terça-feira, 25 de outubro de 2011

REDUÇÃO NAS DESPESAS? OU NOS DIREITOS?

CONTRA-REVOLUÇÃO USA A “TROIKA”

É sintomático que, para nos cortarem direitos, a Troika seja pano de fundo.

Quem conhece o acordo feito com a Troika? Porque não é público o seu conteúdo para que todos possamos aferir sobre a veracidade das decisões?

O acordo com a Troika é ocultado porque as medidas tomadas ultrapassam largamente o previsto. Não podem restar dúvidas.

Rapidamente, com saltos de coelho que mais parecem de lebre, o Governo não só satisfaz os que perderam privilégios com o 25 de Abril como vai mais longe, tentando levar a vida de milhões de portugueses para níveis piores que os do antigo regime.

Colocar em causa férias, remunerações, subsídios e reformas, é ir demasiado longe na repressão das condições de vida para quem produz ou produziu.

A corte empresarial que rodeia Passos Coelho já fala de peito cheio, virá pedir os ossos logo que consiga retirar subsídios de Natal e de Férias, não que pretendam sair da crise em que nos meteram mas para aumentarem os seus lucros.

Hoje, o patronato que o Governo protege, quer menos dias de férias. Amanhã dirá que os contratos de trabalho são um travão ao desenvolvimento. Depois que se proíbam greves e manifestações. Servi-los-ão autotanques policiais com jactos de água.

Para este vasto plano, era preciso – de novo – um ministro das Finanças, não um qualquer mas…especialmente…escolhido para anunciar as medidas punitivas. Temos a figura ideal do ministro que nos ex-pli-ca tu-do em pré adormecimento, sem ex-pli-car na-da, não se percebendo se é assim em tudo da vida.

De forma monocórdica somos enrolados no sofá, iludidos com cortes nas despesas do Estado que não passam dos salários de alguns e em pensões.

Não se apresentam medidas efectivas para acabar com os gastos incontrolados na administração pública, continuando a ver-se a utilização de viaturas do estado e autarquias para os mais variados fins particulares, a manutenção de ajustes directos, os favores com reciprocidade na classe dominante.

A nossa sociedade já passou para lá da crise da moral pública, estando na fase de acabar com os direitos conseguidos em dezenas de anos de luta.

Hoje, os bandos não se movem só nos subterrâneos, fazem-no à luz do dia, tal o desaforo e a desvergonha. Os interesses pessoais cruzam-se, não se sabendo onde acaba a mistura de interesses de muitos políticos com outros que os possam servir.

Em conclusão, usando a Troika como pretexto, o Governo protege os que perderam privilégios no 25 de Abril e está, à velocidade possível, a destruir os direitos adquiridos pelos trabalhadores, fazendo-os regredir para níveis de vida impensáveis.

Esta gente não tem alma. Temos de impedir que destruam o País.



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