticos quase a tropeçar nas promoções que inventam, a que se seguirão os saldos de bicos de pés.
Atentemos no que se vai passar a partir de hoje.
Fernando Castelo
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