domingo, 10 de setembro de 2023

SINTRA: CONHEÇA AS "BIOGRAFIAS" DOS POLÍTICOS LOCAIS

"Em Portugal a chamada geração de abril, que é a minha (...)" (Basílio Horta, discurso de 25 de Abril de 2023) 

 "Basílio Horta é fundador do regime democrático português" (Facebook, alguém que se apresentava como Presidente do Partido Socialista em Sintra)

Enquadramento

Ontem ouvimos as palavras do Senhor Presidente da República na Sessão Comemorativa dos 50 anos do MFA e seu enquadramento no regime do 25 de Abril.

A seriedade tê-lo-á levado a não se incluir na geração de Abril mas salientou com honra o facto de ter sido daqueles que aprovaram a Nova Constituição democrática. 

Foi bom tê-lo recordado aos Militares, foi bom lembrar-nos do longo caminho que a libertação dos povos tem de percorrer, foi bom destacar-se pelo Voto aprovador.

Como num relâmpago, acenderam-se luzes na memória, fazendo-nos recordar vicissitudes, omissões, mentiras e ilusões que nos criam falsos fazedores da história.

Falsa geração de Abril...

Depois de escutarmos o Presidente da Republica, fomos tentados a conhecer os cristalinos perfis de governantes sintrenses e suas Notas Biográficas curriculares.

Torna-se natural que, tanto munícipes como os mais ilustres visitantes de Sintra, gostem de conhecer previamente as "Notas Biográficas" de quem os recebe.

Em Sintra - e eles saberão porquê - os currículos dos Presidente e Vice-Presidente não se juntam aos brilhantes percursos de respeitáveis Vereadores da maioria.

Com efeito, como hoje ainda se poderá confirmar, nenhuma das principais figuras camarárias (Presidente e Vice-Presidente) disponibiliza o seu historial político.

A omissão desses dados fundamentais à verdade e apreciação pública, só redundará na visão negativa das figuras públicas, refletindo-se em notório desprestígio.

Queríamos conhecer do seu curriculum político passado e presente para os ligarmos à confiança que deveriam merecer sem o risco de omissões.

Todavia, o Presidente da Câmara, empobreceu as suas Notas Biográficas com a omissão de ter votado contra a Constituição e ter sido elevado quadro do fascismo.

Ao tomar posse em 1969 como elevada figura da "Comissão Administrativa Central da União Nacional" fascisante, são visíveis as expressões de êxito e convívio.

Aqui está, pois, um Ato da tomada de posse de serventuários, adeptos e ambiciosos membros da União Nacional, jurando, certamente, servir o regime fascista derrotado no 25 de Abril. 

O pedaço de vídeo mostra o cheiro da naftalina fascista, o perfil elegante dos celebrantes que lhes serviria de exaltação do servilismo, para recomendação adequada.

Por certo esquecido, não deixaria de afirmar em 25 de Abril de 2020: - "Um povo que não tem memória dificilmente tem presente e raramente tem futuro" 

E com que coragem esta figura da política passada afirmou no 25 de Abril de 2023:  "Em Portugal a chamada geração de abril, que é a minha (...)"...

Que razões levaram Sua Senhoria a omitir o elevado cargo da UN nas "Notas Biográficas"? Quaisquer que sejam as razões, da "geração de abril" não é!

Da geração de Abril

É sempre estranha a omissão de dados fundamentais à avaliação da qualidade política, às vezes também da personalidade quando se trata de responsáveis políticos.

No caso do Vice-Presidente, decorridos alguns anos, estávamos longe de notar a omissão total da sua biografia, cujo esquecimento ou distração nos empobrece.

Ele que, virtuosamente, estaria longe de pensar que viria a ser Vice-Presidente, escrevia: "Basílio Horta foi fundador do regime democrático".

Longe de nós pensarmos que se tratou de um caso de gratidão, mas não deixou de surpreender a sua designação quando existiam outros experientes Vereadores.

Assim se gere Sintra. 

Que Basílio Adolfo Horta saiba que temos memória, presente e futuro.


3 comentários:

Joao Diniz disse...

O sr dr Basilio Adolfo da Horta fez parte do grupo fundador do CDS porque viu nele a hipótese de se introduzir na politica pós 25 de Abril. Para se servir dela e não servir o país. A mudança para o PS confirmou a sua apetência pelo poder e daí muitos lhe chamarem "VIRA CASACAS". De um autoritarismo e deselegancia atrós, chamar-lhe democrata é um atentado à inteligência. Num país decente este homem não conseguiria impedir o acesso a projecto da Gandarinha. A lei obriga ao acesso mas Sua Senhoria está acima da lei. E porque será que não permite acesso ao processo ?

Anónimo disse...

Caro visitante João Diniz,

Se apreciar com paciência o vídeo, no meio daquela escumalha política, surge o garboso jovem, nitidamente já nessa altura ambicioso para servir a causa nacionalista...isto é, fascista.

Foi em 1969 e, 5 anos depois, era um "democrata" pode dizer-se que sem pinta.

E algumas história mais poderiam ou deveriam ser conhecidas.

É por isso que, desde sempre, quem viveu naquela época sem ser do regime, ficará chocado com um partido que o meteu no seu seio (é certo que um tal Pereira lhe agradeceria), culminando com aquele abraço entre ele e o primeiro-ministro, que pessoalmente, como cidadão, me chocou sobremaneira e de que sinto tanta vergonha pelo que vi.

Volte sempre, grato

Fernando Castelo

Joao Diniz disse...

Deselegante, autoritário e incompetente o dr Basilio Horta é daqueles politicos que desacreditam a politica e, não poucas das vezes, a imagem do País. O próprio PS que lhe deu guarida vê seus pergaminhos muito desprestigiados ao ponto de afastar da politica, nomeadamente das eleiçóes, muito cidadão desmotivado