O território de Sintra, com uma população superior à da Madeira em quase 40%, exigindo as mais variadas respostas a problemas de toda a ordem, está a ser governado em condições que justificam muitas preocupações. Efectivamente:
- Quatro Vereadores do PS (oposição) não têm pelouros;
- Um Vereador da Coligação que nos prometeu Dedicação – responsável pelo Turismo – também é deputado da República, pelo que as responsabilidades de autarca não serão superadas com passagens tipo flash;
- Outro Vereador do mesmo Partido (CDS) – com a Requalificação e Valorização Urbana – é visto em reportagens televisivas relacionadas com o clube de que é dirigente. Sem o dom da ubiquidade, até onde irá a sua Dedicação a Sintra?
- Uma Vereadora reparte o seu pelouro com a presidência da EMES;
- O Presidente da Câmara também o é nas administrações da Sintra-Quorum e HPEM;
- O Vereador da CDU (oposição) com pelouros atribuídos, acumula-os com a presidência dos SMAS cuja complexidade lhe deve libertar pouco tempo;
Neste quadro, a gestão de Sintra configura-se bipolar e a funcionar por impulsos.
Há sempre o risco de – a certa altura – surgir quem se queira destacar, respondendo às insuficiências reais com promessas virtuais ou estímulos à subsidiodependência, artes que colhem votos à custa do orçamento...
“Resíduos Urbanos” e “Limpeza” geridos ao mais alto nível
A HPEM responde pela gestão de “Resíduos Urbanos” (evolução petulante de “lixo”), pela “Limpeza Urbana” (difícil de entender perante o que se vê no concelho de Sintra) e pela “Manutenção de Contentores” (nem sempre respeitadores dos locais).
O lixo, apesar de sujo, é um guloso negócio de futuro, com interesses ao mais alto nível. Até que ponto Sintra diverge de concelhos vizinhos, como Amadora e Cascais?
Na última Sessão Camarária (28/9/2011), por proposta do Próprio, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra foi ratificado como Presidente da nova Administração da HPEM, não se sabendo pormenores sobre a demissão da anterior.
Esta Empresa Municipal, com passivo superior(*) aos 10 milhões de euros, tem concorrido para o endividamento da Câmara Municipal.
Agora, com o Presidente da Câmara ao leme da Empresa, ficam as naturais esperanças de que o concelho fique mais limpo e com contentores enquadrados na imagem urbana, para que se eliminem imagens como esta:
Rua António Vieira - Abrunheira |
Ou como esta:
Zona requalificada no centro de Mem Martins |
O concelho não pode viver de medidas pontuais ou de recurso, a que se misturam exonerações e nomeações pelos mais diversos motivos.
Sintra exige responsabilidades de planeamento e desenvolvimento a curto e médio prazo pelo que os responsáveis não podem andar repartidos por vários fogos.
É altura de se acabar com esta minimização de gestão, tomando até em consideração as grandes preocupações com a situação económica que vivemos.
As populações não constituem jogos de poder.
Ou será que Sintra está à parte dos problemas que afectam o País?
(*) Tinha escrito "dívidas superiores", quando deveria ter sido "passivo superior". O meu pedido de desculpas.
2 comentários:
A Cãmara de Sintra e outras, estão no saco azul que ainda não percebemos qual a sua divida, porque, a Troyca só analizou o governo central, depois a região Jardim e quando chegar aos 318 Municipios a aí é que vamos abrir o olho.
Mas quando essa altura chegar apenas alguns vão ser vistos de lado. Aposto tudo em como o "porreiro" Presidente da CMS sairá da história com muito poucos arranhões...
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