quarta-feira, 7 de novembro de 2018

SINTRA, CONGRESSO E POLÍTICAS OPONÍVEIS

Sintra em dia de nevoeiro

O recente Congresso sobre a economia de Sintra nos anos 20 a 30 teve pormenores curiosos de previsão eleitoral a que a ilustre assistência anuiu.

Era expectável que a promovida Conferência teria a leitura integral das Conclusões (para posterior divulgação pública) antes da retirada a ferros de Jorge Coelho.

Jorge Coelho acabara de alertar a Câmara Municipal para "algo que é generalizado", a "falta de Planos Estratégicos Sectoriais" e "simplificação do licenciamento"...

...mostrando conhecer bem melhor Sintra do que o presidente da Câmara. 

O inesperado cortar da palavra ao Presidente do Conselho Estratégico Empresarial, que só pode ter tido um decisor ao mais alto nível, criou no ar um vazio sem sentido.

Pareceu-nos que a Ilustre a assistência, apesar de inibida de saber completamente das conclusões, não se incomodou pela antiética para com o moderador.

Ao que estamos destinados...

O Presidente da República, patrocinador do conclave, nesta (pelo menos) sua 5ª. visita não privada a Sintra, também não escutou o que Jorge Coelho teria para dizer.

Um ponto curioso...não tendo sida encerrada a Sessão anterior, seria "reaberta"  a Sessão com "autorização de Sua Excelência o Senhor Presidente da República".

O presidente da Câmara (mesmo com óculos pareceu com dificuldades de visão, curvando-se) fez agradecimentos e manifestou solidariedades a rodos. 

Manifestou solidariedade institucional e política devidas ao "mais alto Magistrado da Nação" "pela forma patriótica" com que desempenha o seu mandato"...

...seria suposto que poderia desempenhar o mandato de forma não patriótica?

Mostrou-se a António Costa: - Sintra "não hesita em substituir-se ao Estado Central" e abordou a economia nacional...e "política de consolidação orçamental".

Que vocação política ficou no ar, que palavras (mesmo roucas) nos enriqueceram. 

Mobilidade e Transportes

Este Painel trouxe-nos a surpresa (não temos difusões privilegiadas) de, desde 2017, uma empresa (Transitec) estar a elaborar  o Plano de Mobilidade e Transportes.

Fica-nos o desejo de se saber das razões porque, nesse contexto, avançaram as alterações feitas em 26 de Março de 2018 com tão negativos reflexos.

Quais os custos desse Plano? Quais as razões dos técnicos da Câmara, qualificados e conhecedores locais, cederem o Plano a uma entidade externa?

Como se sentiria o empenho por soluções se à ilustre assistência fosse feita uma pergunta: "Levante um braço quem aqui chegou usando transportes públicos?"

Citando o Património Cultural da Humanidade

Quando Sua Excelência fala destas coisas, "exigir preservação do património material e edificado", em que estará, realmente, pensando?


Há anos que abordamos esta agressiva imagem do Centro Histórico sem que Sua Excelência tenha manifestado preocupações para a sua rápida eliminação.


Isto passa ao lado de Sua Excelência? Nem se apercebe?

A estrutura montada na frontaria do Hotel Central, que Sua Excelência certamente já viu  pelo menos nas duas celebrações da vitória eleitoral, não é para resolver?

Políticas oponíveis

Se Sua Excelência, mesmo devagarinho, fosse dando execução ao que vai prometendo, já isto não seria mau de todo. Mas promete e o que aparece é polémico.

O gosto de Sua Excelência vira-se para "Apoios claros às empresas". A "saudação especial". "A política fiscal amiga de quem investe e cria riqueza para o País". 

Mal ficaria se não falasse e mostrasse "Confiança nos trabalhadores do concelho".

"Os trabalhadores que afincadamente enriquecem as empresas", dizemos nós.    

Nem um Marxista-Leninista, que estivesse na sala, se levantou...que ideologia. 

Ninguém abordou que, na concelho, milhares de trabalhadores, homens e mulheres, quantas vezes saem de casa às 4 horas da manhã para pegarem às 5 horas. 

Outros, saem à meia-noite, maridos e mulheres muitas vezes nem se encontram, os filhos não vêem os pais juntos, as famílias descontextualizam-se. 

Podemos garantir saber de casos em que no 1º. de Maio, com pais e mães trabalhando, houve quem pedisse a colegas para lhes ficarem com os filhos.

Sua Excelência ainda está equivocado, pois quem cria riqueza num país são os trabalhadores, vítimas de quem os explora.

Por isso, os trabalhadores não conseguem enriquecer e as suas magras poupanças - se as tiverem - não se multiplicam ao misterioso ritmo dos detentores do dinheiro.

Sintra ficou na mesma. 


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