segunda-feira, 1 de maio de 2023

"POVO QUE LAVAS NO RIO...

...Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão
Há-de haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não

Fui ter à mesa redonda
Beber em malga que esconda
Um beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
Água pura em fruto agreste
Mas a tua vida não

Aromas de urze e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição
Povo, povo eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso
Mas a tua vida não


(Pedro Homem de Melo)

Depois dos Capitães

Da última comemoração de abril é gostoso apreciar - pelas sonoras gargalhadas - como graça vinga entre as três mais altas figuras que o "POVO" elegeu.


Entre gargalhadas...

O pedacinho de vídeo para aqui transposto, não pode ser dissociado daquilo a que, graças aos riscos corridos pelos Capitães de Abril, a sociedade se transformou. 

Se bela foi a frase "esta minha fúria é fúria do tipo gelado", mais enriquecida ficou com o tonitruante "sim...sim...sim" que Marcelo Ribeiro de Sousa executou.

Os portugueses que assistiram a este "intermezzo" não podem ter deixado de se sentir felizes por saberem de tanta elevação política neste dia em celebração.

Pela nossa parte, perante poderes diferentes, não podem restar dúvidas da identidade convergente, da boa disposição coletiva, da partilha da felicidade.

Percebeu-se que as gargalhadas nao eram por termos um dos níveis de vida mais baixos da Europa, nem pelos médicos que emigram ou professores desconsiderados.

Era por qualquer coisa que teve a chancela do mais alto Magistrado da Nação, que cuidou de relatar aos seus pares que "ia observando...ia observando". 

Conclusão

Na Sessão Comemorativa, foram muito aplaudidas as palavras do Senhor Presidente da República: "Com a última palavra no Povo", isto é "no" e não "do Povo".

Assim se ratificou a carga política do poema de Pedro Homem de Melo...

...Povo que lavas no rio...quem compre o teu chão sagrado...

...Era o vinho que me deste...

...Mas a tua vida não...


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