quinta-feira, 29 de abril de 2021

SINTRA: A NOTÍCIA NECESSÁRIA PARA NOS PREPARAR

 

A verdade que o Sintra Notícias desvendou

No dia 7 deste mês o "Sintra Notícias" desfez as ilusões (clique para rever) propaladas sobre um apelidado Hospital de Proximidade de Sintra.

Como o "Sintra Notícias" não inventa textos, a informação prestada tem contornos de preparo para atenuar coisas menos certas que foram ditas ao longo dos tempos.   

Notarão os leitores que, com a proximidade de eleições, passou a chamar-se de "Novo Hospital", mais pomposo para votos do que "Hospital de Proximidade".

A nova difusão Camarária circunscreve a estrutura a "três unidades": "Ambulatório programado", "serviço de urgência básico" e "unidade de convalescença". 

Admitimos que, só por modéstia do promitente - inverdades não podem chegar a tanto - se omitiu a grandeza de tal estrutura vir a servir 400.000 putativos votantes.

"Hospital" ou "Urgência Básica"?

Recordemos palavras do ex-Ministro da Saúde em Janeiro de 2017: “não é um novo hospital, como o senhor presidente da Câmara de Sintra referiu”;

Nessa altura, o Presidente do Hospital Fernando da Fonseca foi muito claro em declarações feitas ao Jornal "Público" sobre um "Novo Polo Hospitalar em Sintra":

"Um polo é melhor, porque depende na mesma do HFF e podemos evitar que as pessoas venham aqui à urgência".

"Lá vamos fazer cirurgia de ambulatório, consultas externas, ter meios complementares de diagnóstico e terapêutica e camas de convalescença".

O agora difundido pelos responsáveis camarários e chegou ao "Sintra Notícias" em Abril de 2021 não pode passar de mera troca dos vocábulos usados em 2017. 

A alusão à "unidade de convalescença" omite que se destina a doentes que estão ocupando camas no Hospital Fernando da Fonseca e precisam de ser libertadas.

Aliás, é bem de ver que, sem Serviço de Banco 24 horas e Internamentos nessa sequência, as camas de convalescença são para outro tipo de pessoas acamadas. 

Por seu turno, "ambulatório programado" e "serviço de urgência básico" enquadram-se no conceito de Centros de Saúde com mais Recursos Técnicos e Urgência Básica.

Ora, "Urgência Básica" - mesmo com deficiências - já existe uma unidade em Mem Martins...mesmo ao lado do Centro de Saúde recentemente inaugurado.

Parece, assim, que no meio deste cardápio de ilusões, os canais de assistência médica andam aos tropeções, sem que um Hospital com todas as valências exista.

Bem, a menos que umas dezenas de milhões se destinem a servir a economia de empresas de construção, de equipamentos e outros, que não a dos munícipes.

Assim se pode aferir do oportunismo político em ciclo eleitoral, iludindo-se os utentes com um pseudo "Novo Hospital" e continuarmos a correr para o Amadora-Sintra.

História mal contada dos 400.000 utentes

Será que quem propala que serão 400.000 os utentes da tal unidade a que chamam de "Polo", "Proximidade" e agora "Novo Hospital", tem suporte para o que diz?

Importa responsabilizar quem usa o ilusionismo político para fins promocionais, falhando na verdade de um planeamento adequado com reflexos futuros inaceitáveis.

Mesmo que fosse um Hospital no seu sentido lato, qual seria a população servida ou que a ele iriam recorrer para socorros urgentes ou outro tipo de assistência?

Vejamos: 

. Utentes de Casal de Cambra iriam recorrer à Cavaleira (a 25 quilómetros) quando o Hospital Fernando da Fonseca (HFF) está a cerca de 7 quilómetros e meio?

. Residentes de Queluz e Belas, a pouco mais de 2 quilómetros e meio do HFF, iriam meter-se a caminho do "Polo" da Cavaleira que está a mais de 16 quilómetros?

. A assistência urgente a doentes de Massamá e Monte Abraão, que vivem a perto de 5 quilómetros do HFF, preferiria os 14 quilómetros até ao "Novo" da Cavaleira?

. A população do Cacém e S. Marcos, preferirá fazer mais de 12 quilómetros para a "Proximidade" da Cavaleira ou seguir para o HFF que está a cerca de 7kms?

Segundo o Censo de 2011, só por esta ventilação, temos 152 660 potenciais utentes de recursos hospitalares a quem o dito Hospital de Proximidade não servirá.

Mandam as regras da honestidade a que quem está na política se obriga que afirmações desgarradas não possam ser aceites sem apresentação dos estudos. 

Este o quadro que gostaríamos fosse desmentido com a realidade dos factos e toda a planificação envolvente que uma Unidade Hospitalar a sério implica.

Os Munícipes de Sintra, há tantos anos enganados com sucessivas promessas de um Hospital que só tem servido para jogos eleitorais estão fartos...

A mensagem passada ao "Sintra Notícias" tem contornos de nos preparar para o falhanço da construção de um apelidado "Hospital", que o não será.

"# A VERDADE É O NOSSO CAMINHO"


1 comentário:

Francisco Baudouin disse...

A seriedade, ainda é um posto ... Mas são poucos, os que a ela têm acesso!