Desculpar-me-ão os leitores que hoje, contra o gosto, utilize a primeira pessoa, mas trata-se de matéria e sentimentos que são expressamente de uma só pessoa.
De vez em quando, mais vezes do que posso fazê-lo, sinto uma grande necessidade de partir até Lisboa e cumprir um ritual de que já aqui tenho dado conta.
Saíndo muito cedo da estação de Sintra, ao chegar ao Rossio o meu destino é a Casa Chineza ali à entrada da Rua Áurea, onde trabalhadores me cumprimentam.
A D. Arminda que ainda lá trabalha depois de tantos anos, faz-me duas perguntas: - "O que bebe (porque sabe o que como) e "Quantos leva"...pastéis de bacalhau...
Continuam a ser uns excelentes pastéis de bacalhau
Por vezes encontrava lá a D. Micas, trato carinhoso que dedicava a uma velha e cúmplice Amiga a que, desde há dois anos, perdi o rasto e não consigo contactar.
Depois, subindo o Chiado de que ainda consigo arrancar recordações, vou ao Calhariz em visita de Amizade a uma das últimas colegas que ainda trabalha.
Cumpridos estes dois respeitos, dedico o meu tempo a meditar na Basílica dos Mártires, que há mais de 50 anos visito com a maior seriedade e confiança.
Por vezes, tenho a sensação de que aqueles bancos polidos, aquelas almofadas onde nos ajoelhamos, seriam capazes de recordar todos os meus pensamentos.
Ao longos de tantos anos quantos momentos? Perdi a conta, ciclos de vida que se alteraram, momentos felizes e dolorosos, tudo ficou e fica naquelas paredes.
Ao sair tirei as fotos que lhes ofereço, parte muito restrita de um belíssimo Templo que foi recuperado, ali mesmo em frente de onde tantos anos trabalhei.
Belos Órgão e vitrais
Cúpula da Basílica depois de recuperada
Tomei o caminho de regresso...muito mais rejuvenescido...na bilheteira da CP exigiram-me o Cartão de Cidadão para provar ter mais de 65 anos...
Confesso que a Senhora merecia que lhe desse dois sonoros beijos...
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