quarta-feira, 29 de abril de 2015

SINTRA: SANTA EUFÉMIA, SANTUÁRIO DEVASSADO...

Para contribuir na limpeza de espíritos confusos, reiteramos o respeito pelo grande mérito e entrega de quantos trabalhadores existem nos Parques e Palácios de Sintra.

Sem relações privadas ou familiares, podemos enaltecer, sem disfarces, méritos que respeitem a ética exigível, atitude que não tomaríamos se existissem eventuais laços.

Das administrações, sabe-se que são transitórias, pagas para gerir e com onerosas mordomias. Os trabalhadores é que garantem o prestígio e o futuro da empresa.

Santuário que merece todo o respeito

Quem suba até Santa Eufémia, poderá avaliar a roda viva de viaturas que, a todo o momento, atravessam o Adro do Santuário, para chegarem ao portão da PS-ML.

É a devassidão permanente de um espaço que exige - e deveria merecer - respeito.

Artigo publicado no Jornal CidadeVIVA (21.7.2009) sobre Santa Eufémia

Contemos uma pequena história da devassidão, desconhecendo se outros meandros, ou cumplicidades, possam estar ligados à abertura de um caminho de servidão.

Em 2009, surpreendidos por trabalhos de abertura de uma via para acesso automóvel (é Área Protegida) no que era um velho caminho pedonal para se chegar à Pousada Florestal, demos conhecimento imediato a diversas entidades, convictos de actuação. 

À Junta de S. Pedro  (respondeu que não foi consultada); À CM de Sintra ("registou com o nº. 1931/GAM/2009"...e ficou-se); Ao Patriarcado de Lisboa (dono do terreno, nem acusou a recepção); Ao Instituto de Conservação da Natureza (brilhou pelo silêncio).

Assim, à luz do dia e na obscuridade das regras, dias depois havia uma via betonada, (sem que sapiências invocassem a impermeabilização dos solos...) e placas de sinalização não aprovadas oficialmente, tudo - certamente - ao gosto dos mandantes.

A Parques de Sintra - Monte da Lua, passou a contar com uma via de serventia para acesso ao seu portão no Largo da Pousada, evitando outros portões mais distantes. 


No verso dos sinais não existem números de registo comprovando a aprovação oficial



O Adro do Santuário, que os verdadeiros fiéis não querem devassado, passou a ser atravessado diariamente por dezenas de carros que se dirigem à PS-ML.

É um local de Fé. Quem bate no peito pela fé não pode bater palmas a quem a ofende.

Não havia outra solução? Claro que havia...

No extremo do Adro (junto à entrada) há um portão para serventia da Parques de Sintra - Monte da Lua, que ajudaria de forma mais operativa as entradas nessa empresa.



Também na curva anterior à entrada do Adro (em propriedade da mesma empresa PS-ML), facilmente poderia ter sido construído um acesso directo e rápido.  



A opção tomada, além de agredir uma área protegida e um espaço privado muito respeitado pelos crentes, teria justificado uma prévia avaliação das implicações. 

Não estamos em crer que tenha sido um acto gratuito de poder, mas teria sido mais profícuo um estudo em que se respeitassem os espaços e histórias locais.

No próximo dia 1 de Maio, talvez o Adro do Santuário não seja devassado por carros, falsa solução que ajudará...a deglutir o complementar "pão com uma sardinha"...

Sem a festiva presença de personalidades, a elegância das vénias (alguns beija-mãos?) e utilitárias exibições, no dia seguinte os carros voltarão à devassa do Santuário. 

Retira-se uma moral: "Fraques não mudam a história".



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