quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SINTRA: QUE ESTILO DE GESTÃO AUTÁRQUICA?


O território de Sintra, com uma população superior à da Madeira em quase 40%, exigindo as mais variadas respostas a problemas de toda a ordem, está a ser governado em condições que justificam muitas preocupações. Efectivamente:

- Quatro Vereadores do PS (oposição) não têm pelouros;

- Um Vereador da Coligação que nos prometeu Dedicação – responsável pelo Turismo – também é deputado da República, pelo que as responsabilidades de autarca não serão superadas com passagens tipo flash;

- Outro Vereador do mesmo Partido (CDS) – com a Requalificação e Valorização Urbana – é visto em reportagens televisivas relacionadas com o clube de que é dirigente. Sem o dom da ubiquidade, até onde irá a sua Dedicação a Sintra?

- Uma Vereadora reparte o seu pelouro com a presidência da EMES;

- O Presidente da Câmara também o é nas administrações da Sintra-Quorum e HPEM;

- O Vereador da CDU (oposição) com pelouros atribuídos, acumula-os com a presidência dos SMAS cuja complexidade lhe deve libertar pouco tempo;

Neste quadro, a gestão de Sintra configura-se bipolar e a funcionar por impulsos.

Há sempre o risco de – a certa altura – surgir quem se queira destacar, respondendo às insuficiências reais com promessas virtuais ou estímulos à subsidiodependência, artes que colhem votos à custa do orçamento...

“Resíduos Urbanos” e “Limpeza” geridos ao mais alto nível

A HPEM responde pela gestão de “Resíduos Urbanos” (evolução petulante de “lixo”), pela “Limpeza Urbana” (difícil de entender perante o que se vê no concelho de Sintra) e pela “Manutenção de Contentores” (nem sempre respeitadores dos locais).

O lixo, apesar de sujo, é um guloso negócio de futuro, com interesses ao mais alto nível. Até que ponto Sintra diverge de concelhos vizinhos, como Amadora e Cascais?

Na última Sessão Camarária (28/9/2011), por proposta do Próprio, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra foi ratificado como Presidente da nova Administração da HPEM, não se sabendo pormenores sobre a demissão da anterior.

Esta Empresa Municipal, com passivo superior(*) aos 10 milhões de euros, tem concorrido para o endividamento da Câmara Municipal.

Agora, com o Presidente da Câmara ao leme da Empresa, ficam as naturais esperanças de que o concelho fique mais limpo e com contentores enquadrados na imagem urbana, para que se eliminem imagens como esta:

Rua António Vieira - Abrunheira
Ou como esta:

Zona requalificada no centro de Mem Martins
Soluções não podem ser adiadas

O concelho não pode viver de medidas pontuais ou de recurso, a que se misturam exonerações e nomeações pelos mais diversos motivos.

Sintra exige responsabilidades de planeamento e desenvolvimento a curto e médio prazo pelo que os responsáveis não podem andar repartidos por vários fogos.

É altura de se acabar com esta minimização de gestão, tomando até em consideração as grandes preocupações com a situação económica que vivemos.

As populações não constituem jogos de poder.

Ou será que Sintra está à parte dos problemas que afectam o País?



(*) Tinha escrito "dívidas superiores", quando deveria ter sido "passivo superior".  O meu pedido de desculpas.

2 comentários:

Anónimo disse...

A Cãmara de Sintra e outras, estão no saco azul que ainda não percebemos qual a sua divida, porque, a Troyca só analizou o governo central, depois a região Jardim e quando chegar aos 318 Municipios a aí é que vamos abrir o olho.

Anónimo disse...

Mas quando essa altura chegar apenas alguns vão ser vistos de lado. Aposto tudo em como o "porreiro" Presidente da CMS sairá da história com muito poucos arranhões...