Na campanha eleitoral que hoje termina, poucas vezes se ouviu falar nas questões fundamentais que conduziram à gravíssima situação que os portugueses hoje vivem.
Aos quase chamados heróis da democracia, tem faltado sempre um pequeno pormenor que faz a diferença, como seja, em que tipo de democracia hoje vivemos. Vivemos numa democracia construída à imagem dos interesses das camadas mais poderosas.
Quando se fala do regime anterior, é frequente dizer-se que era repressivo, mas omite-se que era um regime ao serviço dos monopólios. Hoje, na dita democracia construída, são à mesma os grandes grupos económicos e os banqueiros que determinam a economia.
Pelo anteriormente dito, não causa estranheza que os principais partidos se tenham empenhado em confrontos verbais entre si, fingindo estar uns contra os outros, quando o espírito de classe é praticamente o mesmo.
Ora, a actual crise económica por que passamos, também o é como política, já que assenta na condenável perspectiva da "alternância do poder", onde a seguir a cada acto eleitoral se pretende legitimar quem vai bater nos mais desfavorecidos.
Infelizmente, não vimos mais uma vez grandes sugestões ou desenvolvimentos para solucionar os problemas que vivemos, as quais teriam de passar - entre outras - por alterações ao quadro vigente em várias matérias estruturais.
É estranho que nenhum dos partidos com eleitos previstos, tenha admitido ou feito a defesa da substituição do actual Método d'Hondt para apuramento de deputados, quando seria mais equitativa a aplicação de um método proporcional, abrindo a porta a novas forças políticas.
Por outro lado, sabendo-se de como a corrupção mina o sistema democrático, nenhuma força apareceu a defender, com unhas e dentes, o combate firme e rigoroso à mesma.
Da mesma forma, tendo em conta a tal ética democrática, nenhuma força política fez bandeira que garantisse aos portugueses a tomada de medidas altamente punitivas contra os agentes activos da economia paralela, aqueles que recebem sem emitir recibos, e agentes passivos que, para fugir aos impostos, colaboram no esquema. E isso são 25% da economia...
A ver se me faço entender: Se a economia não estivesse a ser afectada por várias situações inaceitáveis, os portugueses cumpridores não estariam agora à beira de elevados sacrifícios, cuja dimensão estamos longe de imaginar.
Depois, vinculando um espírito de classe política, ninguém apareceu a pretender um limite máximo de mandatos, concomitantemente entre os vários órgãos, impossibiltando os salta-pocinhas que andam de Câmara Municipal em Câmara Municipal, de Assembleia em Assembleia, conseguindo assim perpetuar-se em cargos públicos.
A ocupação de cargos políticos no máximo de oito anos teria efeitos moralizadores na sociedade portuguesa e contribuiria para uma maior confiança na actuação dos eleitos.
Estamos, pois, numa encruzinhada onde os caminhos são cada vez mais estreitos ou alargados, consoante a classe que os utiliza.
Os políticos, santinhos, que se mostram tão solidários e amigos dos desfavorecidos, são os mesmos que querem as suas reformas vitalícias e, infelizmente, até aceitam subsídios para integração na vida civil, quando saem da Assembleia com idade de reforma.
Que democracia tem sido esta que tornou a sociedade tão divergente?
No tenebroso comboio dos politicos portugueses, a máquina tem puxado a carruagem dos incompetentes, arranjado bons assentos e garantias de futuro risonho em poucos anos para uns quantos, oferecendo aos trabalhadores produtivos um futuro cada vez mais negro.
Essa gente tem-nos individado, tem usado a nossa riqueza para os mais diversos fins afastando-se do rigor da equidade e distribuição da riqueza. Esses politicos têm de acabar.
Em nome da democracia, passámos a ter donos do país...
Receio que não seja desta que o país retome a sua história.
Aos quase chamados heróis da democracia, tem faltado sempre um pequeno pormenor que faz a diferença, como seja, em que tipo de democracia hoje vivemos. Vivemos numa democracia construída à imagem dos interesses das camadas mais poderosas.
Quando se fala do regime anterior, é frequente dizer-se que era repressivo, mas omite-se que era um regime ao serviço dos monopólios. Hoje, na dita democracia construída, são à mesma os grandes grupos económicos e os banqueiros que determinam a economia.
Pelo anteriormente dito, não causa estranheza que os principais partidos se tenham empenhado em confrontos verbais entre si, fingindo estar uns contra os outros, quando o espírito de classe é praticamente o mesmo.
Ora, a actual crise económica por que passamos, também o é como política, já que assenta na condenável perspectiva da "alternância do poder", onde a seguir a cada acto eleitoral se pretende legitimar quem vai bater nos mais desfavorecidos.
Infelizmente, não vimos mais uma vez grandes sugestões ou desenvolvimentos para solucionar os problemas que vivemos, as quais teriam de passar - entre outras - por alterações ao quadro vigente em várias matérias estruturais.
É estranho que nenhum dos partidos com eleitos previstos, tenha admitido ou feito a defesa da substituição do actual Método d'Hondt para apuramento de deputados, quando seria mais equitativa a aplicação de um método proporcional, abrindo a porta a novas forças políticas.
Por outro lado, sabendo-se de como a corrupção mina o sistema democrático, nenhuma força apareceu a defender, com unhas e dentes, o combate firme e rigoroso à mesma.
Da mesma forma, tendo em conta a tal ética democrática, nenhuma força política fez bandeira que garantisse aos portugueses a tomada de medidas altamente punitivas contra os agentes activos da economia paralela, aqueles que recebem sem emitir recibos, e agentes passivos que, para fugir aos impostos, colaboram no esquema. E isso são 25% da economia...
A ver se me faço entender: Se a economia não estivesse a ser afectada por várias situações inaceitáveis, os portugueses cumpridores não estariam agora à beira de elevados sacrifícios, cuja dimensão estamos longe de imaginar.
Depois, vinculando um espírito de classe política, ninguém apareceu a pretender um limite máximo de mandatos, concomitantemente entre os vários órgãos, impossibiltando os salta-pocinhas que andam de Câmara Municipal em Câmara Municipal, de Assembleia em Assembleia, conseguindo assim perpetuar-se em cargos públicos.
A ocupação de cargos políticos no máximo de oito anos teria efeitos moralizadores na sociedade portuguesa e contribuiria para uma maior confiança na actuação dos eleitos.
Estamos, pois, numa encruzinhada onde os caminhos são cada vez mais estreitos ou alargados, consoante a classe que os utiliza.
Os políticos, santinhos, que se mostram tão solidários e amigos dos desfavorecidos, são os mesmos que querem as suas reformas vitalícias e, infelizmente, até aceitam subsídios para integração na vida civil, quando saem da Assembleia com idade de reforma.
Que democracia tem sido esta que tornou a sociedade tão divergente?
No tenebroso comboio dos politicos portugueses, a máquina tem puxado a carruagem dos incompetentes, arranjado bons assentos e garantias de futuro risonho em poucos anos para uns quantos, oferecendo aos trabalhadores produtivos um futuro cada vez mais negro.
Essa gente tem-nos individado, tem usado a nossa riqueza para os mais diversos fins afastando-se do rigor da equidade e distribuição da riqueza. Esses politicos têm de acabar.
Em nome da democracia, passámos a ter donos do país...
Receio que não seja desta que o país retome a sua história.
1 comentário:
É como diz a democracia representativa não representa todos,é viciada pelo sistema de Hondt que dá mais lugares aos maiores partidos e tira aos mais pequenos.
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