Durante tanto tempo apreciava-se a azáfama daquele Homem, entre o agitar do assador, o arrancar folhas a uma lista telefónica (páginas amarelas...quem se lembra?) e a resposta rápida aos clientes que perguntavam: "Estão quentinhas?".
Era o seu ar preocupado, atento ao trabalho, bem expresso nas faces, que prendia a atenção. A sua vida e dos seus, certamente, dependia das receitas daquele dia.
Hoje, dia de Todos os Santos, em que convivem o dos Pobres e o dos Ricos, lembramo-nos, como naquele dia, nos souberam tão bem as castanhas daquele Homem.
Eram assadas por mãos artistas de um especialista naquela técnica tão exigente que, a pretexto de aquecer as mãos, justificava o conforto dos sabores.
O Homem das Castanhas não tem Santo, anda pelas ruas espalhando o cheiro da sua vida, porque não entra em Salões...onde também não há castanhas assadas...
Entre as cinzas da memória, o Homem das castanhas é um pouco de todos nós.
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