segunda-feira, 19 de novembro de 2018

SINTRA: CONGRESSO COM "IDEIAS" REQUENTADAS...

Chamaram-lhe, recentemente, Congresso Economia Sintra 20/30, um nome pomposo que foi enriquecido com o fantástico qualificativo de "histórico".

Decorre da democracia a facilidade com que se classifica de fantástico ou de histórico qualquer facto, como muleta que ajude a subir ao pináculo.   

Provavelmente, quem o disse, pouco saberia da "história" e caracterização do nosso concelho para alternativas de futuro, mas foi bonito no palavreado político.

Pena que o moderador - político consagrado - agora também ligado ao segmento da queijaria, fosse arrancado de cena quando lembrava esquecidas debilidades...

E as "Conclusões" que sempre são retiradas destes eventos, evaporaram-se...

Recolha triplicada...

Partimos do princípio de que, na politica, quem for minimamente capaz, pode alterar frases, recolhas ou conclusões de forma a parecerem diferentes...sendo o mesmo. 

Pode dizer-se, sem receio de desmentido, que quase tudo que agora foi dito (e "histórico") já constava com mais explanação e soluções, em anteriores estudos. 

Com efeito, no Plano de Desenvolvimento Estratégico do Concelho de Sintra "Sintra 2015" havia propostas concretas que superavam as agora abordadas.


Levantamento efectuado em 2005

Não se estranhe, já que o anterior Presidente (Professor Fernando Seara) recorreu à equipa de Braga de Macedo que agora surge como "Conselheiro" da Cultura.

A Braga de Macedo bastaria mostrar o estudo que fez em 2015, pouco havendo a acrescentar à caracterização do concelho e soluções preconizadas.  

Parecendo este Congresso ser sucedâneo da "Sintra 2015", pode dizer-se que - em alguns pontos - é um eco da ExpoSintra, realizada entre 3 e 7 de Outubro de 2001.

Que raio de coisas fomos encontrar...até frases quase iguais...embora - de forma alguma - pensemos ter-se tratado de plágio...mas que são tão parecidas...

A ExpoSintra de 2001




Este evento ocorreu entre 3 e 7 de Outubro de 2001 (Era presidente Edite Estrela e vereador Rui Pereira) nas antigas instalações da Messa, em Mem Martins.

Nessa altura, foi dito que "Sintra é o concelho que mais capacidade teve de atrair o investimento e onde foram criadas mais empresas e postos de trabalho".

Falou-se no "tecido", na "situação privilegiada que potencia o desenvolvimento turístico", "incrementar o investimento privado (...)", não esquecendo que "para um turismo de qualidade é necessário ter infra-estruturas de qualidade".

Estiveram representantes do Comércio e Industria, do Turismo, houve uma Feira do Livro e outra de Artesanato, também uma Exposição de Artes Plásticas.

Em tese...

Pode inferir-se - sem riscos - que o recente Congresso Economia Sintra 20/30 repescou conclusões antigas, foi o mesmo do mesmo, pouco tendo de "Histórico".

Na realidade pouco havia a inovar sobre as recolhas anteriores, bastando recorrer a algumas figuras com linguagem tecnocrática, o que é sempre de bom tom.

Um Quadro do Grupo José de Mello Saúde não falou sobre a saúde no concelho quando está para breve um hospital privado...que poderá contar com parcerias...

Outro, Presidente da CP, apresentou um cocktail de dados sem que deixasse qualquer indicação de que as ligações ferroviárias a Sintra seriam melhoradas.  

Restou, pois, os cumprimentos comuns nestas coisas, as altas considerações e estimas, a mostra de relacionamentos antigos...a qualquer coisa de disponibilidades.  

Foi bonito com o patrocínio oficial da Presidência da República.


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