segunda-feira, 27 de junho de 2011

TURISMO DE SINTRA (II) - CIRCUITO DA PENA


Precisamos, inequivocamente, de gestores atentos à boa imagem sintrense, para que os pequenos problemas sejam resolvidos com facilidade.

O turista de Sintra não é o veraneante de bermudas.  Em condições normais, face à publicidade feita na imprensa nacional e estrangeira, é expectável que seja da classe média para média alta ou mesmo alta, tentando recuperar os  mercados americano e alemão. Temos segmentos que vão para o IBIS e outros para Penha Longa.

Isso obriga-nos a padrões de bem receber, ofertas seleccionadas, higiene pública, qualidade ambiental e, essencialmente, transparência nos custos, para que os visitantes possam ser arautos de Sintra nas terras onde vivem, constituindo a melhor e mais barata publicidade. 

No entanto, a menos que não saibam (o que é pouco admissível), o que vou relatar passa-se há anos e já foi por mim abordado na imprensa local. Alguma distracção pode estar a afectar os responsáveis pelo turismo, pois não agarram o problema.

Que se saiba, nem responsáveis camarários, nem os serviços ligados à Defesa do Consumidor, deram passos para corrigir uma situação praticada pela transportadora que, instalada em Cascais, faz umas carreiras em Sintra,  entre elas a que se pode chamar de "galinha dos ovos de ouro" que é o Circuito da Pena.

Quem chegue a Sintra e, junto da estação da CP ou no Centro Histórico, apanhe a carreira 434 para visitar o Palácio da Pena ou o Castelo, é obrigado a pagar 4,80 euros, alegadamente por tratar-se de bilhete único de Ida e Volta.

Como utente,  porque não regressa, tem o direito de só adquirir um trajecto.  Nah! Só pode adquirir um bilhete de Ida e Volta! Mesmo que não volte...

Se estiver na Pena e quiser descer até à estação, aí sim, já pode adquirir um bilhete só de Volta, pagando 2,70 euros!!!

É inacreditável esta dualidade de critérios que colide com os direitos do consumidor.

Regressa a casa, ao seu país, encantado com Sintra. Até pode ter visto algum autarca usando bermudas ou escutado uma história mal contada sobre um lorde inglês, mas não esquecerá que foi obrigado a pagar uma viagem de Volta que não fez.

Situações como estas deveriam acabar de vez, principalmente por serem oponíveis ao prestígio de Sintra, que nada ganha com o negócio, nem ajuda ao PIB do concelho.

Numa época em que se fala de marketing territorial, não está mal.


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BILHETES VENDIDOS NO AUTOCARRO
PREÇO

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Bilhete Circuito da Pena
4,80 €
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Bilhete Circuito da Pena Volta
2,70 €

6 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite,

Permita-me que conte uma pequena história.

Há cerca de 8 meses comprei uma pequena casa , T1 , perto da Praia das Maças.

Pedi um orçamento a um " amigo " para me dar uma pintura na casa.O " amigo " orçamentou-me a obra em € 1.000,00 ( € 300.00 de tintas + € 700.00 de mão de obra ).Note-se que o trabalho , a ser realizado por uma pessoa, demora dois dias pois a casa é muito pequena.
Claro que rejeitei o orçamento e acabei eu por pintar a casa em dois fins de semana e gastei € 100.00 em tinta.

Moral da história - Quem tudo quer, tudo perde.

Querem ganhar logo tudo , com bilhete único de ida e volta ,mas acabam por não ganhar nada porque as pessoas nos dias de hoje fazem contas e muitas acabam por não ir.

Mas, o entendido na matéria está convencido que é muito inteligente.

Enfim, modelos de gestão. Ultrapassados, inadequados mas, mesmo assim, modelos de gestão.

Cumprimentos,

João Paulo Figueiredo

Anónimo disse...

A empresa que faz o transporte até pode ganhar uma fortuna.Parece-me que os donos da carreira estão no seu melhor.

A nossa Camara, ou seja, a C M Sintra é que penso não ter qualquer beneficio com esta situação.

É ver enriquecer os outros, sem qualquer beneficio para a população e para o Concelho.

Susana Prata

Fernando Castelo disse...

Estimada senhora,

É exactamente isso. Os ganhos desta empresa geram impostos que vão para outro concelho.

Em breve abordarei outra situação.

Cumprimentos e grato,

Anónimo disse...

Pois é, mas será que estes senhores que tratam e acabam por ser donos desta parte do turismo de Sintra, fazem turismo em mais algum lado do planeta? Será que apanham autocarros como qualquer turista para as principais atracções? Será que se dão ao trabalho de aprender com outros exemplos para verem se o que põem em prática faz algum sentido?
Em Florença, um bilhete para o centro da cidade custa por pessoa 1,40€. É comprado individualmente, a ida não está associada à volta e se pretendermos voltar ao nosso ponto de partida é só comprar mais um bilhete de 1,40€. Simples. Mas estamso "só" a falar de Florença...
Um conselho para esses idolatrados senhores: viajem e sejam humildes porque ainda têm muito para aprender.

JoãoPedro disse...

Em seguimento aos comentários já efectuados, os quais concordo plenamente, e acho que o Sr. autarca em causa tem pouca ou nenhuma visão para o negócio ou qualquer outra coisa a não ser dar uns palpites sobre futebol.
pegando nas palavras do n/ amigo anónimo da Praia das Maças quando pede o orçamento para a pintura do seu apartamento e achou caro, por isso ele próprio fez o trabalho,assim pensei quando ouvi hoje as medidas do primeiro ministro com corte de 50% no subsidio de Natal,ora os Portugueses não ficam tristes por não terem dinheiro para as prendas,mas sim estão a fazer contas para pagarem outras despesas. não sei onde irei parar,assim como a maioria dos portugueses.

Eu disse...

No dia 1 de Julho enviei um pedido de esclarecimento sobre esta situação à ScottUrb, ao qual responderam o seguinte:

"Na sequência do reportado, devemos antecipadamente esclarecer que as empresas de transportes públicos colectivos de passageiros são responsáveis pela emissão e comercialização dos seus próprios títulos de transporte, sob a forma de bilhetes simples (com uma ou mais viagens) e passes mensais. Neste sentido, cabe na alçada da esfera exclusiva de competências da gerência das empresas a decisão da tipologia de bilhetes que comercializam, bem como o local onde estão disponíveis ao público.

Aproveitamos ainda para indicar que o serviço da Pena é uma carreira regular que se diferencia por apresentar características específicas, tendo sido efetuados estudos de mercado que sustentam a existência dos títulos comercializados.

Mais acrescentamos que, as tarifas praticadas pela nossa empresa são devidamente autorizadas pelas entidades governamentais que regulamentam o sector dos Transportes Públicos de Passageiros."


O Sr. Castelo tem toda a razão ao afirmar de que se trata da carreira da "galinha dos ovos de ouro"!