"O cão queria morder a cauda, mas a cauda fugia e ele andava à roda, rodava, ficava tonto, até as gentes à volta tonteavam". Ivan Katiuska in "Que terra é esta?"
O princípio da roda
Em 2013 Sua Senhoria, por certo contando com especialistas em mobilidade interna, afirmou com ar sério e muito convincente que tal seria a "Primeira Prioridade".
O compromisso, dias antes das eleições, tinha um cunho de verdade tão forte que admitiu criar uma empresa municipal para garantir a "mobilidade dentro do concelho".
Em 16.6.2023, no Programa "Verão Seguro" para a Região de Lisboa, afirmou a sua "importância para Sintra" pela ""relevância que o Turismo apresenta na Região".
Decorridos quase 10 anos entre as datas (agora até é o peloureiro de Turismo) é visível que a "mobilidade interna" aguarda melhores dias e "turismo" é o que se vê.
Não valerá muito andar-se à roda, aqui e ali no Plano, hoje é no Centro Histórico, amanhã é a Vila, depois qualquer coisa. Impõe-se a fixação de linhas e...estendê-las.
Plano sem plano?
De vez em quando surgem soluções de pouco crédito, sugerindo esgares de consciência se visionarmos calendários, promessas e o pouco cumprido em 10 anos.
Não é que seja impossível, sequer difícil, assim os intervenientes usassem os meios da exigência política como forma de negociar as implementações básicas.
Como devemos pensar e dar o necessário crédito a declarações surgidas nos últimos dias, deixando no ar o estudo de qualquer Plano a resolver qualquer coisa?
Disse ao DN o Vice de Sua Senhoria: a "autarquia vai apresentar até final do ano o plano de mobilidade", "mais parques de estacionamento (...) e criação de transfers".
Na RTP (14.7.2023) a Senhora Chefe da DTRVCMS disse: "A autarquia está a analisar a possível criação de parques periféricos com transportes assegurados".
Entenda-se que, falhada mais uma resposta ao fluxo elevado de turistas no Verão, se desvia para o Inverno a análise de um Plano...que pela incerteza ninguém sabe.
Pela nossa parte, a Senhora Chefe da DTRVCMS teve uma meritória intervenção de solidariedade com declarações anteriores, sem a elas se vincular totalmente.
Há pois um problema nuclear que está plenamente identificado e não se sabe se existe algum objetivo final fixado e devidamente planificado para acabar com ele.
Soluções "periféricas"
Embora o problema seja anterior à chegada de Sua Senhoria, a ele corresponde a esmagadora responsabilidade de Sintra estar há mais de 10 anos adiada.
Pergunte-se que Planeamento existe para as urgentes e exigíveis decisões?
Existirá algum "Tableau de Bord" rígido, definindo temporalmente as várias fases, quota-parte de cada execução, prazos e tempo estimado para cada uma?
E sobre localizações? Apontam algumas? Preveem-se tipos de transporte ajustados a cada uma delas? Que tipo de construção? Plana? Em altura?
Pela nossa parte, nestes 10 anos Sua Senhoria criou conhecimentos tão vastos e credíveis que, agora, a concretização será favas contadas.
Só depois se confirmará se #é este o caminho".
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