Seria estultice refazer - para pessoa de elevado cargo e posição - a vida da Senhora D. Carolina Beatriz Ângelo, cirurgiã e activista Republicana em tempos de Monarquia.
Mas os leitores deste modesto blogue, perdoarão uns e gostarão outros, levam a que se lembrem alguns factos da vida de tão importante Senhora, para nos enquadrarmos.
Sendo viúva, como a lei eleitoral previa o direito de voto aos "chefes de família", requereu a sua inscrição no recenseamento para a Constituinte de 28 de Maio de 1911.
O seu requerimento foi indeferido pela Comissão Recenseadora e recorreu ao Tribunal que lhe deu razão, tornando-se na primeira Mulher a votar em Portugal.
Cansada da luta, a ginecologista cirurgiã aos 33 anos foi vítima de síncope cardíaca.
O seu requerimento foi indeferido pela Comissão Recenseadora e recorreu ao Tribunal que lhe deu razão, tornando-se na primeira Mulher a votar em Portugal.
Cansada da luta, a ginecologista cirurgiã aos 33 anos foi vítima de síncope cardíaca.
Desiludida e ofendida, incansável na luta pelos direitos das mulheres, diria dos Republicanos: "A não ser o nosso Afonso Costa o resto não vale dois caracóis".
De Manuel de Arriaga (1º. Presidente da República), diria a propósito de comentários sobre mulheres: "quando numa visita tão banal o homem fez assim uma péssima figura calcule-se o que será em coisas que requerem raciocínio e bom senso".
Como Sintra homenageou tão ilustre Mulher
Em 22 de Abril de 2015 (clique por favor) aludimos à homenagem que a Câmara Municipal de Sintra fez a Beatriz Ângelo, num sítio semi-escondido e pouco feliz.
Na realidade, o espírito Republicano (e Maçon) parece não ter ainda deglutido as críticas feitas por tão Ilustre Mulher, facto que parece por demais evidente.
As duas fotos mostram como continua o espaço, as preocupações com a Placa, tudo oponível à dignidade da Ilustre Mulher e da Homenagem ao Dia da Mulher.
Dizem-nos que o Parque da Liberdade está no âmbito das responsabilidades do Presidente da Câmara, admirando-nos que não acompanhe estas situações.
Claro está que o Parque da Liberdade (Liberdade) não é "onde as pessoas vivem", é onde as pessoas passam e avaliam a sociedade em que vivem e seus valores culturais.
De algo estamos certos: Não é este local abandonado que Homenageia, com o devido destaque, uma Mulher que lutou pela liberdade e direitos cívicos. Quem escolheu?
Melhor dizendo: Não "é este o caminho"...
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