segunda-feira, 2 de julho de 2018

SINTRA: "CONSELHOS" E "CONSELHEIROS", UMA NOVA VIA...

"Conselhos", a caminho de recorde do Guiness...

Com um primeiro mandato sem obras de realce, entesourando uns milhões por não os aplicar no território, tudo indica que Basílio Horta poderá vir a conhecer Sintra.

A tê-lo desejado - a bem de Sintra - teria encontrado nos seus pares da Vereação e nos Serviços quem o ajudasse nos vários campos do desenvolvimento Concelhio.

Pelo que se sabe, parece que agora estão a caminho soluções milagrosas, jorrando de cérebros seleccionados, aconselhadores especialistas e mestres de gabarito.

Para tal fim, terão sido escolhidos com grande rigor mais de 140 conselheiros a repartir por cinco (5) "Conselhos", num fantástico número...por agora...de cativações!

Temos "Conselheiros" especialistas: - Em Educação, 40; de Cultura 22; Opinião da Paisagem Cultural 16; Estratégico Empresarial 54 e Estratégico Ambiental 12. 

Como a grande visão autárquica não desprezará "Conselheiros" para Higiene Pública, Segurança, Transportes, Saúde e Turismo, eles aparecerão a seu tempo.

Será uma meta fantástica: - A meta dos trezentos mas com elevados custos!

Arriscaríamos que a gestão de Sintra se tornará numa pirâmide invertida, com Conselheiros em cima e Vereadores no vértice inferior para manter o débil equilíbrio.

Perguntamos então: - Em que parte do Planeta encontraremos tão elevado número de conselheiros, esvaziando de funções as Vereações Eleitas?

Um destes dias, pela certa, Sintra terá mais uma grande distinção internacional...

Estranhas curiosidades...

Há dias, pedimos ao Presidente da Câmara "o favor de instruir os Serviços no sentido de me informarem onde poderei ter acesso às Actas de Reuniões dos acima citados Conselhos, ou de outros eventualmente não citados mas que estejam nomeados".

Com efeito, vendo a constituição, periodicidade e funcionamento dos "Conselhos", muito se aprenderá ao conhecermos a realidade do que é dito e como é dito.

Por exemplo, o Conselho Estratégico Empresarial reúne trimestralmente durante 120 minutos com 54 membros. Se todos intervierem disporão de menos de 3 minutos.  

Que dirão a CGTP e a UGT, "Conselheiras", perante Basílio Horta, Jorge Coelho e Sérgio Sousa Pinto, no tempo disponível? Como convivem com estruturas patronais?

Como "Conselheiros", que o serão por convite de Sua Excelência, encontramos Vereadores que nas Sessões Camarárias ocupam lugar na denominada Oposição.

A Unesco não é "Conselheira" para a defesa do Património ou Paisagem Cultural, mas a título individual o seu representante é membro do "Conselho"...da Cultura.

Noutra vertente, da elegância cultural e fino toque, imaginamos as vénias e, sabe-se lá, o beija-mão, que ajudará à proximidade de pautas e árias, com fins em vista.

Em quadro de ampla cooptação, Sua Excelência não deixará ter à sua volta quem se ponha em bicos de pés nem que seja para Curador de qualquer colecção.

Claro que tudo tem custos de Logística para o Município: - Instalações, serviços de apoio...até duas ou três queijadas por membro para atenuar a fraqueza...

Pareceu-nos ver nomes de pessoas que ao longo de anos não conseguiram resolver problemas e agora aconselham, o que - a confirmar-se - é prova de humanismo.   

Uma Nova Via reformista

Ao constatarmos que mais de 70% do maior Núcleo de "Conselheiros" ("Estratégico Empresarial") corresponde a grandes empresas, reforça-se o capitalismo. 

Não terá sido por acaso que Basílio Horta o escolheu para anunciar a "disponibilidade financeira da ordem dos 134 milhões" e "154 milhões" até ao fim do mandato".

Ao invés, como seria espectável em bom Planeamento, noutros "Conselhos" (por exemplo Cultura e Educação) não há anúncios bombásticos de verbas disponíveis.

O efeito perverso dos excessos

Com esta via de pendor reformista, que em nosso entender tens outros fins marginais e ainda pouco perceptíveis, alguma confusão política virá a gerar-se em Sintra. 

Já com 5 Conselhos nomeados, justificar-se-à pelo menos mais uns 5 (mais acima referidos)  para uma mais ampla recolha de ensinamentos locais. 

Por seu turno, numa prova de cuidada Organização, terá de haver - nem que seja duas vezes por ano - um Plenário com todos os "Conselhos" para inventariação. 

Terá de ser, então, num grande anfiteatro, que 150 (ou eventualmente cerca de 300 se mais "Conselhos" existirem...) Conselheiros se reunirão em balanço. 

Sem esquecer que, para a fotografia de grupo frente aos Paços do Concelho, talvez se tornem precisas duas ou três cadeiras lá atrás para algumas figuras serem vistas.  

Se Basílio Horta ainda conseguir cativar mais uns nobres conselheiros, estamos convictos de que nem um restará para a Oposição.

Quem sabe se não estaremos já numa nova via para as eleições de 2021...

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