quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

SINTRA: SR. DR. BASÍLIO HORTA, QUE ESTÓRIA DE "HOSPITAL"?

Prévias declarações de interesses e de confiança 

Antes de se refazer a estória de um dito "Hospital" em marcha, devemos declarar que somos 1 (um) dos putativos (não confirmados) 400.000 utentes do mesmo;

Acresce, nesta declaração, que nos sentimos desobrigados de acreditar em Sua Excelência, considerando relevantes imprecisões entre o dito e a realidade.

Para sossegar Sua Excelência, por respeito inequívoco à longa duração de vida, não iremos citar em pormenor algumas deformações entre ilusões e verdades. 

Faremos a repescagem em outro tempo, função convergente com a programação. 

À volta da saúde...em Sintra

Em finais de 2016, patrocinado (pago) no Facebook, começava a propaganda para as eleições de 2017 com uma promessa (velha) do tempo de Edite Estrela.


Entre Centros de Saúde, com "Prazo: protocolo assinado em janeiro de 2017", se anunciava a "Nova Unidade Hospitalar de Sintra" (20/30 milhões de euros).


Outra fava no bolo dos sintrense: "ALARGAMENTO DO HOSPITAL DE CASCAIS (MAIS UM PISO) QUE SE PASSA A DESIGNAR HOSPITAL CASCAIS/SINTRA".

Além de um "Hospital" que não terá todas as valências, a alusão ao Hospital de Cascais foi uma promessa de cartola, gratuita, não confirmada em mais de 3 anos.

Agora sobre um "Hospital"

Sazonalmente, tudo indicando para manter a chama acesa da recandidatura eleitoral, Sua Excelência busca uns factos ou personalidades para falar do "Hospital".

E de tantas vezes falar, não admirará que um destes dias, convencido, se distraia e diga que já lá foi numa urgência e foi muito bem atendido por todo o pessoal.

Assim, em 30.1.2020, o site do regime difundia mais uma apresentação do "novo" e "futuro" hospital, num Conselho escolhido a dedo e presença da Ministra da Saúde.

Voltou a "estória": "400.000 utentes", "convalescença com 60 camas", intimismo entre Câmara e Ministério que permita "a construção do hospital já em 2021".

Em 16.10.2018 difundia-se que "deverá estar em funcionamento em 2021" mas em 28 de Janeiro último, Sua Excelência falava em estar  "o hospital a ser construído".

Começa, assim, a surgir como que uma trapalhada ao melhor estilo das alterações no trânsito em Sintra, quando tudo falhou na pouco cuidada planificação. 

Vejamos os "400.000 utentes". Será que Sua Excelência finge não saber que isto não é nem será verdade? Ou os "utentes" serão de outros municípios?

Entenderá Sua Excelência que munícipes de Casal de Cambra, De Queluz, de Massamá ou outras freguesias deixarão de ir ao Hospital Fernando da Fonseca?

Porquê a sistemática ocultação de que não existirão internamentos directos e que as 60 camas de convalescença serão para doentes que estão no Amadora-Sintra?

Nada é novo: O anterior Ministro da Saúde foi claro ao dizer que a futura unidade de saúde "não é um novo hospital, como o senhor presidente da Câmara de Sintra referiu" será "um polo do Hospital Amadora/Sintra, sem internamentos (...). 

Por seu lado, o Presidente do Hospital Fernando da Fonseca (HFF) enquadraria a Unidade numa Urgência Descentralizada: "Um Polo é melhor porque depende à mesma do HFF, e podemos evitar que as pessoas venham aqui à urgência".

A força das Evidências 

Dias antes da celebração protocolar, um reconhecido quadro autárquico, agora com mais responsabilidades partidárias, próximo de Sua Excelência, escrevia no FB:
"Falar num hospital para Sintra quando deixámos a rede de cuidados primários chegar ao estado a que chegou não é sequer sério do ponto de vista intelectual";
"Não faz parte dos projectos dos políticos porque é neste momento absolutamente inviável olhando à rede de hospitais que rodeiam o concelho. (...)." 
Sugeriu-se pressionar o Ministro da Saúde: "Mas pressionar como? Para quê? Para lhe pedir um hospital que depois ele não tem como preencher de recursos? Para ele construir um hospital que perdeu o seu sentido com Loures e Cascais?  
São evidentes as discrepâncias entre um Hospital com todas as Valências e uma Unidade Básica mais completa, próxima de outra em construção em Mem Martins.    

A haver (?) tal Unidade de Saúde, Sintra continuará a precisar de um Hospital com Serviços de Urgência 24 horas, Grandes Cirurgias e Internamentos.

Sua Excelência deve clarificar - definitivamente - esta estória de um Hospital. 


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