Dia de Sol aberto, manhã cedo, vi-a estendendo o "tapete" onde qualquer coisa havia de aparecer para lhe satisfazer os desejos mais íntimos de um apetite devorador.
Poucos minutos depois, lá foi correndo com quantas pernas tinha para um intruso que, pisando o tapete, lhe garantiu um opíparo repasto, barato, sem IVA.
Apreciei-a enquanto ela comia a refeição matinal, invejando-a pelas várias patas disponíveis, onde pelo menos duas apertavam a iguaria e outras duas a levavam à boca com tal etiqueta aristocrática que mais parecia estarmos perante uma aranha rainha.
Momento de degustação
Fiquei invejoso. Imensa inveja dela. Quantas vezes queremos abraçar algo de que gostamos muito e na manifestação de afecto estamos limitados a dois braços...
Depois, seguiu-se o momento de repouso, melhor dizendo, dia de descanso no ambiente de trabalho, entre flores. Ficou algumas horas, enquanto uma brisa leve a fazia oscilar.
Direito ao descanso depois de excelente trabalho
Entristeci, pensei em crianças que passarão o Domingo caminhando de um lado para outro num centro comercial em vez de passearem livres entre flores num belo parque.
Crianças e adultos vítimas de teias tão diversas, inequivocamente anti-sociais, a que urge pôr cobro. Vítimas da ambição pelo lucro, da maldade que é a discriminação social.
Deixo que a aranha passe o dia calmamente entre duas escalónias, sem coragem para lhe pedir o pagamento da estadia...numa área privada...
por ser Domingo e porque até aranha tem direito a descansar na Natureza.
Um Bom Domingo para todos.
Adenda:
Ao meio dia, como pode ver-se, já estava a almoçar.
Sem comentários:
Enviar um comentário