Há uns tempos, numa floresta distante, alguém nos gritou para não nos aproximarmos de um sapo quase do tamanho da mão, silencioso, pachorrento, sem beleza, mas espécie perigosa à semelhança de alguns intervenientes na vida pública.
Não estamos a usar subterfúgios, O sapo era repugnante...e perigoso. Ei-lo.
Quantas vezes, por razões várias, imaginamos alguns sapos que se introduzem no Poder Local, dito de proximidade para sobreviverem, aproveitando o tempo e o cargo para o direito à reforma, sem gestos de vulto e, quantas vezes, com dependência.
Sapos destes, instalados em cadeiras autárquicas ou de administração, incham desmesuradamente, sem carisma que lhes aumente a capacidade de discernir, porque o mundo à sua volta é demasiado complexo para a sua visão.
Assim vemos o que não deveríamos ver, confrontamo-nos com problemas facilmente resolúveis mas de incapacidade militante, até, em cada acto mais pesado, aumentarem as carências de recurso à fonte onde bebem a sapiência das respostas.
Estaremos, então, perante mais analfabetos da política do que políticos capazes de decidirem por si só e saberem enquadrar-se nas suas obrigações de gestão do território, sem mandantes, porque as fontes do pensamento nem sempre jorram.
Acabados de chegar a Sintra, o pobreza de um e-mail que nos aguardava fez-nos recordar o perigoso sapo que mostramos, não pela esperteza saloia do seu conteúdo, mas pelo pretenso sapo que - por carência política - julgariam que iríamos engolir.
Foi um deplorável trabalho de sapa, por quem nunca terá visto um sapo fumar.
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