quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SINTRA: MUSEU DO BRINQUEDO...UM CASO PERDIDO?

De veludo e dar à corda (minha colecção particular)

Escrevo a cinza, com a mágoa de ver aproximar-se o dia em que o Museu do Brinquedo de Sintra pode fechar as portas para sempre.

Já não é por mim ou por si, é pelos meus e seus netos, pelos meus e seus bisnetos, pela cultura das gerações vindouras. Porque nós visitamos para recordar. Elas para conhecerem o nosso passado.

É esta a dor. O vazio que aqui fica.

DIFÍCEIS NEGOCIAÇÕES POR QUAL DAS PARTES?

Por vezes, nestas situações, é preciso saber negociar...dar passos atrás...ajustar as realidades com vista a objectivos a prazo.

Pelo que se sabe, se a Câmara Municipal de Sintra fosse depositária da Colecção, a exposição ao público iria adaptar-se com mais rigor  a regras museológicas, o que seria uma mais-valia significativa.

Por outro lado - com significativo relevo - a honrosa denominação de "Museu Municipal do Brinquedo - Colecção João Arbués Moreira" e sua integração na Rede dos Museus Municipais.

De salientar a criação de um Conselho Consultivo do Museu do Brinquedo - sem membros remunerados - para acompanhar o funcionamento do Museu e optimizar a sua gestão.

Ora, se é certo que a Câmara Municipal está impedida de apoiar financeiramente a Fundação, a alternativa conhecida e proposta permitiria ganhar tempo e revalorizar honrosamente a Colecção. 

Tudo indica que estes relevantes compromissos, no imediato sem reflexos de ordem pecuniária, não terão sensibilizado a Fundação, que pode ter fechado as negociações sem sugerir alternativas.

Pelos dados conhecidos, exceptuando a impossibilidade de apoios financeiros, não se afigura que tenha sido a Câmara a fechar as portas à manutenção do Museu do Brinquedo em Sintra.

Aparentemente - salvo estarmos enganados - a Fundação não terá apresentado o desejo de negociar os termos do Protocolo proposto. 

QUE DESTINO PARA AS PEÇAS DA COLECÇÃO?

Surgem as mais diversas notícias, que até certo ponto nos confundem. Se Sintra não pode apoiar financeiramente, que Lei permite que Cascais ou Lisboa o façam? É estranha a pressão.

Por outro lado, a possibilidade da colecção ser desmembrada é qualquer coisa que nos choca, pelo que isso representa de destruição do amor com que ela foi feita, ao que nos diz a sua história.

A Colecção, pela sua riqueza, será tanto mais valiosa quanto indivisível, onde quer que esteja devidamente salvaguardada.

Nestas coisas, que devem ser negociadas, a política do arame farpado só causa danos dolorosos, já que o nosso coração ficará com a mágoa de perdermos o até agora "nosso museu do brinquedo".

Fica a meia esperança de tudo ainda ser passível de acordo.

De dar à corda (minha colecção particular)







3 comentários:

António disse...

É verdade, infelizmente vai ser mesmo um caso perdido, por aquilo que se percebe e a partir da entrevista com o representante do museu, ficou bem patente que a vontade da Fundação é mesmo retirar o Museu de Sintra, as razões? Talvez um dia as venhamos a conhecer.

Anónimo disse...

Bom dia.

A pesso que considero com perfil para defender o museu é o pedro Granger.

cps.

Fernando Castelo disse...

Caro Anónimo, não deixo de tomar em conta a sua convicção sobre a pessoa com perfil para defender o Museu. Se quiser ter a bondade de completar com mais alguns dados que ajudem os leitores a compreender a sua opinião seria oiro sobre azul. Será que está a referir-se ao mesmo artista que participou numa campanha sobre o turismo e romantismo?

Cumprimentos,

Fernando Castelo