sexta-feira, 19 de maio de 2023

LEITURAS QUE AJUDAM A CONHECER CAMINHOS...

"Eu cá não me meto em questões da política"..."A política é para os políticos"..."A minha política é estar bem com todos"..."Lá está a levar a conversa para a política"..."A política faz-se de barriga cheia"

Que vida coletiva?

Frases como as acima citadas, por vezes até ouvidas de pessoas com discernimento, devem preocupar quantos um dia sonharam viver numa sociedade mais justa.

Podem ser reflexo de desmobilização coletiva ou refletir a desilusão que sentem perante os falsos projetos prometidos e apenas serviram vendilhões da política.

Para muitos, é um sintoma de alheamento face aos sacrifícios que cada vez mais lhes é exigido e que, eles e suas suas famílias, têm dificuldade em superar.
 
Por outro lado, quase 50 anos depois da data dos sonhos, o que se tem visto é o caminho inverso, dos poderosos mais ricos, dos outros cada vez mais pobres. 
 
Perante graves factos quase diários, quando o responsável máximo se silencia e opta por ir escutar uma ruidosa banda de rock, para onde nos querem levar?

Nada do que assistimos - e de que somos vítimas - é por acaso, pois se assim fosse redundaria na ignorância de quem gere, de quem usa o poder. 

A "política é para os políticos" torna-nos cúmplices da liberalização de eleitos políticos, quantas vezes vivendo anafados pelo conforto que falta a milhões.


Importância da leitura...

Nestes tempos dificeis, em que o sonho de uma sociedade mais justa se vai tornando utopia, a leitura será um bom recurso para vermos horizontes que não queremos.

Em vez de desmobilizarmos, teremos de resistir a quem sonhe com uma sociedade nivelada por baixo, das piores da Europa mas de portas abertas a novos explorados.

"Eu cá não me meto em política" é a vitória dos vendilhões, dos safados que a toda a hora estão vivendo dos nossos impostos, que nos vendem aos pedaços.

"A minha política é estar bem com todos", dolorosa visão de quantos se colocam à parte dos que passam problemas terríveis para sobreviver nestes dias.

Este quadro, em véspera de férias, merece ser repensado com os livros profundamente denunciantes do distinto escritor indiano Aravind Adiga.

Não percam no "O último homem na Torre", a ambiguidade moral do nascido miserável e se torna grande empresário, do luxo exagerado aos que nada têm.

Lerão como o "milagre económico" se liga à "corrupção", "ao contrabando", "à reurbanização" e chegarão ao estatuto da decência burguesa. 

As perseguições feitas e o final de vida do modesto professor (Yogesh Murthy) por não querer vender a casa onde vivei tanto tempo com sua família.

Disse Masterji: "Vamos refletir no que se está a passar". 

Por certo não será esse o nosso caminho. 


Sem comentários: