Nota prévia: ainda há uma rua disponível para atafulhar com carros: a parte pedonal da Heliodoro Salgado, o que seria a cerejinha mesmo em cima do bolo.
As imagens que seguem são desta semana - mas podem repetir-se todos os dias - e deixam-nos um aperto profundo pela desilusão causada a milhares de visitantes que confiaram nas campanhas sobre a histórica Sintra e como destino turístico.
Diariamente, milhares de carros param, andam e param, milhares de pessoas que não pisam o nosso solo. Tão perto e tão longe das ruas que os esperam.
Fechadas em carros, muitos sem ar condicionado. Desesperadas quando poderiam estar a avaliar a nossa beleza arquitectónica. A economia a vê-los através de vidros.
Sabe-se do atafulhamento de trânsito. A estrutura que, em condições normais, deveria programar-se para ajudar os automobilistas esperados em Agosto, terá dado prioridade a outras operações relevantes. O resultado vê-se nas imagens.
Autocarro de Grande Turismo, fora de mão, invertendo o sentido em pleno Centro Histórico...só em Sintra!
Fechadas em carros, muitos sem ar condicionado. Desesperadas quando poderiam estar a avaliar a nossa beleza arquitectónica. A economia a vê-los através de vidros.
Sabe-se do atafulhamento de trânsito. A estrutura que, em condições normais, deveria programar-se para ajudar os automobilistas esperados em Agosto, terá dado prioridade a outras operações relevantes. O resultado vê-se nas imagens.
- Como reagem os nossos visitantes? Que imagem levam de Sintra? Que dirão aos amigos? Como recordarão o contacto com os sintrenses? Voltarão?
Duvida-se que estes visitantes voltem a Sintra. Um castigo que não merecemos.
Problema que não é de hoje e passaram 12 anos sem o resolver
Todos os dias me assaltam as inflamadas frases sobre Lord Byron e Herculano. Eça. D. Manuel e Vasco da Gama a regressar da Índia (na verdade ficou nos Açores...). Os golos e futebol quase na hora, tudo oco à mistura com o Glorioso Éden.
Em 12 anos, do nosso bolso, pagámos - entre outros - um "Plano Estratégico do Concelho de Sintra face às Alterações Climáticas" e um "Plano de Desenvolvimento Estratégico "Sintra Ideal em 2015"". Tudo Estratégico. De trânsito nem periférico...
Ora, sendo o problema do trânsito em Sintra antigo, porque se esgotaram 12 anos com um mesmo Presidente de Câmara sem que uma só solução tenha sido testada?
Haverá sempre soluções: preciso é estudá-las e aplicá-las
Para proteger a zona Património Cultural da UNESCO, justificam-se negociações entre a Câmara (Única Autoridade Administrativa) e Governo (MAI) para a construção de um grande silo automóvel na zona do Ramalhão.
Tal Silo, envolvido por arvoredo, poderia ter dois pisos abaixo do solo para ligeiros, um ao nível do solo para autocarros e dois acima do solo para ligeiros. No local seria possível um parque periférico com capacidade para vários milhares de veículos.
A partir daí desenvolver-se-iam circulações frequentes e rápidas até às proximidades da Estação da CP ou da Câmara Municipal, eventualmente com preços incluídos no parqueamento. Este serviço seria independente da actual operadora.
Ressalva-se que qualquer ligação directa à Serra a partir do Parqueamento (funicular ou outra) poderia ter efeitos negativos no fluxo turístico para a Vila de Sintra.
A Volta do Duche só seria utilizada por veículos prioritários e de transportes públicos, permitindo que os peões ganhassem espaço e o usassem de forma descontraída.
É assim que se passa em Centros Históricos prestigiados e bem diversificados (p.ex. Colmar, Annecy, Brugges e Varsóvia) onde o trânsito automóvel foi abolido.
Outras alternativas, mais complexas, que poderiam passar por pequenas bolsas (antiga garagem da Estefânia, Casas em Ruínas da CP) não iriam resolver muito o problema e manteriam o fluxo automóvel em zonas a preservar.
Claro que se imporia a rigorosa impossibilidade de estacionamento às viaturas que descendo a Rua Visconde de Monserrate teriam de seguir a E.N.375 até a uma zona devidamente definida. Até que um túnel evite a passagem pela Vila...
Da forma como hoje tudo se passa é que estamos limitados na oferta turística que se exige qualificada, a hotelaria e restauração sofrem impactos negativos e a economia do concelho fica estrangulada no seu desenvolvimento.
