sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MOODY'S, UNS INGRATOS...

QUE MERECEM GRATIDÃO!

A coisa corria bem. Quando a Moody’s baixou a notação para “lixo”, as sábias palavras de quem pagava deixaram a impressão de que não precisávamos de tal gente. Muitos crentes poderão ter imaginado que se pagava mais como prova de fé ou de caridosa dedicação do que qualquer outra coisa.

Os gestores, num estilo que o Totobola não desdenharia, atribuíam subsídios e prémios monetários, alimentavam (no caso com dinheiro) estruturas profissionais e associativas, enquanto que para satisfazer credores a imagem era de tanga.

Era cumprida a regra do (com)prometimento, tão bem definida por Maquiavel quando, sobre os políticos, disse: “Os fins justificam os meios”. 

A ânsia de chegar ao poder vicia os políticos fracos, pelo que promessas e subsídios são chamariz para bandos de passarinhos e passarões, esvoaçantes em torno de quem lhes acene com paparoca. De bico aberto, esperam satisfazer a gula para, e só depois, de papelinho na boca, levarem a boa nova a toda a parte.

Com a Moody’s amansada, os rácios para empréstimos na banca não se apresentavam preocupantes. Assim nos iríamos endividando…até ao juízo final.

Em dada altura, os espíritos do lugar começaram a ter odores que, patologicamente, não eram dos mais agradáveis e a Moody’s, sabendo das dívidas, não podia calar-se mais e baixou o nível da notação do rating.

Assim chegámos ao “lixo”, com medidas penalizadoras sobre os que não beneficiaram com o esbanjamento, enquanto que subsidiados e afins, bem como os esbanjadores do nosso dinheiro, dão sintomas de não terem percebido a tragédia que nos envolve.

Claro que a agência de notação não foi bem compreendida na altura. Houve manifestações de desagrado, quem sabe por muitos cujos interesses foram beliscados.

Hoje, perante as realidades que vieram a ser conhecidas, a Moody’s teve o mérito de desmascarar a situação que estávamos a viver.

Como estaríamos hoje se não tivesse ocorrido o abaixamento da notação?

Se calhar ainda estávamos a contrair créditos sobre créditos, para distribuir bodos na ansiedade de mais uns votos, sempre imaginando que ninguém ia saber.

E para a frente? Como vamos estar?

Que verdadeiras cenas de novela mexicana ainda irão surgir?



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