Ouve-se falar de projectos para o futuro e confia-se que terão seguimento.
O nosso futuro tem muitos anos...espera-se pelo começo!
Em 12 anos, do nosso bolso, pagámos - entre outros - um "Plano Estratégico do Concelho de Sintra face às Alterações Climáticas" e um "Plano de Desenvolvimento Estratégico "Sintra Ideal em 2015"". Tudo Estratégico. De trânsito nem periférico...
Ora, sendo o problema do trânsito em Sintra antigo, porque se esgotaram 12 anos com um mesmo Presidente de Câmara sem que uma só solução tenha sido testada?
Haverá sempre soluções: preciso é estudá-las e aplicá-las
Para proteger a zona Património Cultural da UNESCO, justificam-se negociações entre a Câmara (Única Autoridade Administrativa) e Governo (MAI) para a construção de um grande silo automóvel na zona do Ramalhão.
Tal Silo, envolvido por arvoredo, poderia ter dois pisos abaixo do solo para ligeiros, um ao nível do solo para autocarros e dois acima do solo para ligeiros. No local seria possível um parque periférico com capacidade para vários milhares de veículos.
A partir daí desenvolver-se-iam circulações frequentes e rápidas até às proximidades da Estação da CP ou da Câmara Municipal, eventualmente com preços incluídos no parqueamento. Este serviço seria independente da actual operadora.
Ressalva-se que qualquer ligação directa à Serra a partir do Parqueamento (funicular ou outra) poderia ter efeitos negativos no fluxo turístico para a Vila de Sintra.
A Volta do Duche só seria utilizada por veículos prioritários e de transportes públicos, permitindo que os peões ganhassem espaço e o usassem de forma descontraída.
É assim que se passa em Centros Históricos prestigiados e bem diversificados (p.ex. Colmar, Annecy, Brugges e Varsóvia) onde o trânsito automóvel foi abolido.
Outras alternativas, mais complexas, que poderiam passar por pequenas bolsas (antiga garagem da Estefânia, Casas em Ruínas da CP) não iriam resolver muito o problema e manteriam o fluxo automóvel em zonas a preservar.
Claro que se imporia a rigorosa impossibilidade de estacionamento às viaturas que descendo a Rua Visconde de Monserrate teriam de seguir a E.N.375 até a uma zona devidamente definida. Até que um túnel evite a passagem pela Vila...
Da forma como hoje tudo se passa é que estamos limitados na oferta turística que se exige qualificada, a hotelaria e restauração sofrem impactos negativos e a economia do concelho fica estrangulada no seu desenvolvimento.
Ouve-se falar de projectos para o futuro e confia-se que terão seguimento.
O nosso futuro tem muitos anos...espera-se pelo começo!
2 comentários:
Não é possível ficar indiferente ao que é aqui exposto pelo autor. A foto mostra uma semelhança da circulação do trânsito na Índia, a falta de sinalética adequada, as marcas no asfalto e a presença da autoridade para regular o trânsito é uma constante. Esbanjaram-se milhares de euros em estudos que nunca usufruímos dos seus resultados, mas como o actual executivo Camarário resolveu medalhar o anterior responsável pelo fruto do seu trabalho em Sintra, logo, pensamos que são coniventes com estas e outras situações. Nunca é demais alertar para estas vergonhosas situações em Sintra, quer gostem ou não está mal, ninguém vem com ideias de servir Sintra e de a tirar deste marasmo. Os alertas e o chamar de atenção que o autor deste blog tem feito para este e tantos outros casos, já seria mais do que suficiente para que alguma coisa fosse alterada, mas pelo contrário, é visível o desinteresse dos responsáveis a todas estas situações. Mas aqui fica também a ideia, que os empresários locais e a Associação que os representa também não se preocupam muito. Desprezam-se os alertas talvez por partir da sociedade civil.
Estimado visitante (frequente) António, a sua mensagem deixa um tema que talvez mereça ser abordado com mais profundidade. Ainda não o abordei para que não surjam "almas bajuladoras", defendendo o indefensável e se misture o pessoalismo com o político. Em Sintra, talvez até para nosso acanhamento, há medalhas que queimam. Longe vão os tempo em que alguém, para ser louvado ou medalhado, tinha de ser exemplar em muita coisa, empenhado e esforçado, entregue à causa pública, sacrificado, altruísta, sofrer com os outros e tanta coisa mais. Daí que eram poucas e ficavam na história. Cumprimentos e volte sempre,
Fernando Castelo
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